SARTRE: EXISTENCIALISMO E LIBERDADE (capítulo 04, pp. 45-48)

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18:36
Natureza: Nota de Aula 07 – 2º Bimestre 2016 – Filosofia
Professor: Natan de Sousa
Ano: 1°
SARTRE: EXISTENCIALISMO E LIBERDADE (capítulo 04, pp. 45-48)
 O existencialismo é um conjunto de correntes filosóficas do século XIX e XX que colocam no centro de suas
discussões a análise da existência humana. No existencialismo, o ponto de partida do indivíduo é caracterizado por
uma "atitude existencial", ou uma sensação de desorientação e confusão face a um mundo aparentemente sem
sentido e absurdo.
 É na Europa do período pós-Segunda Guerra Mundial que o existencialismo
passa a exercer grande influência tanto nos meios acadêmicos como fora dele.
Jean-Paul Sartre (1905-1980) é o nome mais proeminente do chamado
existencialismo francês, justamente por conta de sua atividade como
romancista e teatrólogo, que ultrapassa o universo especializado da filosofia.
Outros autores também seguiam a linha de trabalho de Sartre e foram
fundamentais nessa corrente filosófica, como Albert Camus (1913-1960) e
Simone de Beauvoir (1908-1986).
 Obras de Sartre: A Náusea (1938); O Ser e o Nada (1943); Entre quatro
paredes (1945); O existencialismo é um humanismo (1946); dentre outras.
Sartre e Simone de Beauvoir, no Rio de Janeiro, em 1960.
 O existencialismo sartriano é um existencialismo ateu, não há, portanto uma “natureza humana”, uma essência
humana, criada por um Deus que a projetou antes de criar o ser humano, como se fora um artista que concebe sua
obra de arte primeiro em seu pensamento antes de trazê-la à existência. Para o existencialismo sartreano “a
existência precede a essência”. Ou seja, “o homem primeiro existe, se descobre, surge no mundo; e só depois ele se
define [...] o homem não é mais que o que ele faz”. Nas palavras da feminista Simone de Beauvoir: “Não se nasce
mulher, torna-se mulher”. Albert Camus diz: “o homem não é nada em si mesmo. Não passa de uma probabilidade
infinita. Mas ele é o responsável infinito dessa probabilidade”.
 Para Sartre o homem é liberdade. Sartre entende que a liberdade paira sobre os homens como uma sentença:
estamos condenados a passar nossa existência decidindo, assumindo nosso destino e nos responsabilizando por cada
decisão. “A liberdade é liberdade de escolher, mas não a liberdade de não escolher. Não escolher, com efeito, é
escolher não escolher”.
 Na medida em que exercemos a liberdade (o que é inevitável), construímos um sentido para nossa existência,
tomamos conta de nosso destino. O homem é um projeto. Ele está sendo. Exercendo sua liberdade, cada homem vai
definindo quem é.
 O sentido ético da Filosofia de Sartre coloca no centro de suas preocupações a forma como a existência é construída
a partir dos atos. Sua visão de liberdade inclui o princípio da responsabilidade, enfatizando que devemos responder
pelas nossas ações e somos os únicos responsáveis por elas. Nesse contexto, o quietismo, a omissão ou o silêncio
diante, por exemplo, da injustiça significa o próprio esvaziamento da existência. “O homem, sendo condenado a ser
livre, carrega o peso do mundo inteiro sobre seus ombros, é responsável pelo mundo e por si mesmo enquanto
maneira de ser”.
 Ter de escolher o tempo todo e ser responsável por tais escolhas gera, segundo Sartre, angústia. Por conta disso, há
os que tentam fugir de sua responsabilidade de escolha e, recusando que são livres, vivem em má-fé. Ou seja,
cometem o erro de abraçar crenças conformistas ou fatalistas da sua condição humana.
 O homem, já que é responsável por sua existência, não tem como escapar da angústia, mas ela, ao invés de impedilo de agir, deve ser a condição da ação. É o homem angustiado que se engaja. O homem de má-fé foge da angústia.
 Engajamento: ação no mundo concreto e objetivo. Podemos dizer que a filosofia de Sartre é uma filosofia engajada,
já que ele insistia em analisar a situação concreta em que vivia para interferir nos acontecimentos sociais e políticos
do seu tempo. O projeto sartriano, portanto, não é um projeto individualista, pelo contrário, a liberdade que ele
preconiza é uma liberdade engajada.
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