sistema financeiro e desenvolvimento economico - PUC-Rio

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Departamento de Economia
SISTEMA FINANCEIRO E DESENVOLVIMENTO ECONOMICO
Aluna: Maite Passarelli Espirito Santo
Orientador: Juliano Assunção
Introdução
O Sistema Financeiro Nacional nada mais é que um conjunto de instituições, órgãos e afins
que controlam, fiscalizam e fazem as medidas que dizem respeito à circulação da moeda e de
crédito dentro do país. Na Constituição Federal, está explicitado o intuito do sistema financeiro
nacional: “O Sistema Financeiro Nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento
equilibrado do país e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem,
abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão,
inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram". O Sistema
Financeiro Nacional pode ser divido em duas partes distintas: Subsistema de supervisão e
subsistema operativo. O de supervisão se responsabiliza por fazer regras para que se definam
parâmetros para transferência de recursos entre uma parte e outra, além de supervisionar o
funcionamento de instituições que façam atividade de intermediação monetária. Já o subsistema
operativo torna possível que as regras de transferência de recursos, definidas pelo subsistema
supervisão sejam possíveis. O subsistema de supervisão é formado por: Conselho Monetário
Nacional, Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, Banco Central do Brasil,
Comissão de Valores Mobiliários, Conselho Nacional de Seguros Privados, Superintendência de
Seguros Privados, Brasil Resseguros (IRB), Conselho de Gestão da Previdência Complementar e
Secretaria de Previdência Complementar.
Dos que participam do subsistema de revisão, podemos destacar as principais atribuições de
alguns: O Banco Central (BACEN) é a autoridade que supervisiona todas as outras, além de banco
emissor de dinheiro e executor da política monetária. O Conselho Monetário Nacional (CMN)
funciona para formulacao de toda a política de moeda e do credito, objetivando atender aos
interesses economicos e sociais do país. A Comissão de Valores Mobiliários tem a função de
possibilitar a alta movimentação das bolsas de valores e do mercado acionário (isso inclui promover
negócios relacionados à bolsa de valores, proteger investidores e ainda outras medidas).
O outro subsistema, o operativo, é composto por: Instituições Financeiras Bancarias, Sistema
Brasileiro de Poupança e Empréstimo, Sistema de Pagamentos, Instituições Financeiras Não
Bancárias, Agentes Especiais, Sistema de Distribuição de TVM. As partes integrantes do
subsistema operativo, citados acima, são grupo que compreendem instituições que são facilmente
achadas em nosso dia a dia. As Instituições Financeiras Bancárias, por exemplo, representam as
Caixas Econômicas, Cooperativas de Crédito, Bancos comerciais e Cooperativos. As instituições
Financeiras Não Bancárias são, por exemplo, Sociedades de Crédito ao Microempreendedor,
Companhias Hipotecárias, Agências de Desenvolvimento.
O sistema bancário brasileiro se desenvolveu principalmente ao longo do século XX e
especialmente após a Primeira Guerra Mundial. Pelo menos três características desse processo se
destacam: estrutura de propriedade, inflação e reformas institucionais. A propriedade estatal foi
estabelecida tanto a nível federal quanto a nível estadual. Já nos anos 1920, o Banco do Brasil,
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banco estatal mais importante do país, respondia por aproximadamente um terço das atividades
bancárias do país. Esse período também testemunhou o início das operações de um crescente
número de bancos estaduais (Baer e Nazmi 2000). Os bancos de propriedade estatal (tanto a nível
federal quanto a nível estadual) também possuem uma longa tradição de problemas financeiros que
levaram o Banco Central a resgatá-los em vários episódios. A recorrência desses problemas
motivou a transformação dos bancos estaduais no final dos anos 1990, através do PROES
(Programa de incentivo à redução do setor público estadual na atividade bancária). Esse programa
obrigou os estados a escolher uma dentre quatro possibilidades para seus bancos – liquidação,
federalização, privatização e reestruturação. Sob o PROES, onze bancos foram liquidados, oito
bancos foram privatizados, seis foram federalizados e sete foram reestruturados (Beck, Cripple e
Summerhill 2005). A privatização envolveu os bancos estaduais mais importantes e representa uma
oportunidade de investigar os efeitos da estrutura de propriedade sobre o desempenho dos bancos.
