Lógica e Raciocínio Universidade da Madeira http://dme.uma.pt/edu/LeR/ Introdução 1 Lógica “... é a ciência que estuda os princípios e aproximações para estabelecer a validez da inferência e demonstração: é a ciência dos princípios formais do raciocínio.” Como surge a Lógica Os retóricos e sofistas Gorgias, Hippias, Prodicus, e Protagoras (Sec 5 B.C.). cultivaram a arte de defender ou atacar uma tese pelo significado dos argumentos. argumentos Os sofistas foram os primeiros a demandar que a moral fosse justificada pela razão. As aprendizagens particulares de alguns sofistas e retóricos são significativos para os princípios da lógica. Per P exemplo, l Pitá Pitágoras f i o primeiro foi i i a distinguir di ti i diferentes tipos de sentenças: Perguntas, Respostas, Orações e Requisitos. 2 Como surge a Lógica Sócrates, no Eutifrón diz que não é somente falar das coisas q que são p piedosas e das q que são ímpias p mas sobre a natureza única delas, isto é compreender: As características distintivas da piedade faz com que toda a coisa seja ou não piedosa. A existência dum ideal de Piedade e Impiedade que sirva de modelo para todas as coisas que sejam piedosas ou ímpias. Um pouco de História Platão introduz a teoria das ideias ou abstracções; Aristóteles apresenta o raciocínio dedutivo e sistematizado; Euclides estabelece o método axiomático. 3 Um pouco de História Os tratados de lógica de Aristóteles (384(384 332 a.C.), conhecidos como Organón, contêm o primeiro tratamento sistemático das leis do pensamento relacionado com a aquisição de conhecimento. Um pouco de História Originalmente, Originalmente argumentos nos pelos humanos. para demonstrar como o seguinte: a lógica lidou com idiomas naturais usados Por exemplo, foi utilizado a validade de argumentos Todos os homens são mortais. Sócrates é um homem. Então, Sócrates é mortal. 4 Um pouco de História Alguns problemas ... Ambiguidade da linguagem natural; Paradoxos: O paradoxo do mentiroso “Esta frase é falsa”; Etc. Etc Posteriormente ... Só no século XIX, XIX a lógica formal é constituída como ciência independente da filosofia, George Boole e Augustus De Morgan: as fórmulas algébricas podem ser usadas para expressar perfeitamente relações lógicas. 1847 – George Boole “The Mathematical Analysis of Logic” 5 Posteriormente ... Exemplo a * (b +c) = (a*b) + (a*c) é similar a a (b c) = (a b) ( a c) Posteriormente ... Leibniz, “Ars Leibniz Ars combinatoria 1664 1664” no qual sustenta a possibilidade de construir um idioma simbólico artificial cuja estrutura representasse o pensamento e permitisse liberar o estudo lógico das incertezas da linguagem natural. 6 Posteriormente ... B. Bolzano, Wissenschaftslehre (Teoria da ciência) 1837 e Paradoxien des Unendlichen (Paradoxos do infinito) 1851. Uma proposição é um objecto real cuja verdade ou falsidade é independente do sujeito que os pensa; o conceito de verdade é realmente objectivo, i.e., não é epistémico nem psicológico. Uma proposição é universalmente válida quando todas as suas variantes são verdadeiras. verdadeiras Posteriormente ... •Frege 1879, 1879 Begriffschriff (Notação Conceitual) A lógica como linguagem das matemáticas Este trabalho é a base fundacional da lógica moderna, já que pela primeira vez é apresentado um sistema de lógica totalmente formalizado. 7 Posteriormente ... Russell e Whitehead (Principia Mathematica) Levar a cabo o programa fregeano de derivar a matemática da lógica, mas evitando a aparição dos paradoxos que o mesmo Russell tinha achado em Grundgesetze der Arithmetik (leis fundamentais da aritmética) de Frege. Hilbert, Grundlagen der Geometrie (Fundações da geometria) Apresenta o termo metamatemática para referir a disciplina que estuda t d a linguagem li objecto bj t da d matemática. t áti Posteriormente ... O Primeiro Teorema de Incompletude de Gödel: Kurt Gödel provou que um sistema formal que seja bastante poderoso para formar proposições sobre o que pode ser provado, sempre haverá proposições verdadeiras que o sistema pode expressar mas não pode provar. O Segundo Teorema de Incompletude de Gödel: Um sistema formal que seja bastante poderoso para formar declarações sobre aritméticas não pode provar a sua própria consistência. 