8 GLOBAL SCIENCE AND TECHNOLOGY (ISSN 1984 - 3801) EFEITO DO MOLIBDÊNIO NAS CULTURAS DA SOJA E DO FEIJÃO VIA ADUBAÇÃO FOLIAR Roni Fernandes Guareschi1* Adriano Perin1 Resumo: O trabalho objetivou avaliar a aplicação foliar de doses crescentes de molibdênio na cultura da soja e feijão em condições de casa de vegetação, entre 10/03/2008 e 20/04/2008. O delineamento experimental usado nos dois experimentos foi inteiramente casualizado com seis tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos para os dois experimentos foram os mesmos: 0, 20, 40, 80, 120 e 160 g ha-1 de Mo. A adubação foi equivalente a 400 kg ha-1 do adubo 04-14-08. Os tratamentos foram estabelecidos aos 10 dias após a emergência (DAE) das culturas. Foram avaliadas as seguintes variáveis: altura de planta, número de nódulos, massa fresca e seca da parte aérea, de raízes e de nódulos aos 40 DAE. Os dados foram submetidos à análise de variância adotando-se teste F, seguido do teste Tukey, ambos a 5% de probabilidade. Não foram observadas diferenças para nenhuma das variáveis analisadas. A atribuição desses resultados é referente às condições do solo utilizado, onde a necessidade da planta foi suprida com a reserva do solo, não respondendo a aplicação de doses crescentes de Mo nestas culturas. Palavras-chave: Glicine Max L. Merril, Phaseolus vulgaris L., Molibdato de sódio. EFFECT OF MOLYBDENUM ON THE SOYBEAN AND BEAN VIA FOLIAR Abstract: The objective of this work was to evaluate the leaf fertilization with molybdenum doses increasing on soybean and bean under greenhouse, between March 10, 2008 and April 20, 2008. Two experiments were conducted in completely randomized experimental design with six treatments and four repetitions. The treatments for two experiments were the same: 1) 00 grams of Mo ha-1, 2) 20 grams of Mo ha-1, 3) 40 grams of Mo ha-1, 4) 80 grams of Mo ha-1, 5) 120 grams of Mo ha-1, 6) 160 g of Mo ha-1. Was applied 400 kg ha-1 of fertilizer 04:14:08. The treatments were set for 10 days after emergency (DAE) of crops. It was estimated plant height, number of nodules, fresh and dry matter of the shoots, roots and nodules of the 40 DAE. The values were submitted to the analysis of variance is adopting F test, followed by Tukey test, both at 5% probability. No differences were found for any of the variables. The allocation of these results may be referring to the conditions of soil used, the plant where the need is met with the reserve of soil, not answering the application of increasing doses of Mo in beans and soybeans. Key-words: Glicine Max L. Merril, Phaseolus vulgaris L., sodium molybdate. 1 Instituto Federal Goiano – Campus Rio Verde, CP 66, CEP.: 75901-970, Rio Verde – GO. *Email: [email protected]. Autor para correspondência. Recebido em: 16/02/2009. Aprovado em: 04/11/2009. Gl. Sci. Technol., v. 02, n. 03, p.08 - 15, set/dez. 2009. 9 R. F. Guareschi et al. INTRODUÇÃO Micronutrientes são nutrientes que a planta requer em menor quantidade, embora sejam também importantes para o seu desenvolvimento. A disponibilidade de produtos comerciais contendo micronutrientes tem aumentado nos últimos anos, e existem resultados experimentais mostrando grande variabilidade de resposta à sua aplicação (CERETTA et al., 2005). A diminuição do custo no que se refere ao uso de micronutrientes e a expectativa de ganhos em escala, nos últimos anos, tem motivado produtores a utilizar micronutrientes como cobalto (Co), boro (B) e molibdênio (Mo), pela sua influência no aumento da germinação, emergência e fixação biológica de nitrogênio (FBN) na soja (BINNECK et al., 2000; EMBRAPA, 2006; GUERRA et al., 2006). Na planta, o Mo participa