RELATÓRIO ECONÔMICO 52/08 Resumo preparado pela Projector Engenharia das notícias econômicas publicadas pela imprensa brasileira Período: 07 a 14/11/08 Data: 21/11/08 I - INFORMAÇÕES ECONÔMICAS GERAIS 1. A alta da taxa de câmbio pressionou os preços em Outubro, fazendo subir 0,45% o índice de inflação oficial do Brasil, o IPCA – Índice de Preços ao Consumidor – Amplo, que compreende o custo de vida das famílias de renda até 40 salários mínimos, habitantes das 6 maiores regiões metropolitanas do país. No período de 12 meses até Outubro, a inflação medida por este índice chegou a 6,41%. A meta de inflação é de 4,5%, podendo variar até 6,5%. Portanto, o comportamento dos preços ainda se mantém dentro dos objetivos do Governo. Mas os analistas crêem que a inflação neste ano será de 6,4%, sem maiores problemas. 2. Em encontro com representantes de empresários, trabalhadores e banqueiros em Brasília, participantes do CDES – Conselho de Desenvolvimento Econômico, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na presença do Presidente da República e de outros ministros, anunciou um grande pacote de medidas para ajudar o setor produtivo a enfrentar a crise financeira internacional. Essas novas medidas representam uma injeção de R$ 40 bilhões na economia e incluem a criação de linhas de financiamento do BNDES e do BB -Banco do Brasil, os quais vão participar com R$ 19 bilhões neste esforço. Além disto, foi estendido o prazo para que as empresas recolham os impostos federais, o que vai significar uma folga de caixa de R$ 21 bilhões às empresas. O BNDES vai receber R$ 10 bilhões para financiar capital de giro e realizar operações de financiamento ao pré-embarque, que é uma forma de crédito à exportação.Este valor será adicionado aos R$ 90 bilhões de que o BNDES vai dispor, em 2009, para financiar projetos. E o BB vai dispor também de mais R$ 5 bilhões para oferecer em empréstimos para capital de giro de micro e pequenas empresas. Além disto, o BB vai dispor de mais R$ 4 bilhões para emprestar aos bancos das empresa montadoras de veículos e esses bancos poderão usar as suas próprias carteiras de crédito como garantia. 3. Também o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) aprovou a liberação de R$ 6,25 bilhões do FAT – Fundo de Apoio ao Trabalhador para financiar capital de giro e investimentos de micro e pequenas empresas e para a agricultura familiar. Esses fundos, que estavam aplicados em títulos da dívida pública no Banco do Brasil, serão transferidos para os três maiores bancos estatais realizarem esses financiamentos, a Caixa Econômica Federal, o BNDES e o próprio Banco do Brasil. 4. Em São Paulo, após a reunião dos ministros da Economia dos países do BRIC, o ministro Guido Mantega, declarou que os países emergentes desejam ter mais participação nos encontros para discutir a situação econômica mundial e tomar decisões de interesse global, propondo que, ao invés deste forum se limitar à participação do G-7, que ele seja substituído pelo G-20, que abrange os sete países mais ricos, os quatro países do BRIC e ainda outros nove países emergentes. “As medidas já adotadas pelos países europeus e pelos Estados Unidos são de grande magnitude, mas são também insuficientes para restabelecer a confiança para que as economias voltem a funcionar com um mínimo de liquidez” – disse o ministro Mantega. O G-20 é responsável por mais de 80% de todo o PIB mundial. 5. Com o fortalecimento do G-20, este deixaria de ser somente um órgão de reflexão e passaria a ter por objetivo definir diretrizes para a economia mundial. E o G-20 deixaria também de ser um órgão em que apenas se reúnem ministros da Economia e presidentes de bancos centrais, passando a ser um encontro de chefes de Estado e de Governo. Uma conseqüência imediata seria a transformação do FMI e do Banco Mundial, com a implantação de um sistema de fiscalização mais transparente para identificar as instituições financeiras que possam estar em dificuldades. 