J. Bras. Nefrol Insuficiência Renal Crônica P-490 P-491 A N-ACETILCISTEÍNA TEM EFEITO PROTETOR NOS ESTÁGIOS PRECOCES E TARDIOS DA DOENÇA RENAL CRÔNICA. SEGURO, A. C.; SHIMIZU, M. H. M. ARAÚJO, M.; MENEZES, L. F. INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE MEDICINA USP, DISCIPLINA DE NEFROLOGIA ALTERAÇÕES PLEUROPULMONARES NA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA CUNHA FLA, SILVA JHC, COSTA MM, COELHO RW. HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JOÃO DE BARROS BARRETO (HUJBB) E DISCIPLINA DE NEFROLOGIA UFPA-CCS, BELÉM-PA. Os marcadores da peroxidação lipídica, como o malondialdeído (MDA), estão elevados no plasma e na urina dos pacientes com insuficiência renal crônica (IRC). A aldosterona contribui para a lesão renal nos modelos experimentais de IRC. O objetivo deste trabalho foi de determinar o efeito do antioxidante N-acetilcisteína (NAC) sobre a função renal e a aldosterona plasmática de animais com IRC. Ratos Wistar machos foram submetidos à ablação de 5/6 da massa renal Os ratos foram tratados ou não com NAC (600mg/L na água de beber) iniciado 7 dias ou 60 dias após a nefrectomia (Nx). Os estudos de clearance foram feitos 120 dias após Nx em 5 grupos de 6 animais cada: 1- sham; 2- sham + NAC a partir do 7o dia; 3- Nx; 4- Nx+NAC a partir do 70 dia; 5- Nx+NAC a partir do 60odia. Foram determinados o clearance de inulina (RFG,ml/min/100g peso), a proteinúria (UVpr.,mg/24hs.); a aldosterona plasmática (Aldo,ng/ml), a relação potássio/sódio urinários(Uk/UNa) e o MDA urinário (MDA,nM/24hs.). Os resultados são expressos como média± e.p.; a p<0.001 vs. Sham; b p<0.001 vs. Nx 120d Objetivo: conhecer a prevalência das alterações pleuropulmonares nos doentes com IRC.Metodologia: estudo retrospectivo, analítico, transversal em 40 pacientes internados no HUJBB no período entre 1996 a 2001, escolhidos aleatoriamente. Resultados: predomínio na idade > 60 anos com 37,5% (15/40); 52,5% (21/40) sexo feminino e 46,5% (19/40) do sexo masculino.As doenças renais de base mais freqüentes foram a Nefropatia hipertensiva com 32.5% (13/40) e a nefropatia diabética com 25% (10/40).Encontrou-se distúrbios relacionados com as complicações pleuropulmonares: hiponatremia em 40% (16/40), anemia em 97,5% (39/40) com média de 8,2 ± 2 g Hb, hipoalbuminemia em 100%, função renal com depuração da creatinina abaixo de 10 ml/min - 97,5% (39/40) e acidose metabólica em 56,4% (22/39).Identificou-se pneumonia em 32,5% (13/40), derrame pleur al em 45% (18/40), associação de pneumonia com derrame pleural em 15% ( 6/40) e pulmão urêmico em7,5% (3/40).Evolução para óbito em 17,5% (7/40). Não foi estabelecido o diagnóstico etiológico das pneumonias e não houve registro de tuberculose pulmonar .Não houve diferença significativa na prevalência entre os sexos.Não houve associação de risco ocupacional para doenças pulmonares. Conclusões: A elevada prevalência de pneumonia reflete a susceptibilidade aumentada para doenças infecciosas na IRC.As complicações pleuropulmonares ocorreram em pacientes mais idosos e contituiram importante comorbidade relacionada com o óbito na IRC. Grupos Aldo. Sham 11 ± 2 Sham+NAC 15± 2 Nx 120d 134±12a Nx 120d+NAC 59±2a Nx120+60dNAC 31±4a RFG Uk/UNa UVpr. MDA 0.83 ± 0.05 0.93 ± 0.02a 0.16± 0.03a 0.45 ± 0.04ab 0.51±0.03ab 0.9 ± 0.0 1.8 ± 0.3 5.1±· 0.7a 2.2± 0.7b 1.3±0.1b 5±1 3±1 217 ± 10a 187 ±10a 134±22a 18. ± 2 15 ± 2 303 ± 51a 101± 6ab 127±15ab A ingestão diária de NAC foi igual nos 2 grupos. A pressão arterial foi maior nos grupos Nx. A excreção urinária de MDA aumentou 20 X nos animais Nx e foi reduzida pela NAC. A NAC atenuou significantemente a queda da RFG, com diminuição da proteinúria, queda da aldosterona plasmática e da relação Uk/UNa (marcador indireto da ação tubular da aldosterona). Em conclusão, a NAC tem um efeito protetor no modelo animal de IRC mesmo quando administrada tardiamente. Este efeito está associado a uma diminuição da aldosterona e do estresse oxidativo. P-492 P-493 APLASIA ERITROIDE PURA CAUSADA POR ANTICORPO ANTIERITROPOIETINA - RELATO DE UM CASO MOREIRA, R. M. P. ;MAGALHÃES, M. C. VIEIRA, L. M. S. F.; SANTOS, O. R.; PEREIRA, H. N. C. HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GAFFREÈ E GUINLE - UNIRIO ARTERIOLOPATIA CÁLCICA URÊMICA PRECIPITADA PELO USO DE CUMARÍNICO: RELATO DE CASO. FILGUEIRAS, R. S. KEEN, L.; ANDRADE, J. A. M.; ROCHA, P. T.; GOMES, C. L. R.; MAIA, M. C. A.; SOUZA, E. R. M.; RUZANY, F. HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Introdução: Pacientes com Insuficiência Renal Crônica (IRC) e anemia tratados com eritropoietina recombinante humana (EPO), que desenvolvem aplasia eritroide pura (AEP) causada por anticorpo antieritropoietina tem sido observados com mais frequência nos últimos anos. O diagnóstico é suspeitado quando o uso de EPO por algumas semanas ou mais não produz resposta, com necessidade ou não de transfusão, menos que 10000/mm_ reticulócitos, nenhuma alteração nos leucócitos ou plaquetas. A confirmação de AEP é feita através do aspirado de medula óssea e/ou presença de anticorpos antieritropoietina. Relato de um Caso: Acompanhamos um homem de 66 anos que desenvolveu AEP durante o tratamento com EPO. O paciente estava sob tratamento hemodialítico desde outubro de 2002 devido a pielonefrite crônica. A EPO foi iniciada na mesma época (Ht=26%) por via subcutânea, com boa resposta inicialmente (Ht=32%). Após 8 meses desenvolveu anemia importante (média de Ht=16,1%), apesar do aumento de EPO, chegando a 200 UI/Kg/sem, necessitando transfusão mensal (média de 1,3/mês). Manteve média de reticulócitos de 11800/mm_, ferro sérico alto (média de 214 mcg/dl) e ferritina alta (média de 2230 ng/dl). Nenhuma evidência de doença viral, sangramento crônico, deficiência de vitaminas ou infecção foi encontrada. O mielograma e a biópsia óssea confirmaram o diagnóstico de AEP. A droga foi suspensa em abril de 2004 e a necessidade de transfusão permanece. Os anticorpos antieritropoietina em junho/2004 foram encontrados em títulos altos (32,7%). Conclusão: Embora sendo rara a produção de anticorpo antieritropoietina devemos considerar esta hipótese em pacientes com anemia resistente ao uso de EPO sem evidência de outras causas. A suspeição do diagnóstico deve ser aventada mesmo com reticulócitos acima de 10000/mm_. Deve-se evitar a via subcutânea devido à maior imunogenicidade, preferindo via endovenosa XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia V.M., branco, M, 60 anos, renal crônico em HD há 6,5 anos, com história de trombose venosa profunda em fev/2003 e uso de warfarin, teve dose de cumarínico reduzida em março de 2003, após o que surgiu lesão eritematosa em face interna da coxa D, dolorosa em queimação. Iniciada antibioticoterapia sem melhora clínica, tendo a lesão progredido com crosta enegrecida central e surgidas novas lesões similares em membros inferiores. Internado no Hospital Universitário Pedro Ernesto em 31/03/03 para esclarecimento diagnóstico. Aos exames laboratoriais apresentava 8 mg/dL de fósforo, duplo produto de 71,20, PTH 443 pg/mL e plaquetopenia, motivo pelo qual foram suspensos sais de cálcio, iniciado Al(OH)3 e procedida HD sem heparina, com banho pobre em cálcio. Radiografias com calci ficação aorto-ilíaca-femoral bilateral, reabsorção subperiostal de falanges medianas e distais das mãos e lesões cranianas em sal e pimenta. Biópsia de pele compatível com calcifilaxia. Constatado adenoma de paratireóide em cintilografia, tendo sido indicada paratireoidectomia. Ficou dependente de prótese ventilatória no pós operatório imediato, tendo evoluído no segundo dia com febre e choque fulminante inexplicados. Este caso ilustra a gravidade da arteriolopatia cálcica urêmica – também conhecida como calcifilaxia - cuja incidência é crescente na população renal crônica, com mortalidade de até 80%, geralmente por sepse, a despeito de tratamento intensivo. Na grande maioria dos casos, está associada ao hiperparatireoidismo, podendo ser precipitada pelo uso de drogas anticoagulantes, corticosteróides e ferro parenteral. Sua apresentação inicial, indistinguível de uma celulite comum, pode comprometer o diagnóstico precoce – ferramenta essencial para tratamento imediato e melhora prognóstica. Desta forma, há de se enfatizar que o surgimento de lesão cutânea após o uso de cumarínicos em pacientes renais crônicos deve levantar a suspeita de arteriolopatia cálcica urêmica, independente do aspecto dermatológico inicial. 175 Insuficiência Renal Crônica J. Bras. Nefrol P-494 P-495 ASPECTOS DE NUTRIÇÃO E INFLAMAÇÃO EM UMA POPULAÇÃO DE RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE LEITE JÚNIOR, M. ;FERRAZ, L.; VIANNA, M. N. BARREIRA, A. L.; CARDOSO, L. R.; ORNELLAS, J. F. R. SERVIÇO DE NEFROLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO E CENTRO INTEGRADO DE NEFROLOGIA, REALENGO, RJ ASPECTOS DEMOGRAFICOS, EPIDEMIOLOGICOS, SOCIOECONOMICOS E NUTRICIONAIS DE IDOSOS COM DOENCA RENAL CRONICA OLIVEIRA, L. A. ;HENRIQUES, V. T. ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G. NIEPEN- NÚCLEO INTERDISCIPLINAR DE ESTUDOS E PESQUISAS EM NEFROLOGIA- UFJF Introdução: A desnutrição protéico-calórica é comum nos pacientes com insuficiência renal crônica. Constitui-se um importante preditor de morbi-mortalidade nestes pacientes, onde recentemente, foi identificada a associação de desnutrição, inflamação e aterosclerose. Este estudo teve por objetivo verificar a associação entre desnutrição e inflamação, e as diferenças entre os grupos inflamado (GI) e não inflamado (GNI) segundo as variáveis de interesse: medidas antropométricas (MA) e características laboratoriais (CL) em um grupo de pacientes em programa regular de hemodiálise (HD). Métodos: 65 pacientes (39M/26H), estáveis, sem doença aguda, em HD há mais de 6 meses, foram submetidos à avaliação subjetiva global (SGA) e a mensuração das MA após a 2ª sessão da semana (IMC, DCT, percentual de adequação da DCT, CB, % CB, CMB e % CMB). A SGA foi usada para classificar o estado nutricional. Amostras de sangue foram colhidas antes da 2ª sessão da semana para: proteína C reativa (PCR), uréia, creatinina, albumina, fósforo, hemoglobina e colesterol. Calculou-se PNA e KT/V. Resultados: Idade média: 49,7/51,7; anos em HD (4 [16,0-1,0]). Não houve associação entre inflamação e desnutrição. Não houve diferença estatisticamente significativa entre o GI e o GNI quanto às características laboratoriais, exceto para a albumina. A albumina foi menor no GI com uma tendência de significância estatística (3,47 x 3,63, P=0,05). O IMC, a DCT, o %DCT e a CMB não foram diferentes entre os dois grupos. Diferença estatisticamente significativa foi observada entre o GI e o GNI, respectivamente para as demais MA: CB (27,6± 3,95 e 30,1±5.02, P<0,05); %CB (93,0[100,1-84,0] e 95[110,5-86,3], P<0,05); %CMB (93[102-91] e 104[113,893], P<0,05). Conclusão: Neste grupo de pacientes renais crônicos em HD, o estado inflamatório crônico não se associou à desnutrição quando esta foi avaliada pela SGA. Quando as medidas antropométricas foram analisadas, uma menor massa muscular foi observada no grupo cronicamente inflamado e também uma tendência a menor albuminemia. Introdução: A freqüência de doenças crônicas degenerativas é mais incidente na terceira idade. A investigação dietética em idosos representa um dos principais fatores da avaliação do estado de saúde deste grupo, bem como aspectos demográficos, epidemiológicos e sócio-econômicos. Objetivos: Caracterização do perfil demográfico, epidemiológico, sócio-econômico e nutricional de pacientes idosos com DRC. Métodos: Foram estudados 37 pacientes, sendo 19 do sexo masculino. O diagnóstico nutricional foi realizado a partir do índice de massa corporal (IMC), prega cutânea triciptal (PCT), circunferência braquial (CB), circunferência muscular do braço (CMB) e % de gordura estimada pelo somatório das pregas cutâneas. O consumo dietético foi analisado a partir do registro alimentar de 3 dias. As demais características estudadas foram obtidas através de questionário. Resultados: Os níveis de escolaridade encontrados corresponderam: fundamental (29,72%), fundamental incompleto (29,02%), ensino médio e médio incompleto (16,20%), superior (10,81%), sendo 16,20% analfabetos. Em relação à habitação, 91,89% possuíam casa própria, e apenas um idoso reside sozinho, ao estado civil, 72,97% eram casados, 13,51% viúvos, 10,81% solteiros e 2,7% divorciados. Foram encontrados 94,89% aposentados, por invalidez (52,90%), tempo de serviço (34,28%) e idade (14,28%). Foram verificados que 16,21% estavam em atividade. As rendas familiar e individual foram respectivamente (1204,76 + 1006,44; 698,48 ± 837,21). De acordo com o consumo alimentar, a quantidade de calorias/kg de peso ajustado foi de 24,11 ± 5,02 e de proteínas correspondeu a 1,34 ± 1,58, sendo 49,0% de AVB, as % de carboidratos e lipídios foram respectivamente (51,78 ± 11,25; 30,34 ± 9,18). Os resultados antropométricos encontram-se na tabela. Conclusões: A maioria dos pacientes apre sentou baixo nível de escolaridade, no entanto são aposentados possuindo assim renda própria. Os fatores morar com outras gerações, baixo nível de escolaridade, a DRC, gastos com o tratamento e sedentarismo podem ter interferido negativamente no consumo de energia e proteínas, assim como nos valores de % de gordura corporal, sugerindo riscos nutricionais. Por fim, é fundamental a implementação de ações de assistência social e educacional direcionadas aos idosos para iniciar a melhora do quadro nutricional deste grupo. Tabela – Antropometria dos idosos com DRC Antropometria Média + DP IMC (Kg/m2) 27,13 ± 3,79 PCT (mm) 22,20 ± 8,43 % adequação PCT 127,74 ± 42,22 CB (cm) 27,27 ± 5,86 %adequação CB 92,78 ± 14,61 CMB (cm) 21,34 ± 3,74 %adequação CMB 86,96 ± 15,99 % gordura corporal 34,11 ± 7,13 Massa corporal gorda (kg) 22,62 ± 5,82 Massa corporal magra (Kg) 44,16 ± 9,83 P-496 P-497 ASSOCIAÇÃO DAS ISOFORMAS N-DOMÍNIO DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA I COM DISFUNÇÕES DO SISTEMA RENAL, NO MODELO DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA (IRC), EM RATOS WISTAR E ESPONTANEAMENTE HIPERTENSOS (SHR) ARITA, D. Y. ;RONCHI, F. A.; TEIXEIRA, V. . P. C.; CASARINI, D. E. DEPARTAMENTO DE MEDICINA, DISCIPLINA DE NEFROLOGIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP AVALIAÇÃO DA COLONIZAÇÃO POR STAPHYLOCOCCUS AUREUS EM PACIENTES REALIZANDO DIÁLISE PERITONEAL AMBULATORIAL CONTÍNUA (CAPD), APÓS USO DE MUPIROCIN BARBOSA, D. TAKEI, D.; BELASCO, A.; BITTENCOURT, A. R. C.; DICCINI, S.; SESSO, R. C. C. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP Introdução: O sistema renina-angiotensina é conhecido como um sistema endócrino cuja substância ativa, a angiotensina II (AII), é formada por uma clivagem seqüencial do angiotensinogênio pela renina e a enzima conversora de angiotensina I (ECA). A AII, agindo de forma multivariada, participa da manutenção da homeostasia cardiovascular e renal através do controle fino do metabolismo de fluidos e eletrólitos. Em estudos de nosso laboratório, foram detectadas em urina de ratos Wistar as isoformas da ECA de 190 e 65 kDa, perfil semelhante ao descrito para os indivíduos normotensos; e na urina de ratos espontaneamente hipertensos (SHR), foram identificadas as isoformas de 80 e 65 kDa (fragmentos N-terminais da ECA) repetindo o perfil encontrado para indivíduos hipertensos leves. Em adição, num estudo comparando modelos experimentais, tais como 1R1C e Doca-sal, cujo fator determinante do aparecimento das isoformas é um fator físico, e várias cepas geneticamente modificadas, sugeriu-se que a isoforma de 90 kDa é um potencial marcador genético de hipertensão. Assim, temos como objetivo, associar disfunções do sistema renal com possíveis alterações na expressão protéica e/ou atividade enzimática das isoformas da ECA (190, 90 e 65 kDa) em um modelo in vivo de doença renal progressiva, a insuficiência renal crônica (IRC). Métodos: Utilizamos nefrectomia de 5/6 em ratos Wistar, que consiste de redução cirúrgica de massa renal. Realizamos medições periódicas do peso corporal e da pressão arterial, dosagem de proteinuria 24 horas, creatinina serica e análise por Western blotting. Resultados: Observamos uma diminuição do peso corporal logo após as cirurgias sham e nefrectomia 5/6, seguida de um aumento do peso ao longo das 8 semanas. O grupo Nx5/6 apresentou variação da pressão durante o mesmo período, além de um aumento significante dos valores de proteinúria 24 horas e creatinina sérica, comparado ao grupo controle. Nos tecidos renais e na urina pré- e pós cirurgia, a expressão das isoformas da ECA foi analisada pelo método de Western blotting, onde foram detectadas bandas de 135 e 72 kDa no rim e de 160 e 65 kDa na urina. No rim, as expressões/síntese das duas isoformas estavam diminuídas nos ratos Nx5/6, em relação aos ratos do grupo controle, cujos dados corroboram com o estudo morfológico onde observamos glomerulosclerose de 43% no grupo submetido à ablação renal em relação ao controle, infiltração túbulo intersticial, depósito de matriz mesangial e túbulos com sedimentos proteináceos. (Financiado pela FAPESP) 176 Objetivos: Avaliar se o uso de mupirocim reduz a colonização por Staphylococcus aureus em pacientes submetidos a CAPD, avaliar o perfil de sensibilidade dos Staphylococcus aureus em relação à meticilina, analisar o perfil molecular das amostras de Staphylococcus aureus. Pacientes e Métodos: Foram incluídos no estudo 60 pacientes que faziam CAPD e realizada coleta de cultura de secreção nasal e de local de saída do cateter de Tenckhoff, de todos os pacientes, totalizando 120 amostras. Este material foi submetido à análise microbiológica para identificação do S.aureus conforme as normas do National Committe for Clinical-Laboratory Standards - NCCLS. Uma vez selecionadas as amostras foi determinada a concentração inibitória mínima (MIC) e realizada a tipagem molecular através da técnica de ribotipagem automatiza. Resultados: Das 120 amostras coletadas, cinco cepas de S. aureus foram isoladas e apresentaram resistência a meticilina (MIC ≥ 256 µg /ml). A tipagem molecular mostrou que estas amostras apresentavam um perfil molecular com o mesmo ribotipo, sugerindo a possibilidade de disseminação clonal deste microorganismo entre os paciente tratados no serviço. Conclusão: Houve significante redução da colonização por Staphylococcus aureus , tanto no orifício de saída do cateter peritoneal como na mucosa nasal em pacientes em CAPD após o uso crônico de mupirocin, a maioria das cepas encontradas foram multiresistentes a meticilina - MRSA (MIC>256 mg/ml) e nenhuma resistente à vancomicina, os MRSA apresentaram, segundo o perfil molecular, o mesmo ribogrupo, o que pode indicar a transmissão deste microorganismo entre os pacientes tratados no serviço. XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia J. Bras. Nefrol Insuficiência Renal Crônica P-498 P-499 AVALIAÇÃO DA DIETA, DOS PARMETROS BIOQUÍMICOS E DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS PRÉDIALISADOS MAFRA, D.; REIS, A. L. M. F.; CALDEIRA, S. A. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, PROPP-UFF, FAPERJ AVALIAÇÃO DA DISFUNÇÃO ERÉTIL EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA EM HEMODIÁLISE FIGUEIREDO, C. E. P.; KROTH, L. V.; SEIBEL, I. