insuficiência hepática

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INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA
Entende-se por insuficiência hepática a falência global da função hepática, seja devido a algum
distúrbio crônico, por danos repetitivos ao parênquima ou pode ocorrer bruscamente. A insuficiência
hepática se dá quando a depleção funcional ultrapassa 80%. A insuficiência hepática é responsável por
uma alta mortalidade, sendo o transplante de fígado a única esperança para a maioria dos acometidos.
Poucos são os que conseguem resistir com tratamento conservador até a regeneração após dano agudo.
Os distúrbios que podem levar a uma insuficiência hepática são divididos em três categorias:
 Lesões ultra-estruturais sem necrose evidente- Síndrome de Reye, fígado gorduroso agudo
da gravidez, toxicidade da tetraciclina.
 Doença hepática crônica- hepatite crônica inexorável, cirrose.
 Necrose hepática maciça- hepatite viral fulminante, toxicidade do acetaminofeno, CCl4,
envenenamento por fungos.
Clinicamente não há diferenças na evolução da insuficiência hepática entre estas condições
desencadeadoras. Nos homens, a deficiente degradação de estrogênios produz hipogonadismo e
ginecomastia. A icterícia ocorre devido à alteração no metabolismo da bilirrubina. A diminuição na
síntese de albumina leva à hipoalbuminemia. Outros sintomas são eritema palmar, ascite quando na
vigência de cirrose, perda de peso, desgaste muscular, hipoglicemia e distúrbios de coagulação. Nos
pacientes encefalopáticos, o ar expirado tem odor azedo devido à formação de compostos contendo
enxofre, como o mercaptano.
A seguir serão detalhadas duas importantes características clínicas da insuficiência hepática:
encefalopatia hepática e síndrome hepatorrenal.
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA
Esta complicação é um distúrbio metabólico do SNC e sistema neuromuscular que ocorre tanto
na forma aguda quanto na crônica de insuficiência hepática. As alterações do estado de consciência
vão desde pequenos distúrbios comportamentais até o coma. As alterações eletroencefalográficas são
inespecíficas, ocorre rigidez e hiperreflexia de membros e raramente pode haver convulsões. Um sinal
característico é o asterixis (movimentos rápidos de extensão e flexão desritmado da cabeça e
extremidades).
As alterações morfológicas deste distúrbio são mínimas. Os fatores importantes na fisiogênese
da encefalopatia hepática são o shunt do sangue em torno do fígado (conexões porto-sistêmicas) e a
perda da função hepatocelular. Não está esclarecida a causa específica deste distúrbio, o que se sabe é
que a exposição do cérebro a um ambiente alterado desencadeia a encefalopatia.
SÍNDROME HEPATORRENAL
Síndrome hepatorrenal é a condição na qual ocorre insuficiência renal em um paciente portador
de hepatopatia grave, sem que haja uma causa para falência renal. Eliminada a insuficiência hepática,
o rim volta prontamente à sua função normal. O prenúncio do aparecimento dessa síndrome é a queda
do débito renal e o aumento do nitrogênio uréico no sangue. A urina produzida é hiperosmolar, isenta
de proteínas e com sódio baixo. Esta sídrome não tem fisiopatologia definida, mas acredita-se que ela
se deve à diminuição do fluxo sanguíneo renal resultante da vasoconstrição, acompanhado por
diminuição na TFG e retenção renal de sódio.
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