É importante observar que a propriedade estatal continua importante nos dias de hoje. Por exemplo,
em dezembro de 2008, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal respondiam por cerca de
20% do total de ativos do sistema bancário. Juntamente a importante presença da propriedade
estatal, a inflação é outra característica importante da história do sistema bancário brasileiro. Os
números são impressionantes. No período de 50 anos entre a Segunda Guerra Mundial e a
estabilização em 1994, a taxa de inflação acumulada foi de 5,5x1016%. Isso é equivalente a uma
inflação diária de 0,33% para o período de 50 anos. A inflação foi bastante persistente até 1994
quando foi estabilizada. O período de alta inflação teve consequências para a estrutura do sistema
bancário brasileiro que falhou em fornecer uma fonte de financiamento de longo prazo para a
economia. Oportunidades lucrativas estavam disponíveis para os bancos durante o período de alta
inflação, especialmente o financiamento dos gastos públicos e as receitas do ‘float’ de instrumentos
não indexados. De fato, antes da estabilização, a proporção das receitas inflacionárias sobre as
receitas bancárias totais era de 35 a 40% o que representava algo como 4% do PIB brasileiro (Ness
Jr. 2000; Baer e Nazmi 2000). Portanto, a economia brasileira fornece um ambiente interessante
para investigação dos papéis da inflação e da estrutura de propriedade sobre o desenvolvimento do
sistema bancário. Além disso, a estabilização e o PROES podem ser utilizados para identificação
das consequências econômicas de mudanças do acesso ao sistema bancário. Com a estabilização
da inflação, os bancos perderam cerca de um terço de suas receitas o que alterou suas estratégias
de negócio dramaticamente. Como consequência, muitas agências bancárias foram fechadas no
país – mais de 1000 agências foram fechadas nos quatro anos que seguiram o plano de
estabilização. Essa mudança foi dramática ao nível municipal. Muitos municípios perderam seu
acesso ao sistema bancário, enquanto outros experimentaram uma redução substancial no número
de agências (de 2 para 1, 3 para 2 etc.). Portanto, a estabilização da inflação resultou em mudanças
tanto do acesso ao sistema bancário quanto da competição entre agências ao nível municipal. O
PROES também causou mudanças importantes na estrutura de propriedade os bancos no nível
municipal. Sob esse programa, os mais importantes bancos estaduais foram privatizados –
BANESPA (São Paulo), BANERJ (Rio de Janeiro) e BEMGE (Minas Gerais). Essa privatização
resultou em uma mudança drástica na estrutura de propriedade, especialmente em municípios
pobres que possuem um pequeno número de agências bancárias. Mais recentemente, uma série de
reformas institucionais foram implementadas, visando a ampliação do sistema via novos canais de
distribuições e aprimorando os instrumentos para a execução de contratos e garantias. Dentre essas
medidas, destacam-se os correspondentes bancários, o crédito consignado e o regime de alienação
fiduciária. Em conjunto, essas medidas proporcionaram grande expansão do crédito. A
quantificação do impacto dessas medidas e compreensão de seus mecanismos de influência sobre
a economia brasileira pode contribuir de forma relevante para o aprimoramento das políticas
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públicas, sejam associadas ao marco regulatório do sistema financeiro ou à condução da política
monetária.
Objetivos
Este trabalho analisa a trajetória recente de crescimento do crédito no país, nas diferentes
modalidades, com o intuito de subsidiar futuras reflexões sobre o potencial desse processo para
impulsionar um novo patamar de desenvolvimento econômico no Brasil.
O projeto investiga também os determinantes e as consequências da expansão do crédito no
Brasil, uma vez que o crédito possui um papel essencial na economia, sendo a principal fonte de
financiamento para o consumo familiar e investimento em setores produtivos. O estudo do
mercado de crédito se deve então ao fato de que a ampliação desse mercado é uma das razões que
explicam o crescimento da economia do país.