como cofator integrante nas enzimas nitrogenase, redutase do nitrato e oxidase do sulfato, e está intimamente relacionado com o transporte de elétrons durante as reações bioquímicas das plantas, sendo a FBN seriamente afetada, quando ocorre deficiência de Mo (LANTMANN, 2002). Por participar da estrutura e ser ativador de diversas enzimas, o Mo é de fundamental importância a todos os vegetais. Essa importância aumenta no caso da soja, que tem a capacidade de estabelecer simbiose com microrganismos fixadores de N2 pertencentes à família Rhizobiaceae. Esses microorganismos colonizam as raízes da soja e formam os nódulos, em cujo interior é sintetizado um complexo enzimático, denominado nitrogenase, que rompe a tripla ligação existente entre os átomos de N que formam a molécula do N2 e utilizam esses átomos para produzir duas moléculas de amônia (NH3), que são fornecidas à planta, para sintetizar os compostos nitrogenados (BINNECK et al., 1999; ALBINO & CAMPO, 2001). As principais fontes de molibdênio são o molibdato de sódio e de amônio, o ácido molíbdico e o trióxido de molibdênio. Para a FBN em soja, essas quatro fontes de Mo têm sido tão úteis quanto os produtos comerciais (ALBINO & CAMPO, 2001). O efeito favorável da aplicação de Mo na cultura da soja foi observado em ensaios realizados por Campo et al. (2003), Bárbaro et al. (2006), Tiritan et al. (2007) e Bárbaro et al. (2009). Alguns autores afirmam que o melhor é aplicar o Mo no solo, antes da semeadura (VARGAS & RAMIREZ, 1989). Entretanto, em face da sua imobilização no solo, a sua eficiência seria muito inferior, requerendo, para isso, quantidades necessárias de Mo superiores em dez vezes, para equiparar eficiência com a de outros métodos. Em face da facilidade, do baixo custo e da eficiência de aplicação, e há outra alternativa de aplicação do Mo é via semente, por ocasião da semeadura, imediatamente antes do inoculante (CAMPO & LANTMANN, 1998). Porém, Amara e Nasr (1995) afirmam ter obtido melhores resultados quando o Mo foi aplicado via pulverização foliar. O feijoeiro, cujo sistema de fixação de N é de baixa eficiência, a necessidade do nutriente está mais relacionada à atividade da redutase do nitrato, enzima indispensável no aproveitamento dos nitratos absorvidos pela planta, pois é responsável pela redução do nitrato a nitrito, no processo de assimilação do N (PESSOA et al., 2000; VIEIRA, 2006). O processo produtivo da agricultura brasileira dependerá de um uso mais eficiente de micronutrientes, buscando corrigir sua deficiência e elucidar sua eficiência. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito proporcionado por doses crescentes de Mo via aplicação via foliar na produção de biomassa de parte aérea e radicular de duas leguminosas comerciais cultivadas em casa de vegetação. Gl. Sci. Technol., v. 02, n. 03, p.08 - 15, set/dez. 2009. 10 Efeito do molibdênio... MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi conduzido em casa de vegetação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Campus Rio Verde, GO. Foram utilizadas a soja (M-SOY 8008 RR®) e o feijão (Carioca Pérola) como culturas comerciais, num delineamento de blocos ao acaso, com seis tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram: 1) 00 g ha-1 de Mo; 2) 20 g ha-1 de Mo; 3) 40 g ha-1 de Mo; 4) 80 g ha-1 de Mo; 5) 120 g ha-1 de Mo; 6) 160 g ha-1 de Mo. O solo utilizado foi um Latossolo Vermelho distroférrico, coletado na área experimental da instituição, em 10/03/2008. Cada parcela experimental foi composta por um vaso com capacidade de 7,5 kg de terra. Foi feita a análise da fertilidade e textura do solo, constatando-se os seguintes valores: pH -3 (em água)= 6,3; Corg= 30,1 g dm ; P(Mehlich I)= 8,7 mg dm-3; K=9,0 mmolc dm-3; Ca= 94 mmolc dm-3; Mg= 27,3 mmolc dm-3; Al= mmolc dm-3; V%= 70,5 e textura média (500 mg kg-1 de argila, 120 mg kg-1 de silte e 380 mg kg-1 de areia). Malavolta et al. (1997) relatam que a calagem, de maneira geral, aumenta a disponibilidade de Mo, e a maior disponibilidade ocorre em pH superior a 7 (GUPTA & LIPSETT, 1981). A utilização de um solo com pH próximo de 7 na condução deste experimento, foi com intuito de analisar o mais próximo da realidade dos solos em sistema de plantio direto, que com o passar das safras aplicam adubações com molibdênio, visando aumentar a atividade da FBN, bem como a produtividade das culturas da soja e feijão. A semeadura e adubação foram realizadas em 11/03/2008. As sementes de soja e feijão foram tratadas com Imidacloprid e Thiamethoxam, ambos na dosagem de 105 g.i.a. para 100 kg de sementes de soja e posteriormente foi realizada a inoculação da soja com Bradyrhizobium japonicum e do feijão com Rhizobium tropici ambos na dosagem de 200 gramas de inoculante (turfa moída) para 40 kg de sementes, sendo considerada uma concentração mínima de 108 células viáveis/grama de turfa. Foram distribuídas oito sementes por vaso. Utilizou-se uma adubação por vaso equivalente a 400 kg ha-1 do adubo 04:14:08. Aos 10 dias após a emergência (DAE), foi realizado o desbaste, deixando 4 plantas por vaso, que em seguida, receberam os tratamentos, utilizando-se o molibdato de sódio (39,65% de Mo). Na cultura do feijoeiro, aos 20 DAE, foi realizada uma adubação nitrogenada de cobertura com 50 kg ha-1 de N, proporcional ao número de plantas presentes nos vasos. Os vasos foram irrigados manualmente segundo o método proposto por Sampaio Júnior et al., (2008). Aos 40 DAE, foi avaliada a altura de plantas, número de nódulos, massa fresca e seca da parte aérea, de raízes e de nódulos. A altura de plantas foi estimada através de aferição com régua graduada a cada 10 DAE. O número de nódulos foi determinado através de contagem dos nódulos presentes nas raízes das plantas. As variáveis massas fresca e seca da parte aérea, de raízes e de nódulos, em cada parcela, foram determinadas, utilizando balança semi-analítica (massa fresca) e colocadas em estufa de ventilação forçada de ar a 65 ºC, até atingir massa constante, para determinação da massa seca. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade, utilizando o programa estatístico SAEG versão 9.1. Gl. Sci. Technol., v. 02, n. 03, p.08 - 15, set/dez. 2009. 11 R. F. Guareschi et al. nenhuma das variáveis analisadas, tanto na cultura da soja quanto do feijão. Dessa forma, Na análise de variância, não foram são apresentados nas Tabelas 1 e 2, os valores médios das variáveis estudadas. observadas diferenças (p < 0,05) para RESULTADOS E DISCUSSÃO Tabela 1. Valores médios de produção de massa fresca e seca de parte aérea (MFP e MSP), de raízes (MFR e MSR) e de nódulos (MFN e MSN), em g planta-1, nº de nódulos por planta (NNP) e altura de planta (AP), em cm, aos 40 DAE na cultura da soja submetida a doses crescentes de Mo. Variável * MFP *MSP 30,56 a 30,52 a 30,10 a 30,17 a 29,86 a 28,96 a 7,98 8,35 a 8,45 a 8,18 a 8,25 a 8,15 a 7,42 a 9,01 * MFN * MSN * MFR * MSR NNP AP 0,68 a 0,81 a 0,69 a 0,70 a 0,68 a 0,65 a 24,66 7,18 a 7,83 a 7,62 a 7,47 a 7,21 a 7,14 a 5,24 3,08 a 3,14 a 3,12 a 3,10 a 3,09 a 3,06 a 5,42 17,07 a 17,78 a 17,31 a 17,25 a 16,89 a 16,50 a 11,02 62,00 a 63,50 a 62,75 a 60,00 a 59,05 a 58,00 a 2,75 Tratamentos com Mo (g ha-1) 00 20 40 80 120 160 C.V (%) 0,77 a 0,90 a 0,78 a 0,77 a 0,77 a 0,29 a 24,64 * Valor atribuído em gramas por planta. Médias