6. Em um encontro na Câmara Americana de Comércio de São Paulo, o presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles, informou que o mercado de crédito já começa a dar sinais de recuperação no Brasil e o crescimento econômico do país, em 2009, por causa da demanda interna, vai superar a média mundial. “Há uma tendência gradual de recuperação do crédito” – afirmou Meirelles. Segundo ele, o volume de crédito na economia brasileira já está ganhando fôlego desde Outubro, mesmo depois de uma queda de 13% nas concessões de crédito registrada nos dez primeiros meses do mês. 7. Ao não aumentar a taxa de juros básica Selic na sua última reunião, realizada em Outubro, o Copom – Comitê de Política Monetária do Banco Central, não-obstante mantivesse a taxa em 13,75% ao ano, deixou clara, na ata da reunião, a preocupação com a questão da inflação e alerta para uma possível elevação da taxa de juros, caso a pressão sobre os preços não se reduzam nas próximas semanas. Mas, por outro lado, o Copom reconheceu que a falta de crédito, provocada pela crise, poderá funcionar como uma alta da taxa de juros, cortando a tendência de aumento dos preços. 8. A propósito: ao se agravar a crise, em Setembro, devido à incapacidade da administração Bush de adotar a decisão correta para enfrentar o problema [a falência do Lehman Brothers, abandonado à própria sorte, foi a causa principal para o pânico] e tentando não repetir o erro crasso do Federal Reserve cometido em 1929, que contribuiu decisivamente para o agravamento da crise, ao decidir por medidas que combatiam a inflação e reduziam a liquidez, ao invés de estimular a economia, os bancos centrais de quase todos os países reduziram a taxa básica de juros. Mas o Brasil estava mais preocupado com a inflação do que com qualquer efeito da crise mundial e, não apenas não reduziu a taxa de juros Selic como, ao contrário, aumentou-a. Mas não foi o único a agir assim. Alguns bancos centrais também aumentaram a sua taxa, enquanto outros a mantiveram. O quadro mostra isto, apresentando as taxas básicas de juros, em valores nominais [sem desconto de inflação] no dia 2 de Setembro, quando a crise se intensificou, e agora, no dia 6 de Novembro. Taxa Básica Nominal de Juros em Alguns Países (Em % ao ano) País Em 02/09/08 Em 06/11/08 País Em 02/09/08 Em 06/11/08 Estados Unidos 2,00 1,00 Índia 9,00 7,50 União Européia 4,25 3,25 Indonésia 9,00 9,50 Reino Unido 5,00 3,00 Cingapura 0,69 0,06 Canadá 3,00 2,25 Hungria 8,50 11,50 Austrália 7,25 5,25 Rússia 11,00 11,00 Nova Zelândia 8,00 6,50 Turquia 16,75 16,75 Noruega 5,75 4,75 Brasil 13,00 13,75 Suécia 4,50 3,75 Chile 7,75 8,25 Suíça 2,75 2,00 África do Sul 12,00 12,00 China 7,47 6,66 Japão 0,50 0,30 Fonte: Paraty Investimentos/ O Globo 07/11/08 9. As mais recentes projeções do FMI relativamente ao comportamento da economia no próximo ano mostram que os países ricos, de acordo com o Fundo, sofrerão recessão em 2009. Esta será a primeira contração em todos os países industrializados, desde 1945. O quadro mostra as duas previsões do FMI para 2009, a anterior e a nova previsão, refeita após a crise. Previsões de Crescimento do PIB do FMI para 2009 (Em %) País ou Região Anterior Atual País ou Região Anterior Todo o mundo 3,0 2,0 Estados Unidos 0,5 Brasil 3,5 3,0 Alemanha 0,0 América Latina 3,2 2,5 França 0,1 México 1,8 0,9 Japão 0,5 Países industrializados 0,5 -0,3 Reino Unido 0,1 Fonte: FMI/ O Globo 07/11/08 Atual -0,7 -0,8 -0,5 -0,2 -1,3 10. Malgrado o FMI espere um crescimento de apenas 3% para o PIB brasileiro em 2009, o Governo Federal prevê alta de 3,5%. Anteriormente, a expectativa era de um aumento de 4,5%. Com relação à taxa de câmbio futura, a previsão do Governo Federal de que o dólar estaria cotado em R$ 1,71 em Dezembro de 2009, agora a previsão é de que a taxa de cambo estará em R$ 2,00 por dólar no final do próximo ano. 11. Os dados recentes a respeito de alguns países mais desenvolvidos confirmam as más previsões do FMI. A França revisou para baixo sua previsão para o crescimento da economia em 2009, prevendo uma alta entre 0,2% e 0,5%, menos que a projeção anterior, que era de 1%. Na Alemanha, as encomendas para a indústria tiveram uma