Palestra sobre Gilles Deleuze, conferida por Alessandro Soares, Doutorando em Filosofia pela UFSCar (20/06/2007) O doutorando Alessandro Soares iniciou sua palestra fazendo uma contextualização do pensamento de Deleuze, bem como um panorama dos pilares do pensamento do autor em questão. Gilles Deleuze (1925-95) está inserido em um contexto onde a filosofia busca iluminar o contemporâneo, esclarecer os conceitos. Ele apresenta sua tese de doutorado em 1968, momento de grandes acontecimentos na França e no mundo. É nas décadas de 1960 e 70 que Deleuze lança as sementes de seu pensamento que mais tarde viriam a se consolidar. Seu encontro com Guatari, outro iminente filósofo, marca um novo momento na filosofia. Deleuze se volta sobretudo a uma nova direção na filosofia, refletindo sobre a produção de conceitos e sentidos e buscando novas maneiras de pensar. Para ele, não existe um sentido absoluto, mas sim uma pluralidade de sentidos. Com esse breve panorama, o qual foi muito melhor apresentado e aprofundado na palestra, Alessandro procurou tratar da questão do nomadismo e do sedentarismo. Aqui foram trazidos os conceitos de espaço liso e espaço estriado. O primeiro é aquele onde habitam os nômades, cuja característica é ser um espaço aberto e desértico, vazio. O segundo conceito se refere ao espaço onde habitam os sedentários, um espaço imposto pela ordem. Esses dois tipos de espaço, os quais podemos também chamar de “imagens”, representam distâncias de pensamento. No entanto, pode haver uma mistura de espaços lisos e estriados, gerando um espaço “híbrido”. O nômade, em Deleuze, não é necessariamente aquele que se desloca. Neste autor, o nomadismo vai em direção à concepção de “cidade invisível” de Guatari. É uma espécie de “viagem sem sair do lugar”, um nomadismo sedentário. Aqui se fala da potência do pensamento humano. Faz-se necessário encontrar, então, meios para essa viagem do pensamento. Ao fim da palestra, Alessandro afirmou que todo a filosofia de Deleuze é muito recente, o que ocasiona uma dificuldade de entendimento para os estudiosos de nosso tempo, seja pela novidade de conceitos, seja pela sua extrema complexidade. Walter Fonseca Junior – UFSCar - Ciências Sociais 2005 (03/07/2007)