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA E CIÊNCIAS DA SAÚDE (NEFROLOGIA), IPB/HSL/FAMED DA PUCRS A ingestão de nutrientes e energia por pacientes com doença renal crônica pré-dialisados deve ser estritamente controlada, visto que os metabólitos resultantes da degradação protéica são altamente tóxicos para o organismo destes pacientes. Além disso, a análise do valor calórico das dietas ingeridas é fundamental para o controle do estado nutricional. Os parâmetros bioquímicos, também são de extrema importância para o controle ambulatorial e prescrição dietética. Assim, este trabalho teve como objetivo analisar a ingestão de nutrientes e energia, e verificar o perfil dos valores bioquímicos em pacientes renais crônicos pré-dialisados. Foram estudados 47 pacientes (16 homens e 31 mulheres) atendidos no Ambulatório de Nefrologia do Hospital Universitário Antônio Pedro - HUAP UFF. A média de idade desses pacientes foi de 55,7 +/- 14,2 anos, apresentavam índice de massa corporal de 26,3 +/- 5,2Kg/m2 e depuração de creatinina de 31,7 +/- 18,6 mL/min. A análise da dieta foi realizada por Software Virtual Nutri da FSP-USP, a partir do inquérito alimentar de um dia. O consumo de energia foi de 26,6+/- Kcal/Kg/dia e a ingestão protéica de 1,3 +/- 0,6g/Kg/dia, variando de 0,25 a 2,7 g/Kg/dia. Em 78,7% dos pacientes, a ingestão protéica foi superior a 0,8g/Kg/dia e, 66% apresentavam ingestão calórica abaixo de 30Kcal/Kg/dia. Com relação aos parâmetros bioquímicos, observamos que em 17 pacientes analisados, 47% apresentavam valores de hematócrito abaixo do normal e em 29% dos pacientes, os valores de hemoglobina estavam abaixo de 11g/dL, a média de ferritina foi de 196 +/- 180ng/dL, sendo que 45,5% dos pacientes estavam com valores abaixo de 100ng/dL. Houve correlação negativa entre os valores de hemoglobina e creatinina sérica (r = - 0,63 p< 0,01) e de uréia (r = - 0,56 p< 0,02). Os valores de fósforo e produto Ca x P estavam dentro do normal, no entanto, 34% dos pacientes apresentavam hipercalemia. Observou-se que estes pacientes tinham baixo consumo calórico e, ingestão protéica acima do recomendado, o que pode levar a algumas complicações metabólicas com o decorrer da doença, bem como piora do estado nutricional. Anemia é um problema comum em pacientes renais crônicos e vimos nesta pesquisa que, mesmo ainda na fase pré-dialítica, há um percentual elevado de pacientes anêmicos, e que a anemia piora com o declínio da função renal. A orientação nutricional deve ser feita para que haja uma adequação da ingestão de macro e micronutrientes. Além disso, a análise dos parâmetros de anemia deve ser feita periodicamente e se necessária, a suplementação de ferro realizada o mais rápido possível. Introdução: Disfunção erétil (DE) é freqüente em pacientes com IRC em hemodiálise (HD), sendo a prevalência estimada em 75% no Rio Grande do Sul (RS). Objetivo: Avaliar fatores associados à DE em pacientes masculinos com IRC em HD no RS. Pacientes e Métodos: Estudo multicêntrico com os pacientes masculinos (idade 20-60 a), em 9 centros de HD no RS. Variáveis consideradas: tempo em diálise, diabete, PA média, tabagismo, uso diário de bebida alcoólica, albumina, creatinina, cálcio, fósforo, potássio, uréia, hematócrito e hemoglobina. DE foi avaliada através de questionário auto aplicado pelo paciente. Os seguintes aspectos foram avaliados: diminuição da atividade sexual, desempenho sexual, tentativas de relação sexual com sucesso, relacionamento com a parceira, satisfação sexual e interesse sexual. Na análise estatística foi utilizadoos testes de correlação de Pearson ou de Spearman para variáveis paramétricas e não paramétricas, respectivamente. As comparações feitas pelo teste t de Student ou de Mann-Whitney. Resultados: A amostra constituiu-se de 150 pacientes de nove centros de hemodiálise. A idade e o tempo médio dos pacientes em diálise foram, respectivamente, 46±10 anos e 34±24 meses. Não houve correlação das variáveis subjetivas de avaliação de disfunção sexual com o tempo em diálise, pressão arterial e níveis de creatinina, cálcio, fósforo, hematócrito e hemoglobina. Houve correlação inversamente significativa dos níveis de albumina sérica com atividade sexual (r:- 0,300, p:0,006), diminuição no prazer ou na satisfação sexual (r:-0,255, p:0,024), mais problemas com desempenho sexual (r:-0,247, p:0,027) e menor interesse sexual (r:-0,322, p:0,004). Os níveis de potássio sérico correlacionaram-se inversamente com ocorrência de alterações no prazer ou satisfação sexual (r:-0,216, p:0,022). Pacientes com diabete apresentaram significativamente menor atividade sexual (p:0,044 ) e pior desempenho sexual (p:0,041) quando comparados com os não diabéticos. Não houve diferença significativa entre pacientes com transplante ou diálise peritoneal previamente à HD ou pacientes tabagistas. Pacientes que ingeriam bebidas alcoólicas diariamente apresentaram significativamente melhor desempenho sexual (p: 0,039) quando comparados com pacientes sem história de consumo de álcool. Conclusão: A função sexual de pacientes urêmicos em diálise esteve relacionada aos níveis de albumina e potássio. Pacientes diabéticos e com menor albumina apresentavam pior desempenho sexual e diminuição na atividade sexual. Melhores níveis de albumina, também, relacionaram-se com mais desejo sexual e maior satisfação sexual. O consumo diário de álcool esteve relacionado a maior capacidade de realizar atividades sexuais. P-500 P-501 AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE DO TRATAMENTO DA ANEMIA, HIPERFOSFATEMIA E HIPERPARATIREOIDISMO OLIVEIRA, M. C. ;ROCHA, K. B.; GONÇALES, J. P.; SILVA, A. C.; NEVES, F. A. R. UNIVERSIDADE DE BRASíLIA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRATAMENTO CONSERVADOR DA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA COELHO, S. N.; VALE, E.; CHAVES, C.; NEIVA, T.; FALCÃO, K. R. W.; GALINDO, A.; CARVALHO, M.; GALINDO, T. DEPARTAMENTO DE NEFROLOGIA/UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Introdução: O acompanhamento terapêutico dos pacientes com IRC é complexo, pois frequentemente associam-se ao quadro múltiplas comorbidades, obrigando a utilização de um grande número de medicamentos. Ademais, a polimedicação está associada a vários problemas relacionados com os medicamentos, como por exemplo, ao aparecimento de falha terapêutica. O objetivo deste estudo foi avaliar a efetividade terapêutica relacionada ao tratamento da anemia, hiperfosfatemia e hiperparatiroidismo em pacientes submetidos ao tratamento hemodialítico, co-morbidades tratadas com medicamentos de alto custo. Métodos: O estudo analisou 77 pacientes, 49 homens e 28 mulheres com idade média de 46,81 e 43,15 anos, respectivamente, em tratamento hemodialítico na Unidade de Hemodiálise da Sociedade de Clínica Médica em Brasília, DF. Foram coletados resultados de exames laboratoriais (hematócrito - HTO, níveis plasmáticos de fosfato-P, cálcio, ferritina, índice de saturação de transferrina- IST e paratormônio – PTH) dos últimos 12 meses assim como os exames laboratoriais referentes ao mês de maio/2004 quando foi realizada uma entrevista para análise dos medicamentos efetivamente utilizados. Resultados A média do HTO foi de 33,56 ± 3,49%. Considerando os 12 meses de estudo ou somente 6 meses, apenas 8% e 50% mantiveram os níveis de HTO acima de 33%, respectivamente Quando analisamos os pacientes que estavam em uso de eritropoetina (hEPO) 32,24% apresentavam HTO acima de 33%. Por outro lado, 75% dos pacientes apresentavam níveis de ferritina entre 100-800 ng/mL e em 25% os níveis estavam acima de 800ng/mL. Somente 3% dos pacientes apresentaram níveis de P entre 3,5 e 5,5 mg/dL nos 12 meses de estudo e 34% dos pacientes possuíam a média anual do produto Ca x P acima de 55 mg2/dL2. Dos 16 pacientes que utilizavam o cloridrato de sevelamer 44% possuíam o produto Ca x P abaixo de 55 mg2/dL2. O PTH estava acima de 300 pg/mL em 43% dos pacientes. Conclusão: Em nossos pacientes, a disponibilização de medicamentos de alto custo pelo SUS, sem a realização do acompanhamento farmacoterapêutico, não garante a efetividade do tratamento da anemia, hiperfosfatemia e hiperparatiroidismo, podendo inclusive trazer alguns riscos como o excesso de ferro no organismo. XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia A doença renal crônica (DRC) causa elevado transtorno sócio-econômico à população. O progresso no entendimento da fisiopatologia e do tratamento da DRC, propiciou a melhora na sobrevida dos pacientes e nas possibilidades do tratamento, aumentando o número de pacientes diagnosticados e tratados. Em conseqüência ocorreu elevação nos custos dispensados pela sociedade com a doença renal. Esses fatos têm preocupado os gestores de saúde nos países desenvolvidos e iniciado questionamentos nos sub-desenvolvidos. Todavia, no Brasil os esforços para o diagnóstico precoce e o tratamento da DRC, também são iniciais. A DRC evolui em estágios de acordo com o comprometimento renal. A evolução para a fase terminal da DRC depende da doença de base e sua atividade; bem como, dos fatores de risco do paciente. O seguimento ambulatorial conservador da DRC permite melhorar as condições de saúde e da qualidade de vida do paciente, retardar a progressão e iniciar a terapia renal substitutiva, quer seja diálise ou transplante de modo mais planejado e sem transtornos para o paciente e seus familiares. O presente trabalho deve analisar as condições da qualidade de vida de pacientes portadores de DRC em seguimento no ambulatório de tratamento conservador da DRC, no HC-UFPE. Além disso, irá estruturar o treinamento de profissionais de saúde para equipes mutli-disciplinar para o atendimento dessa patologia. 177 Insuficiência Renal Crônica J. Bras. Nefrol P-502 P-503 AVALIAÇÃO DE PARMETROS DE SAÚDE BUCAL EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA PECOITS FILHO, R.; BRAOSI, A. P. CASAGRANDE, R.; SOUZA, C. M.; LUCZYSZYN, S. M.; TREVILATTO, P.; RIELLA, M.; PECOITS FILHO, R. CENTRO DE PESQUISA RIM, DIABETES E HIPERTENSÃO (RDH) – FUNDAÇÃO PRÓ-RENAL DE CURITIBA, CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE, PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ (PUCPR) AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DO ZINCO (ZN) EM PACIENTES HEMODIALISADOS CRÔNICOS. MONTE, S. J. H.; SANTANA, R. S. AMORIM, A. C.; ALMEIDA, F. A. S.; SANTOS JÚNIOR, J. R.; CARVALHO, C. M. B.; MONTE NETO, J. T.; CASTRO, J. A. F.; NOGUEIRA, N. N.; MARREIRO, D. N. INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ E CLINEFRO Introdução: Relatos têm evidenciado saúde bucal precária em pacientes renais crônicos. No Brasil, estudos são escassos no tangente à avaliação de indicadores de saúde bucal nesses pacientes. O objetivo deste estudo retrospectivo foi avaliar parâmetros de saúde bucal em uma população brasileira de doentes renais crônicos. Material e Métodos: Para tanto, foram analisados os prontuários de 283 pacientes do Centro de Odontologia da Fundação Pró-Renal, em Curitiba/PR, atendidos no período de 2001 a 2004, sendo 155 pacientes em hemodiálise (HD) (54%), 91 transplantados (Tx) (32%), 23 em diálise peritoneal (DP) (8%) e 14 indivíduos em pré-diálise (Pre) (6%). Os seguintes parâmetros foram investigados: índice de dentes cariados, perdidos e obturados (índice CPO-D), presença de cálculo dental, condições de higiene bucal e relato de halitose. Resultados: A população de pacientes era composta de homens (53%) e mulheres (47%) com idade média de 43±13 anos. Tais pacientes apresentaram índice CPOD médio significativamente elevado quando comparado ao reportado para a população do município de Curitiba, CPO-D = 20,6 e 3,0, respectivamente. A média de dentes cariados foi alta (5,4±4,4), bem como de dentes extraídos (9,7±8,7). As condições de higiene bucal foram consideradas deficientes para a maioria dos pacientes (83%) e correlacionaram-se à cárie dentária (p = 0,005). A grande maioria dos pacientes apresentava cálculos dentais, e a prevalência de cálculos foi significativamente maior em pacientes em HD (92%), quando comparados a DP (69%) e Tx(82%) (p<0.01). Houve relato de halitose por 55% dos pacientes. Pacientes transplantados relataram menos halitose (39%) , quando comparados à relatada nos grupos em Pre (71%), HD (61%) e DP (69%) (p<0,001), possivelmente indicando a correção de toxinas urêmicas exaladas após o transplante. Conclusões: Os parâmetros avaliados sugerem condições de saúde bucal deficientes na população de pacientes renais crônicos. Programas odontológicos de suporte devem ser instaurados na tentativa de minimizar a influência de agentes bacterianos predisponentes a complicações sistêmicas, especialmente cardiovasculares, nesses pacientes. Introdução: O Zn é um micronutriente essencial. A deficiência de Zn tem sido relatada em pacientes renais crônicos em tratamento hemodialítico, decorrente de uma redução na ingestão e absorção intestinal, além de alterações da biodisponibilidade. O objetivo do presente estudo foi determinar o nível plasmático de Zn em pacientes hemodialisados crônicos de um serviço de hemodiálise (HD) de Teresina, PI. Métodos: estudo transversal, tendo como critério de elegibilidade estar há pelo menos seis meses em programa regular de HD com ausência de intercorrências clínicas. O Zn plasmático foi medido antes da sessão de HD por espectrofotometria de absorção atômica. Paralelamente foram analisadas as variáveis de sexo, idade, tempo de HD, diagnóstico etiológico, anemia, saturação de transferrina e uso de medicamentos: eritropoetina (EPO), ferro endovenoso (FeEV) e cálcio. Resultados: Foram estudados 101 pacientes sendo 59% do sexo masculino. As medianas de idade e tempo em HD foram, respectivamente, 55 anos e 36 meses. A GNC foi o diagnóstico etiológico predominante. 75,3% dos pacientes estavam anêmicos, 91,1% apresentavam saturação de transferrina normal e 92% faziam uso de EPO. Apenas dois pacientes não estavam com suplementação de cálcio e dois pacientes faziam uso de FeEV. A ocorrência de Zn plasmático abaixo de 70mg/dL foi de 53%, assim distribuídos: 11,3% entre 40 e 50 mg/dL; 33,9% entre 51 e 60 mg/dL e 55% entre 61 e 70 mg/dL. Não houve associação significativa entre os pacientes com deficiência de zinco e as variáveis estudadas. Conclusão: Deficiência de Zinco é freqüente entre os pacientes portadores de IRC submetidos à hemodiálise. As conseqüências desta deficiência deveriam ser mais bem avaliadas nestes pacientes para indicar a suplementação do mineral. P-504 P-505 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DOS PACIENTES EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO NA SANTA CASA DE BELO HORIZONTE PENIDO, M. G. M. G.; SILVA, A. C.; CANÇADO, I. A.; CAMPOS NETO, M. S.; SILVA, G. M. C. SANTA CASA DE BELO HORIZONTE - MG AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS PLASMÁTICOS DE TIÓIS NA PROGRESSÃO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA PECOITS FILHO, R. ;CRIMINÁCIO, C. AVELES, P.; NAKAO, L.; GONÇALVES, S.; RIELLA, M.; PECOITS FILHO, R. CENTRO DE PESQUISA RIM, DIABETES E HIPERTENSÃO (RDH) – FUNDAÇÃO PRÓ-RENAL DE CURITIBA, CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE, PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ (PUCPR) Introdução: Estudos têm mostrado que pacientes em hemodiálise (HD) apresentam anormalidades nutricionais significativas: redução da concentração plasmática, de proteínas viscerais e índices antropométricos, que elevam sua morbidade. O objetivo desse estudo foi analisar o perfil nutricional dos pacientes em HD no Centro de Diálise da Santa Casa de Belo Horizonte. Métodos: avaliou-se 310 de 360 pacientes em HD, durante 01/04 a 31/05/04. Incluiu-se pacientes > de 15anos (a), com pelo menos 03 meses (m) de tratamento. Analisou-se: albumina, linfócitos, uréia, creatinina (Cr), hematócrito (Htc), hemoglobina (Hb), potássio, fósforo, cálcio, iPTH; Avaliação Subjetiva Global (SGA) de acordo com Martins, 2001 e antropometria, após HD. Resultados: 53,0%M; entre 15 e 87a, com ponto de corte de 15 a 34,9a, 35 a 44,9a, 45 a 64,9a e > 65a. Tempo de tratamento de 3 a 223 meses (m), com ponto de corte de abaixo de 12m, 12,1 a 60m, 60,1 a 120m e > 120,1m. Principal etiologia de IRC: causa indeterminada (30,5%). Médias: albumina (4,1g/dl), Hb (10,0g/dl), P (4,5mg/dl) e Ca (8,6mg/dl) dentro da normalidade. Linfócitos e Htc abaixo do normal. iPTH acima do desejado. Índice de Massa Corporal (IMC) satisfatório (23,1 kg/m2), não diferindo entre os sexos. Porcentagem de gordura corporal acima do normal para mulheres (30,5%) e abaixo para homens (18,0%). 47,5% dos pacientes apresentam desnutrição com prega cutânea triciptal (PCT) e/ou circunferência muscular do braço (CMB) < ao P5 (Tabela Frisancho–EUA) e a maioria dos parâmetros bioquímicos estão menores na população feminina desnutrida. 79% dos pacientes em risco nutricional pelo SGA. Esse estudo é preliminar e novos dados serão posteriormente incorporados para maiores análises e intervenções. Conclusões: a maioria dos pacientes encontra-se dentro da normalidade para IMC, PCT, CMB e em risco nutricional pelo SGA; a maioria dos dados bioquímicos está adequada, entretanto, os valores de iPTH estão anormalmente elevados. Propõe-se melhor controle da ingestão de cálcio e fósforo nesses pacientes, resgate daqueles que estão sob risco nutricional e manutenção nutricional dos demais. 178 Introdução: Pacientes portadores de doença renal crônica (DRC) apresentam sinais de estresse oxidativo que vem sendo relacionado a complicações cardiovasculares desta patologia. A diminuição da capacidade antioxidante de pacientes urêmicos tem sido proposta como uma das causas do estresse oxidativo. A concentração plasmática de tióis representa um dos componentes do estado antioxidante circulante. Este estudo teve como objetivo analisar o comportamento dos tióis plasmáticos em relação à função renal na progressão da DRC. Material e Métodos: Estudamos 59 pacientes com DRC (idade média 57±12 anos, 46% homens). Os pacientes foram classificados em estágios 1 a 5 (de acordo com a classificação proposta pela National Kidney Foundation) a partir da estimativa da taxa de filtração glomerular (TFG - fórmula MDRD). A concentração plasmática de tióis totais foi determinada pelo método de DTNB e ajustada para os níveis plasmáticos de albumina. Resultados: A mediana da TFG foi de 48ml/min (entre 9 a 126ml/min), e os níveis plasmáticos de tióis foram de 101±25mM/mg-alb. A concentração de tióis encontrava-se reduzida em paralelo à redução da TFG (143mM/mg-alb, 109mM/mg-alb, 109mM/mg-alb, 88mM/mg-alb e 83mM/mg-alb respectivamente para os estágios de 1 a 5 da DRC) (p<0,0001). Adicionalmente, observamos uma correlação significativa entre a concentração plasmática de tióis e a TFG (r= 0,36, p<0,001). Conclusão: Pacientes com DRC apresentam uma redução da concentração plasmática de tióis durante a progressão da doença. Esta redução da capacidade antioxidante observada em pacientes com DRC avançada pode representar um fator de risco para o aparecimento de estresse oxidativo. XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia J. Bras. Nefrol Insuficiência Renal Crônica P-506 P-507 AVALIACAO EPIDEMIOLOGICA DE PACIENTES SOROPOSITIVOS PARA HIV NA GRANDE RECIFE - PE VALENTE, L. M. ;GALINDO, M. C. T.; MAGALHAES, M. S. C. CAVALCANTE, M. A.; NEIVA, R.; COELHO, S. N. UNOVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO AVALIACAO NUTRICIONAL E PERFIL SOCIO ECONOMICO DE PACIENTES DIABETICOS COM DOENCA RENAL CRONICA EM TRATAMENTO CONSERVADOR HENRIQUES, V. T.; OLIVEIRA, L. A. FERNANDES, N.; ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G. NIEPEN- NÚCLEO INTERDISCIPLINAR DE ESTUDOS E PESQUISAS EM NEFROLOGIA- UFJF Introdução: Com o advento de combinações de drogas antivirais a sobrevida de pacientes (p) anti-HIV positivos (pHIV) vem melhorando. A prevalência desses p em diálise (D) é de cerca de 1% nos EUA, mas em áreas endêmicas dos EUA há prevalência de até 30% de p pHIV em D. No Brasil não há dados quanto a prevalência desses p em D, bem como suas características e possível correlação com a doença de base. Objetivos: Avaliar a prevalência de p pHIV em D na Grande Recife em maio/2004 (GR/M4) bem como suas características clínico-epidemiológicas e relacionar as causas da insuficiência renal crônica terminal (IRCT). Métodos: Avaliar através de entrevista/questionário os p pHIV em D crônica (mais de 3 meses deD) na GR/M4. Resultados: Entre os 1780 p em D na GR/M4 observou-se 9 (0,5%) p com pHIV, sendo que 1 foi excluído da amostra por ter menos de 3 meses em terapia dialítica. O sexo masculino 6/8(75,0%) e a raça negra 5/8(62,5%) foram predominantes na amostra. A idade média foi de 45 anos e mediana de 37 (variação:19 a 56). O tempo de diagnóstico pHIV foi de 3 meses a 12 anos, e o tempo do diagnóstico do pHIV até o início da D variou de 0 a 10 anos. 5/8 (62,5%) dos p tiveram o diagnóstico no início da D e outros 3 (37,5%) tinham diagnóstico prévio ao início da D (12, 10 e 1 ano antes) . O tempo médio de D foi de 24 meses (3 a 48). Eles dialisavam , em 4 das 12 unidades da GR/M4. A hemodiálise era a terapia em 6 (75,0%) p e a DPA em 2 (25,0%). Dois p tinham diagnóstico histológico, sendo: 1GESF colapsante e 1 outro de glomeruloesclerose nodular difusa. Este último tinha proteinúria progressiva e Diabetes Mellitus há pelo menos 5 anos. Dois outros sabiam ter proteinúria antes de iniciar terapia dialítica e 4 não sabiam nada à respeito de sua doença antes do início da D. Conclusão: A prevalência de pacientes pHIV na GR/M4, o sexo masculino e a raça negra foram semelhantes a da literatura. Quanto a provável causa da IRCT neste grupo, pelo menos um p apresentava nefropatia do HIV e 2 com probabilidade desta afecção, um apresentava nefropatia diabética e em 50% dos casos a etiologia da IRCT permaneceu indeterminada. Introdução: O Diabetes Mellitus constitui um grave problema de saúde pública apresentando impacto na morbidade. A DRC é uma das conseqüências desta patologia. O perfil sócio-econômico e nutricional é fundamental no direcionamento de ações educativas. Objetivos: Realizar análise do perfil nutricional, identificar as características sócioeconômicas de pacientes diabéticos com DRC em tratamento conservador e verificar a etiologia da DRC. Métodos: Foram avaliados 23 pacientes com idades entre 22 e 81 anos, sendo 11 do sexo masculino. Foram realizadas avaliações antropométricas utilizando índice de massa corporal (IMC), % de gordura a partir das pregas cutâneas e massa corporal magra, além da avaliação dietética pelo registro alimentar de 3 dias. As características sócio-econômicas foram obtidas a partir de protocolo específico.. Resultados: O IMC encontrado foi de 29,73 ± 4,59, sendo que houve diferença estatística quando com parado por sexo ( F= 31,57 ± 5,15, M = 27,72 ± 2,95). A porcentagem de gordura corporal foi de 36,36 ± 7,91, sendo que no sexo feminino foi verificada maior em relação ao masculino (F=42,35 ± 5,19; M= 29,51 ± 3,47), o contrário ocorreu em relação a massa corporal magra (F=41,09 ± 7,81; M= 55,22 ± 6,30) (p<0,05), sendo que a média total desta foi de 47,69 ± 10,04. No consumo alimentar as calorias/Kg de peso ideal foram de 30,04 ± 11,56. A