queda record em Setembro, provocada principalmente pela redução da demanda externa por equipamentos fabricados no país. A queda dos pedidos à indústria alemã chegou a 8% em Setembro, a maior redução desde 1991. E na Espanha, o índice de desemprego já atingiu a marca de 11,3% em Agosto, a maior variação do nível de emprego nos últimos 30 anos. 12. Por outro lado, na China o Conselho de Estado analisa medidas, chamadas “radicais” pela imprensa estatal, com o objetivo de estimular a economia e impedir que o crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2009 caia para menos de 8%. O pacote de medidas incluirá estímulos às indústrias exportadoras, além de projetos de infra-estrutura e de geração de energia. O Ministério do Transporte informou que investirá o equivalente a US$ 730 bilhões na construção de estradas e em melhorias da infra-estrutura portuária nos próximos 5 anos e outros US$ 292 bilhões serão dirigidos a construção de ferrovias até 2010. 13. As dificuldades financeiras das empresas montadoras de veículos em suas sede no exterior estão provocando aumento respeitável do volume de recursos que as filiais brasileiras estão enviando para suas matrizes internacionais. E quem observa o Governo Federal se mobilizando para manter em alto nível o crédito para a compra de automóveis pelo mercado interno pode imaginar que a situação das montadoras instaladas no Brasil está muito ruim. Mas é exatamente o contrário o que está ocorrendo: as vendas internas seguem elevadas e, não-obstante tenha ocorrido uma certa dificuldade na manutenção do crédito como resultado da crise do subprime [e o Governo está agindo para não haver interrupção neste crédito], os lucros das montadoras no Brasil nunca foram tão elevados. Somente em Setembro, as montadoras enviaram para o exterior US$ 753 milhões em lucros, elevando o total remetido desde o início do ano por essas empresas a US$ 4,839 bilhões, contra US$ 1,725 bilhão remetido no mesmo período de 2007. As remessas das montadoras de automóveis no Brasil representam 24% de todas as remessas de lucros e dividendos de empresas estrangeiras trabalhando no país [este total chegou a US$ 20,143 bilhões nos nove primeiros meses de 2008.] 14. Desde a crise do início de 1999, [quando o Brasil neoliberal quase foi à falência, tendo sido salvo na última hora pela ação do Presidente Bill Clinton, que mandou o FMI emprestar US$ 41 bilhões ao país] nunca saíram tantos dólares do país em um único mês, como ocorreu em Outubro, quando saíram US$ 4,639 bilhões, contra uma saída de US$ 8,587 bilhões em Janeiro de 1999. Mas é importante ressaltar a enorme diferença entre os dois fatos: enquanto em Janeiro de 1999 os investidores retiravam os seus dólares do país por causa da situação difícil a que foram levadas as contas externas, devido às práticas neoliberais da época [alto endividamento externo, taxa de câmbio fictícia etc.], a saída de dólares em Outubro deste ano resultou da fuga bovina para os títulos do Tesouro americano, por conta da crise do subprime que, ironicamente, começou nos Estados Unidos. E resultou, também, dos bons lucros que as empresas estrangeiras tiveram em seus bons negócios no Brasil e dos prejuízos que as mesmas empresas tiveram em seus maus negócios nas suas sedes, aumentando, assim, as remessas de recursos para o exterior. 15. Mas o saldo, entre entradas e saídas, segue sendo positivo em US$ 12,549 bilhões, desde o início deste ano e o que ocorre agora é que os baixíssimos juros recebidos no exterior estão estimulando alguns membros da boiada a voltarem e já se observa uma procura maior por títulos brasileiros da parte de investidores estrangeiros [o que se confirma na valorização da cotação dos títulos da dívida externa brasileira (A-Bond) na Bolsa de Nova York.] 16. A fusão entre os bancos Itaú e Unibanco deu origem à maior instituição bancária do Hemisfério Sul e alterou o ranking dos maiores bancos brasileiros, conforme se pode observar no quadro a seguir, com dados de Junho de 2008. [É interessante lembrar que a fusão não foi motivada por qualquer crise do