Do ponto de vista dos determinantes, o objetivo consiste em estudar o papel da inflação,
reformas institucionais e da estrutura de propriedade para a expansão do sistema bancário no Brasil.
Do ponto de vista das consequências, o objetivo é avaliar o impacto do acesso ao sistema bancário
e da competição sobre o empreendedorismo e sobre a renda da população do Brasil.
Metodologia
A pesquisa foi dividida em duas etapas. a) Levantamento institucional – essa fase consiste
em estruturar as questões institucionais associadas a cada tópico de interesse no estudo. b)
Sistematização de informações – como atividade complementar necessária ao levantamento
institucional e visando o desenvolvimento de modelos estatísticos para a quantificação de efeitos e
mecanismos, realização de um levantamento sistemático dos dados dispersos em variadas fontes.
Em dezembro de 2013, o total do saldo das operações de crédito da economia brasileira foi
de R$ 2,715 trilhões, sendo R$ 1,464 trilhão destinado às pessoas jurídicas (PJ) e R$ 1,251 trilhão
às pessoas físicas (PF). Inicialmente foram coletadas 8 variáveis relacionadas as pessoa juridica e
física, sendo elas: saldo, concessoes, taxa media de juros, spread, prazo medio das concessoes,
prazo medio da carteira, percentual de atraso e inadimplência. Para cada tipo de pessoa foi
diferenciada a destinação dos créditos em linhas de credito livre, ou seja, aqueles que as instituições
financeiras aplicam seus recursos como e aonde quiserem, e direcionado, aqueles que as
instituições devem, obrigatoriamente, aplicar seus recursos linhas pré determinadas em função de
leis ou regulamentações com taxas de juros subsidiadas.
Na pessoa juridica credito livre: Total, Desconto de duplicatas, Desconto de cheques ,
Antecipação de faturas de cartão de crédito, Capital de giro com prazo de até 365 dias, Capital de
giro com prazo superior a 365 dias, Capital de giro rotativo, Capital de giro total, Conta garantida,
Cheque especial, Aquisição de veículos, Aquisição de outros bens, Aquisição de bens total,
Arrendamento mercantil de veículos, Arrendamento mercantil de outros bens, Arrendamento
mercantil total, Vendor, Compror, Cartão de crédito rotativo, Cartão de crédito parcelado, Cartão
de crédito à vista, Cartão de crédito total, Adiantamento sobre contratos de câmbio (ACC),
Financiamento a importações, Financiamento a exportações, Repasse externo, Outros créditos
livres.
Na pessoa juridica credito direcionado: Total, Crédito rural com taxas de mercado, Crédito
rural com taxas reguladas, Crédito rural total, Financiamento imobiliário com taxas de mercado,
Financiamento imobiliário com taxas reguladas, Financiamento imobiliário total, Capital de giro
com recursos do BNDES, Financiamento de investimentos com recursos do BNDES,
Financiamento agroindustrial com recursos do BNDES, Financiamento com recursos do BNDES
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total, Outros créditos direcionados, Financiamento com recursos do BNDES - Carteira própria,
Financiamento com recursos do BNDES – Repasses.
Na pessoa fisica credito livre: Total, Não rotativo, Rotativo, Cheque especial, Crédito pessoal
não consignado, Crédito pessoal não consignado vinculado à renegociação de dívidas, Crédito
pessoal consignado para trabalhadores do setor privado, Crédito pessoal consignado para
trabalhadores do setor público, Crédito pessoal consignado para aposentados e pensionistas do
INSS, Crédito pessoal consignado total, Aquisição de veículos, Aquisição de outros bens,
Aquisição de bens total, Arrendamento mercantil de veículos, Arrendamento mercantil de outros
bens, Arrendamento mercantil total, Cartão de crédito rotativo, Cartão de crédito parcelado, Cartão
de crédito à vista, Cartão de crédito total.
