Revista Trágica: estudos de filosofia da imanência – 2º quadrimestre de 2015 – Vol. 8 – nº 2 A memória entre o caos e a recognição: considerações sobre arte e criação na filosofia de Gilles Deleuze Danilo Augusto Santos Melo* Resumo: Este artigo pretende investigar como se articulam os temas da memória e da criação a partir de algumas considerações da filosofia de Gilles Deleuze. Privilegiamos o contexto da Arte e da Filosofia para apresentarmos como as forças de dissolução e as forças de condensação, que derivam respectivamente do caos e da memória, coexistem e se relacionam continuamente nos processos de criação. Entretanto, perseguimos as indicações de Deleuze para pensarmos os fatores de anticriação que a memória representa quando nela predomina o modelo da recognição. Desse modo, o processo de criação depende de que a memória se esquive ou escape desse modelo e passe a conectar ou compor relações entre os elementos desconexos provenientes do caos para dar origem a uma nova composição, seja ela artística, filosófica, científica etc. Em termos subjetivos, tal operação proporciona uma saída das maneiras habituais de relação com o mundo e a consequente composição de novos modos de pensar, perceber e sentir, possibilitando assim a criação de modos inéditos de existência. Palavras-chave: Memória; Arte; Criação; Recognição; Gilles Deleuze. * Professor Adjunto do Departamento de Psicologia da UFF, Rio das Ostras, RJ, Brasil. Contato: [email protected] Revista Trágica: estudos de filosofia da imanência – 2º quadrimestre de 2015 – Vol. 8 – nº 2