quantidade de proteínas por Kg de peso ideal foi igual a 0,94 ± 0,30, sendo 54,24% de AVB. As porcentagens de carboidratos e lipídios foram respectivamente (50,23 ± 9,06 e 35,87 ± 8,40). Não sendo verificada diferença em relação ao sexo. Dos pacientes estudados 95,65% possuem casa própria, 8,69% são analfabetos e 52% possuem ensino fundamental completo ou incompleto. A religião predominante é a católica (82,60%). Dentre eles, 19 são atendidos pelo SUS e 4 por plano de saúde. As rendas familiar e individual são respectivamente, 6400 ± 6654,82; 965,22 ± 490,83 (p<0,05) e 2742,5 ± 3562,6; 606,25 ± 533,89 (p=0,05). Destes, 73,91% eram aposentados, sendo que 58,80% tiveram como causa invalidez. A nefropatia diabética foi a causa mais freqüente da DRC (65,21%), vindo após a nefroesclerose hipertensiva (17,39%).Conclusões: Em relação ao estado nutricional, os pacientes apresentam excesso de peso (sobrepeso ou obesidade) e de acordo com a % de gordura corporal possuem risco aumentado de doenças associadas à obesidade. As quantidades de proteínas de AVB correspondiam às necessidades nutricionais, visto que a renda familiar dos pacientes apresentou-se elevada, assim como a renda do mesmo. A implementação de ações multidisciplinares de educação continuada é fundamental, direcionando a melhora do estado de saúde refletindo assim na qualidade de vida dos pacientes. P-508 P-509 BACTEREMIA EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS SUBMETIDOS A TRATAMENTO DIALÍTICO ATRAVÉS DE CATETER VENOSO CENTRAL (CVC) BARBOSA, D. A. ;GROTHE, C. BETTENCOURT, A. R. C. .; BELASCO, A.; DICCINI, S.; CARNEIRO, L. A. V.; SESSO, R. UNIFESP CARACTERISTICAS ANTROPOMETRICAS NUTRICIONAIS DE PACIENTES COM DOENCA RENAL CRONICA EM DIFERENTES ESTAGIOS DA DOENCA HENRIQUES, V. T.; OLIVEIRA, L. A. FERNANDES, N.; ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G. NIEPEN- NÚCLEO INTERDISCIPLINAR DE ESTUDOS E PESQUISAS EM NEFROLOGIA- UFJF Introdução: As infecções hospitalares constituem um grave problema de saúde pública por ocuparem um lugar de destaque entre as causas de morbidade e letalidade. Cerca de 70% das infecções hospitalares são causadas por microorganismos da microbiota endógena do paciente e o restante proveniente de agentes infecciosos encontrados no ambiente hospitalar. Infecções em pacientes em diálise parecem progredir mais rapidamente do que em pacientes não urêmicos e podem ser muito mais complicadas conforme o acesso dialítico. Metodologia: Selecionamos todos os pacientes (156) que realizaram hemodiálise por cateter venoso central (CVC), no período de um ano no Hospital São Paulo – UNIFESP. Parâmetros clínicos de todos os pacientes foram evoluídos no período, assim como, investigação laboratorial e microbiológica, Rx de tórax, e cultura da ponta do cateter. Resultados: O tempo médio de internação destes pacientes foi de 51 dias e o tempo médio de permanência do cateter foi de 31 dias. Dos 156 pacientes acompanhados, 98 (62,8 %) manifestaram bacteremia, destes 63 (64,3%) apresentaram cultura positiva no local de inserção do CVC (36 – 36,7% gram positivos, 15 – 23,8% gram negativos e 12 – 19% fungos) e 33 (33,7 %) culturas positivas da ponta de cateter (8 – 24,2% gram positivos, 23 – 69,7% gram negativos e 2 - 6,1% fungos). Entre as complicações relacionadas à bacteremia destacamos os 55 (56,1%) casos de septicemia e os 27 (27,5 %) casos de endocardite, dos quais 14 (51,8%) pacientes evoluíram para o óbito. Conclusões: A incidência de bacteremia em pacientes que fazem uso de CVC mostrou-se muito elevada, assim como, a evolução da mesma para quadros infecciosos de grande magnitude. A taxa de mortalidade foi elevada nos pacientes que evoluíram com endocardite. Medidas preventivas e reciclagens poderiam ser adotadas para os cuidados relacionados com pacientes que fazem uso de CVC em hemodiálise. Introdução - A avaliação do estado nutricional tem como objetivo identificar distúrbios nutricionais, possibilitando uma intervenção dietética adequada. Em pacientes com DRC em tratamento conservador, o estado nutricional pode ajudar a retardar a progressão da doença e também se associa a mortalidade após o início da terapia de substituição renal. Objetivo - Avaliar o estado nutricional de pacientes com DRC em diferentes estágios da doença. Métodos - Pacientes com DRC, de ambos os sexos, com idade entre 81 a 22 anos, em tratamento conservador, foram divididos em estágios de progressão da doença, segundo a proposta do NKF(K/DOQI) de acordo com o ritmo de filtração glomerular (RFG): estágio II (RFG: 89-60 mL/min./1,73m2, n=6); III (RFG: 5930mL/min./1,73m2, n=28); IV (RFG: 29-15 mL/min./1,73m2, n=35) e V (RFG: <15mL/min./1,73m2, n=9). Foi avaliado o estado nutricional, através de parâmetros antropométricos (Tabela), a % de gordura corporal foi estimada através do somatório das 4 pregas cutâneas. Resultados - Foi verificado maior índice de massa corporal (IMC) nos pacientes no estágio II e III em relação aos estágios inferiores. De acordo com a circunferência braquial (CB) e a circunferência muscular braquial (CMB) os pacientes do estágio V foram classificados com desnutrição moderada. A % de gordura corporal dos pacientes foi maior do que 25% indicando risco de doenças associadas à obesidade. A massa corporal magra diminuiu conforme aumentou os níveis da DRC. Tabela – Média e desvio padrão dos parâmetros antropométricos em diferentes estágios de progressão da DRC Estágios da DRC II III IV V IMC (Kg/m2) 33,3± 6,9a 28,3 ± 4,7b 25,9 ± 4,3c 25,25 ± 2,3c % adequação ao peso ideal 152,3 ± 29,8a 132,3 ± 23,3b 120,1 ± 19,6c 115,5 ± 14,0c CB (cm) 30,3 ± 3,4 29,8 ± 5,9 27,6 ± 5,1 23,3 ± 5,8 % de adequação ao p50 97,8 ± 12,2a 99,68 ± 19,1a 94,6 ± 12,3a 76,5± 18,9b CMB (cm) 23,5 ± 3,5a 22,0 ± 4,0a 22,1 ± 2,7a 17,2 ± 6,2b % de adequação ao p50 90,0 ± 17,6 91,4± 17,6 90,8 ± 11,8 71,2± 25,4 PCT (mm) 21,6 ± 6,3ab 27,0 ±10,3a 19,8 ± 7,6ab 19,2 ± 5,1ab % adequação ao p50 162,9 ± 53,0a 141,8 ± 47,1ac 115,0 ± 38,2b 106,7 ±21,0abc AMBc (cm2) 35,7 ± 13,1 31,9 ± 12,0 31,7 ± 8,5 23,1 ± 12,6 % de gordura corporal 29,8 ± 4,3 36,0 ± 7,9 33,0 ± 7,3 36,83 ± 2,5 Massa corporal magra (Kg) 57,0 ± 6,7a 46,9 ± 9,2b 43,5 ± 8,8bc 34,16 ± 2,4c Massa de gordura (kg) 24,1 ± 3,3ab 26,6 ± 8,0a 21,2 ± 5,6ab 19,8 ± 0,7ab * p<0,05 ANOVA. Duncan´s Multiple Range Conclusão- Estes resultados sugerem uma diminuição dos parâmetros antropométricos conforme a evolução da DRC. XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia 179 Insuficiência Renal Crônica J. Bras. Nefrol P-510 P-511 CARDIOPROTEÇÃO EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA CARMO, W. B. ; ABRITA, R. R.; SUASSUNA, N. F.; ANDRADE, L. C. F.; PAULA, R. B.; BASTOS, M. G. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA COMPARAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DOENÇA RENAL CRÔNICA SOB DIFERENTES TRATAMENTOS MARTINS, C.; LEINIG, C. PECOITS FILHO, R.; SCUR, E.; GONÇALVES, S.; RIELLA, M.; CENTRO DE PESQUISA RENAL, DE DIABETES E HIPERTENSÃO (RDH) – FUNDAÇÃO PRÓ-RENAL DE CURITIBA, CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE, PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ (PUCPR) Introdução: A doença cardiovascular (DCV) é a principal cause de causa de morbi-mortalidade nos pacientes com doença renal crônica (DRC). No presente trabalho avaliamos a prevalência de DCV e a implementação das medidas de cardioproteção no nosso ambulatório atenção multidisciplinar ao renal crônico. Métodos: Os prontuários de pacientes com acompanhamento _6 meses foram analisados. A filtração glomerular (FG) foi estimada pela fórmulo do estudo MDRD. Avaliou-se o uso de medicações como o ácido acetilssalicílico (AAS), os b-bloqueadores (B-bloq), os inibidores da ECA (IECA) e as estatinas. Resultados: Foram incluídos 134 pacientes. A média de idade foi de 58,7 ± 14,2 anos, o clearance de creatinina 27,5 ± 13,6 ml/min. Noventa e dois porcento eram hipertensos, 46,2% tinham dislipidemia, 14,1% eram tabagistas e 29,1% diabéticos. Desta população, 47 pacientes (35%) eram portadores de DCV sendo que sua prevalência aumentava com a redução da função renal. Dos pacientes com DCV 65,9% tinham pressão arterial maior que 130/80 mmHg; 51% utilizavam AAS, 25,5% B-bloq, 76,5% IECA, 12,7% bloqueadores AT1 e 10,4% estatinas. Conclusão: A DCV é comum nos pacientes com DRC na fase pré-dialítica e a sua prevalência aumenta com a progressão da doença renal. O uso de medicações cardioprotetoras é relativamente baixa e muitos pacientes têm controle pressórico inadequado Introdução: A composição corporal é um importante marcador do estado nutricional. Objetivo: avaliar a composição corporal, através de um método padrãoouro, de controles saudáveis e pacientes com DRC sob três modalidades de tratamento: pré-diálise, hemodiálise (HD) e diálise peritoneal (DP). Metodologia: foi avaliada a composição corporal através do dual energy x-ray absorptiometry (DEXA) em 123 pacientes (56 homens e 67 mulheres), representando 65 pacientes em pré-diálise, 28 em HD, 30 em DP e 30 indivíduos saudáveis. Resultados: A idade média dos pacientes foi: pré-diálise = 57,5±11,8; HD = 45,0±11,7; DP = 47,5±13,0; e controle = 46,6±12,2 anos. Tempo em diálise: HD = 3,2±2,8, e DP = 2,0±1,7 anos. Quanto ao índice de massa corporal (IMC): pré-diálise = 28,4±4,8; HD = 25,1±4,2; DP = 25,4±4,3; e Controles = 25,2±3,8 kg/m2. Houve diferença significativa entre o IMC do grupo pré-diálise comparado com os outros três grupos (p<0,01). Não houve diferença significativa no IMC entre HD, DP e controle. A massa corporal magra (MM) em quilogramas e em porcentagem, respectivamente, foi de: pré-diálise = 46,7±11,4 (65,7±9,8%); HD = 45,1±9,1 (70,5±11,0%); DP = 46,0±8,1 (68,5±8,2%); e Controles = 44,9±8,3 (66,7±7,4%). Não houve diferença na MM entre os grupos. Quanto à gordura corporal (MG), em quilogramas e em percentagem, os resultados mostraram, respectivamente: pré-diálise = 23,1±8,4 (31,3±10,1%); HD = 16,7±8,6 (25,6±11,3%); DP = 19,5±7,9 (28,5±8,6%); e Controles = 20,6±7,3 (30,1±7,7%). Houve diferença significativa na MG somente entre os grupos pré-diálise e HD (p<0,006). Conclusão: Pacientes em diálise (HD e DP) não apresentam diferença significativa entre si e comparados aos indivíduos saudáveis quanto à composição corporal. Indivíduos em prédiálise apresentam MG significativamente maior que aqueles em HD, indicando que a obesidade pode influir na mortalidade de indivíduos durante a progressão da DRC ou que fatores catabólicos relacionados à diálise interferem na composição corporal reduzindo a MG. P-512 P-513 COMPARAÇÃO DAS ALTERAÇÕES RENAIS ENCONTRADAS EM RATOS COM DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) AVALIADOS APÓS 30 E 90 DIAS BREGMAN, R.; LEMOS, C. C. COIMBRA, T.; NEFROLOGIA UERJ, FISIOLOGIA USP RIBEIRÃO PRETO CONTRIBUIÇÃO DO DIABETES MELLITUS PARA O DESENVOLVIMENTO DA INSUFICIENCIA RENAL CRONICA TERMINAL EM RECIFE XAVIER, L. B.; FENSG-FESP A evolução da DRC é influenciada pelo tempo e pelos hormônios sexuais. Estudamos ratos Wistar por 30 e 90 dias (D). Grupos: controles (C,n=8, 30D; n=9, 90D); controles castrados (Cc,n=5, 30D; n=7, 90D); ratos submetidos à nefrectomia 5/6 (DRC,n=5, 30D; n=13, 90D); e DRC castrados (DRCc, n=5, 30D; n=8, 90D). Os resultados estão expressos como média + DP. A creatinina sérica foi maior nos grupos DRC. A proteinúria (PTN) foi significativamente mais elevada no grupo DRC 90 D, (PTN 90D: DRC=554+69 mg/24h vs DRCc=277+85 mg/24h; PTN 30D: DRC=91+35 mg/24h vs DRCc=39+17 mg/24h). A hipertrofia do rim remanescente foi mais acentuada após 90 D: DRC=1,73+0,09g; DRCc=1,53+0,06g; 30D: DRC=1,25+0,13g, DRCc=1,23+0,13g. O volume glomerular foi maior após 90 D no grupo DRC e tendeu a ser maior no grupo DRCc. Volume mesangial foi semelhante entre os grupos e maior quando comparado com C. O índice de esclerose glomerular e o dano túbulo-intersticial foram maiores no grupo DRC 90D, estando aumentado também no grupo DRCc 90D em comparação com o Cc. A fibronectina avaliada nos glomérulos e na córtex, não estava presente nos grupos DRC após 30 D; entretanto estava significativamente elevada nos grupos DRC após 90D, estando maior no grupo não castrado. Sugerimos que o aumento da PTN observado no grupo DRC após 90 D, acentuou as lesões observadas e, que os hormônios masculinos aceleraram a evolução da DRC. Introdução: O Diabetes Melllitus é uma doença que ocorre no mundo todo, inde pendente de raça, sexo. religião e classe social. Dentre as complicações do diabetes, a Nefropatia Diabética constitui a principal causa de Insuficiencia renal crônica termminal em países desenvolvidos. Métodos: O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência da nefropatia diabética em pacientes em programa de diálise na cidade do Recife em dezembro de 2000, como provável causa de insuficiencia renal crônica. utilizou-se o banco de dados da Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, foram estudados 1.470 pacientes, dentre estes, 89,6% dializavam na rede privada e 10,4% na rede pública. Resultados: O diabetes foi uma causa importante de de insuficiência renal crônica neste estudo (18,8%; n=276), ficando atrás de glomerulonefrite (33,6%) e hipertensão arterial (32%). Houve um predomínio do sexo masculino na população geral de pacientes em diálise (59,3%), com uma pequena queda entre os diabéticos (57,8%). Considerou-se que 86% dos diabéticos eram do tipo 2 e 14% do tipo 1. A idade dos pacientes, quando no início do tratamento dialítico, teve um pico de incidência entre 40 e 49 anos entre os pacientes diabéticos e de 50 a 59 anos entre os não diabéticos. O tempo de diálise destes pacientes foi em média de 2 anos e 8 meses. A modalidade de diálise que prevaleceu foi a hemodiálise (94%), porém, a diálise peritoneal ambulatorial contínua (10,5% vs 3,8%) e a diálise peritoneal intermitente (1,4% vs 0,8%) surgiram em proporções maiores em diabéticos se comparadas com não diabéticos. Conclusão: A nefropatia diabética é uma causa comum em nosso meio e os dados obtidos sugerem que o diabetes mellitus e/ou a nefropatia diabética podem estar surgindo mais precocemente na nossa região quando comparados com estudos realizados em outras regiões e que a enfermagem tem um papel fundamental na prevenção da nefropatia diabética e na promoção da qualidade de vida dos pacientes diabéticos a nível ambulatorial. 180 XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia J. Bras. Nefrol Insuficiência Renal Crônica P-514 P-515 CORRELAÇÃO DE DADOS CLÍNICOS E ECOCARDIOGRÁFICOS DE PACIENTES EM HEMODIÁLISE CASSI, H. V. ;HOKAZONO, S. R.; BUENO, J. F. L.; MARKS, S. G.; CARVALHO, J. R. M. M. INSTITUTO DO RIM DO PARANÁ DIÁLISE PERITONEAL AMBULATORIAL (CAPD/CCPD) PEDIÁTRICA - SOBREVIDA DO MÉTODO RIGATTO, S. Z. P. ;GONÇALVES, R. G. PRATES, L. C.; BRITTO, A. C. G.; BELANGERO, V. M. S. DEPTO DE PEDIATRIA - FCM - UNICAMP Introdução: Eventos cardiovasculares representam a principal causa de mortalidade de pacientes em hemodiálise, sendo a hipertrofia ventricular esquerda (HVE) o achado mais frequente e que tem sido associado a morte súbita. Objetivou-se então, avaliar a prevalência de alterações ecocardiográficos e seus fatores associados em portadores de insuficiência renal crônica (IRC) em diálise. Métodos: Foi realizado estudo seccional descritivo e retrospectivo em 30 pacientes portadores de IRC em hemodiálise no Instituto do Rim do Paraná. Dados clínicos e ecocardiográficos foram avaliados através de estatística descritiva e análise de regressão múltipla. Resultados: Foi identificada alta prevalência de HVE (80%), com predominância no sexo masculino, idade média de 55,2 anos (18-71) e tempo médio de diálise de 34,3 meses. Da amostra selecionada, 11 (36,6%) eram diabéticos. O índice de massa de ventrículo esquerdo (IMVE) foi superior a 150g/m_ em 67% dos homens e superior a 120g/m_ em 63% das mulheres. A análise de regressão múltipla revelou associação do IMVE com sexo masculino (R=0,33 e p<0,001), hipertensão arterial (R=0,52 e p<0,001) e anemia (R=0,32 e p<0,005).Não se observou correlação do IMVE e tempo de diálise ou diabete melito. Conclusão: A HVE é altamente prevalente em pacientes em hemodiálise estando diretamente associada a HAS e anemia. O controle da HAS e anemia são então, importantes alvos para redução da incidência dessas anormalidades potencialmente letais. CAPD/CCPD é considerado a melhor terapia substitutiva renal para crianças. O objetivo deste estudo é apresentar a sobrevida do método nas crianças acompanhadas num serviço pediátrico universitário. Casuística e Métodos: Através de revisão de prontuários, foram avaliados todos os pacientes que realizaram CAPD/CCPD de 01/1999 a 05/2004. Resultados: 49 crianças foram avaliadas, sendo 26 do sexo masculino e 23 do sexo feminino. A idade média ao início do programa foi de 9,48 (+- 5,2) anos e 11 delas eram menores de 6 anos de idade (22%). A etiologia da IRC foi Glomerulopatia em 22 casos (45%); MFTU em 18 casos (37%); Cistinose em 6 casos (12%), entre outros (16%). A distância média domicílio-centro foi de 99,7 Km. A principal complicação do método foi a peritonite, que ocorreu em 52% dos pacientes, numa incidência acumulada de 1 peritonite/20,4 paciente mês em média (99-04). Os motivos de saída do programa de Diálise Peritoneal foram positivos em 21 pacientes: Transplante renal (19 casos – 38,8%) e recuperação parcial da função renal em 2 casos (4,1%); e negativos em 9 casos: Peritonite (7 casos – 14,3%) e baixa ultrafiltração (2 casos – 4,1%); e por transferência ou opção em outros 4 casos (8,2%). Óbito ocorreu em 3 pacientes (6,1%) neste período. O tempo médio de permanência no programa foi de 29,58 meses (+-20,33m). A curva de sobrevida peritoneal foi de 76,26 meses, sendo de 97 % em 12 meses; 91% em 24 meses; 75,9% em 48 meses; 63% em 60 meses e 31% em 90 meses. Conclusão: O programa de CAPD/CCPD é excelente opção terapêutica para crianças em IRC terminal e o peritônio apresenta possibilidade de sobrevida extensa. Embora a perspectiva positiva para o Transplante renal seja sempre enfatizada, é reconhecida a importância da sobrevida do peritônio como possibilidade terapêutica sempre disponível. Portanto, é imperativo esforços para o controle dos fatores de risco de perda peritoneal, principalmente em relação às peritonites, reconhecida como principal fator de insucesso do método. P-516 P-517 DIETA HIPOPROTÉICA, CETOÁCIDOS E REDUÇÃO DA MORBIDADE POR ACESSOS PARA DIÁLISE DUENHAS, M.; LARANJA, S. M. R. LEME, G. M.; GONÇALVES, E. A. P. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO DISFUNÇÃO ERÉTIL E INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA. ESTUDO DE PREVALÊNCIA DE UMA PATOLOGIA SUBVALORIZADA. BESSA JÚNIOR, J. PASCHOALIN, E. L.; PASCHOALIN, R. P.; PASCHOALIN, V. P.; PRESÍDIO, S.; MOURA JÚNIOR, J. A. CLÍNICA SENHOR DO BOMFIM-FEIRA DE SANTANA-BA Introdução: O estado nutricional de pacientes no início do tratamento dialítico assim como o tipo de acesso têm sido relacionados a morbimortalidade destes pacientes, principalmente pelo risco de infecção relacionadas aos cateteres temporários e peritonites relacionadas ao cateter Tenckhoff sem treinamento para CAPD ou DPA.Para avaliar a possibilidade de redução da morbidade relacionada a esses implantes de acessos de emergência, foi utilizada uma dieta hipoprotéica com cetoácidos para pacientes com indicação de início imediato de diálise. Métodos: Foram avaliados 20 pacientes com clearance de creatinina < 11,9 ml/min e/ou uréia >174,9 mg/dl sem infecção, sangramentos ou estados catabólicos e orientados a iniciar dieta hipoprotéica (0,3 g/Kg de peso ideal/dia e 35 kcal/Kg peso ideal/dia) suplementada com cetoácidos (1 tablete/ 5 Kg peso ideal/dia) até o início do tratamento dialítico (HD). Os pacientes foram avaliados ao início da dieta, 15 e 30 dias após e/ou na entrada do programa dialítico ou transplante. Em todos os períodos foram submetidos a exame físico completo, exames laboratoriais (hemograma, paratormônio, uréia, creatinina, sódio, potássio, cálcio, fósforo, ácido úrico, proteínas totais e frações, colesterol total e frações, triglicérides, gasometria venosa, clearance de creatinina e de uréia, uréia urinária, proteinúria de 24h) e submetidos à avaliação do estado nutricional através de medidas antropométricas e ingestão de energia e proteínas. Resultados: Dos 20 pacientes, 10 (50%) iniciaram HD com fístula arteriovenosa, 4 (20%) tiveram que iniciar programa dialítico antes do acesso apto para o procedimento e 6 (30%) continuam em acompanhamento sem necessidade dialítica (Tempo médio de acompanhamento= 7,6 meses, Tempo mínimo = 2,4 meses e Tempo máximo = 17 meses). Não houve alteração do estado nutricional dos pacientes. Conclusão: A dieta hipoprotéica suplementada com cetoácidos pode ser usada para que se possa preparar os pacientes com acesso permanente para HD ou treinamento para DP, diminuindo sintomas urêmicos e morbidade relacionada a acessos de emergência sem prejuízo do estado nutricional ou emergência dialítica. XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia Introdução: Pacientes com Insuficiência Renal Crônica sofrem notável impacto negativo na qualidade de vida devido às limitações impostas pela doença e seu tratamento bem como pelas condições patológicas associadas. A Disfunção Erétil (DE) é uma destas condições que, apesar de potencialmente tratável, poucos pacientes se beneficiam dos recentes avanços diagnósticos e terapêuticos. O objetivo do presente estudo foi avaliar a prevalência e gravidade de tal condição numa população de renais crônicos bem como possíveis fatores de risco. Métodos: Foram avaliados 156 pacientes com idade média de 49,1(22-85) anos. Para avaliação da prevalência e gravidade da DE empregou-se o IIEF-5. Condições clínicas associadas e dados laboratoriais também foram reportados para avaliação de possíveis correlações. Resultados: DE foi observada em 78,06% dos pacientes, sendo classificada como grave em 36,12%,moderada em 25,16% e mínima em 16,77%.Idade > 50 anos [OR=4,97(2,3-10,4) IC 95%] e Hipertensão [OR=3,67(1,7-6,1) IC 95%] estão relacionados independentemente a algum grau de DE.Diabetes [OR 8,51(4,2613,7) IC 95%] e Hemoglobina < 8,0 ng/dl [OR 4,71(1,26-7,85) IC 95%] correlacionaram-se com a gravidade da DE. Da mesma forma, Idade e pontuação no IIEF5 mostraram uma correlação inversa, demonstrando que a gravidade da DE também aumenta com a idade.