Na pessoa fisica credito direcionado: Total, Crédito rural com taxas de mercado, Crédito
rural com taxas reguladas, Crédito rural total, Financiamento imobiliário com taxas de mercado,
Financiamento imobiliário com taxas reguladas, Financiamento imobiliário total, Capital de giro
com recursos do BNDES, Financiamento de investimentos com recursos do BNDES,
Financiamento agroindustrial com recursos do BNDES, Financiamento com recursos do BNDES
total, Microcrédito destinado a consumo, Microcrédito destinado a microempreendedores,
Microcrédito total, Outros créditos direcionados, Financiamento com recursos do BNDES –
Repasses.
As pesquisas consultadas mostraram que o crescimento do crédito no Brasil, no período
recente, está sendo sustentado principalmente pelo desempenho dos empréstimos com recursos
direcionados e a desaceleração no crescimento do crédito, desde 2008, está diretamente relacionada
às operações com recursos livres. A expansão dessa corrente de crédito direcionado se deve ao fato
dos bancos públicos agirem de maneira anticíclica em setores específicos, como agricultura,
indústria e habitacional, diante da crise internacional. Tais segmentos envolvem operações de
longo prazo, diferente do setor bancário privado em que o operações de curto prazo predominam.
Também foi dado destaque ao estudo tipos de crédito específicos dependendo da destinação
que estes tem. Na Tabela abaixo, é possível ver ilustrado o crescimento dos saldos dos tipos de
crédito no Brasil (direcionado e livre) no período de janeiro de 2008 a dezembro de 2013.
Evolução do saldo de operações de crédito: Recursos Livres e
Direcionados Brasil - Janeiro de 2008 a dezembro de 2013
Número Índice (jan/2008 = base 100)
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Fonte: Banco Central do Brasil
Elaboração: DIEESE – Rede Bancários
Dos créditos livres o tipo destacado foi o crédito consignado. Essa classificação se dá ao
crédito que é um tipo de modalidade de empréstimo pessoal cuja as parcelas são retiradas
diretamente da folha de pagamento da pessoa física. Ele pode ser obtido em bancos ou de
instituições financeiras e o prazo máximo para quitação é de 72 meses. Os juros e demais encargos
variam de acordo com a instituição financeira contratada e o valor tomados. Além dos juros, é
cobrado o IOF, ou Imposto sobre Operações Financeiras, e não é permitida a cobrança de TAC,
abreviação para Taxa de Abertura de Crédito. O crédito consignado é considerado o mais seguro
para quem está emprestando uma vez que a cobrança é praticamente automática e o governo, em
casos dos aposentados e pensionistas do INSS, ou o empregador, nos outros casos, que assumem a
responsabilidade pelo empréstimo.
Dos créditos com recursos direcionados foram destacadas as modalidades do crédito
direcionado imobiliário, o crédito rural, os créditos direcionados do BNDES e o micro crédito.
O crédito direcionado imobiliário foi uma das modalidades que mais se desenvolveu
recentemente, tornando-se parcialmente responsável pelo crescimento do pais. Foram diversos os
fatores que geraram o crescimento do crédito habitacional, como o aumento da renda familiar, a
estabilidade econômica, a entrada e maior participação dos bancos privados em uma modalidade
que antes era principalmente dominada pelos financiamentos realizados pelos bancos público,
principalmente a Caixa Econômica Federal. O governo teve grande participação na expansão do
crédito imobiliário, uma de suas atuações foram os programas de incentivo a aquisição da casa
própria como o programa “Minha Casa, Minha Vida”. Nos últimos seis anos o crédito habitacional
destinado à pessoa jurídica superou o destinado à pessoa física.
O crédito rural é a modalidade dos créditos destinados com o objetivo de estimular a
produção agrícola, a comercialização de produtos agropecuários e os investimentos destinados ao
setor rural, e é destinado as associações, cooperativas e aos próprios produtores que compõem o
setor rural da economia. O produtor rural possui diversas maneiras de solicitação dos empréstimos,
seja como pessoa jurídica ou pessoa física, eles podem aplicar a programas do governo de
concessão de crédito, como Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(Pronaf), o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e as linhas
específicas do BNDES. Além dos programas governamentais o produtor pode contar com os
bancos ou com as cooperativas de crédito.