sistema financeiro do Brasil e que os dois bancos que se fundiram sempre estiveram gerando lucros líquidos crescentes. Na verdade, a fusão entre o Itaú e o Unibanco foi motivada pela aquisição anteriormente realizada do Banco Real, que pertencia ao holandês ABN Amro Bank pelo espanhol Santander.] Os Dez Maiores Bancos no Brasil (Em R$ bilhões) Banco Valor dos Ativos Banco Itaú-Unibanco 500,081 HSBC Banco do Brasil 403,468 Votorantim Bradesco 403,271 Safra Santander-Real 291,283 Nossa Caixa Caixa Econômica Federal 264,393 Citibank Fonte: Austin Rating/ O Globo 09/11/08 Valor dos Ativos 97,489 73,444 61,695 54,003 39,413 17. O movimento de fusão e aquisição no setor bancário brasileiro tem sido uma constante nos últimos anos, conforme se pode observar no quadro a seguir, que mostra o número de operações deste tipo realizadas no mercado do país. Observe-se que em 2008, até Outubro, já foram realizadas 17 operações de compra ou fusão no setor financeiro do Brasil. Fusões e Aquisições no Setor Bancário Brasileiro (Em unidades) Ano Quantidade Ano Quantidade Ano Quantidade Ano Quantidade 2000 18 2002 20 2004 19 2006 21 2001 17 2003 16 2005 19 2007 19 Fonte: Idem 18. O processo de fusão e compra no segmento bancário do país está provocando uma forte concentração no mercado brasileiro. O quadro mostra o grau de concentração, que é medido pelo percentual dos ativos totais do sistema representado pela soma dos ativos dos 5 maiores bancos. Evolução da Concentração do Sistema Bancário Brasileiro (Em % dos ativos totais) Ano Grau de Concentração Ano Grau de Concentração 1995 45,2 2006 53,63 2001 51,6 2008 75,26 Fonte: Idem 19. Com um grau de concentração do setor bancário de 75,2%, o Brasil somente perde para dois outros países na América Latina, em termos de concentração financeira, o Peru, com concentração de 89,5%, e o México, com 79,3%. [É evidente que a concentração bancária não é uma boa coisa para o país, uma vez que aumenta o grau de oligopólio do setor, resultando em prejuízo para o consumidor e, é claro, provoca desemprego e redução de salários.] 20. Depois de liberado, pela atual administração federal, das restrições que foram impostas pelos neoliberais que administraram o país, o Banco do Brasil está também realizando compras no mercado financeiro e o BEP – Banco do Estado do Piauí foi adquirido, depois da aquisição do BESC – Banco do Estado de Santa Catarina. As negociações para a compra do banco Nossa Caixa, do Estado de São Paulo avançaram e a operação está apenas dependendo da aprovação da Assembléia Legislativa do Estado. Em outra frente, seguem as tratativas para a aquisição do BRB – Banco de Brasília, do Governo do Distrito Federal. Com isto, o Banco do Brasil planeja crescer no ranking dos maiores bancos do país, depois de ter perdido o primeiro posto, com a fusão Itaú-Unibanco. [A propósito: o Presidente da República já declarou que deseja ver o Banco do Brasil novamente na frente deste ranking e faz questão de que isto ocorra o mais rápido possível. O Presidente com certeza sabe a diferença que existe entre um monopólio público e um monopólio privado...]. 21. Em Setembro, com um PIB avaliado em R$ 2.799.407 milhões, o volume de crédito bancário [empréstimos concedidos] em todo o Brasil atingiu a marca de R$ 1.148.904 milhões, ou seja, a 41% do PIB. O quadro mostra a evolução do volume de crédito bancário no país, observando-se que, malgrado tenha crescido, ainda se mantém muito pequeno em termos de percentual do PIB. Volume de Empréstimos Bancários em Relação ao PIB (Em % do PIB) Ano Percentual Ano Percentual Ano Percentual 2000 26,4 2003 24,0 2006 30,7 2001 24,7 2004 24,5 2007 34,8 2002 22,0 2005 28,1 2008 (*) 41,0 Fonte: Banco Central/ O Globo 26/08/08 (*) Em Setembro de 2008 22. A crise, que agora é mundial, segue produzindo estragos. O tradicionalíssimo American Express, símbolo impoluto da solidez econômica norte-americana, correu para se transformar em um banco, deixando de ser uma empresa administradora de cartões de crédito. Como banco, o American Express poderá se candidatar a receber a ajuda que o Governo americano está dando para salvar bancos. Como operadora de cartões de crédito, o caminho seria a falência. 