Metabolismo dos Aminoácidos

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BIOQUÍMICA
Ensino teórico - 1º ano
Mestrado Integrado em
Medicina
2010/2011
23ª aula teórica
Metabolismo dos aminoácidos
- Ciclo da ureia
14-dez-10
Objectivos:
Analisar o metabolismo dos aminoácidos:
1. Explicar o papel das reacções de transaminação e
desaminação oxidativa no metabolismo dos aminoácidos
2. Analisar o ciclo da ureia
3. Explicar os mecanismos de regulação do ciclo da ureia
4. Analisar a interrelação do ciclo da ureia com o ciclo de
Krebs e a neoglicogénese
1
Aminoácidos essenciais e não-essenciais
*
* AA essencial nas crianças
Metabolismo de compostos azotados
Aminoácidos
Proteínas
Ácidos nucleicos
Lípidos
é diferente
Hidratos de carbono
Inexistência de reservas de compostos azotados
Elevado turnover molecular
2
Metabolismo
dos
Aminoácidos
1. Libertação de AA durante
síntese/degradação de proteínas (se não
necessários para a sua estrutura)
2. Dieta muito rica em proteínas/AA (AA em
excesso)
3. Durante fome prolongada ou Diabetes
mellitus (HC não disponíveis/não
utilizáveis)
3
Hidrólise enzimática dos aminoácidos
Antes de entrarem nas vias
catabólicas
Proteínas hidrolizadas
AA
1º Estômago - pH 1.0-1.5
Pepsina
(cliva lig. pep. em que a f. amina AA
aromático ou AA acídico)
2º Intest. delgado - pH 7.0-8.0
Enzimas Proteolíticas
pancreáticas
(tripsina, quimotripsina, elastase,
carboxipeptidase A e B)
Leucina-Aminopeptidase
Hidrólise enzimática dos aminoácidos
Tripsinogénio
Enteropeptidase
T
Tripsina (T)
Quimotripsinogénio
T
Proelastase
π-Quimotripsina
T
Procarboxipeptidase
Elastase
π
T
Quimotripsina
Carboxipeptidase
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Absorção e transporte dos aminoácidos
Mecanismo de absorção de aminoácidos e pequenos peptídeos
no intestino delgado – Co-transporte AA/Na+
Absorção e transporte dos aminoácidos
Mecanismo de absorção de aminoácidos e pequenos peptídeos no intestino
delgado, rim e SNC
Ciclo do γ-Glutamil (Ciclo de Meister)
Tra
translocase
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Degradação proteíca - proteínas intracelulares
(requer ATP)
Ubiquitina (Ub):
citoplasma
degradação de proteínas lesadas
Ub
Ub
Ub
Ub
Ub
Ub
Proteína
Alvo
Proteassoma
Ub
Ub
Ub
Aminoácidos
Via da ubiquitina/proteassoma
E1 - ubiquitin-activating enzyme
E2 - ubiquitin-conjugating enzyme
E3 - ubiquitin-protein ligase
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Sistemas de degradação proteíca
Martinez-Vicente and Cuervo, The Lancet, 2007
Manutenção do pool de aminoácidos
Marks DB, Marks AD, Smith CM, 1996 (Basic Medical Biochemistry, a clinical approach)
7
Degradação oxidativa dos aminoácidos
No Homem, as proteínas da dieta
Fonte de AA
Os AA são usados
Síntese novas proteínas
Síntese de outras moléculas
Ex. Heme
Quando em excesso
Usados como fonte de W (10-15%)
- Grupo amino removido
Ciclo da ureia
- Esqueleto carbonado
Intermediários do ciclo de Krebs ou
seus precursores; Acetil CoA
Neoglicogénese
Sintese AG/C.Cet
Degradação dos aminoácidos
Os esqueletos hidrocarbonados dos 20 a.a. que constituem as proteínas
produzem 7 produtos de degradação diferentes.