Os créditos direcionados do BNDES são as linhas apresentadas pelo BNDES além do
crédito agroindustrial. Tais são as linhas de crédito “capital de giro” e “financiamento de
investimentos”, que podem ser aplicadas para pessoa física ou jurídica.
O microcrédito engloba os créditos entendidos como de pequena quantia concebida a pessoas
com negócio próprio, pequenos empreendimentos, que fundamentalmente será pago com os frutos
financeiros gerados pelo próprio negócio. Geralmente são destinados principalmente as pessoas
excluídas do sistema financeiro tradicional. Existem basicamente duas linhas principais de
microcrédito, o de baixa renda, ou microcrédito ao consumo, e o microcrédito para o
microempreendedores. A criação de programas que regulamentações asseguraram que a maioria
das aplicações fossem destinadas aos microempreendedores.
Foi importante também o destaque aos créditos por controle de capital, ou seja, a relação dos
saldos das operações de crédito dos bancos públicos e dos bancos privados. Dados do Banco
Central mostraram que a participação dos bancos públicos no saldo total das operações do mercado
de crédito predominava sobre a participação dos bancos privados. Esses dados são os considerados
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mais recentes, pós crise, uma vez que antes da crise internacional as operações de crédito nos
bancos privados cresciam a taxas mais elevadas do que nos bancos públicos. Logo após a crise as
taxas de crescimento anual dos bancos públicos foram vigorosas, porém a tendência a partir dai foi
de queda. Nos bancos privados reduziram a oferta de estoque de crédito chegando até mesmo a
taxas negativas a partir de 2011. Vale também destacar que a maioria dos créditos destinados ao
setor público vem dos bancos públicos, e a maioria dos créditos destinados ao setor privado é
oriunda dos bancos privados, sejam nacionais ou estrangeiros. Abaixo, podemos ver o saldo das
operações de crédito por Pessoa Jurídica e Física no Brasil de janeiro de 2008 a dezembro de 2013
em R$ milhões na primeira tabela e o mesmo saldo em relação ao PIB em porcentagem na segunda
tabela.
TABELA 1
Saldo1 das operações crédito por Pessoa Jurídica e Física
Brasil - Janeiro de 2008 a dezembro de 2013
Saldo (em R$ milhões de dez/2013)
Meses
jan/08
dez/08
dez/09
dez/10
dez/11
dez/12
dez/13
Variação
Acumulada
Total
1.324.530
1.627.514
1.796.079
2.044.701
2.279.950
2.508.326
2.715.151
PJ
712.605
922.261
1.003.055
1.117.839
1.247.500
1.368.968
1.464.070
PF
611.926
705.254
793.025
926.864
1.032.450
1.139.358
1.251.081
105,0%
105,5%
104,4%
Fonte: Banco Central do Brasil
Elaboração: DIEESE - Rede Bancários
Nota: (1) Deflator IPCA-IBGE
Participação relativa
(%)
PJ
PF
54%
46 %
57%
43 %
56%
44 %
55%
45 %
55%
45 %
55%
45 %
54%
46 %
-
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TABELA 2
Saldo das operações de crédito em relação ao PIB por Pessoa Jurídica e
Física Brasil - Janeiro de 2008 a dezembro de 2013
(em % do PIB)
Meses
jan/08
dez/08
dez/09
dez/10
dez/11
dez/12
dez/13
Total/PIB
35,47
40,7
43,85
45,43
49,1
53,8
56,5
PJ/PIB
19,08
23,06
24,49
24,84
26,9
29,4
30,5
PF/PIB
16,39
17,63
19,36
20,59
22,2
24,4
26
Fonte: Banco Central do Brasil
Elaboração: DIEESE - Rede Bancários
Depois foram pesquisados e organizados dados necessarios para a pesquisa Focus, uma
pesquisa que coleta as expectativas das instituições financeiras sobre variáveis econômicas, muito
relevante para a política macroeconômica do país. A coleta foi dos indicadores de Índice de preço,
Inflação acumulado para os próximos 12 meses, Inflação acumulado para os próximos 12 meses –
suavizada, Taxa de câmbio e os tres primeiros foram baseados em IGP-DI, IGP-M, INPC, IPA-DI,
IPA-M, IPCA, IPCA-15, IPC-FIPE. Esses indicadores num período para o qual foram feitas as
projeções de 1999 a 2019.