(r = - 0,505 e p < 0,001). Albumina sérica, Kt\V, classe dos anti-hipertensivos e duração do tratamento não se correlacionaram com a presença de DE. Apenas 8,4% dos pacientes renais crônicos referiram suas queixas ou receberam alguma forma de tratamento anteriormente ao nosso estudo. Conclusões: A DE é condição comum nos pacientes renais crônicos, e a sua prevalência aumenta significativamente com a idade, e é agravada por outras comorbidades como Diabetes e Anemia. Tais conhecimentos podem ser úteis no planejamento das ações de saúde objetivando a reabilitação integral e a melhora da qualidade de vida destes pacientes. A avaliação da DE deve ser incluída nos protocolos de avaliação e seguimento dos pacientes em tratamento hemodialítico 181 Insuficiência Renal Crônica J. Bras. Nefrol P-518 P-519 EFEITO DA ACIDOSE SOBRE A INTERAÇÃO GAG-LDL EM UM MODELO DE ATEROSCLEROSE EM COELHOS PECLY, I. M. D.; TOVAR, A. M. RANGEL, E.; MILER FILHO, N.; ROSARIO JÚNIOR, A.; MOURÃO, P. A. S.; CARDOSO, L. R.; ORNELLAS, J. F. R.; LEITE JÚNIOR, M. SERVIÇO DE NEFROLOGIA E LABORATÓRIO DE TECIDO CONJUNTIVO. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO EFEITO DO HIDROCLORETO DE SEVELAMER NO EQUILÍBRIO ÁCIDO BÁSICO COSTA, A. F. P.; FEIJO, M. J. F. RESURREIÇÃO, F. M.; GOUVEIA, E. A.; BARROS, A. A.; MACEDO, J. P.; MOTA, F. O.; SILVA, W. A.; VIVEIROS, M. A. W.; OLIVEIRA, C. A. SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL DO AÇÚCAR - MACEIÓ (AL) Introdução: Doença cardiovascular e aterosclerose acelerada constituem a maior causa de óbito nos pacientes renais. Acidose metabólica é uma condição persistente nestes pacientes. Os glicosaminoglicanos (GAGs) da parede arterial são responsáveis pela retenção de LDL, constituindo o evento inicial na aterogênese. Este estudo teve por objetivo avaliar o papel da acidose na modificação da composição dos GAGs de parede aórtica, em um modelo de aterogênese em coelhos. Métodos: Coelhos pesando entre 2,5 e 3,5 kg foram tratados por 60 dias de acordo com os seguintes protocolos: 1) Dieta gordurosa; 2) H2O com NH4Cl 0.75%; 3) Dieta gordurosa e H2O com NH4Cl 0.75%; 4) Dieta normal. Em seguida, os coelhos foram sacrificados e a aorta dissecada. Os GAGs foram extraídos, purificados, e determinados por dosagem de ácido hexurônico (mg/mg peso seco de aorta). Resultados: Não houve diferença na quantidade de GAG total entre os grupos 1 (1.85±0.35), 2 (1.9±0.14) e 4 (1.81±0.30). Entretanto, no grupo 1 foi observado uma diminuição de heparam sulfato (HS) (17.0%±4.4) e um enriquecimento de dermatam sulfato (DS) (42.0 %±8.0), em comparação ao grupo 4 (24.0%±7.0 para HS e 28.2%±2.5 para DS). No grupo 3, foi observado um aumento de 46% (2.65 ± 0.08) no conteúdo total de GAGs. A interação entre LDL humana e GAGs foi avaliada através da formação de complexos insolúveis medidos por aumento da turbidez. A LDL foi isolada de plasma humano normolipêmico. GAGs do grupo 3 exibiram maior capacidade para formar complexos insolúveis, o que pode ser explicado por aumento no peso molecular (MW), como evidenciado por SDSPAGE. Surpreendentemente, GAGs do grupo 1 exibiram uma redução nesta capacidade e um menor MW em relação a outros grupos. Conclusão: Neste modelo, a acidose em associação com a aterosclerose, induz a alterações na composição e peso molecular dos GAGs, favorecendo sua interação com a LDL. Estes achados constituem uma evidência de que a acidose crônica pode contribuir para o desenvolvimento da aterosclerose ao nível da interação LDL-GAG. Introdução: O hidrocloreto de Sevelamer é um composto livre de alumínio usado como quelante para o tratamento da hiperfosfatemia - evento frequente em pacientes com uremia terminal. Apesar da experiência clínica inicial ser satisfatória, sobretudo na diminuição dos episódios de hipercalcemia, tem-se relatado a possibilidade deste composto induzir redução do bicarbonato sérico. Método: Para observar o efeito do sevelamer no equilíbrio ácido-básico, foram observados 14 pacientes renais crônicos em hemodiálise, com hiperfosfatemia, submetidos a 12 horas semanais de hemodiálise, com tampão bicarbonato e cálcio 3,5 mEq/l no dialisato. Foram excluídos: diabéticos, hepatopatas, portadores de doença pulmonar crônica ou infecção ativa. A droga foi usada na dose de 2,4g ao dia junto às refeições. Os pacientes foram avaliados do ponto de vista clínico, laboratorial e por gasometria arterial nos tempos 0 e 60 dias. Sendo os mesmos mantidos rigorosamente sob esquema inalterado de dieta e de tratamento dialítico. Todos os dados foram expressos em média e DP, com significância atribuída a p < 0,05, quando da utilização do teste t de dados pareados. Resultados: Foram estudados 14 pacientes (8M, 6F), há 5,3 ± 1,6 anos em hemodiálise, idade 45,6 ± 12 anos. No tempo 0, o fósforo era 6,9 ± 1,9 mg/dl; o cálcio, 9,6 ± 0,7 mg/dl; o produto cálcio x fósforo, 66,5 ± 12,9 mg2dl2; a fosfatase alcalina, 215 ± 32,5 UI; o PTH era 367 ± 122 pg/ml. O pH era 7,33 ± 0,06; o HCO3era 16,3 ± 1,7 mEq/l. Após sessenta dias, a fosforemia diminuiu ( 4,8 ± 1,9 mg/dl, p = 0,001). O produto cálcio x fósforo também foi reduzido ( 42,5 ± 5,4 mg2dl2). O PTH, o cálcio e a fosfatase alcalina não se alteraram significativamente. O HCO3- elevou-se discretamente (20,3 ± 3,2, p = ns). O pH e os demais parâmetros não se alteraram significativamente. Conclusão:Na dose utilizada, no período de observação do presente estudo, o Sevelamer não alterou negativamente os níveis de bicarbonato sérico. P-520 P-521 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR BUSCANDO QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM IRC HONEY A. GOMES, ANA GLÓRIA S. GOMES, ROSA M. MALTA, LUANA N. KEEN CDR CASCADURA ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE - ÊNFASE PARA O METABOLISMO DO CÁLCIO E FÓSFORO FALCÃO, K. R. W. ;, GUEIROS, J. E. B.; GUEIROS, A. P. S.; LIMA, A. E. M.; CAVALCANTE, M. A. G. M.; MENEZES, C. R. N.; COELHO, S. T. S. N. INSTITUIÇÃO: SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFPE Introdução: A iniciativa deste trabalho se deu a partir da nossa observação, detectada durante entrevistas, da falta de informação dos usuários quanto ao tratamento quando chegam a clínica. Essa mesma desinformação os levam, , ao desestímulo aos desafios que a doença renal crônica impõe. Métodos: Foram realizados estudos mediante observações com os usuários. Várias palestras foram proferidas, ressaltando a necessidade de elevar a auto-estima, conseqüentemente melhorando a qualidade de vida, tudo isto baseado no conhecimento básico do Serviço Social e no real interesse dos usuários. Criamos um espaço de reflexão, na recepção da nossa clínica, com mural contendo mensagens bem visualizadas para nossos usuários, onde enfoca-se situações vivenciadas por eles com seus esclarecimentos. Resultados: Estudo realizado no período de 2000 a 2003, com um total de 160 renais crônicos, 82 do sexo feminino e 78 do masculino. 50% dos usuários não tinham conhecimento e nem orientações suficientes e necessárias sobre a terapia dialítica. Em 2001 já observávamos uma redução de 70% de faltas nos dias do tratamento de diálise e 1% de incidência de infecção FAV durante todo ano; aumentando assim a sobrevida dos nossos usuários. Nestes últimos 3 anos observamos que os usuários encontravam mais preparados e lidavam melhor com a patologia , respondendo de forma mais segura ao tratamento.Em 2003 de um total de 200 pacientes temos uma porcentagem de 30% que viajam e dos 15% que não eram participantes, 40% já começaram a ter ocupação profissional informal, tentando melhorar sua vida laborativa; contribuindo assim para melhora da sua qualidade de vida. Após as orientações apresentadas por nossa equipe em tratamento de Hemodiálise apresentam melhora na qualidade de vida. Conclusão: Os pacientes com IRC representam uma população carente de informações em saúde.Os resultados apresentados sugerem que atitudes simples de informação por equipe multidisciplinar podem representar melhora na qualidade de vida de tais pacientes nos aspectos social físico e emocional. 182 A desnutrição e as alterações do metabolismo do cálcio e fósforo são prevalentes nos pacientes em hemodiálise e contribuem para o aumento da mortalidade desta população. Objetivo: Caracterizar o perfil nutricional de pacientes em hemodiálise enfatizando o metabolismo do cálcio e fósforo. Metodologia: Foram avaliados 21 pacientes (52,8 ± 15 anos), sendo 57% do sexo feminino, em hemodiálise por 56,3 ± 60,3 meses. Nefropatia diabética foi a principal causa de insuficiência renal crônica (38%). Os parâmetros bioquímicos avaliados foram: paratormônio intacto (PTHi), cálcio total (Cat), fósforo (P) e albumina (Alb). Com relação aos parâmetros antropométricos, foram analisados IMC, prega cutânea do tríceps (PCT), circunferência do braço (CB) e circunferência muscular do braço (CMB). Através de inquérito alimentar de 4 dias, foram avaliados os consumos de calorias, proteínas, cálcio e fósforo. Os consumos de carbonato de cálcio e calcitriol foram também avaliados Resultados: Os exames laboratoriais revelaram: Cat 10,3±1,1 mg/dL, P 4,6±1,6 mg/dL, PTHi 160,6±126,6 pg/mL, Alb 3,5±0,3 g/dL. Os pacientes apresentavam IMC 25,1±4,2 Kg/m2. De acordo com CB, PCT e CMB, a percentagem de desnutrição foi 33,3 %, 42,9% e 61,9%, respectivamente. O consumo de energia foi 24,7±9,6 Kcal/Kg/dia, e 80,9% consumiam menos que 35 Kcal/Kg/dia. Apesar do consumo médio de proteína estar dentro do recomendado (1,2 ±0,5 g/Kg/dia), 47,6 % dos pacientes consumiam menos de 1,2 g/Kg/dia. Os consumos médios de cálcio e fósforo foram 321,9±134,9 e 764,6±228,9 mg/dia, respectivamente, sendo que 90,5% dos pacientes consumiam menos que 500mg cálcio/dia, e 71,4% menos que 800mg de fósforo/dia. Dezoito pacientes (85,7%) faziam uso de carbonato de cálcio, sendo que apenas um deles na forma de suplementação. O consumo médio de cálcio elementar foi 1,1±0,7g/dia. Dois pacientes utilizavam calcitriol na forma de pulsoterapia. Conclusões: 1. Seguindo as orien tações do KDOQI, nossos pacientes eram hipercalcêmicos. 2. Os consumos de calorias, cálcio e fósforo estavam abaixo do recomendado. 3. A desnutrição foi prevalente nesta população. XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia J. Bras. Nefrol Insuficiência Renal Crônica P-522 P-523 ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS SUBMETIDOS AO TRATAMENTO DE HEMODIÁLISE (HD) EM TERESINA, PIAUÍ. MONTE, S. J. H.; MARREIRO, D. N. MOURA, J.; LEMOS, J.; BENVINDO, D.; FRANCO, N.; DUARTE, V.; MOREIRA, C. A. M.; REGO, A. V. L. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ E CASAMATER ESTRESSE OXIDATIVO DE LEUCÓCITOS POLIMORFONUCLEARES INDUZIDO PELAS POLIAMINAS. WATANABE, R.; DALBONI, M. A.; CENDOROGLO NETO, M. ANDREOLI, M. C. C.; SARDENBERG, C.; CANZIANI, M. E. F.; MANFREDI, S. R. ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA - HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSÃO. Introdução: Os pacientes renais crônicos apresentam alterações metabólicas e nutricionais, estando a desnutrição associada ao aumento da morbidade e mortalidade. Objetivo: o objetivo deste estudo foi determinar o estado nutricional de pacientes em HD, de um serviço de Teresina, Piauí. Métodos: Foram analisados os parâmetros antropométricos de índice de massa corpórea, de prega cutânea triciptal e de circunferência do braço; avaliação das dietas, utilizando-se o recordatório de 24h e um software específico para análise e, os parâmetros bioquímicos (albumina, hematócrito, hemoglobina, uréia e creatinina). Resultados: foram estudados 83 pacientes com idade variando de 18 a 90 anos e com tempo médio de diálise de 106 meses. A presença de desnutrição foi detectada em 81,9% dos pacientes, sendo que 61,8% estavam com desnutrição grave e 38,3%, moderada e/ou leve. O consumo médio de energia foi de 30,0kcal/kg/dia ± 12,3, sendo que 62,6% dos pacientes consumiam abaixo desse valor .Os resultados da albumina mostraram que esse parâmetro não se comportou como marcador de desnutrição, sendo a média encontrada de 4,5g/dL ±0,9. Conclusão: Os pacientes estudados apresentam alteração do estado nutricional, indicando a necessidade de verificar o possível papel da terapia nutricional na melhoria da qualidade de vida desses pacientes. Introdução: Em um estudo prévio avaliamos o impacto de 15 diferentes toxinas urêmicas sobre a taxa de apoptose e função das células polimorfonucleares (PMNs). Após a incubação por 24 horas, observamos que as poliaminas (espermina e espermidina) alteraram a taxa de viabilidade e induziram a disfunção dos PMNs e o p-Cresol levou a uma diminuição da taxa de viabilidade. O objetivo do presente estudo é avaliar alterações precoces na função dos PMNs expostos a estas três toxinas. Método: Foi coletada uma amostra de sangue de voluntários sadios e isolados os PMNs. Utilizamos a quimiluminescência com luminol para determinar a produção de superóxido. As concentrações das toxinas urêmicas estudadas são as mesmas observadas em pacientes com insuficiência renal crônica (IRC): p-cresol (0,54mg/dl), espermina (10mg/dl) e espermidina (10mg/dl). Cada toxina foi estudada em 6 experimentos (6 doadores de sangue). Resultados: Os valores obtidos foram comparados com os resultados das células controles pelo teste T pareado. Observamos que as células incubadas com espermidina apresentaram aumento na produção de superóxido, com um pico (32,4 ± 9,6 mV) aos 8 minutos, decrescendo logo após. As células colocadas com espermina (3,2 ± 0,3 mV) mantiveram uma produção constante maior do que as células controle (1,6 ± 0,5 mV). O inverso foi notado com células incubadas com o pCresol (0,8 ± 0,3 mV) que mantiveram uma produção de superóxido abaixo das células controle. Conclusão: As toxinas avaliadas parecem contribuir de maneiras diferentes para a disfunção imunológica encontrada nos pacientes com IRC. As poliaminas, principalmente a espermidina, aumentaram a produção de superóxido, o que poderia induzir a apoptose por estresse mitocrondrial. P-524 P-525 ESTUDO DO PAPEL DA FERRITINA COMO MARCADOR DE INFLAMAÇÃO NA AVALIAÇÃO DA ANEMIA DE PACIENTES EM HEMODIÁLISE PEREIRA, B. J.ARIZA, E. R.; NASTRI, A. A. SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL BRIGADEIRO EVOLUÇÃO DESFAVORÁVEL DA DOENÇA RENAL CRÔNICA PRÉDIALÍTICA SECUNDÁRIA A NEFROPATIA DIABÉTICA CARMO, W. B.; SUASSUNA, N. F.; ABRITA, R. R.; ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA E FUNDAÇÃO IMEPEN Introdução: A ferritina é uma proteína de fase aguda, cujos níveis séricos aumentam de maneira inespecífica durante a infecção, na vigência de inflamação e uremia. A presença de anemia não aceitável (Hemoglobina - Hb <11g/dl; Hematócrito – Hto<33%, DOQI) em pacientes em uso de eritropoetina (EPO), com níveis adequados dos estoques de ferro, pode significar uma relação com um processo inflamatório sistêmico presente em pacientes urêmicos. Objetivos: avaliar a prevalência de anemia não aceitável em pacientes assintomáticos submetidos à hemodiálise; avaliar os possíveis fatores de risco de anemia não aceitável e a importância de sua relação com a ferritina sérica. Métodos: foram avaliados 29 pacientes em programa de hemodiálise em relação aos níveis de Hb, Hto, volume corpuscular médio (VCM), Fe sérico, saturação de Fe (SatFe), ferritina, Ca, P, PTH, cálculos do produto Ca x P; anotações da dose de (EPO) e Fe endovenoso (Noripurum®). Foram selecionados aleatoriamente resultados de 3 exames mensais dos últimos 5 meses e depois divididos dois grupos: Grupo1 com anemia não aceitável e Grupo2 com anemia aceitável (Hb>11 g/dl e Hto>32,9%). Os dados foram submetidos a análise estatística com teste t não pareado e os resultados apresentados com média, desvio padrão e percentagens. Resultados: pacientes com anemia não aceitável (Grupo1) foram 44,8% (n=13) e com anemia aceitável (Grupo2) 55,2% (n=16) e apresentavam: idade de: 50,5±14 anos (Grupo1) vs 47,3±11,6 anos (Grupo2), NS; a presença de diabetes mellitus ocorreu em 38,4% (Grupo1) e 18,7% (Grupo 2), NS; Hb=9,8±0,74 g/dl (Grupo1) e 11,8±0,7 g/dl (Grupo2), p<0,05; Hto=29,7±1,9% (Grupo1) e 35,6±2,1% (Grupo2), p<0,05; VCM=91,8±6,8 f/l (Grupo1) e 94,6±5,2 f/l, NS; Fe sérico=120,3±77,1 µg/dl (Grupo1) e 71,0±37,1µg/dl (Grupo2), p<0,05; SatFe=34,5±13,8% (Grupo1) e 43,0±39,7% (Grupo2), NS; Ferritina=527,7±123,8 ng/ml (Grupo1) e 1154,0±720,6 ng/ml (Grupo2), p<0,05; Cálcio=8,9±0,81 mg/dl (Grupo1) e 9,1±0,8 mg/dl (Grupo2); Fósforo=5,7±1,0 mg/dl(Grupo1) e 6,3±1,2 mg/dl (Grupo2), produto Ca x P = 51,3±10,5 (Grupo1) e 57,7±11,9 (Grupo2), NS; PTH=728,4±524,2 pg/ml (Grupo1) e 457,8±438,1 pg/ml (Grupo2). As doses de EPO foram de 10.615,4±3.000 UI no Grupo1 e 6.000±3.651 UI no Grupo2, p<0,05; Fe endovenoso nas doses de 1,7±0,7 ampolas no Grupo1 e 1,5±0,9 ampolas no Grupo2. Conclusões: a presença de anemia não aceitável ocorreu apesar dos níveis de estoque de Fe estarem normais e a dose de EPO estar superior ao grupo com anemia nãoaceitável. Os níveis de ferritina maiores no grupo com anemia não aceitável sugere a presença de inflamação mais pronunciada e uma possível relação com a anemia nestes pacientes Introdução: A incidência de novos pacientes iniciando terapia dialítica cresce ca de 8% ao ano no país. O diagnóstico precoce e a conduta adequada podem retardar a progressão da doença renal crônica (DRC), melhorando a qualidade de vida dos pacientes e reduzindo os custos financeiros associados a DRC. Métodos: Trata-se de um estudo de coorte onde foi realizada a avaliação clínica e laboratorial, durante o ano de 2003, dos pacientes acompanhados no ambulatório multidisciplinar de DRC. Resultados: Foram atendidos 143 pacientes portadores de DRC provenientes do Sistema Único de Saúde. A idade média foi de 60,8 anos, com o tempo de acompanhamento de 13,1 meses (0,5 – 22,4 meses); 93% encontravamse com filtração glomerular (FG) < 60 ml/min. A principal causa da DRC foi a nefropatia hipertensiva (36,4%), seguida pela nefropatia diabética (20,3%), GNC dentre outras. As comorbidades mais encontradas foram a hipertensão arterial (86,5%) e diabetes mellitus (26,6%). De toda a população, 02 pacientes foram encaminhados ao ambulatório de transplante renal , 09 evoluíram para diálise e 18 para óbito. Comparativamente aos outros pacientes, os diabéticos apresentaram maior nível de proteinúria (1,92g/d vs 0,7g/d, p= 0,001), maior nível de LDLcolesterol (133,2 mg/dl vs 123,1 mg/dl, p = 0,01), maior níveis de triglicérides (265,2 vs 162,5, p= 0,01), maior número de drogas anti-proteinúricas (IECA 96% vs 72%, p= 0,002 e bloqueadores AT1, 72% vs 7,8%, p= 0,02) e tendência para pior desfecho clínico (óbito ou diálise) 34,5% vs 14,9%, p= 0,051). Conclusões: Os dados evidenciam que os pacientes estudados são idosos, onde predomina a nefropatia hipertensiva como causa da DRC. Durante o período de acompanhamento 80% permaneceram em tratamento conservador. Os diabéticos com DRC apresentaram pior perfil laboratorial e maior tendência à evolução para diálise ou óbito. XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia 183 Insuficiência Renal Crônica J. Bras. Nefrol P-526 P-527 FATORES ASSOCIADOS A CALCIFICAÇÃO CORONARIANA EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS NA FASE PRÉ-DIALÍTICA TOMIYAMA, C. ;HIGA, A.; CARVALHO, A. B.; DALBONI, M. A.; DRAIBE, S.; CENDOROGLO, M.; CANZIANI, M. E. F. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO FEOCROMOCITOMA E PIELONEFRITE CRÔNICA - RELATO DE CASO BARROS, F. A. S.; SILVA JÚNIOR, G. B.; FERNANDES, P. F. C. B. C. MARQUES, L. C. B. F.; DAHER, E. F. HOSPITAL UNIVERSITÁRIO WALTER CANTÍDIO, DEPARTAMENTO DE MEDICINA CLÍNICA, FACULDADE DE MEDICINA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ. FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL Introdução: A Doença Cardiovascular (DCV) é a principal causa de óbito de pacientes renais crônicos submetidos à diálise e vários autores têm sugerido que ela se inicia na fase pré-dialítica. O presente estudo tem como objetivos identificar a presença de calcificação coronariana e fatores associados a sua ocorrência em pacientes renais crônicos em tratamento conservador. Métodos: Foram incluídos 66 pacientes, entre 18 e 70 anos, acompanhados no ambulatório de Uremia da Escola Paulista de Medicina há pelo menos 3 meses, com clearance de creatinina entre 15 e 90 ml/min/1,73m2, sem evidências de doenças inflamatórias ou neoplásicas. Os pacientes realizaram exames laboratoriais (Hb, Ht, glicemia, perfil lípidico, gasometria venosa, Cai, P, FA, PTHi, clearance de creatinina e proteinúria de 24 horas, Osteoprotegerina, PCR), Ecocardiograma transtorácico e Tomografia Coronariana. Resultados: 71% eram homens, média de idade de 53 ± 11 anos e de clearance de creatinina de 38 ± 17 ml/min/1,73m2, 92% hipertensos, 42% diabéticos, 62% tinham história prévia ou atual de tabagismo e 41% eram obesos. Observou-se níveis aumentados de PTHi em 70%, dislipidemia em 47%, hipertrofia de VÊ em 33%, hiperglicemia em 27%, anemia em 18% e hiperfosfatemia em 6% dos pacientes. Calcificação coronariana foi encontrada em 48% (n=32), sendo que 24% destes possuíam escore de cálcio superior a 400. A média do escore de cálcio foi de 258,2 ± 503,5 (0 – 2299,3). Em diabéticos a média do escore foi de 374,9 ± 560,0 e em não diabéticos de 172,2 ± 445,7 (p= 0,02). Na tabela 1 encontra-se a análise univariada do escore de cálcio. Não houve correlação entre escore de cálcio e: tempo do tratamento, número de hipotensores, IMC, Cai, PTHi, P, FA, Hb, Ht, creatinina, uréia, gasometria venosa, albumina, perfil lipídico, osteoprotegerina, proteína C reativa, índice de massa de VE e fração de ejeção. Conclusão: Assim como em pacientes submetidos à hemodiálise, fatores tradicionais (idade, diabetes e fatores de risco de Framinghan) e não tradicionais (proteinúria, diâmetro diastólico de VE, produto cálcio e fósforo) estão provavelmente envolvidos no processo de calcificação coronariana. Tabela 1: Análise Univariada do escore de cálcio Idade Glicemia Ca x P Proteinúria DDVE Risco Framinghan r p 0,45 0,36 0,34 0,30 0,30 0,29 0,0002 0,003 0,005 0,01 0,02 0,03 Introdução: O feocromicitoma é uma doença rara (2 casos/1.000.000), caracterizada por crises paroxísticas de hipertensão arterial, cefaléia, sudorese, palpitações e insônia. Relato de Caso: Paciente do sexo feminino, 36 anos, foi admitida na emergência com quadro de crises paroxísticas de hipertensão arterial sistêmica (HAS), PA = 260 x 170mmHg, taquicardia (FC = 125bpm), cefaléia occipital, sudorese e palpitações, com evolução de 7 meses. Apresentava história familiar de HAS, sem outras co-morbidades. Foi iniciada investigação para a etiologia da HAS. Os exames laboratoriais revelaram função tireoideana normal; Metanefrinas totais em urina de 24 horas = 2097mcg/24h (VR: 170 - 700), Normetanefrinas = 2051mcg/24h (VR: 105 – 354), Metanefrinas = 46mcg/24h (VR: 74 – 297); dosagem de Ácido Vanilmandélico em urina de 24 horas = 3.3mg (VR: 1,5 – 9,0); creatinina sérica = 2,9mg/dL, uréia = 100mg/dL; hemograma com discreta leucocitose, sem desvio à esquerda, plaquetas normais. Foi realizada tomografia computadorizada de abdome que mostrou aumento de supra-renal direita (3,8 x 2,2cm), hipodensa, sem calcificações. A paciente apresentou função renal comprometida já no início da investigação clínica, tendo sido levantada a hipótese de nefropatia de origem hipertensiva. O tratamento consistiu no uso de captopril, propranolol, furosemida, nifedipina retard, nitratos e prazosina, obtendo-se estabilização do quadro. Foi submetida a adrenalectomia, durante a qual houve lesão de veia renal direita, com hemorragia importante, seguida de nefrectomia direita e choque hipovolêmico durante a cirurgia. Resultados: O exame anatomopatológico da suprarenal confirmou o diagnóstico de feocromocitoma. O anatomopatológico do rim mostrou pielonefrite crônica. A paciente evoluiu com piora da disfunção renal crônica (creatinina sérica de 4,1mg/dL e uréia de 121mg/dL), porém sem sintomas urêmicos. A pressão arterial encontra-se bem controlada, com o uso de atenolol e nifedipina retard. Conclusão: O diagnóstico de feocromocitoma foi confirmado através do exame anatomopatológico da supra-renal. A nefropatia pré-existente foi agravada por choque hipovolêmico durante a cirurgia e pela nefrectomia direita. Não houve necessidade de tratamento dialítico e a paciente encontra-se em acompanhamento ambulatorial. P-528 P-529 FILTRAÇÃO GLOMERULAR EM PACIENTES HIPERTENSOS E DIABÉTICOS GALIL, A. G. S.; DIAS, I. N. B.; OURAS, S. M. C.; ROCHA, M. L.; ANDRADE, L.C.F. UNIVERSIDADE FERERAL DE JUIZ DE FORA E SHIDO DO SUS FUNÇÃO DE NEUTRÓFILOS E MONÓCITOS E RISCO DE INFECÇÃO EM CRIANÇAS E EM ADOLESCENTES EM PROGRAMA DE HEMODIÁLISE CRÔNICA. DIAS, R. A. ;CENDOROGLO NETO, M.; CARVALHAES, J. T. A. DALBONI, M. A.; CUPPARI, L.; CANZIANI, M. E.; ANDRADE, Z. M.; SANTOS, B.; DRAIBE, S. UNIFESP - SP Introdução: A doença renal crônica (DRC) está sendo considerada epidêmica nos países industrializados. Entre as principais causas de DRC destacam-se a hipertensão arterial (HA) e o diabetes mellitus (DM). Para se preservar a filtração glomerular (FG) nos pacientes com DRC é fundamental diagnosticar precocemente a doença, bem como os fatores de risco que tradicionalmente se associam com as complicações cárdio-vasculares. Objetivo: Avaliar a prevalência de DRC em pacientes hipertensos e diabéticos e os fatores risco associados que podem determinar maior velocidade de perda da FG. Métodos: Estudo observacional de corte transversal, retrospectivo, realizado de agosto de 2003 a fevereiro de 2004. Foram avaliados 428 prontuários de pacientes com HA e DM, que preencheram os seguintes critérios de inclusão: maiores de 18 anos, de ambos os sexos e ativos no Programa. O diagnóstico e o estagiamento da DRC basearam-se na proposta do K/DOQI da National Kidney Foundation. A FG foi estimada pela equação do estudo MDRD, a partir da creatinina sérica. Os pacientes foram grupados em grupo I (FG3 60 mL/min/1,73 m2) e grupo II (FG< 30 mL/min/1,73 m2) Resultados: A idade média dos pacientes foi de 56,6±11,9 anos, sendo 304 (71,2%) do sexo feminino. A pressão arterial sistólica foi de 145±23 mmHg e a distólica foi de 86±11 mmHg. A média do índice de massa corporal foi de 32,42±7,49 kg/m2 e a circunferência abdominal nos pacientes do sexo feminino foi 100,47±15,21 cm. A concentração média da hemoglobina sangüínea foi de 13,5 g/L. A urinálise foi registrada em 280 (65%) dos pacientes e destes observou-se microalbuminúria em 59 (13%) e macroalbuminúria (3+ na urinálise) em 34 (12%). Observou-se que 142 (33,2%) encontravam-se no estágio 1 da DRC, 187% (43,7%) no estágio 2, 88% (20,6%) no estágio 3, 7 (1,6%) no estágio 4 e 4 (0,9%) no estágio 5. Conclusão: A prevalência de DRC foi de 23% (grupo 2) e se associa com fatores de risco que, se não corrigidos, determinarão maior velocidade de queda da FG e ocorrência de complicações cárdio-vasculares. 184 Introdução: Pacientes pediátricos em programa de diálise apresentam infecções com freqüência, sendo ainda pouco conhecidas as causas predisponentes. Com o objetivo de avaliar o impacto da função dos leucócitos mononucleares de sangue periférico (LMSP) nos desfechos clínicos (ocorrência de infecção e necessidade de Epo) e laboratoriais (contagem de leucócitos e hematócrito), estudou-se 12 pacientes pediátricos (6 do sexo masculino) em programa crônico de hemodiálise há 7.3 meses (± 5.5 meses) com idade média de 12 anos e 6 meses (± 39 meses). Cinco indivíduos apresentaram processo infeccioso no ano que se seguiu após a coleta de sangue (alveolite dentária, amidalite, infecção das vias aéreas superiores, varicela e bacteremia). Metodologia: Quantificou-se, por citometria de fluxo em amostras de sangue periférico, a capacidade fagocítica e a produção de Espécie Reativa de Oxigênio pelos LMSP (basal, estimulado por S. aureus e por LPS). Resultados: Encontrou-se correlações entre contagem de leucócitos e monócitos com produção de ERO pelos neutrófilos (resposta estimulada por S. aureus ou LPS). O IMC correlacionou-se positivamente com o MetOx basal, MetOx estimulado por S. aureus e por LPS e com a contagem de leucócitos, monócitos e porcentagem de hematócrito. A Proteína C Reativa correlacionou-se positivamente com a quantidade de eritropoetina utilizada semanalmente. Não houve diferença significativa entre o número logarítmico do PCR das crianças que viriam a desenvolver infecção e das que não a desenvolveram. Conclusão: Nesse estudo, a menor quantidade de leucócitos e linfócitos no sangue periférico e a menor capacidade de resposta oxidativa do neutrófilos ao LPS estiveram associados à ocorrência de infecção em crianças e em adolescentes em programa de hemodiálise crônica. O estado nutricional colabora na manutenção do estado inflamatório e na imunossupressão aumentando a incidência de infecção e perpetuando a inflamação. É possível que, no futuro, intervenções farmacológicas em pacientes de risco possam reduzir o risco de ocorrência e a morbi-mortalidade associada às infecções nessa população. XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia J. Bras. Nefrol Insuficiência Renal Crônica P-530 P-531 IMPACTO DA IDADE NA SOBREVIDA DE CINCO ANOS EM PACIENTES HEMODIALÍTICOS COSTA, A. F. P.; OLIVEIRA, C. A.; BARROS, A. A.; GOUVEIA, E. A.; RESURREIÇÃO, F. M. GOMES, M. G. M.; CHAVES, C. H. P.; LOUREIRO, L. V.; OLIVEIRA, A. C.; LOPES, P. S.; GOMES, S. C. C. HOSPITAL DO AÇÚCAR IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE CONTROLE E PREVENÇÃO DE INFECÇÃO E EVENTOS ADVERSOS (PCPIEA) NO SERVIÇO DE NEFROLOGIA COSTA, A. F. P.; BERNARDO, O. M.; BARROS, A. A. VASCO, M. R.; MACEDO, J. P.; OLIVEIRA, C. A.; GOUVEIA, E. A.; RESURREIÇÃO, F. M. SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL DO AÇÚCAR Introdução: A sobrevida nos pacientes com insuficiência renal crônica terminal (IRCT) não é elevada e relaciona-se a diversos fatores como: co-morbidades, adequação dialítica e o estado nutricional, entre outros. O presente estudo foi realizado para analisar o impacto da variável idade, no início do programa dialítico, na sobrevida de cinco anos de pacientes com IRCT. Método: A idade no início do programa, expressa em anos completos, foi computada e os pacientes divididos em idosos (maiores que 65 anos) e não idosos. Analisou-se, a sobrevida no final do quinto ano. Para cada grupo comparou-se a sobrevida específica para cada década. Para análise dos dados usou-se o software graphPad Prism. Alfa menor que 0,05 foi considerado significativo. Resultados: Um total de 324 (178M, 146F) pacientes, todos maiores que 18 anos, foram incluídos. Destes, 77 tinham idade superior a 65 anos no início do programa. A idade dos idosos foi 71,8 ± 5,9 e 44,9 ± 12,8 nos não idosos. O tempo em dias de sobrevida foi 550 ± 431 para os idosos e para os outros, 933 ± 426. Entre os idosos, 51,9% sobreviveram cinco anos, e os não idosos, 70,8 % .Oferecendo um Risco Relativo (RR) de 1,65. Analisando a idade em cada grupo em separado, o RR não foi diferente entre as décadas estudadas. Entre os acima de 65 anos, os que sobreviveram tinham idade inicial de 72,4 ± 0,7 e 71,6 ± 0,8 era a idade dos que faleceram. Nos não idosos, os que sobreviveram tinham 44,8 ± 0,8 anos e 45 ± 0,9 aqueles que não sobreviveram. Conclusão: Pacientes mais jovens têm maior chance de sobrevida ao iniciarem o programa de hemodiálise. Porém a idade não pode ser um fator limitante como variável primária, pois não consegue predizer dentro de um mesmo grupo, a chance de sobrevida. O ambiente em si e os procedimentos realizados no serviço de nefrologia oferecem riscos potenciais aos profissionais e pacientes nele atendidos. A exposição a agentes químicos e biológicos são particularmente integrantes da rotina dos serviços de terapia renal substitutiva. A partir desta constatação, foi criado um Programa de Prevenção de Infecções e Eventos Adversos (PCPIEA), seguindo padrões do manual de acreditação do Ministério da Saúde (MS), com adaptações à realidade local. A composição da equipe envolveu um médico, uma enfermeira e um técnico de enfermagem. Duas vertentes foram criadas: uma diagnóstica e outra educacional. A primeira foi efetivada através de questionários específicos fixados nos ambientes do serviço para registro dos eventos adversos - relacionados aos pacientes e aos profissionais. Análise de calafrios, febre de origem inexplicada, infecção de cateteres e outros acessos vasculares, acidentes com perfuro-cortantes, acidentes com substâncias químicas, reações transfusionais, mapeamento bacteriológico dos resultados de culturas, foram usados para análise epidemiológica geral e sempre analisados sobre a forma de incidência mensal. As sorologias virais, nas frequências recomendadas pelo MS, foram analisadas sob a forma de prevalência e incidência. O processo educativo foi atingido através da identificação de agentes multiplicadores - do próprio serviço e também sob a forma de palestras e um curso de Segurança do Trabalho. Após a organização da PCPIEA, ocorreu um envolvimento maior de todos os profissionais, fazendo gerar dados objetivos que são disponibilizados para análise crítica, troca de experiências e sobretudo para atingir a qualidade no ambiente de trabalho nefrológico. P-532 P-533 INCIDÊNCIA DE DIABETE MELITO COMO CAUSA DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA TERMINAL NA POPULAÇÃO DO OESTE DO PARANÁ DE 1984 A 2003. PERES, L. A. B.; TCHAICKA, C. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ-UNIOESTE LIMITAÇÕES DA AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL PELA CREATININA PLASMÁTICA BURMEISTER, J. E.; AGNOLIN, R. MACHADO, D.; COSTA, M. G.; MILTERSTEINER, D. R.; CAMPOS, B. T. M. UNIDADE DE MEDICINA RENAL - CURSO DE MEDICINA, UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL - CANOAS, RS Introdução: O Diabetes Melitus (DM) é a principal causa de insuficiência renal crônica terminal (IRCT) nos pacientes que entram em tratamento dialítico atualmente em vários países do mundo, inclusive o Brasil. O objetivo do presente trabalho é avaliar se houve incremento na incidência de nefropatia diabética (ND) como causa de IRCT na população do Oeste do Paraná nos últimos 20 anos. Métodos: No período de 1984 a 2003 acompanhamos 613 pacientes admitidos para tratamento dialítico nos serviços de diálise da cidade de Cascavel-PR que atende a região Oeste do estado (Hospital Nossa Senhora da Salete, Hospital Poli clínica Cascavel e Renalclin Oeste). Houve predomínio do sexo masculino (60,5%) e da raça branca (83,2%). A idade média dos pacientes foi de 45 anos, variando de 10 a 85 anos. Resultados: Do total de 613 pacientes, 95 (15,5%), tiveram a ND como causa de IRCT. Quando dividimos o período de 20 anos em quatro períodos de cinco anos, observamos que a incidência de DM como causa de IRCT foi de 6,9% no primeiro período (1984 a 1988), de 10,4% no segundo período (1989 a1993), de 13,7% no terceiro período (1994 a1998) e de 24,6% no quarto período (1999 a 2003). Conclusão: Houve aumento na incidência de DM como causa de IRCT nos últimos 20 anos na população do Oeste do Paraná. XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia Introdução: A medida da função renal pela creatinina plasmática pode não ser adequada em alguns casos por motivos conhecidos, embora seja um método utilizado de forma generalizada entre muitos profissionais médicos. Nosso estudo buscou estimar a prevalência de pacientes que não apresentam alterações da creatinina plasmática (CrP), mas que tem filtração glomerular alterada quando calculada pela fórmula de Cockroft-Gault (DCE-CG). Métodos: Estudamos prospectivamente 504 pacientes internados ou ambulatoriais atendidos nos hospitais Luterano e Independência da Universidade Luterana do Brasil, em Porto Alegre, entre novembro de 2002 e março de 2003, e que tiveram dosagem de CrP. A função renal foi calculada pela fórmula de Cockcroft-Gault, sendo considerados alterados resultados inferiores a 60 mL/min. RESULTADOS: 244 homens e 260 mulheres (idade: 54,8±16,9 anos; peso: 71,4±15,5 kg) foram avaliados. 422 apresentavam CrP normal (£1,2mg/dL); dentre estes, 54 (16 homens e 38 mulheres, idade: 71,0±15,5 anos) tinham DCE-CG inferior a 60 mL/min (média: 49,3±8,4mL/min). O Valor Preditivo Positivo (para DCECG<60) de uma CrP>1,2 foi igual a 80,5% e o Valor Preditivo Negativo (para DCECG≥60) de uma CrP<1,2 foi igual a 87%. Isto significa que um indivíduo com resultado de CrP menor do que 1,2 tem uma probabilidade de 13% de ter uma DCE-CG menor do que 60 mL/min. Verificou-se associação significativa entre sexo feminino e DCE-CG<60 em indivíduos com CrP<1,2. Dentre as mulheres com CrP<1,2, 16,5% tinham DCE-CG<60, enquanto entre os homens esta proporção foi de 8,8%, sendo esta diferença estatisticamente significativa (p=0,02 - _2). O risco relativo para mulheres em relação aos homens de ter DCE-CG< 60 tendo CrP<1,2 foi de 1,87. A média de idade dos pacientes com CrP<1,2 foi de 71 anos entre aqueles com DCECG<60 e de 52,7 anos entre aqueles com DCE-CG≥60. Esta diferença foi estatisticamente significativa (p<0.001 - teste t). A média de peso dos pacientes com CrP<1,2 foi de 72,8 kg entre aqueles com DCE-CG<60 e de 59 kg entre aqueles com DCE-CG≥60 (p < 0.001 - teste t). CONCLUSÃO: 10,7% de todos os pacientes avaliados apresentaram função renal significativamente comprometida e CrP normal. 13,0% dos pacientes com CrP normal apresentaram DCE-CG inferior a 60mL/min. Indivíduos com CrP<1,2 tem uma probabilidade de 13% de ter uma depuração (medida pela fórmula CG) < 60 ml/min. A probabilidade de ter uma DCE-CG<60, tendo uma CrP<1,2 é maior nas mulheres, aumenta com a faixa etária e é inversamente proporcional ao peso do indivíduo. 185 Insuficiência Renal Crônica J. Bras. Nefrol P-534 P-535 LOSARTAN ATENUA O DANO RENAL, INDEPENDENTE DO SEU EFEITO ANTI-HIPERTENSIVO, EM UM NOVO MODELO DE NEFROPATIA PROGRESSIVA MATTAR, A. L. ;MACHADO, F. G. FUJIHARA, C. K.; MALHEIROS, D. M. A. C.; ZATZ, R. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO NEFROPATIA ASSOCIADA À INFECÇÃO PELO HIV MELO, R. M. V.; OLIVEIRA, C. B. A.; GODINHO, T. M.; ALMEIDA, A. M.; BITENCOURT, A. G. V.; LOBÃO, R. UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Demonstramos anteriormente que a hipertensão (HTN) e as lesões renais desencadeadas pela inibição crônica do NO associada a uma dieta hipersódica (HS) e "desligadas" após a suspensão dos tratamentos recrudescem após reexposição a HS (ICN, 2003). Neste estudo, verificamos se o bloqueio do receptor AT1 com losartan (L) previne a progressão da nefropatia nesse novo modelo e se esse possível efeito benéfico pode ser reproduzido pelo controle da HTN com hidralazina (HDZ). Ratos Munich-Wistar receberam inicialmente L-NAME (25 mg/Kg/dia) e HS durante 30 dias, seguindo-se a suspensão dos tratamentos e a manutenção em dieta normossódica (NS) por 30 dias adicionais. Os animais foram então distribuídos de acordo com o tratamento recebido durante os 60 dias subseqüentes em: NS, recebendo dieta NS; HS, recebendo dieta HS; HS+LOS, recebendo HS e L (50 mg/kg/dia) e HS+HDZ, recebendo HS e hidralazina, 50 mg/Kg/dia. Ratos sem prétratamento com HS+NAME foram utilizados como controles (C). Resultados (Média±EP, PAS, pressão arterial sistólica, mmHg; ALB, albuminúria mg/24h; EG, esclerose glomerular, %; AII-INT e AT1-INT, intensidade da expressão intersticial de AII (cels/mm2) e AT1 (% área), respectivamente. * p<0.05 vs C; Ö p<0.05 vs NS; # p<0.05 vs HS): C NS HS HS+LOS HS+HDZ PESO 398±4 402±5 410±5 397±9 387±7 PAS 149±4 167±5 214±3*= 174±5* 155±4 ALB 4±1 15±4 140±21*= 19±4*= 76±18 EG 0,5±0,1 2,0±1,0 8,4±1,3*= 3,8±1# 5,4±1,4*= AII-INT AT1-INT 2±1 7±3 6±1 32±11 11±1*= 85±9* 5±1* 40±8 10±1* 42±6 Introdução: A associação entre o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e doença renal foi inicialmente descrita em 1984 por Rao et al e Pardo e et al que reportaram uma série de pacientes soropositivos para HIV-1 que desenvolveram uma síndrome renal caracterizada por insuficiência renal progressiva e proteinúria. A nefropatia associada ao HIV (NAHIV) é a doença mais comumente detectada em séries de biópsias de pacientes com infecção pelo HIV e doença renal. Relato de Caso: Paciente de 30 anos de idade, do gênero feminino, raça negra, natural e residente em Esplanada-Ba. Refere que desde junho de 2003 vem apresentando náuseas e episódios de vômitos pós prandiais, além de diarréia e hematoquesia. Em março de 2004 apresentou quadros repetidos de edema bipalpebral matutino que evoluíram para edema de membros inferiores e um episódio de anazarca; procurando então atendimento médico. Apresenta soropositividade para HIV-1 desde 1996 sendo realizado no mesmo ano o diagnóstico de AIDS após quadro de pneumocistose pulmonar e contagem de linfócitos T CD4 igual a 35 células/mm3. Apresentou uréia de 137, creatinina de 10,0 e potássio de 5,8. O sumário de urina apresentava proteinúria intensa (+++) e a ultrassonografia renal demonstrava rins de tamanhos e contornos normais, porém hiperecogênicos. Paciente evoluiu intra-hospitalar com redução progressiva da diurese até 60mL/24h, além de parestesias em MMII e disúria. Optou-se por iniciar método dialítico com implantação de cateter de Tenckoff – diálise peritoneal, evidenciando-se melhora significativa do quadro com normalização do potássio sérico, controle da tensão arterial e regressão dos edemas. Iniciou-se terapia anti-retroviral altamente ativa (HAART). Conclusão: Wali e