Febre

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FEBRE
A febre não é uma doença, mas sim um sinal de alguma doença, infecciosa ou não.
Febre significa temperatura corpórea acima da faixa de normalidade(entre 36 e 37,4graus).
Pode ser causada por transtornos do próprio cérebro ou por substâncias que influenciam os
centros termorreguladores.
A temperatura pode ser medida na cavidade oral, no oco axilar ou por via retal, esta última
sendo aproximadamente 0,6 graus inferior à temperatura no interior dos órgãos. É importante
conhecer as diferenças fisiológicas existentes entre os três locais, porque em certas condições
fisiológicas(abdome agudo, afecções pélvicas inflamatórias) devem ser medidas as
temperaturas axilar e via retal, tendo valor clínico uma diferença de temperatura maior que 0,5
graus.
•
•
TEMPERATURA AXILAR: 35,5-37 graus(com média de 36-36,5)
TEMPERTURA BUCAL: 36-37,4 graus
•
TEMPERATURA RETAL: 36-37,5(isto é, 0,5 graus maior que a axilar)
O pico da temperatura corpórea ocorre por volta das 18h e as variações diárias entre os
valores mínimos e máximos são de 0,5-1 grau.
As mulheres apresentam temperaturas mais baixas nas duas semanas antes da ovulação e um
aumento em torno de 0,6 quando da ovulação.
Devemos ter em mente que indivíduos idosos, imunocomprometidos ou desnutridos podem
não apresentar febre mesmo na vigência de infecções graves.
FISIOLOGIA
A produção de calor depende de:
•
SÍNTESE DE ATP
•
TRABALHO INTERNO ENVOLVIDO NA
FUNCIONAL E ESTRUTURAL DO CORPO
•
CONTRAÇÃO DA MUSCULATURA QUANDO SE REALIZA TRABALHO FÍSICO OU
QUANDO HÁ CALAFRIOS
MANUTENÇÃO
DA
INTEGRIDADE
A perda de calor depende da:
•
RESPIRAÇÃO
•
VARIAÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO CUTÂNEO
•
SUDORESE
O balanço entre a perda e ganho de calor é regulado pelo hipotálamo, que recebe
“informações” sobre a temperatura corpórea vindas de sensores térmicos periféricos e locais.
A partir dessas informações, o hipotálamo, por meio de vias eferentes, vai modular o tônus
vasomotor periférico, a produção de suor e a atividade muscular. Esses mecanismos visam
manter a temperatura em torno de 37 graus(“set point”).
Neurônios na região anterior do hipotálamo, irrigados por uma rede vascular altamente
permeável com reduzida função de barreira hematoencefálica, liberam metabólitos do ácido
araquidônico quando expostos aos pirógenos endógenos circulantes(IL-1, IL-6, TNF).
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Esses metabólitos , principalmente o PGE2 , difundem para a região anterior do hipotálamo,
onde provavelmente ativam um segundo mensageiro, como o AMPc, que aumenta o set point
termorregulador. A elevação do set point aciona um sinal para os nervos periféricos eferentes,
determinando a retenção de calor e vasoconstricção.
FISIOPATOLOGIA
Os pirógenos endógenos, além de causar febre, desencadeia o que chamamos de resposta de
fase aguda, com modificações metabólicas como mialgias, artralgias, anorexia, sonolência...
O estímulo para a produção de pirógenos endógenos é a ação de diversas
moléculas(pirógenos exógenos), que são em geral microorganismos ou frações destes, além
de imunocomplexos e uma grande variedade de outras substâncias.
Agem principalmente nos macrófagos e neutrófilos que por sua vez liberam os pirógenos
endógenos.
ASPECTOS CLÍNICOS
Em algumas circunstâncias, a febre pode acarretar prejuízos, como por exemplo quando
ocorre:
•
Aumento importante do consumo de oxigênio, aumento do trabalho
cardíaco(precipitando insuficiência cardíaca em pacientes com doenças cardíacas
prévias).