seguidas de letras iguais, na mesma coluna, não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Tabela 2. Valores médios aos de produção de massa fresca e seca de parte aérea (MFP e MSP), de raízes (MFR e MSR) e de nódulos (MFN e MSN), em g planta-1, nº de nódulos por planta (NNP) e altura de planta (AP), em cm, 40 DAE na cultura do feijão submetida a doses crescentes de Mo. Variável Tratamentos Com Mo (g ha-1) 00 20 40 80 120 160 C.V (%) * MFP *MSP * MFN * MSN * MFR * MSR NNP AP 38,87 a 39,42 a 38,76 a 38,87 a 38,83 a 38,77 a 2,39 8,29 a 8,81 a 8,44 a 8,49 a 8,35 a 8,23 a 7,56 0,77 a 0,83 a 0,79 a 0,78 a 0,77 a 0,29 a 24,00 0,68 a 0,74 a 0,69 a 0,68 a 0,65 a 0,07 a 25,15 2,99 a 3,05 a 3,10 a 3,08 a 3,07 a 2,96 a 7,56 1,01 a 1,23 a 1,14 a 1,12 a 1,14 a 1,05 a 8,01 11,07 a 11,78 a 11,31 a 11,25 a 10,89 a 10,50 a 17,23 55,25 a 56,75 a 55,50 a 54,25 a 54,00 a 54,50 a 4,73 * Valor atribuído em gramas por planta. Médias seguidas de letras iguais, na mesma coluna, não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Gl. Sci. Technol., v. 02, n. 03, p.08 - 15, set/dez. 2009. 12 Efeito do molibdênio... A não significância estatística dos resultados da análise de variância podem ser explicadas, baseando-se em Malavolta et al. (1997), os quais relatam que a calagem, de maneira geral, aumenta a disponibilidade de Mo. Segundo Gupta e Lipsett (1981), a maior disponibilidade ocorre em pH em torno de 7. Desta forma, observa-se na análise de solo deste experimento que o pH é 6,3, ou seja, próximo de 7,0. Segundo Lindsay (1979), a atividade do molibdato aumenta cem vezes para cada unidade de aumento de pH. Esse fator pode ter contribuído para os resultados encontrados, fazendo com que a necessidade da planta seja suprida com a reserva do solo, não respondendo a aplicação de doses crescentes de Mo. Segundo Ishizuka (1982), a ausência de resposta à adição de Mo pode estar relacionada com níveis adequados de disponibilidade de Mo no solo ou com concentrações de Mo na semente suficiente para satisfazer às necessidades das plantas. Resultados semelhantes a este trabalho foram encontrados por outros autores (GRIS, 2005; MARCONDES & CAIRES, 2005) onde em experimentos com doses crescentes de Mo em Latossolo Vermelho com pH (em água) de 5,0, não encontraram diferença para número e massa de nódulos, matéria seca da parte aérea, altura de plantas e produtividade na cultura da soja. Esses autores explicam que a ausência de respostas do Mo foi devido a necessidade da planta ser suprida com a reserva do solo. Observa-se através dos resultados destes autores que mesmo com um pH um pouco menor que o do solo que foi conduzido este experimento, também não foram encontradas respostas no crescimento e desenvolvimento das plantas. Assim, é possível inferir que a maior disponibilidade de Mo citada por Gupta e Lipsett (1981) que ocorre em pH em torno de 7, pode-se estender até pH 5. Semelhantemente, Campo e Lantmann (1998) em experimentos em campo, utilizando Latossolo Bruno distrófico com pH em água 5,4, não tiveram problemas de excesso de Al trocável e nem de deficiência de Ca, Mg, K e P. Esses autores constataram que a cultura da soja não respondeu a aplicação de Mo, não afetando a nodulação da soja. Os autores atribuem tais resultados em decorrência da pequena quantidade de Mo que as plantas exigem, e sementes com altos teores de Mo dispõem de quantidades suficientes para suprir as exigências da planta. Outro fator que pode ser considerado é que este solo apresentava teores adequados para esta cultura. Quanto à aplicação de Mo na cultura do feijão, não foi encontrada diferença para nenhuma das variáveis analisadas (Tabela 