cols. reportaram uma melhora substancial na função renal em pacientes com NAHIV que foram tratados com HAART. Este caso ilustra as características da NAHIV, enfatizando o caráter multissitêmico desta infecção. A reinstituição da HS restabeleceu a HTN e a ALB, levando à EG e ao aumento de AII e de AT1 intersticiais. L reduziu ALB, EG e AII intersticial. Esse efeito não foi totalmente reproduzido pelo tratamento com HDZ, embora esta última tenha exercido efeito anti-hipertensivo semelhante. Como em outros modelos, o efeito protetor do L parece ter-se associado principalmente à neutralização dos efeitos pró-inflamatórios da AII. P-536 P-537 NEUROTOXICIDADE INDUZIDA POR CEFEPIME NA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA PALOMBA, H.; SANTOS, J. A. B.; BERGAMO, R. R. FACULDADE DE MEDICINA DO ABC O USO DE DIGITAL ESTÁ ASSOCIADO A HIPOCALEMIA GRAVE DURANTE A SESSÃO DE HEMODIÁLISE KRONIT, H. S.; NEVES, F. A. R.; ALMEIDA, M. M. SOCIEDADE DE CLÍNICA MÉDICA - SOCLIMED Introdução: A disfunção neurológica representa uma complicação pouco frequente do uso das cefalosporinas. Somente alguns casos de neurotoxicidade induzida por Cefepime tem sido descritos na literatura, sendo a sua frequência provavelmente subestimada. Materiais e Métodos: Relato de Caso: GS, 81 anos, branco, viúvo, em programa de hemodiálise há 16 meses por nefroesclerose hipertensiva. Foi submetido à internação hospitalar para tratamento de Infecção do Trato Urinário secundária à Pseudomonas Aeruginosa Multi-Resistente com Cefepime na dosagem de 04 gramas/dia. Após 03 dias de antibioticoterapia (dose cumulativa de cefepime = 12g), o paciente desenvolveu rebaixamento do nível de consciência (Glasgow 8) e mioclonia, sendo necessário transferência para Unidade de Terapia Intensiva. Foi realizada Tomografia Computadorizada de Crânio que não demonstrou nenhuma alteração morfológica compatível com o quadro clínico descrito. A administração de Cefepime foi imediatamente suspensa pela suspeita de neurotoxicidade e o paciente passou a ser submetido `a sessões diárias de hemodiálise na tentativa de aumentar o clearance de Cefepime além de substituir o esquema antibiótico por Meropenem na dosagem de 250 mg/dia. O paciente recebeu alta hospitalar após 01 semana com plena recuperação do nível de consciência e desaparecimento da mioclonia. Conclusão: A descrição do presente caso sugere que pacientes idosos e portadores de insuficiência renal crônica sejam mais suscetíveis aos efeitos neurotóxicos do Cefepime. Como uma alternativa às cefalosporinas, antibióticos com espectro de ação semelhante e ausência de neurotoxicidade (pex. Meropenem) devem ser priorizados. Introdução: A hipocalemia está associada a inúmeras complicações como, por exemplo, arritmias ventriculares severas. Além disso, a toxicidade do uso de digital é potencializada pela diminuição dos níveis de potássio. Considerando que a redução dos níveis de [K+] são frequentemente observadas durante as sessões de hemodiálise (HD), o objetivo deste trabalho foi o de comparar o efeito da HD sobre o decaimento do [K+] plasmático de pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) em uso ou não (controle -CTR) de digoxina (DIG). Métodos: Participaram deste estudo, 19 pacientes (7 mulheres e 12 homens) com IRC em HD, 09 do grupo DIG e 10 do grupo CTR. O sangue para determinação do [K+] foi coletado antes (basal), após a 1ª, 2ª e ao final da HD de 4 horas de duração com a utilização de um banho contendo 2 mEq/L de [K+] após diluição. Não havia diferenças significativas entre o grupo DIG e CTR no que diz respeito a idade (60,7 ±14,21 vs 61,8±15,31 anos), tempo de HD (52,6±42,90 vs 55,5±36,96 meses); peso corporal (61,2±7,26 vs 59,78±8,21 Kg), respectivamente. Resultados: No período basal, os valores da [K+] do grupo DIG (4,76±0,75 mEq/L) foi semelhante ao grupo CTR (4,98±0,63mEq/L). Os valores do [K+] dos grupos DIG e CTR na 1ª hora e 2ª hora foram também foram semelhantes. Ao final da HD, apesar do [K+] do grupo DIG ser 14,3% menor que CT (2,7±0,87 vs 3,15±0,79mEq/L) este valor não foi estatisticamente diferente. Entretanto, observamos que, ao final da HD, 55,5% dos pacientes com digital apresentavam [K+]£3,0mEq/L, um valor significantemente maior que o grupo CT que foi de 20% (p<0,02, teste exato de Fisher). Assim, o risco relativo de desenvolver hipocalemia severa em pacientes em uso de digoxina é 2,8 vezes maior que o controle. Conclusão: Por mecanismos ainda não esclarecidos, o risco de aparecimento de hipocalemia severa é maior nos pacientes que estão em uso de digital. Portanto, pacientes com IRC em HD, em uso de digital, devem receber uma atenção especial pelo aumento dos riscos de toxici dade dos digitais potencializadas pela hipocalemia 186 XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia J. Bras. Nefrol Insuficiência Renal Crônica P-538 P-539 PANORAMA DA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA NO ESTADO DO PARÁ CUNHA FLA, CABEÇA ALLCR, CUNHA ECAC HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JOÃO DE BARROS BARRETO (HUJBB) E HOSPITAL DE CLÍNICAS GASPAR VIANNA PAPEL DA CLARA, DA GEMA E DO OVO NA NUTRIÇÃO DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA (IRC) EM HEMODIÁLISE (HD). FÁTIMA COSTA MATIAS PELARIGO, JENNER CRUZ, SILVANA KESROUANI, MARIA TEREZA GAGLIAZZI, SÉRGIO HENRIQUE CAETANO, MÁRCIA YOKO FURUTA, RUI ALBERTO GOMES. ALTAIR OLIVEIRA DE LIMA, HELGA MARIA MAZZAROLO CRUZ. INSTITUTO DE NEFROLOGIA DE MOGI DAS CRUZES (INMC), SP. Objetivo: avaliar a prevalência da Insuficiência renal crônica no Estado do Pará . Metodologia: análise retrospectiva, transversal, dos dados pertinentes à demografia por regiões do estado, aplicando-se o valor de 240 pmp para calcular o estágio 5 de IRCT por região e as tabelas de prevalência da doença renal crônica por estágio de insuficiência renal do K/DOQI com as proporções de 0,1%-E5; 0,2%-E4; 4,3%- E3;3%-E2 e 3,3%-E1.Resultados:Etiologia:não identificada:36,61%, HAS:23,86%, DM:23,86%, PNC:5,16%, Rins policísticos:3,66%. Região Baixo Amaz. Marajó Metrop. Belém Sudoeste Nordeste Sudeste Total E5 E4 E3 E2 E1 <15 ml/min 151 90 500 95 355 291 15-29 302 180 1.000 190 710 582 30-59 6.493 3.870 21.500 4.025 15.265 12.513 60-89 4.530 2.700 15.000 2.850 10.650 8.730 >90 4.893 2.970 16.500 3.135 11.715 9.603 1.483 2.964 63.726 44.460 49.906 Em 07/2003 encontravam-se em programa de diálise no estado do Pará 506 pc, média de 98 pmp para uma média nacional de 287 pmp. Os serviços de hemodiálise estão concentrados nas regiões metropolitana de Belém e na região sudeste Conclusão: Cerca de dois terços dos pacientes no estágio 5 não tem acesso à terapia renal substitutiva. Introdução: A desnutrição e os estados consumptivos são comuns em pacientes em tratamento dialítico, principalmente quando o ritmo de filtração glomerular cai a níveis inferiores a 10mL/min. A desnutrição contribui para maior mortalidade, menor cicatrização de feridas, maior sensibilidade às infecções, mal-estar, fadiga e anemia. Métodos: 19 pacientes com IRC em HD, com albuminemia igual ou inferior a 3,5g/dL foram sorteados para formar 3 grupos: 6 receberam uma clara (grupo 1); 6 receberam uma gema (grupo 2) e 7 receberam um ovo (grupo 3). Clara, gema ou ovo foram ingeridos com 200mL de leite desnatado, 1 colher de sopa de óleo de girassol e 1 colher de sopa de geléia de sabores diferentes, durante 60 dias. Colesterol total e frações e proteínas totais e frações foram determinados no início e no fim do estudo. Usou-se o teste t pareado e os dados foram expressos em média ± EPM. Resultados: Os lípides não variaram significativamente nos 3 grupos. A albuminemia tendeu a aumentar de 3,3 ± 0,1 para 3,9 ± 0,4g/dL no grupo 1 (P = 0,2066) e de 3,4 ± 0,04 para 3,8 ± 0,4g/dL no grupo 2 (P = 0,3820). No grupo 3 a albuminemia aumentou significativamente de 3,1 ± 0,2 para 4,4 ± 0,3g/dL (P = 0,0023). Conclusão: O ovo e seus componentes administrados como um suprimento nutritivo adicional durante 60 dias não afetaram o colesterol total e frações em pacientes desnutridos com IRC em HD, mas induziram um aumento da albuminemia que foi significativo apenas com o uso do ovo inteiro in natura. P-540 P-541 PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO INICIAL DE 220 PACIENTES PORTADORES DE NEFROPATIA DIABÉTICA EM TRATAMENTO CONSERVADOR PEDROSA, A. C. ;, LEMOS, M. M.; ZANOCCO, J. A.; AVESANI, C. M.; AYAKO, M.; PEREIRA, O. J. E.; DRAIBE, S. A. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO INICIAL DE 811 PACIENTES RENAIS CRÔNICOS SOB TRATAMENTO CONSERVADOR NO PERÍODO DE 13 MESES NA UNIFESP-FUNDAÇÃO OSWALDO RAMOS LEMOS, M. M. ;PEDROSA, A. C. ZANOCCO, J. A.; KAMIMURA, M. A.; AVESANI, C. M.; PEREIRA, O. J. E.; DRAIBE, S. A. UNIFESP - FUNDAÇÃO OSWALDO RAMOS Introdução: A nefropatia diabética é a causa mais freqüente de doença renal crônica em países desenvolvidos e requer, dentro de uma abordagem multidisciplinar, o encaminhamento precoce ao Nefrologista. Métodos: Assim, avaliamos todos os pacientes renais crônicos por nefropatia diabética atendidos no ambulatório de tratamento conservador entre Maio/2003 e Maio/2004 enfocando a situação clínico-epidemiológica de admissão. Resultados: Foram incluídos 220 pacientes, sendo 120 (54,5%) do sexo masculino, 66,5% brancos, 10,7% negros, 4,5% pardos e 18,3% amarelos. A idade média foi de 59 (±13) anos, com 50,9% acima de 60 anos. Observamos proteinúria maior que 1g/24h em 53,2% dos pacientes. O clearance de creatinina médio foi de 36(±19)mL/min, 40(±18,5)mL/min e 37(±17,5)mL/min quando medido em urina de 24h(C24h) e obtido pela fórmula de Cockroft-Gaut(CG) e pela fórmula simplificada do MDRD, respectivamente. Considerando-se os prováveis acoplamentos matemáticos, observou-se correlações entre C24h e CG(n=170;r=0,72;p<0,05), C24h e MDRD(n=194;r=0,77;p<0,05) e entre o CG e o MDRD(n=185;r=0,87;p<0,05), com tendência à superestimação do CG em relação ao C24h e ao MDRD e à subestimação do MDRD em relação ao C24h. Conforme a classificação de doença renal crônica (DOQI 2001), 2,1% iniciaram acompanhamento no estágio I, 8,2% no estágio II, 43,8% no estágio III, 36,6% no estágio IV e 9,3% no estágio V. Em relação ao IMC, 39,1% encontravam-se com sobrepeso, 26,2% se enquadravam nos diferentes graus de obesidade, e apenas 1,7% apresentavam IMC abaixo de 18,5 Kg/m2. Conclusão: Observamos predominância de indivíduos idosos, acima do peso ideal e que são referenciados ao nefrologista tardiamente, em grande parte dos casos. Introdução: A preocupação com a qualidade da atenção aos pacientes portadores de doença renal crônica (DRC) em fase inicial é crescente, requerendo conhecimento mais acurado sobre o perfil clínico de admissão no ambulatório de tratamento conservador, constituindo o objetivo do presente trabalho. Métodos: Dessa forma foi analisado o perfil clínico-epidemiológico inicial de todos os pacientes atendidos no período de maio/2003 a maio/2004 no ambulatório de tratamento conservador, independentemente de sua data de admissão. Resultados: Foram incluídos 811 pacientes sendo 494 (60,9%) do sexo masculino, 65,1% brancos, 18,5% pardos, 13,6% negros e 2,8% amarelos, com média de idade de 59±15 anos com 51,8% acima de 60 anos. A hipertensão arterial esteve presente em 92,2% dos pacientes e os principais diagnósticos etiológicos foram nefropatia diabética (27,1%), nefropatia hipertensiva (22,8%), glomerulonefrite crônica(5,9%) sendo indeterminado em 30,6% dos pacientes.As médias dos clearances de creatinina foram 39±20 mL/min, medido em urina de 24h(C24h), 40±20 mL/min obtido pela fórmula de Cockroft e Gault(CG) e 38±18mL/min obtido pela fórmula simplificada do MDRD (p=NS). Levando em consideração os prováveis acoplamentos matemáticos, observou-se iguais correlações entre o C24h e CG (n=635 ;r=0,78;p<0.05), C24h e MDRD (n=711;r=0.78;p<0.05), e CG e MDRD (n=689;r=0.85;p<0.05), com tendência a superestimação do CG em relação ao C24h e a subestimação do MDRD em relação ao C24h. De acordo com a classificação de doença renal de crônica (DOQI 2002), 2,2% encontravam-se em estágio I, 12,5% no estágio II, 46,9% no estágio III, 32,1% no estágio IV e 6,3% no estágio V. A proteinúria de 24h (n=642) foi negativa em 46,4% e maior que 1g 26,8% dos pacientes. Apenas 2,9 % dos pacientes apresentavam IMC menor que 18,5 Kg/m2 e 20,5% apresentavam diferentes graus de obesidade. Conclusão: Observou-se assim o predomínio de idosos com encaminhamento tardio ao ambulatório. XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia 187 Insuficiência Renal Crônica J. Bras. Nefrol P-542 P-543 PERFIL DOS PACIENTES EM TRATAMENTO CONSERVADOR DA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA VALE, É. L. ;MAGALHÃES, M. S. C.; GALINDO, M. C. T. COELHO, S. N. HOSPITAL DAS CLINICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) ANTES E DEPOIS DO TRATAMENTO BREGMAN, R.; SILVA, M. I. B. VALE, B.; NÓBREGA, A. M.; BREGMAN, R.; , INSTITUTO DE NUTRIÇÃO E DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, UERJ Introdução: Na doença renal crônica (DRC) pode ocorrer perda progressiva da função renal e evolução para insuficiência renal crônica (IRC) terminal.O tratamento conservador (TC) visa acompanhar as diversas fases evolutivas, retardar a progressão, evitar e corrigir distúrbios clínicos-laboratoriais e reduzir as co-morbidades desta doença. Objetivo: Analisar a epidemiologia, aspectos clínicos, bioquímicos e terapêuticos dos pacientes com DRC submetidos ao TC. Métodos: Foram colhidos dados de 127 pacientes do ambulatório de TC e realizado acompanhamento por período de seis meses para detecção de inicio de terapia renal substitutiva (TRS). Resultados: Os pacientes foram em sua maioria provenientes do Recife (75%), seguido por Zona da Mata e Agreste (20%), Sertão (3%) e Região do São Francisco (2%).A etiologia mais freqüente da DRC foi a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)(47%), seguida por Diabetes Mellitus (DM)(32%), Outras(11%) e Glomerulopatias(10%).A média (+ DP) de idade foi de 59 (+ 15,8)anos; houve predominância do sexo masculino (53%) e de pacientes não brancos(66%).As médias pressóricas estavam elevadas (PAS/PAD –138/88mmHg).A depuração média da creatinina (+ DP) foi de 25(+13,9) ml/min; as médias de hemoglobina(11,9g%), cálcio(8,9mg%), fósforo (4,3mg%), potássio (4,9mEq/L) e glicemia (110mg%) encontravam-se dentro da normalidade, e o colesterol total estava elevado (210mg%). Medicações anti-hipertensivas foram usados por 84 % dos pacientes. Oito pacientes (6%) foram encaminhados para diálise. Conclusões: Os pacientes foram provenientes das diversas regiões do estado. A distribuição quanto à idade, sexo e etnia esteve de acordo com a literatura. A DM apresentou uma freqüência mais elevada que os 15% esperados nesta regiaõ. A população analisada encontrava-se em estágio IV da IRC, entretanto com a maioria dos parâmetros laboratoriais dentro da normalidade. O TC da DRC beneficia o paciente equilibrando suas condições clínicos-laboratorias. Diz-se que a desnutrição é um achado comum em pacientes com DRC. Avaliamos pacientes com DRC atendidos pela primeira vez na Nefrologia, que foram reavaliados após o início do tratamento especializado. A ingestão de energia e proteína foi avaliada através de questionários de frequência de consumo alimentar e recordatório de 24 horas. O índice de massa corporal (IMC), a gordura corporal total (GC) e a massa magra (MM), foram avaliados usando-se dobras cutâneas (tríceps, coxa, suprailíaca, peito e abdomen), circunferência do abdomen, peso e altura. MM e GC também foram avaliadas através da bioimpedância (BIA) após tratamento. Sessenta e um pacientes (27 mulheres e 34 homens) foram avaliados na primeira visita (A), desses 45 (18 mulheres e 27 homens) foram reavaliados após 6 meses (D). Resultados: média + DP. Idade= 61±19 anos, filtração glomerular= 25±10ml/min (A), 27±13ml/min (D), albumina=4,4±0,6g/dl (A e D); hematócrito= 35±6% (A), 36±4% (D); hemoglobina= 11,4±2g/dl (A), 12±4g/dl (D); uréia= 125+ 50mg/dl (A) e 91+30mg/dl (D), (p<0,05). O perfil nutricional de acordo com IMC mostrou que no grupo A 60% eram eutróficos (22±3Kg/m2) e 40% obesos (32±2Kg/m2). Após 6 meses o IMC mostrava que 62% eram eutróficos (21±2Kg/m2), e 38% obesos (27±3Kg/m2 , p<0,05 vs A). Dados dos pacientes : ANTES(A) DEPOIS(D) Ingestão de energia 38+8 33+9* Ingestão protéica 1,3+0,5 0,7+0,3* Lipídio total 35+6 32+7 Gordura saturada 13+0,2 7+0,2* GC % 46+12 35+9* Mulheres obesas GC % 33+8 25+4* Homens obesos MM (Kg) 41+4 39+4 Mulheres obesas MM (Kg) 50+6 51+5 Homens obesos * p<0,05 vs A; + vs D. ICT= ingestão calórica total BIA Kcal/Kg/dia g/Kg/dia (% ICT) (% ICT) 30+3+ 24+6 45+4+ 56+8 A comparação da composição corporal entre BIA e antropometria foi semelhante para todos os grupos com exceção das mulheres obesas, conforme já conhecido. Em resumo, a desnutrição não foi um achado encontrado nesta população, apesar de ter sido referida tardiamente para o tratamento especializado (estágio 4). A ingestão calórica e protéica não eram adequadas, porém 6 meses após o tratamento especializado esta foi corrigida, mostrando boa aderência à dieta. Finalmente, podemos dizer que é seguro avaliar esta população por antropometria se realizada por profissional experiente. P-544 P-545 PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO CONSERVADOR SILVEIRA, E. R.; ARAÚJO, M. L.; BARBOSA, L. N. M. SALUM, R. E.; MACEDO, M. A. M.; SANTOS, G. D.; ALKMIM, L. D.; CAMARGO NETO, G. B.; DORNELAS, J. J.; GONTIJO, G. H. S.; NASCIMENTO, S. C. O.; MACHADO, M. A.; FARIAS, M. R.; SILVEIRA, E. R. INSTITUIÇÃO: CENEMGE - CENTRO NEFROLÓGICO DE MINAS GERAIS PERFIL SÉRICO DOS ÁCIDOS GRAXOS NA PROGRESSÃO DA UREMIA:INFLUÊNCIA DA HEMODIÁLISE E DO TRANSPLANTE RENAL YOUNESIBRAHIM, M. ;FERREIRA, T. C. A.; CASTROFARIA, M. V. PEREZ, C.; BREGMAN, R.; SOUZA, E. R. M.; KAUFMAN, A. UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Introdução: A transição nutricional observada nos últimos anos no Brasil evidenciou o aumento do consumo de alimentos industrializados com alta concentração de sódio, açúcares simples, lipídeos (principalmente gordura saturada) e proteínas em sua composição em detrimento do consumo de frutas e verduras (ricos em vitaminas, minerais e fibras) e carboidratos complexos. Hábitos alimentares inadequados apresentam relação direta com crescimento de doenças crônicas degenerativas, tais como hipertensão arterial, diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares. Objetivo: Conhecer o perfil dietético e nutricional dos pacientes atendidos no período de julho de 2003 a abril de 2004 em acompanhamento ambulatorial. Métodos: Coletou-se dados de 40 prontuários buscando informações antropométricas, clínicas, idade, sexo, tempo de tratamento, hábitos alimentares e análise da ingestão habitual através do sofware Diet Pro versão 4.0. Resultados: Da população avaliada 52,5% dos pacientes são do sexo masculino e 47,5% feminino, com média de idade de 64,55±14,52 anos e IMC 27.96±6.31. Em relação à doença de base obteve-se 25% nefropatia diabética, 20% nefroesclerose hipertensiva, 15% glomerulonefrite e 40,0% outros. Considerando informações clínicas gerais, obteve-se 35% dos pacientes com relato de intestino preso, 22,5% falta de apetite e 45,0% mastigação rápida. Na avaliação dietética obteve-se um indicador calórico médio de 25.92±6.97 Kcal/kg e protéico de 1.18±0.31g/kg com media de 4 refeições/dia. As vitaminas tiamina (1.08±0.42 mg/dia) e riboflavina (0.96±0.43 mg/dia) encontram-se abaixo da recomendação e vitamina C (123,08±112.39) acima do recomendado. As fibras e os minerais cálcio (561,09±392,30 mg/dia), ferro (9,91±5,24) e zinco (8,78±5.04 mg/dia) apresentam valores abaixo do recomendado. Conclusão: A população de renal crônico em geral e composta de pacientes idosos sendo necessário, atenção maior na proposta de terapêutica nutricional proposta para melhor aderência ao tratamento. 188 Distúrbios do metabolismo lipídico acompanham a progressão da doença renal crônica e as características do metabolismo de ácidos graxos (AG) no curso das deteriorações progressivas do parênquima permanecem desconhecidas. Como tentativa de entender este processo, aferimos os níveis de ácidos graxos não esterificados (AGNE) de cadeias entre 14 e 18 carbonos, pelo método de HPLC, no soro de 98 pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) em tratamento conservador (TC) e de 18 pacientes com IRC em tratamento hemodialítico (HD). Os pacientes em tratamento conservador foram agrupados de acordo com o grau de função renal e a presença ou não de diabetes. Doze dos pacientes em HD, foram transplantados (Tx) e avaliados no período pós-Tx renal na 10 e 100 semanas, divididos em subgrupos com doador cadáver (n=6) e doador vivo (n=6). Os níveis séricos de AGNE dos pacientes foram comparados com os níveis de AGNE de indivíduos saudáveis. Nos pacientes em TC, a perda da função renal foi acompanhada de aumento sérico significativo (p<0,05) dos ácidos oléico (C18:1) e palmítico (C16:0) e da diminuição dos ácidos palmitoléico (C16:1), linoléico (C18:2) e esteárico (C18:0). Os pacientes HD apresentaram níveis elevados de ácido oléico (p<0,05). Os ácidos oléico e palmítico, cursaram com redução sérica significativa após o Tx no subgrupo de pacientes que recebeu rim de doador cadáver, independentemente da recuperação da função renal. O mesmo não aconteceu com receptores de rim de doador vivo que mantiveram níveis elevados de AG apesar de recuperarem a função renal. Após 10 semanas recebendo o mesmo esquema de imunossupressão, 10/12 pacientes tx, normalizaram seus níveis séricos de ácido oleico e os 2 pacientes que mativeram elevados tinham desenvolvido infecção por citomegalovírus (CMV). Conclusão: 1) O perfil metabólico de AGNE saturados e não-saturados se modifica ao longo do processo de uremia. 