8 Chega de Historia Historia, vamos formalizar Introdução Sistema Formal 9 Quê significa Formal? Antes de falar do significado de formal analisaremos a frase usada no título . O que é que tento obter ou responder? O que será aceite como resposta? A pergunta pergunta, é claro claro, tem como objectivo obter o significado da palavra Formal Mas qual é o significado de “Significa”? ¿ Quê significa “Significa”? Intuitivamente, obtiver o significado de algo Intuitivamente (signo) e procurar o “conceito” ou “conteúdo nocional” desse algo Objeto Conceito 10 Quê significa Formal? De acordo com o dicionário (da língua espanhola, traduzido ao meu portunhol): • • • • • relativo a forma; de acordo com as regras ou formalidades genuíno, í textual t t l terminante categórico Exemplos de coisas formais Matemática Xadrez, Damas Um programa de computador Um contrato t etc. 11 Formalismo Deve estar definido pôr regras que controlam a situação e no devem existir ambiguidades nem vazios de decisão. Sempre deve quedar perfeitamente definida a validez de um movimento As A regras não ã devem d permitir iti conflitos flit Um formalismo e caracterizado pôr a definição e o uso de regras não ambíguas Sistema Formal conjunto de elementos carentes de “conjunto significado e dotado de regras explícitas que estabelecem as suas relações” Isso não quer dizer que não possamos atribuir-lhe t ib i lh algum l significado i ifi d a seus termos t e as suas fórmulas, nesse caso falamos que o interpretamos. 12 Sistema Formal: Componentes Sintaxe Teoria de prova Semântica Cálculo Sintaxe Regras bem definidas de formação da linguagem. Alfabeto: conjunto finito de símbolos abstractos. Regras de formação: Regras que mostram como combinar os elementos do alfabeto Fórmulas (bem formadas): Combinações do alfabeto a partir das regras de formação. 13 Sintaxe Exemplo: Alfabeto {a,*} Regras de formação: 1. a e uma fórmula bem formada (fbf) 2. Se X é uma fbf,, então *X é uma fbf Pergunta: Quais não são fbf ? a, *a, **a, *a*, *a*a Teoria de Prova Axiomas (ou postulados): Fórmulas bem formadas que são admitidas sem demonstração. Regras de Inferência: Regras de manipulação de fórmulas da linguagem para obtenção de novas fórmulas. 14 Teoria de Prova Teorema: Uma fórmula que se deriva dos axiomas mediante a aplicação de regras de manipulação. Demonstração: Processo pelo qual se mostra t que um teorema t se deriva d i de d um conjunto de axiomas mediante a aplicação de regras de manipulação Semântica Significação ou sentido das fórmulas da linguagem Isto é, há um compromisso explícito na relação dos símbolos da linguagem com o domínio. Este compromisso semântico permite discutir a adequação e a veracidade do conhecimento. U cálculo Um ál l pode d ter t mais i de d uma semântica. â ti E possível que a semântica e a teoria de prova não se adaptem. 15 Interpretação Uma interpretação proporciona um significado para cada um dos símbolos de um cálculo, de modo que toda fbf é verdadeira ou falsa sob essa interpretação. Uma interpretação é um modelo para um conjunto S de fbf se toda fbf de S e verdadeira baixo essa interpretação. Propriedades de um Sistema Formal Um sistema formal é: consistente se o conjunto de seus axiomas não conduz, aplicando as regras de transformação, a teoremas contraditórios entre eles. correcto se toda fbf demonstrável no sistema e verdadeira em todas as interpretações completo se toda fbf que é verdadeira em todas as interpretações e demonstrável na teoria 16 Propriedades de um Sistema Formal Um sistema formal é: Decidível: se existe um procedimento efectivo mediante o qual, em um número finito de passos, se determina se uma fórmula é ou não um teorema da teoria. Satisfatível se tem pelo menos uma interpretação adequada, i.e., quando tem pelo menos um modelo. Exemplo: Sintaxe: Alfabeto: {a,b,c,d} Regra de escrita: Toda fórmula deve incluir pelo menos dois dos elementos Axiomas ab ac ab, Regra de inferência Se X é teorema, aX é teorema 17