Glicogénicos
Gliconeogénese
Cetogénicos
•Lisina, leucina
α-cetoglutarato; succinil-CoA;
fumarato; oxaloacetato;
piruvato
NÃO PODEM SER CONVERTIDOS EM GLUCOSE
•AcCoA
•Acetoacetato
Glicogénicos + Cetogénicos
- Síntese de corpos cetónicos
- Lípidos (ácidos gordos TG)
- Isoprenóides colesterol
•Fenilalanina
•Triptofano
•Tirosina
•Isoleucina
•Treonina
AA aromáticos
8
Destino dos esqueletos carbonados
Threonine
Tyrosine
Threonine
Catabolismo dos Aminoácidos
(35-200g/d)
(70-100 g/dia)
20-25% (mas até 90%) do aporte energético provém do catabolismo proteíco
9
CATABOLISMO DE COMPOSTOS AZOTADOS
- Aminoácidos Metabolização do esqueleto carbonado
AA cetogénicos
Acetil-CoA
Acetoacetil-CoA
ácidos gordos
corpos cetónicos
AA glicogénicos
Piruvato
Oxaloacetato
α-Cetoglutarato
Fumarato
Succinil-CoA
neoglicogénese
Remoção do grupo -NH2
- Transaminação (transaminases)
- Desaminação oxidativa (desidrogenases)
-NH2 → NH4+
Ciclo da ureia
1º - Transaminação envolvendo o glutamato:
principal modo de remoção de grupos α-NH2
PLP
Aminotransferases
Alanina - TGP
Aspartato - TGO
PLP – grupo prostético das
aminotransferases
Alanina
transaminase
(TGP):
α-Cetoglutarato + L-Alanina ↔ L-Glutamato + Piruvato
Aspartato
transaminase
(TGO):
α-Cetoglutarato + L-Aspartato ↔ L-Glutamato + Oxaloacetato
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2º Desaminação oxidativa do glutamato
Para libertação de NH2 no fígado
Glutamato desidrogenase
Excesso
Biossíntese
Figado
Rim
NH4+
Ciclo da Ureia
Anabolismo
Catabolismo
Regulação da actividade da
glutamato desidrogenase
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Os grupos α-amina de todos os aminoácidos, excepto Lisina,
Arginina e Treonina podem ser removidos por transaminases
Transaminase
(vit B6)
TGO
TGP
Aspartato
Alanina
OOA
Piruvato
GDH
(NAD+)
O FÍGADO centraliza o metabolismo de AA, tendo o glutamato um papel central nos
processos de transaminação, com eliminação de NH4+ por formação de ureia.
O transporte de amónia para o fígado faz-se predominantemente pela
glutamina e pela alanina, no caso particular do músculo.
12
Transporte de NH2 para
o fígado:
Papel da alanina
Transporte de -NH2 para o fígado:
Papel da glutamina na destoxificação da amónia
Proteólise muscular
Papel da glutamina
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NH4+ + HCO3- + 3 ATP +
2 H2O + Aspartato
⇓
Ureia + 2 ADP + AMP +
2 Pi+ PPi + Fumarato
Ciclo da
ureia
Carbamoil fosfato
sintetase I
Ornitina
transcarbomoilase
Arginase
Arginino succinato sintetase
Ciclo
Krebs
Arginino succinase
Ciclo
Krebs
Ciclo da ureia
Formação do carbamoil-fosfato e
da citrulina
(Matriz mitocondrial)
CPS-I = Carbamoil-P-sintetase I
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N-Acetil glutamato - regulador alostérico da CPS-I
Regulador alostérico
(CPS-I)
Ciclo da ureia (Citosol)
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Remoção hepática de azoto pelo ciclo da ureia
1
Ornitina transcarbamoilase
2
Arginino succinato sintetase
3
Arginino succinase
4
Arginase
NH4+ + HCO3- + 3ATP + 2H2O + Aspartato
⇓
Ureia + 2ADP + AMP + 2Pi + PPi + Fumarato
Deficiências hereditárias do ciclo da ureia
Arginase
Hiperargininémia
Argininosuccinase
Acidémia
arginino-succínica
Urina
Citrulinémia
Argininosuccinato sintetase
Hiperamoninémia tipo II
Ornitina transcarbamoilase
Ácido
orótico
Pirimidinas
Hiperamoninémia tipo I
Carbamoil-fosfato
sintetase I
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Carbamoyl-P
Relação do ciclo da ureia com o TCA e a Neoglicogénese
Ureia
Fumarase
Malato
desidrogenase
Neoglicogénese
(Carbamoil(Carbamoil-P sintetase I)
CO2 + NH4+
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A amónia livre é tóxica:
Causa decréscimo de ATP e
alteração dos
neurotransmissores (cérebro)
Neurotoxicity Associated with Ammonia:
Earlier it was noted that ammonia was neurotoxic. Marked brain damage is seen in
cases of failure to make urea via the urea cycle or to eliminate urea through the
kidneys. The result of either of these events is a buildup of circulating levels of
ammonium ion.
Aside from its effect on blood pH, ammonia readily traverses the brain blood
barrier and in the brain is converted to glutamate via glutamate dehydrogenase,
depleting the brain of alfa-ketoglutarate. As the alfa-ketoglutarate is depleted,
oxaloacetate falls correspondingly, and ultimately TCA cycle activity comes to a
halt. In the absence of aerobic oxidative phosphorylation and TCA cycle activity,
irreparable cell damage and neural cell death ensue.
Michael W. King, Ph.D / Medical Biochemistry / Terre Haute Center for Medical Education
http://dwb.unl.edu/Teacher/NSF/C11/C11Links/web.indstate.edu/thcme/mwking/nitrogen-metabolism.html#neurotox
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