Foram colhidos ainda dados do ESTBAN, subsistema estatístico do Sistema COSIF gerado
mensalmente com a informação da Estatística Bancária Mensal (Código documento 4500),
contemplando a posição mensal dos saldos das principais rubricas de balancetes dos bancos
comerciais e dos bancos múltiplos com carteira comercial, por município.
As planilhas mês a mês foram empilhadas numa planilha só desde o ano de 2000 ate 2014
com as variaveis que variavam em alguns meses de alguns anos mas consistiam basicamente em:
Encaixe, Caixa, Depositos Bancarios, BACEN- Reservas em especie, Aplicacoes temporarias em
ouro, Aplicacoes interfinanciadas de liquidez, Titulos e Valores Mobiliarios e Instituicoes
Financeiras Deriv, Relacao interfinanciada e interdependente, Correspondentes no exterior,
Correspondentes no Pais, Cobranca em Transito, Ordens de Pagamento, Val Ligadas e Terc em
transito, Dependencias no Pais, Suprimentos Interdependencias, Outras relacoes interf e
independentes, Operacoes de credito, Emprestimos e Titulos descontados, Financiamentos,
Financiamentos Rurais Agricult-cust/invest, Financiamentos Rurais Pecuar-cust/invest,
Financiamentos Rurais Agricul-comercializ, Financiamentos Rurais Pecuaria-comercializ,
Financiamentos Agroindustriais, Financiamento Imobiliarios, Outras Operacoes de credito, Outros
creditos, (-)Prov. Para Operacoes de Creditos, Arrendamento Mercantil, , (-)Prov. Para Operacoes
de Arrendamento Mercantil, Outros valores e Bens, Permanente, Contas de compensacao, total do
ativo, Depositos a vista – Governos, Servicos Publicos, Atividades Empresariais, Especiais do
Tesouro Nacional, Deposito a vista – Setor Privado, De pessoas fisicas, De pessoas juridicas, De
instituicoes financeiras, Obrigatorios, Para investimento, Vinculados, Demais Depositos, Sldcred
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ctas empr financ-outr, Depositos de poupanca, Depositos Interfinanceiros, Depositos a Prazo,
Captaceos no Mercado Aberto, Rel Interfinanceira e Interdependente, Correspondentes no
Exterior, Correspondentes no Pais, Dependencias Matriz e Congeneres no Exterior, Cobranca em
Transito, Ordens de Pagamento, Val de Lig e Terc em transito, Dependencias no pais, Suprimentos
Interdepartamentais, Outras relacoes interfinanceiras interdependentes, Obrig por Empr e repasses,
Banco Central conta emprestimos, Redescontos, Refinanciamentos, Obrigacoes por recebimento,
I.O.F., Contribuicoes previdenciarias, Contribuicoes Previdenciarias, Tributos Estaduais e
Municipais, Tributos Federais, F.G.T.S., PIS/PASEP, Demais Recebimentos, Cheques
Administrativos, Outras obrigacoes, Patrimonio Liquido, Contas de Resultado, Contas Credoras,
Contas Devedoras, Contas de Compensação, Total do Passivo.
Urgiu também a necessidade de desinflacionar alguns dados porque é errado comparar dois
valores em datas diferentes, por exemplo, 1 real em 2007 vale mais do que 1 real hoje, por conta
da inflação que muda o valor. E, como tínhamos a inflação mensal, foi necessário apenas fazer (1
+ inf_abr07) x (1 + inf_mai07) x ... (1 + inf_jul14) x 1 para colocar 1 real de abril de 2007 em
reais de julho de 2014. Para isso, criamos uma nova coluna com a inflação futura acumulada para
cada mês, aquele (1 + inf_mar07) x (1 + inf_abr07) ... x (1 + inf_jul14)
e multiplicamos uma coluna pela outra, para ter o valor em reais presente no ano de 2014. Isso foi
realizado com saldos e concessões de 1994 a 2014 em algumas planilhas ou 2007 a 2014 ou
também 2011 a 2014 em outras.