•
Indução de convulsão em crianças ou portadores de doenças neurológicas.
•
Mal estar físico(não é ocasionado diretamente pela febre e sim pelas outras ações
sistêmicas dos pirógenos endógenos).
•
Redução da acuidade mental.
FEBRE VERSUS HIPERTERMIA
HIPERTERMIA: É uma síndrome provocada por exposição excessiva ao calor com
desidratação, perda de eletrólitos e falência dos mecanismos termorreguladores corporais.
Tem como principais causas: 1) exposição direta e prolongada ao sol 2)permanência em
ambiente muito quente 3)deficiência dos mecanismos de dissipação do calor corporal.
FEBRE: É uma resposta fisiológica na qual a temperatura corporal é aumentada devido a um
reajuste do ponto preestabelecido de regulação do calor no hipotálamo (“Set point”). Na febre
os mecanismos periféricos de perda e/ou conservação de calor encontram-se intactos. A
alteração ocorrida dá-se a nível central no reajuste do “Set point” hipotalâmico.
FEBRE DE ORIGEM OBSCURA
São aquelas febres maiores de 39,5 , com duração de 3 semanas ou mais(contínua ou não),
sem definição diagnóstica após 3 dias de investigação hospitalar ou 3 consultas ambulatoriais.
Podem ter inúmeras causas.
CARACTERISTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE
Devem ser analisadas as seguintes características semiológicas da febre:
INÍCIO
INTENSIDADE
DURAÇÃO
MODO DE EVOLUÇÃO
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TÉRMINO
INÍCIO:
Pode ser súbito ou gradual.
Por exemplo: pneumonia, malária e infecções urinárias geralmente tem início súbito.
INTENSIDADE
Febre leve: até 37,5
Febre moderada: 37,6-38,5
Febre alta: acima de 38,6
DURAÇÃO
Febre prolongada: é aquela que dura mais de 1 semana.
Por exemplo: febres prolongadas: TB, septicemia, malária, endocardite infecciosa, febre tifóide,
colagenoses, linfomas, pielonefrite, brucelose, esquistossomose.
MODO DE EVOLUÇÃO
1) Febre Contínua
Permanece sempre acima do normal com variações de até 1 grau, sem grandes
oscilações.
2) Febre Irregular ou séptica
Picos muito altos intercalados por temperaturas baixas.
Não há qualquer caráter cíclico.
Totalmente imprevisíveis.
3) Febre Remitente
Há hipertermia diária com variações de mais de 1 grau, sem períodos de apirexia.
4) Febre Intermitente
A hipertermia é ciclicamente interrompida por um período de temperatura normal.
Por exemplo: o paciente tem febre durante a manhã e passa a tarde sem febre ou um
paciente que passa um dia com febre e o outro não.
5) Febre Recorrente ou Ondulante
Período de temperatura normal que dura dias e semanas até que sejam interrompidos
por períodos de temperatura elevada.
TÉRMINO
Em crise : a febre desaparece subitamente(geralmente ocorre sudorese profunda e
prostração). Por exemplo: acesso malárico.
Lise: Hipertermia desaparece gradualmente.
CAUSAS DA FEBRE
•
Aumento da produção de calor( como no hipertireoidismo).
•
Bloqueio da perda de calor( como na ICC e ausência congênita de glândulas
sudoríparas).
•
Lesão de tecidos (por infecção por bactérias, vírus ou parasitos/ por lesões
mecânicas(cirugias,
traumas..)/neoplasias
malignas/doenças
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•
hemolinfopoiéticas/afecções
trombose)/colagenases/doenças do SNC
Medicamentos
vasculares(IAM,
hemorragias,
Bibliografia
SEMIOLOGIA CLÍNICA(ISABELA M.BENSENOR)
EXAME CLÍNICO-BASES PARA A PRÁTICA MÉDICA(CELMO CELEN PORTO)
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