2). Resultados semelhantes foram encontrados por outros autores (CASTRO et al., 1994; FULLIN et al., 1999), que em condições de campo em um Latossolo Vermelho-Amarelo coeso distrófico pH em água = 4,8 não encontraram diferença para o número e matéria seca de nódulos. Da mesma forma, Alves et al. (2002) na cultura do feijão caupi não encontraram respostas com a elevação das doses de Mo, e relatam que tais resultados foram influenciados pelo fornecimento de Mo das reservas contidas no solo. Nota-se que a deficiência de Mo ou possibilidade de resposta à adubação com Mo só é encontrada em solos de média a baixa fertilidade e a calagem é o fator primordial para a correção da disponibilidade desse micronutriente às plantas. De acordo com trabalhos realizados por Lantmann (2004), no estado do Paraná, visando determinar a produtividade da soja em função do Mo, em diferentes níveis de pH do solo alterados pela ação de calagem, revelaram a grande influência do pH na resposta da soja a aplicação do Mo. A cultura da soja respondeu de forma mais acentuada à calagem, quando não se utilizou o Mo, apresentando diferença de 755 kg ha-1 entre os tratamentos com 0 e com 4 Mg ha-1 de calcário; já com a utilização de Mo, essa diferença foi de 465 kg ha-1. Esse fato evidencia que o Mo, nessa condição de solo, seria um elemento pouco disponível para a soja até determinado nível de calagem. A partir da dose de 2,0 Mg ha-1 de calcário, o Mo do solo já se encontraria Gl. Sci. Technol., v. 02, n. 03, p.08 - 15, set/dez. 2009. 13 R. F. Guareschi et al. em forma disponível para a cultura, sendo sua disponibilidade afetada pela condição de acidez natural do solo. Entretanto, é fundamental salientar que, na ausência de calagem, na dose 0 de Mo, a produção de soja foi de apenas de 2.340 kg ha-1, enquanto que, com somente aplicação de 30 g ha-1 de Mo, o rendimento foi de 2.710 kg ha-1, ou seja, um aumento de 370 kg ha-1 de grãos (LANTMANN, 2004). Mesmo não havendo diferença entre o tratamento testemunha (0 g ha-1 de Mo) e as doses crescentes de Mo, observa-se que para as variáveis de parte aérea (MFP, MSP, AP) as maiores doses (120 e 160 g ha-1 de Mo) apresentaram uma queda de rendimento em relação ao tratamento testemunha para ambas as culturas testadas (Tabela 1 e 2). Este fator foi evidenciado por Gris (2005), onde em altas concentrações de molibdato (160 g ha-1), via foliar, pode ter provocado efeito tóxico às plantas, apresentando, portanto, produção menor do que a testemunha. Segundo Borkert (1987), a utilização de pulverizações de Mo em soja não tem surtido efeito no aumento do rendimento de grãos. A ineficiência desse método de aplicação pode ser explicada pelas baixas concentrações de Mo no volume de calda das pulverizações, que podem ser insuficientes para influenciar o rendimento da cultura. Contrariamente, quando são aplicadas altas concentrações, estas podem provocar fitotoxidade às plantas. Desta forma, tornam-se necessárias futuras pesquisas em relação a doses e fontes de micronutrientes em aplicação via foliar (SOUZA et al., 2008). Para respostas à aplicação do Mo e para futuras recomendações desse micronutriente via foliar, trabalhos dessa natureza precisam ser conduzidos em outras classes de solos e em diferentes níveis de fertilidade, para obtenção de informações precisas dos benefícios decorrentes da aplicação de Mo nas culturas da soja e do feijão. CONCLUSÃO Não há resposta à aplicação de doses crescentes de Mo na produção de biomassa e de parte aérea e raízes da cultura da soja e do feijão. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBINO, U.B; CAMPO, R.J. 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