Conclusões
A coleta de dados e o estudo permitiram uma maior compreensão do funcionamento do
mercado financeiro e de credito e de suas estruturas. Alem disso, foi possivel perceber o destaque
que os bancos desempenham na elevação do nível da atividade econômica por meio da oferta de
crédito às famílias e empresa. No Brasil, oferta de crédito, medida pela relação crédito/PIB, sempre
foi historicamente baixa em comparação a outros países, inclusive da América Latina,
apesar de existir no país um sistema financeiro considerado umdos mais sólidos e desenvolvidos
do mundo. Uma das explicacoes para tal fato talvez seja que os bancos, em vez de financiar
preferencialmente as atividades produtivas, preferem aplicar seus recursos na rolagem da dívida
pública.
A relação crédito/PIB está sendo elevada no país devido a uma série de fatores como a
retomada do crescimento econômico (ainda que a taxas pequenas e volateis), a forte recuperação
do mercado formal de trabalho e o crescimento dos rendimentos do trabalho, impulsionado pela
política de valorização do salário mínimo e pelos ganhos reais obtidos por diversas categorias nas
negociações coletivas. Ocorreu tambem uma orientacao da politica economica na ultima decada
para a ampliacao do credito especialmente pelos bancos públicos federais e pelo BNDES.
O crédito com recursos direcionados teve um bom desenvolvimento - crédito imobiliário,
rural e recursos do BNDES para investimentos, microcrédito e agroindústria. O direcionamento
obrigatório de recursos pelos bancos - públicos e privados - visa suprir crédito para empresas e
famílias que sem isso não teriam acesso a ele em condições viáveis de financiamento (prazos e
taxas). Devido à uma mais forte atuação dos bancos públicos e à entrada dos privados na concessão
deste tipo de financiamento, os recursos direcionados têm sustentado a oferta de crédito na
economia e contribuído para atenuar os efeitos da crise internacional no país.
Sobre o crédito com recursos livres, o consignado foi um dos destaques no empréstimo
voltado ao aumento do consumo das famílias, amparado na recuperação dos indicadores do
mercado de trabalho e da renda. Com o consignado, as famílias tiveram acesso ao crédito com
taxas mais baixas que as vigentes nas demais modalidades de crédito pessoal.
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Vale ressaltar que a continuidade da expansao do credito no Brasil depende de grandes
desafios de naturezas estruturais e conjunturais. Os desafios estruturais estão relacionados à
elevada taxa de juros e aos altos spreads do sistema financeiro nacional. Não é possível ampliar a
oferta de crédito de forma persistente e segura, isto é, sem aumentar a inadimplência, na vigência
de juros e spreads tão altos. A tentativa de redução de juros e spreads enfrenta forte resistência por
parte de varios setores como, por exemplo, os grandes bancos, que possuem parcela expressiva dos
títulos da dívida pública brasileira corrigidos pela variação da taxa básica de juros
da economia – Selic. Sobre a conjuntura, as recentes medidas do governo que visam permitir a
portabilidade de crédito entre instituições financeiras podem aumentar a concorrência e reduzir as
taxas de juros. Assim, pode-se estimular a demanda por crédito num cenário ainda dominado pela
incerteza em relação ao desempenho da economia. Em um setor que é fortemente concentrado
como o financeiro, qualquer diferenca em relação a taxas e prazos pode representar um avanço na
base de clientes de instituições que disputam o mesmo tipo de mercado.
Outras conclusões ainda estão sendo formadas devido ao pouco tempo do projeto. As duas
alunas que nele trabalham entraram recentemente na pesquisa e não tiveram tempo suficiente para
desenvolver e elaborar ainda mais a iniciativa sobre o Sistema Financeiro Nacional e a Concessão
de Credito.
Bibliografia
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