2) HD e Tx renal interferem no metabolismo AG. 3) Infecção por CMV altera perfil sérico de AG pos Tx. XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia J. Bras. Nefrol Insuficiência Renal Crônica P-546 PERFIL SOCIOECONOMICO DE PACIENTES COM DOENCA RENAL CRONICA EM DIFERENTES ESTAGIOS DA DOENCA OLIVEIRA, L. A. ;HENRIQUES, V. T. ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G. NÚCLEO INTERDISCIPLINAR DE ESTUDOS E PESQUISAS EM NEFROLOGIA Introdução: O conhecimento do perfil sócio-econômico dos pacientes é fundamental para a implementação de ações de saúde no tratamento das doenças crônicas degenerativas. Objetivos: Caracterizar as condições sócio-econômicas dos pacientes, em tratamento conservador nos diferentes estágios da DRC. Metodologia: Caracterizados 78 pacientes, divididos em estágios de progressão da DRC, segundo K/DOQI de acordo com o RFG: estágio II (n=6); III (n=28); IV (n=35) e V (n=9), com idade de 22 a 81 anos, 40 do sexo masculino. Realizaramse análises das informações sócio-econômicas obtidas em protocolos e comparouse o perfil dos pacientes. Resultados: Com relação ao estado civil no estágio II, todos eram casados; nos estágios III e IV foram encontrados pacientes casados, solteiros, divorciados e viúvos respectivamente: III 19,5,3,1; IV 25,4,3,3 e no V 7 casados e 4 viúvos. A respeito da habitação, nos estágios II e V todos possuíam casa própria, e nos estágios III e IV mais de 85%. Com relação à composição familiar nos estágios III e V, 2 residiam sozinhos. Verificou-se em todos os estágios um nº reduzido de membros familiares, sendo 5,23,27 e 9 que possuíam de 2 a 4 membros. Entretanto 1,4,6 e 2 pacientes possuíam mais de 5 membros. A religião predominante em todos os estágios foi a católica. Os resultados referentes à situação laborativa e a escolaridade encontram-se nas Tabelas Tabela 2 – Nº de pacientes de acordo com a escolaridade em diferentes estágios DRC Escolaridade II III IV Fundamental (completo) 2 6 9 Fundamental (incompleto) 4 8 Médio (completo) 4 8 7 Médio (incompleto) 5 4 Superior (completo) 2 2 Superior (incompleto) 2 Analfabeto 3 3 V 2 3 2 1 1 Conclusão: Não houve prevalência de nenhuma variável em relação a outra quando foi usado testes do Chi-Quadrado ou Fisher. Todas as variáveis obtidas influenciam no tratamento clínico e fundamenta abordagem de educação continuada em saúde conduzindo a uma melhora significativa no estado do paciente. Tabela1- Nº de pacientes de acordo com a situação laborativa nos diferentes estágios da DRC Situação laborativa II III IV V Aposentado 4 20 22 6 em atividade 3 10 12 2 Rendas Familiar e Individual Paciente conveniado 8475,0±10641 1293,9±929,4 2673,3±1905,6* 4000,0 Paciente SUS 1170,0±646,7 858,0±738,8 700,24±468,1* 712,8±550,9 Paciente conveniado 4225,0±5338,0 1003,7±1057,2 1594,0±1055,7* 4000,00 Paciente SUS 685,0±341,0 454,00±348,1 448,8±326,3* 240,00 *p<0,05 P-547 P-548 PERITONITES EM CRIANÇAS EM DIÁLISE PERITONEAL AMBULATORIAL (CAPD/CCPD) RIGATTO, S. Z. P. ;GONÇALVES, R. C. PRATES, L. C.; BRITTO, A. C. G.; BELANGERO, V. M. S. INSTITUIÇÃO: DEPTO DE PEDIATRIA - FCM - UNICAMP PREVALÊNCIA DA DEPRESSÃO NOS PACIENTES EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO NA SANTA CASA DE BELO HORIZONTE - ESTUDO PRELIMINAR PENIDO, M. G. M. G.; ABJAUD, E. J.; COSTA, J. N.; FURTADO, C. L.; CRUZ, A. A.; CAMPOS NETO, M. S.; SILVA, G. M. C. SANTA CASA DE BELO HORIZONTE - MG O programa de DP ambulatorial (CAPD/CCPD) se mantém como método de excelência para o tratamento dialítico na faixa etária pediátrica. O objetivo deste estudo foi avaliar as peritonites observadas nas crianças em CAPD/CCPD num serviço pediátrico universitário. Casuística e métodos: avaliação retrospectiva das 49 crianças que realizaram CAPD/CCPD de 01/1999 a 05/2004. Resultados: Dos 49 pacientes, 26 eram do sexo masculino, com idade média de 9,49 anos (+-5,2), sendo 11 menores de 6 anos. A etiologia da IRC foi Glomerulopatia em 45% casos, MFTU em 37% casos, Cistinose em 12% casos e outros em 16% casos. A distância média domicílio-centro foi de 99,7 Km. Fizeram exclusivamente CAPD 18 pacientes e os outros 31, CAPD e CCPD. Não tiveram peritonites 24 pacientes (48%) e 8 pacientes (16%) tiveram mais de 2 episódios. O tempo de programa, nestes pacientes, variou de 2 a 95 meses, média de 29,58 meses. A incidência de peritonite acumulada foi de 1 episódio /17,2 paciente mês em 1999; 1/19,8 paciente mês em 2000; 1/28,3 paciente mês em 2001; 1/25,6 paciente mês em 2002; 1/16,2 paciente mês em 2003 e 1/15,3 paciente mês até maio/ 2004. Em 25% casos a cultura foi negativa; bactéria Gram positiva (s.aureus, s.epidermidis e estreptococo) foi identificada em 37,5% casos, Gram negativa não Pseudomonas em 20% casos; Pseudomonas em 10%casos; fungo em 7,5% casos e Mycobacterium tuberculosis em 1 caso. Particularmente no ano 2003 houve aumento na incidência de peritonite: 10 peritonites em 8 pacientes, sendo em 6 deles isolado bactéria Gram negativa (70%). Destes, 4 eram menores de 6 anos de idade, portadores de MFTU e derivação urinária. Conclusão: a incidência de peritonite relatada está de acordo com a literatura e, embora as bactérias Gram positivas sejam as mais freqüentes, as Gram negativas assumem muita importância nas crianças com MFTU, principalmente nas com derivação urinária, freqüentemente colonizadas por estes agentes. XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia Introdução: Conforme diversos estudos, a depressão é a intercorrência psíquica mais freqüente em renais crônicos em hemodiálise (HD). Tal enfermidade acarreta repercussões importantes na evolução clínica e qualidade de vida desses pacientes. Buscamos investigar a prevalência e amplitude da depressão nesta unidade de HD para reflexões e perspectivas de atuação. Métodos: 96 pacientes aleatorizados com taxa de redução de uréia (URR) ≥ 65 (abril/04) e acima de 3 meses sendo analisados 82 questionários. Utilizou-se Inventário Beck para Depressão (validado para a população brasileira), aplicado oralmente por 3 psicólogas durante sessão de HD. Resultados: 52,5% F; 21,0% 2140 anos(a), 53,5% 41-60a e 23,0% > 60a; 54,0% casados, 23,0% solteiros e 23,0% outros; 47,5% até 4ª série, 29,0% da 5ª a 8ª e 21,0% 2º grau; aposentados 49,0%, do lar 19,5% e em atividade profissional 20,5%; a maioria dos pacientes (61,0%) tem até 3a de HD e 25,5% tem mais de 5a de HD; os escores do BDI foram 47,5% depressão mínima, 29,0% leve, 21% moderada e 2,5% grave. Conclusões: 1) as mulheres apresentaram maiores escores de depressão; 2) apenas mulheres estavam no escore de depressão grave e estas não tinham atividade profissional; 3) 56,5% dos homens apresentaram escore mínimo de depressão; 4) 68,5% dos pacientes com mais de 60a estavam no escore mínimo; 5) 21,0% dos pacientes apresentaram escore moderado, tinham mais de 41a e a maioria (82,5%) estava sem atividade profissional; 6) a maioria dos pacientes casados (75,0%) tinha escores mínimo e leve; 7) itens de irritabilidade e perda da libido destacaram-se quantitativamente no questionário. Questões: Mulheres necessitam mais de acompanhamento psicológico? Pacientes deprimidos têm menor sobrevida em HD? Não-produtividade é fator de risco para a depressão? Qual a influência de estar casado nos escores de depressão? A irritabilidade pode ser um preditor de depressão? Qual a relação entre perda da libido e depressão? Esse é um estudo preliminar e novos dados serão incorporados para análise e intervenções apropriadas. 189 Insuficiência Renal Crônica J. Bras. Nefrol P-549 P-550 PREVALÊNCIA DA DOENÇA RENAL CRÔNICA NO PROGRAMA HIPERDIA BASTOS, R. M. R.; GALIL, A. S.; NOGUEIRA, M. C.; ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA E FUNDAÇÃO IMEPEN PREVALÊNCIA DA DOENÇA VASCULAR PERIFÉRICA EM PACIENTES DOENÇA RENAL CRÔNICA CARMO, P.A.V.C.; CARMO, W. B.; SUASSUNA, N. F.; ABRITA, R. R.; ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA E FUNDAÇÃO IMEPEN Introdução: A doença renal crônica (DRC) está sendo considerada um problema de saúde pública mundial. Na implementação de uma política nacional de saúde para a DRC é necessário se estabelecer a prevalência da doença, particularmente nos sub-grupos de pacientes de maior risco, tais como os hipertensos (HA) e diabéticos (DM). Objetivo: No presente trabalho, os autores avaliaram a prevalência da DRC em pacientes hipertensos e diabéticos baseando-se na definição proposta pela National Kidney Foundation. Métodos: Foi comparado os dados apresentados no Programa HiperDIA (HiperDIA MS, http:hiperdia.com.br) relativos a doença renal, com aqueles obtidos nos pacientes hipertensos e diabéticos cadastrados em três Unidades de Saúde de Juiz de Fora (HiperDIA JF) que participam da notificação dos pacientes na página web do HiperDIA. No HiperDia JF definiu-se como DRC os pacientes com filtração glomerular (FG) <60 mL/min/1,73 m2. Resultados: No Programa HiperDia MS (2757007 pacientes cadas-trados) observamos o diagnóstico de HA em 73,7%, DM em 3,7% e HA e DM em 22,6%. A prevalência de DRC foi de 6,6%. No HiperDia JF (849 pacientes) a HA foi diagnosticada em 68,8%, o DM em 1,6% e HA e DM em 29,6%. A DRC foi identificada em 25,5%. Conclusão: A utilização da FG permite identificar mais pacientes com DRC entre os hipertensos e diabéticos, sugerindo que a documentação da doença no HiperDia está sub-dimensionada. O registro mais fidedigno dos dados é fundamental para a implementação de uma política nacional de saúde voltada para os pacientes com DRC. Introdução: Existem poucas informações sobre a prevalência da doença vascular periférica (DVP) em pacientes com doença renal crônica, particularmente relacionado às dificuldades de diagnóstico da doença. O objetivo do presente trabalho é avaliar a prevalência da DVP. Métodos: A DRC foi definida e estagiada segundo o K/DOQI da National Kidney Foundation. A Filtração glomerular (FG) foi estimada a partir da creatinina sérica empregando-se a fórmula do estudo MDRD. A DVP foi definida quando o índice tibial-braquial (ITB) foi <0,9. Resultados: A tabela sumariza os resultados: Variáveis Número de pacientes Sexo masculino, n (%) Idade, anos (±DP) Estágio da DRC, n (%) 3 4 5 Hipertensão arterial Diabetes mellitus Doença cárdio-vascular Colesterol total Triglicérides População total 45 20 (44) 56,6±15,2 DRC sem DVP 32 (71) 13 (41) 53,5±12,9 DRC com DVP 13 (29) 7 (54) 66±18 16 (35,5) 22 (48,8) 6 (13,3) 38 (84) 12 (27) 12 (27) 201±45 159±76 13 (41) 15 (47) 4 (12) 29 (91) 7 (22) 5 (16) 206±40 161±81 3 (23) 7 (54) 2 (15) 9 (69,2) 5 (38) 7 (54) 146±55 143±63 Conclusão: A DVP foi observada em 29% dos pacientes com DRC. O uso do ITB é uma técnica semiótica simples e deveria ser utilizado rotineiramente em pacientes com DRC. P-551 P-552 PREVALÊNCIA DAS ALTERAÇÕES URINÁRIA EM PORTADORES DE DIABETES MELITOS VALE, É. L. ;MAGALHÃES, M. S.; GALINDO, M. C. T. COELHO, S. N. DERPARTAMENTO DE NEFROLOGIA/UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PREVALÊNCIA DE ANTÍGENOS DO SISTEMA HLA E IMUNIZAÇÃO CONTRA HEPATITE B EM PACIENTES QUE INICIAM HEMODIÁLISE COSTA, A. F. P. ;RESSURREIÇÃO, F. M.; GOUVEIA, E. A.; BARROS, A. A.; OLIVEIRA, C. A. SILVA, P. L.; CHAVES, C. H.; GOMES, M. G.; LOUREIRO, L. . V.; GAMA, S.; SILVA, A. C. SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL DO AÇÚCAR - MACEIÓ (AL) Introdução: A prevalência mundial do diabetes melitos (DM) e sua importância na etiologia da insuficiência renal crônica (IRC) vem aumentando de forma acelerada. A proteinúria precede em alguns anos o declínio da função renal e o seu tratamento pode retardar ou evitar o aparecimento deste último. Deste modo são necessários esforços para detecção precoce e tratamento adequado das alterações renais iniciais desta patologia. Objetivo: Avaliar a prevalência de proteinúria numa população de diabéticos acompanhados na rede básica de saúde da cidade de Recife. Métodos: Foram registradas as características clínicas, o tipo de terapia hipoglicemiante, e realizadas avaliações semiquantitativas para detecção de proteína, através de fita reagente, em amostra de urina matinal de 77 pacientes portadores de DM. Foi considerada proteinúria a leitura de traços ou cruzes de proteína na fita reagente. Resultados: A média (+DP) de idade foi 61(+9,7) anos, o sexo feminino (78%) e a raça negra/parda (58%) foram predominantes. Havia diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica (HAS) na maioria (62%) dos pacientes. O tempo de diagnóstico da DM foi variável, menos de 05 anos (32%), de 5 a 10 anos (35%) e mais de 10 anos (33%) e a maioria dos pacientes (78%) fazia uso de hipoglicemiante oral. Vinte e dois pacientes (28%) apresentaram proteinúria e não houve diferença estatística, nos aspectos analisados, dos pacientes que não tiveram este achado. Conclusão: Empacientes idosos portadores de DM a prevalência de anormalidades urinárias sugestivas de proteinúria é alta. Os achados clínicos não ajudaram na detecção dos portadores desta alteração. Nos pacientes idosos é necessária uma avaliação laboratorial precoce já no momento do diagnóstico da DM para identificação da nefropatia diabética. 190 Introdução: A vacinação contra o vírus da Hepatite B (HBV) é uma medida efetiva que minimiza os riscos de contaminação viral na população dialítica. Sabe-se que a taxa de imunização é variável e nenhum fator clínico ou laboratorial isoladamente é preditivo da resposta. Método: Pacientes portadores de insuficiência renal crônica terminal (IRCT) em início de programa de hemodiálise, anti-HbSAg negativos, maiores que 18 e menores que 65 anos, não diabéticos, foram submetidos a vacinação para HBV, em dose dupla. Um ano após a última dose, foram reavaliados quanto à resposta favorável à vacinação (presença de anti-HbSAg e ausência de anti-HBc IgG). Os imunizados e não imunizados foram comparados quanto a variáveis clínicas, laboratoriais e prevalência dos antígenos de histocompatibilidade. Resultados: Um total de 39 pacientes (24M, 15F) foram incluídos. Dentre esses, 25 (64,1%) apresentaram soro-conversão, enquanto 14 (35,9%) permaneceram anti-HbSAg negativos. Não houve diferença significativa quanto à idade (42,8 ± 15,9 contra 43,6 ± 12,6 anos, respectivamente), sexo, albumina, níveis de uréia, entre os dois grupos. Entre os imunizados, predominou o tipo sanguíneo A+; e quanto aos antígenos do HLA, houve uma predominância significativa (p = 0,007) do antígeno A2. Não ocorrendo diferenças na distribuição dos demais antígenos, nos diversos loci, entre os dois grupos. Conclusão: A imunização contra o HBV nos urêmicos atinge um percentual variável. A maior prevalência de um determinado antígeno do sistema HLA, entre os imunizados, pode sugerir a participação de mecanismos genéticos nessa resposta. XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia J. Bras. Nefrol Insuficiência Renal Crônica P-553 P-554 PREVALÊNCIA DE DISFUNÇÃO RENAL EM PACIENTES ANTIHIV POSITIVOS NO AMBULATÓRIO DE DOENÇAS INFECTO-PARASITÁRIAS (DIP) DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (HC-UFPE) CAVALCANTE, M. A. G. M. ;VALENTE, L. M. COELHO, S. N.; LACERDA, H. R. HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PREVALÊNCIA DE FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES IDOSOS EM DIÁLISE PERITONEAL RODRIGUES, C. J. O. ;GONÇALVES, E. A. P.; DANDE, C. V.; RODRIGUES, A. C.; NAKA, E. L.; AMORIM, S. P.; LARANJA, S. M. R. HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL - HSPE- SÃO PAULO- SP Introdução: A presença de disfunção renal em pacientes antiHIV positivos pode estar associada a inúmeras causas, entre elas drogas (sulfatrimetropim, indinavir, abacavir, aciclovir, antibioticoterapia), gerando alterações tubulointersticiais, causas obstrutivas (precipitação intra e extra renais de cristais), assim como asso ciada ao vírus da imunodeficiência humana (HIV), determinando glomerulonefrite. Ainda é possível encontrar nesta população, disfunção renal não associada ao HIV ou drogas relacionadas e sim, secundária a doenças pre-existentes, tais como, DM, HAS ou mesmo glomerulonefrite prévia. O objetivo deste trabalho é determinar a prevalência de disfunção renal em amostra de pacientes ambulatoriais antiHIV positivos do Hospital das Clínicas-UFPE. Pacientes e Métodos: Foram entrevistados 415 pacientes antiHIV positivos, no período de Janeiro a Maio de 2004, por ocasião da consulta regular do setor e anotado resultado da creatinina sérica realizada no laboratório central do Hospital das Clínicas. Entrevista e exames complementares foram analisados para definição da causa da insuficiência renal, quando presente. Dados como, histórico de DM, HAS, litíase renal, proteinúria, neoplasia, doença do colageno, assim como uso de drogas e intercorrências infecciosas nos últimos 6 meses. Resultados: Dos 415 pacientes analisados, 292 eram do sexo masculino, a idade média foi de 38,1 anos e predominaram as raças parda e negra. Nesta população encontramos 9 pacientes (2,16%) com creatinina sérica > 1,4mg/dl. Desses 9: 2 tinham diagnóstico de DM de longa evolução com proteinúria; 1 apresentava HAS severa de longa duração; 1 tinha histórico recente de litíase renal com quadro obstrutivo bilateral; 3 apresentavam quadro de proteinúria significativa e em 2 casos não foi possível se determinar a causa da disfunção renal. Conclusão: A prevalência encontrada de disfunção renal nesta amostra de pacientes estáveis e ambulatoriais do HC-UFPE foi de 2,16% e as causas mais frequentes foram glomerulopatia e diabetes mellitus. Introdução: A doença cardiovascular (CV) é a principal causa de morbi-mortalidade em pacientes em diálise. Na população geral, extensos estudos identificaram diversos fatores de risco CV e estes têm sido extrapolados para populações dialíticas. Indivíduos acima de 60 anos em tratamento dialítico podem apresentar uma potencialização do risco CV, em virtude da associação de fatores relacionados à idade e à disfunção renal. Métodos: Estudamos 14 pacientes em programa de diálise peritoneal (dois em CAPD e 12 em APD) há pelo menos seis meses. Na ausência de evidências de diálise insuficiente, infecção ou agudização da IRC, foram avaliados a pressão arterial (PA), peso e altura (com determinação do índice de massa corporal) e dosados no sangue creatinina, uréia, cálcio, fósforo, fosfatase alcalina, PTH, proteína C reativa, glicose, homocisteína e o perfil lipídico. Resultados: Utilizando valores ideais para a população geral, verificamos uma prevalência extremamente elevada de alterações. Onze pacientes eram diabéticos (87,6%), mesmo número de indivíduos com hipertensão, definida como o uso de medicação hipotensora ou PA _ 140 / 90 mmHg. Todos apresentavam anemia, controlada com eritropoetina e ferro: mesmo assim, oito (57,1%) ainda mantinham hematócrito abaixo de 33%. Apenas um paciente (7,2%) não apresentava alteração lipídica: cinco (35,7%) tinham HDL < 40 mg/dl, dez (71,4%) com LDL >100 mg/dl e também dez (71,4%) com Triglicérides > 150 mg/dl, mesmo considerando que seis pacientes usavam algum hipolipemiante. Onze (78,6%) pacientes apresentavam algum distúrbio do metabolismo ósseo descompensado, mesmo recebendo acompanhamento nutricional, quelantes de fósforo e calcitriol, de acordo com a alteração. Treze pacientes (92,8%) apresentaram PCR > 0,11 mg% e quatro (33%) tinham aumento de homocisteína (entre os 12 com dosagens). Todos estavam recebendo reposição de complexo B e ácido fólico. Ao se estimar o risco CV através das Equações de Framingham, apenas três pacientes (21,4%) mostraram um risco de evento _ 20% em dez anos, o que não se mostrou compatível com o risco real. Conclusão: Há prevalência extremamente elevada de fatores de risco CV em idosos em programa de diálise peritoneal. Mesmo pacientes em acompanhamento rigoroso apresentam uma dificuldade no controle dos fatores. A potencialização do risco decorrente da associação da idade avançada, IRC, alta prevalência de diabetes como etiologia e o grande número eventos CV prévios sugere que esta população deve receber especial atenção para o controle intensivo dos fatores de risco. A estimativa baseada nos estudos de Framingham não se mostrou útil para estimar o risco CV. P-555 P-556 PREVALÊNCIA DE INFLAMAÇÃO SISTÊMICA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS PORTADORES DE DOENÇA RENAL CRÔNICA SYLVESTRE, L. C. ;PECOITS FILHO, R. F. ; FONSECA, K. P. D.; STINGHEN, A.; MENESES, R. P. HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE E PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ PREVALÊNCIA DE OBSTIPAÇÃO INTESTINAL EM PACIENTES EM HEMODIÁLISE CRÔNICA RIELLA, M. C.; HOFFMANN, K.; YASSIN, L. S.; MARTINS, C. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ Introdução: A inflamação sistêmica tem sido associada a complicações da doença renal crônica (DRC), como a desnutrição e a doença cardiovascular (DCV), porém, a prevalência deste estado inflamatório não foi definida, até o momento, em pacientes pediátricos. O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência da inflamação em crianças e adolescentes com DRC em tratamento conservador (TC), diálise peritoneal (DP) e hemodiálise (HD). Métodos: Foram avaliados 65 pacientes (26 em HD, 14 em DP e 25 em TC); todos eram acompanhados no Hospital Pequeno Príncipe. A inflamação foi avaliada a partir da mensuração da proteína C-reativa (PCR) de alta sensibilidade por Nefelometria, em 59 pacientes. Foram excluídos pacientes em uso de drogas imunossupressoras e com infecção ativa detectável. Resultados: 72% dos pacientes era do sexo masculino.A média de idade foi de 9 ± 4 anos (entre 1 e 19 anos) e índice de massa corpórea (IMC) 16 ± 2. Quanto à doença de base, houve predomínio das uropatias (58%). A média de PCR foi de 4,03±1,02mg/L e inflamação em nível de risco para DCV (>1mg/L) foi detectada em 42% dos pacientes. A PCR foi mais alta em TC (4,87±1,53mg/L) e HD (4,80±1,67mg/L) quando comparados a DP (1,11±2,21mg/L) (p<0.001). Conclusão: Nosso estudo demonstra que a inflamação é bastante comum em pacientes pediátricos com DRC. Em nosso estudo, pacientes em DP apresentavam níveis de PCR mais baixos, quando comparados a HD e TC, e o tempo em hemodiálise teve correlação com sinais mais marcantes de inflamação. Estes achados corroboram a hipótese de que, assim como em adultos, pacientes com DRC na infância já apresentam fatores que podem contribuir para o aumento da morbi-mortalidade cardiovascular, indicando a necessidade de se definir estratégias para detecção e intervenção precoces. XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia Introdução: A obstipação intestinal, crônica e aguda, é queixa comum de pacientes em hemodiálise (HD). O problema pode estar relacionado a fatores alimentares, emocionais, patológicos, físicos e medicamentosos. O objetivo desse estudo foi investigar a prevalência da obstipação em HD. Métodos: Foram avaliados pacientes de cinco unidades de HD da região de Curitiba-PR. Foram incluídos indivíduos em HD há mais de três meses e em uso de carbonato de cálcio como quelante de fósforo. Através de entrevista, foram obtidos os seguintes dados: presença de obstipação, história clínica relevante para o problema, hábitos alimentares e de exercício físico, uso de medicamentos, dose e forma de utilização do carbonato de cálcio. Resultados: dos 448 pacientes avaliados, 150 (33,5%) apresentaram queixa de obstipação crônica. Dentro do grupo de obstipados, a maior prevalência foi de indivíduos sedentários (n=101, 67,3%; p=0,005), em mulheres (n=89, 59,4%; p<0,0001), e em diabéticos (n=50, 33,3%; p<0,0001). O grupo de obstipados também relatou maior uso de laxantes (n=67, 44,7%; p<0,0001) e benzodiazepínicos (n=27, 18%; p=0,02). Não houve diferença quanto às doses de carbonato de cálcio, com tendência estatística para o uso da forma em pó. Houve maior prevalência de obstipação naqueles com ingestão pouco freqüente de alimentos ricos em fibras. Embora não significativa, houve tendência à obstipação naqueles que ingeriam menos que um litro de líquido ao dia. Conclusão: A prevalência de obstipação não parece ser tão alta como suposta para pacientes em HD, e está mais relacionada ao sexo feminino, presença de diabetes, sedentarismo, ingestão baixa de fibras e uso de laxantes e benzodiazepínicos. O carbonato de cálcio não parece influenciar na prevalência de obstipação desses pacientes. 191 Insuficiência Renal Crônica J. Bras. Nefrol P-557 P-558 PREVALÊNCIA DE PLACAS ATEROSCLERÓTICAS EM UMA POPULAÇÃO DE RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE: IMPACTO DA IDADE E PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA PÓS DIÁLISE LEITE JÚNIOR, M. ;VIANNA, M. N. TURANO, M.; FERRAZ, L.; BARREIRA, A. L.; CARDOSO, L. R.; ORNELLAS, J. F. R. SERVIÇO DE NEFROLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO E CENTRO INTEGRADO DE NEFROLOGIA, REALENGO, RJ PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA RENAL CRÔNICA PRÉ-DIALÍTICA ADLEI ROGÉRIO HAIASHI, LUCIANA CRISTINA PEREIRA, JOÃO EGIDIO ROMÃO JR SERVIÇO DE NEFROLOGIA – HOSPITAL DAS CLÍNICAS FMUSP, SÃO PAULO - SP. Introdução: A doença cardiovascular é a principal causa de morbi-mortalidade nos pacientes em hemodiálise (HD), os quais são predispostos à formação de placa aterosclerótica (PAC) por aterogênese acelerada. Este estudo objetivou a investigação de PAC em carótida e as características clínicas e laboratoriais associadas, em um grupo de pacientes renais crônicos em programa regular de HD. Métodos: Através de ultra-som com Doppler colorido de carótidas, a PAC foi investigada em 39 pacientes não diabéticos, há pelo menos 6 meses em HD. Foram colhidos dados referentes a análises de bioquímica do sangue, idade, tempo em HD, tabagismo e ganho de peso interdialítico (GID). Foram utilizados os registros de pressão arterial (PA, mmHg) da 1ª, 2ª e 3ª sessões de uma mesma semana. As médias das pressões arteriais sistólica (PAS) e diastólica (PAD), pré e pós-HD, foram calculadas. Resultados: Características dos pacientes: homens: 51,3%, tabagismo: 51,3%, nefroesclerose hipertensiva: 46%; idade: 47,1 12,8 anos. PAC foi observada em 64% dos pacientes. Os dados referentes aos grupos com e sem placa foram, respectivamente: idade: 50,5±10,3 e 41,1±14,8 anos, P<0,05; tempo em HD: 6 [1-15] e 4 [1-11] anos, P<0,05. As medidas de associação (prevalência e razão de prevalência) entre PAC e idade ≥ 40 anos (Curva ROC): 76% e 3,45 IC 95% 1,0-11,9, P<0,01; tempo em HD ≥ 5 anos (Curva ROC): 84% e 1,87 IC 95% 1,11-3,15, P<0,05; pressão arterial diastólica < 90mmHg pós-HD: 0,28 IC 95% 0,05-1,66, P<0,05. Conclusão: Placa aterosclerótica foi encontrada em 64% dos 39 pacientes examinados. Idade e tempo em HD associaram-se positivamente com a PAC. PAD < 90 mmHg pós-HD associou-se significativamente com a presença de PAC. Estes dados confirmam a prevalência significativa de aterosclerose na população de pacientes renais crônicos, e sugerem que o declínio na PAD pós-HD deva direcionar a investigação de doença aterosclerótica, em que o US de carótida se apresenta como uma ferramenta não invasiva e de fácil realização. A doença renal crônica (DRC) é um preditor de doença cardiovascular (DCV) e pacientes com DRC apresentam mortalidade elevada devido a DCV. Ao mesmo tempo, pacientes com síndrome metabólica (SM) apresentam risco elevado para diabetes mellitus e DCV, bem como risco aumentado para morte de causa cardiovascular. O objetivo foi determinar a prevalência de SM em portadores de DRC em sua primeira visita ao Ambulatório de Uremia. Analisamos os dados de 196 pacientes com DRC, com idade > 18 anos (média: 56,6 ± 16,1 anos), peso de 67,1 ± 13,8 kg, IMC de 26,0 ± 4,8 kg/m2, 20% eram diabéticos, a creatinina era 2,9 ± 1,7 mg/dL, filtração glomerular calculada de 35,4 ± 25,2 ml/min e proteinúria de 2,1 ± 3,4 g/dia. O recente Terceiro Consenso do Painel Nacional de Tratamento de Hipercolesterolemia (ATP III) define a SM (presença de ≥3 das anormalidades): circunferência abdominal >102 cm em homens e >88 cm em mulheres; triglicérides >150 mg/dL; HDL colesterol >40 em homens e >50 em mulheres; hipertensão arterial; glicemia de jejum ≥110 mg/dL. A prevalência de SM foi de 51,5%, sendo maior (_2= 11.586; p< 0.001) nos homens (62,5%) do que entre as mulheres (38,0%). Obesidade abdominal foi observada em 57 pacientes (29%) dos casos, sendo mais prevalente (_2=8.313; p<0.005) nas mulheres (40,5%) do que nos homens (20,5%). A prevalência de hipertrigliceridemia foi de 53%, de HDLcolesterol baixo 53,1%, de glicemia de jejum elevada 30,1% e de história de hipertensão arterial 85,2%, não havendo diferenças entre os dois sexos. A prevalência de SM aumentou de 26,7% dentre os pacientes com <40 anos de idade, para 57,6% e 55,8% para pacientes com idade entre 40 e 59 anos e naqueles acima de 60 anos, respectivamente. Concluímos que a síndrome metabólica é altamente prevalente dentre pacientes portadores de DRC, podendo ter implicações importantes para o setor de saúde pública (na prevenção, tratamento e custos elevados). P-559 P-560 PROCEDÊNCIA X MORTALIDADE EM PACIENTES SUBMETIDOS A HEMODIÁLISE COSTA, A. F. P. ;GOUVEIA, E. A.; RESURREIÇÃO, F. M.; BARROS, A. A.; MACEDO, J. P.; OLIVEIRA, C. A. OLIVEIRA, A. C.; LOPES, P. S.; GOMES, S. C. C.; GOMES, M. G. M.; CHAVES, C. H. P.; LOUREIRO, L. V. HOSPITAL DO AÇÚCAR PROGRESSÃO DA HEPATITE C É MAIS RÁPIDA EM RENAIS CRÔNICOS.ESTUDO CASO-CONTROLE. MACHADO, D. J. B.; NOTAROBERTO, S.; CARRILHO, F. J. INSTITUIÇÃO: HOSPITAL DAS CLINICAS- FMUSP Introdução: A mortalidade nos pacientes portadores de insuficiência renal crônica terminal (IRCT) é elevada e relacionada a diversos fatores como estado nutricional, co-morbidades, fósforo plasmático, entre outros. O nível cultural e o acesso aos serviços de saúde, que no estado de Alagoas são diferentes entre a capital e o interior poderiam influenciar a mortalidade desses pacientes. Método: Um estudo caso-controle foi realizado para observar o impacto da procedência na mortalidade dos pacientes portadores de IRCT, que iniciaram programa de hemodiálise entre 1999 e 2004, na unidade de nefrologia do Hospital do Açúcar. Uma tabela de contingência foi montada e os dados analisados usando o programa graphPad Prism. Todo p < 0,005 foi considerado significativo. Resultados: Um total de 324 (178M, 146F) pacientes admitidos foram divididos quanto a procedência: da capital (222) ou de cidades do interior (102). A sobrevida média, em dias, nos dois grupos não foi estatisticamente diferente. A mortalidade em cinco anos, entre os procedentes da capital foi 33,3 % e naqueles do interior, 35,3%. O Risco Relativo não foi significativo, quanto a variável estudada. Conclusão: A procedência não oferece impacto na mortalidade de cinco anos dos pacientes que iniciam programa de hemodiálise, no serviço estudado. A hepatite C configura a doença hepática mais freqüente em renais crônicos dialíticos (IRCd). No Brasil tem prevalência de 12,5%. Sabe-se que pacientes portadores de hepatite C e IRCd tem em média nível de alanina-aminotransferase (ALT) normal a normal-alto, independente do grau de lesão hepática. Objetivamos avaliar o tempo médio para ocorrência de lesão hepática (progressão), avaliada pelo exame anatomo-patológico (padrão-ouro), em pacientes IRCd pareados com grupo controle não-IRCd. Foram avaliados 700 pacientes com hepatopatia por vírus C entre 31/10/2001 e 12/12/2003. Trinta e nove (5,57%) pacientes tinham doença renal associada, sendo que 33 (4,7%) pacientes tinham insuficiência renal crônica dialítica. A biópsia hepática havia sido realizada em 25 pacientes (75%).Trezentos e dezessete pacientes com hepatopatia C pós-transfusional (sem IRCd) foram usados como grupo controle. Os pacientes tiveram suas biópsias pareadas em relação às alterações estruturais, infiltrado inflamatório portal, atividade inflamatória periportal e atividade parenquimatosa, segundo o escore do Consenso Nacional de Hepatites. Os grupos foram comparados segundo os critérios abaixo: Sexo Fem (n) Idade(X ! DP) (anos) Tempo de infecção (anos) Forma diagnósticoexame rotina (n) Álcool (n) ALT acima LSN (n) ALT (X ! DP) (U/l) Tratamento (n) IRC dialítico n=25 12 (48%) 48,25 ! 9,0 12,16 ! 5,02 Controle n=25 18 (72%) 52,76 ! 10,38 22,64 ! 9,72 p 0,14 0,11 <0,001 22 5 16 73,10 ! 47,33 6/19- 31,6% 25 5 10 43,10 ! 28,60 18/25 (72%) 0,23 1,0 0,07 0,009 0,018 Conclusão: Nossos dados sugerem que embora o nível de ALT médio seja menor em renais crônicos, pareados para o mesmo grau de lesão hepática, a velocidade de progressão(o tempo para a ocorrência de determinada lesão) da hepatopatia C é mais rápida (tempo menor) neste grupo de pacientes. 192 XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia J. Bras. Nefrol Insuficiência Renal Crônica P-561 P-562 REFERÊNCIA NEFROLÓGICA E MORTALIDADE DE PACIENTES EM INÍCIO DE PROGRAMA DIALÍTICO COSTA, A. F. P.; SILVA, A. C.; CHAVES, C. H.; LOUREIRO, L. V.; GOMES, M. G.; SILVA, P. L.; GAMA, S. RESURREIÇÃO, F. M.; GOUVEIA, E. A.; MACEDO, J. P.; BARROS, A. A.; OLIVEIRA, C. A. SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL DO AÇÚCAR - MACEIÓ (AL) RELATO DE CASO: SINDROME DE SNEDDON COM MANIFESTACOES RENAIS GOMES, C. L. R.; FILGUEIRAS, R. S.; ANDRADE, J.; SOUZA, E. R.; RUZANY, F.; ROCHA, P. T. HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO Introdução: A referência nefrológica é um importante fator protetor das altas taxas de morbidade e mortalidade precoces dos pacientes portadores de insuficiência renal crônica terminal (IRCT) que iniciam programa dialítico. Método: Para analisar a influência da referência nefrológica na mortalidade do primeiro ano de diálise, foram estudados todos os pacientes portadores de IRCT, que iniciaram programa dialítico de janeiro de 2003 a janeiro de 2004, no serviço de Nefrologia do Hospital do Açúcar. Aspectos clínicos gerais, origem do paciente (se em urgência ou proveniente de acompanhamento nefrológico prévio) e a mortalidade no primeiro ano foram analisados usando a construção da tabela de contingência, cujas análises estatísticas foram obtidas através do software graphPad Prism. Resultados: No período estudado, foram admitidos 67 pacientes (31M, 36 F), com diagnóstico predominante de doença indeterminada (38,8%), seguido de nefropatia diabética (20,9%) e Hipertensão Arterial (19,4%) e GNC (16,4%). Sendo todos direcionados ao programa de hemodiálise. A maioria foi admitida em urgência dialítica (77,6%), 10 pacientes (14,9%) eram provenientes do ambulatório de nefrologia. A mortalidade geral foi de 8,9 %, sendo o Risco Relativo para o óbito, nos pacientes com acompanhamento prévio de 6,3 vezes menor ( p = 0,0007) que os admitidos sem referenciamento. Conclusão: Observamos que a ausência de referência nefrológica é um importante fator preditivo da mortalidade no primeiro ano dos pacientes em início de programa dialítico. Introdução: Descrita como uma tríade de livedo reticularis, eventos isquêmicos cerebrais e hipertensão arterial (HAS), a Síndrome de Sneddon (SSD) é considerada hoje expressão clínica de um estado de hipercoagubilidade, muitas vezes presente no contexto da Síndrome do Anticorpo Antofosfolipídio (SAF). Descrevemos um caso clínico clássico da SSD com disfunção renal com características histológicas sugestivas de SAF, no entanto, soronegativa para a doença. Apresentação: Paciente de 38 anos, branca, feminina, encaminhada ao Hospital Universitário Pedro Ernesto por elevação de escórias nitrogenadas e artralgia de grandes articulações. História de HAS e acidente cerebral isquêmico aos 36 anos, com hemiparesia esquerda como seqüela. Negava febre, rash malar, enxaqueca, fenômeno de Raynaud, episódios de trombose venosa profunda, abortos. No exame físico chamava a atenção a presença de livedo reticulares exuberante, em tronco e membros, cujo tempo de aparecimento não sabia datar. Exames laboratoriais normais exceto por creatinina sérica de 1,7mg/dl, uréia 51mg/dl, EAS PTN ++/4+, cilindros hialinos, hemácias 4-6/cp. Proteinúria 2g/24h, clearance creatinina 53,1ml/min. FAN, LA, aCL negativos (3 amostras), restante dos exames sorológicos negativos. USG com eco cortical aumentado, dissociação cortéx/medula normal. Biópsia renal mostrando hiperplasia de média de artéria arqueada, hialinose e elastose arteriolar, focos de atrofia cortical c/ degeneração tubular e infiltrado mono intersticial, glomérulos c/ colapso de alças e mesângio expandido, compatíveis com SAF renal. Diagnóstico de SSD c/ alterações vasculares renais. Discussão: O espectro da SSD inclui, além da tríade clássica, maior incidência de trombose artério-venosa em vários sistemas, com manisfestações clínicas múltiplas. A concomitância de SAF varia de 0 a 85%, de acordo com as séries. Apresentamos um caso típico da síndrome, com alterações vasculares renais e insuficiência renal, no entanto, soronegativo para SAF. P-563 P-564 RISCO CARDIOVASCULAR EM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA KIYOTA, T. A. ;FERNADES, N. C. L. HOSPITAL SANTA MARCELINA SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA, ANSIEDADE E ADAPTAÇÃO A DOENÇA EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA EM HEMODIÁLISE SANDRI, A. ;EYE, O. S. P. V.; FIGUEIREDO, C. E. P. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA E CIÊNCIAS DA SAÚDE (NEFROLOGIA), IPB/HSL/FAMED Introdução: A doença cardiovascular se mantém como principal causa de óbito na população de renais crônicos. Objetivos: Abordar os riscos cardiovasculares existentes na insuficiência renal crônica e discorrer sobre os aspectos fisiopatológicos envolvidos nesta correlação. Métodos: Revisão bibliográfica Resultados: Em sendo a doença renal uma doença evolutiva , a medida que o ritmo de filtração glomerular vem declinando uma série de complicações começam a aparecer, além dos fatores de risco tradicionais , podem ser observados outros fatores "não tradicionais" como : inflamação, homocisteína elevada , anemia, estresse oxidativo , hiperfosfatemia, metabolismo Ca x P anormal, fatores trombogênicos , aumento de Lp A (lipoproteína A) , distúrbios do sono , desequilíbrio entre óxido nítrico e endotelina entre outros. Estudos mostram também particularidades no processo aterosclerótico que é precoce e mais avançado nestes doentes. Conclusão: O encontro de diferentes fatores na patogênese da doença , faz do tratamento destes doentes um desafio ,não só pelo número de variáveis que deveriam ser modificados ,como também pelo fato de que quando os pacientes iniciam tratamento diálitico, muitas das complicações já se fazem presentes nesses indivíduos. Quando nos colocamos diante de tamanha complexidade na fisiopatologia, particularidade na apresentação morfológica e heterogeneidade na manifestação clínica da DCV na IRC ,vemos como o seu manejo e tratamento eficaz ficam comprometidos, o que nos remete a acreditar mais uma vez ,que qualquer esforço no sentido de promover prevenção primária e secundária são fundamentais e devem chegar a exaustão, inclusive no que diz respeito a conscientização médica em ger al ,nas diversas especialidades, da real necessidade de implementação precoce de medidas medicamentosas ou relacionadas a mudança de estilo de vida especialmente nas fases mais inicias da doença renal e cardiovascular. Uma vez sendo importante a identificação de pacientes ,que possivelmente poderão sofrer futuros eventos cardiovasculares, para que se tente reduzir sua ocorrência em situações de alto risco ,o nefrologista se vê diante do desafio de ir em busca de respostas que possam ajudá-lo a atuar, não só nas complicações das comorbidades desses doentes , como também melhorar o impacto sobre a mortalidade que a doença cardiovascular exerce na população XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia A qualidade de vida dos pacientes com Insuficiência Renal Crônica (IRC), vem sendo objeto de estudos e discussões, inclusive orientando o planejamento e a implantação de programas terapêuticos. Entre os aspectos que podem comprometer a qualidade de vida estão a sintomatologia depressiva, ansiedade e adaptação à doença. Estas podem ser avaliadas empregando, respectivamente, as seguintes escalas: Beck Depression Inventory (BDI), Cognitive Depression Inventory (CDI), Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE) e Psychosocial Adjustment Illness Scale (PAIS). Realizamos um estudo transversal, do qual participaram 59 pacientes com IRC em hemodiálise, tendo como objetivos avaliar, principalmente, a relação entre o tempo em hemodiálise e a intensidade da sintomatologia depressiva. Além disto, relacionou-se os escores obtidos nas escalas aplicadas entre si e com as variáveis clínicas e laboratoriais. A amostra foi constituída, em sua maioria, por pessoas do sexo masculino, casadas, aposentadas, com ensino fundamental completo e 75% em hemodiálise há pelo menos um ano. Os escores médios + desvio-padrão do BDI, CDI, IDATE-T, IDATEE e PAIS foram 10,6+6,6, 5,9+4,6, 44,5+9,7, 41,6+8,0 e 30,9+17,4, respectivamente. A maioria apresenta sintomatologia depressiva leve e moderada. A sintomatologia depressiva não mínima (BDI>10) foi significativamente mais freqüente no sexo feminino (p=0,05) e naqueles inativos profissionalmente (p=0,01). A PAIS foi mais elevada nos pacientes com sintomatologia depressiva não mínima quando comparados com aqueles com sintomatologia mínima (BDI <10). O tempo em hemodiálise não esteve correlacionado com a sintomatologia depressiva, mas apresentou correlação inversa significativa com os escores da IDATE-T (r:-0,28, p=0,02). O CDI esteve positivamente correlacionado com o número de leucócitos no sangue (r: 0,32, p=0,02). Concluímos que o tempo em hemodiálise está relacionado significativamente com ansiedade como traço de personalidade. Nesta amostra, as mulheres apresentam mais sintomatologia depressiva e os pacientes mais deprimidos tendem a manterem-se menos ativos profissionalmente, apresentarem pior adaptação à doença e níveis mais altos de leucócitos. Os dados indicam que o tempo em hemodiálise não parece ser fator determinante da sintomatologia depressiva neste grupo de pacientes submetidos a tratamento hemodialítico. 193