23. A propósito: a Circuit City, que é a segunda maior rede de vendas de aparelhos eletroeletrônicos dos Estados Unidos pediu falência. E a General Motors teve as suas ações reduzidas ao mesmo valor que tinham em 1946. 24. De acordo com Joseph Stiglitz, ganhador do Nobel de Economia de 2001, “a tempestade está apenas começando”. Em palestra realizada em São Paulo, o professor da Columbia University, de Nova York, declarou que “os Estados Unidos têm vivido muito além de suas verdadeiras posses por muito tempo e, diante do sentimento de pessimismo generalizado, o crédito estará muito escasso e as famílias começarão a poupar mais e a consumir menos, o que poderá ter conseqüências dramáticas”. [O consumo das famílias, nos Estados Unidos, representa cerca de 70% do PIB]. Para Stiglitz, a desaceleração da economia global vai durar algo entre 12 e 18 meses. 25. A China anunciou a formação de um outro pacote de US$ 586 bilhões para incentivar a economia. Os recursos serão investidos nos anos 2009 e 2010 em obras de infra-estrutura, construção de residências, saneamento básico, energia elétrica e transporte. O resultado deverá beneficiar o Brasil, em termos de exportação de minério de ferro e de insumos destinados à construção civil. E o presidente do BCE – Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, elogiou o plano chinês e pediu que os outros países que tenham superávit em Conta Corrente façam o mesmo que a China está fazendo. 26. A 26ª Feira Internacional de Havana produziu bons frutos para as empresas brasileiras que estiveram lá, sobretudo as empresas de alimentos, farmácia, construção civil, máquinas e equipamentos. Empresas de São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e Rio Grande do Sul fecharam negócios que deverão chegar a US$ 42 milhões. De Janeiro a Agosto as exportações brasileiras para Cuba cresceram 74% e somaram US$ 335,2 milhões. 27. Os países emergentes têm aumentado a sua participação relativa como importadores de produtos brasileiros. Os dados abaixo mostram o percentual das exportações totais brasileiras que foram enviadas paras as diversas partes do mundo em 1999 e 2007, podendo-se observar a queda relativa das vendas para a União Européia e os Estados Unidos. Destino das Exportações Brasileiras (Em %) Importadores Em 1999 União Européia 28,6 Estados Unidos 22,6 América Latina 22,0 Ásia 11,9 África 2,8 Fonte: MDIC/ MB Associados/ O Globo 22/08/08 Em 2007 25,2 15,8 22,7 15,6 5,3 28. O BNDES criou a Área de Estruturação de Projetos (AEP), subordinada à Diretoria de Infra-estrutura e sob o comando do superintendente Henrique Amarante. O objetivo é auxiliar o Governo Federal no desenvolvimento de estudos e na estruturação de projetos de concessão pública e de parcerias público-privadas. A nova divisão do BNDES vai prospectar e identificar necessidades de investimentos de Estados e de Municípios em infra-estrutura logística e de intervenções urbanas e sociais. Já estão em análise na AEP os estudos de viabilidade para a concessão do Trem de Alta Velocidade RJ-SP; do Sistema Rodoviário Federal BR-116 e BA-324, na Bahia; a concessão para exploração das rodovias federais BR-040 no trecho entre Juiz de Fora e Brasília; a BR –116 em Minas Gerais, entre Belo Horizonte e Governador Valadares; e a concessão de exploração do Sistema Rodoviário Estadual BA-093, entre Camaçari e Salvador, na Bahia. II – INFRA-ESTRUTURA Ferrovias 1. Duas empresas estatais chinesas estão interessadas em fornecer trens para o metrô do Rio de Janeiro. Representantes da CMC, a maior empresa chinesa de comércio internacional, e da CRN, a maior fabricante de trens da China, estiveram em reunião com o secretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, para apresentar modelos de vagões. Os dois representantes tinham chegado da Argentina, onde assinaram contrato com o Governo para fornecer 279 vagões para o trem metropolitano de Buenos Aires. III – INDÚSTRIA DE BASE Siderurgia 1. Marco Antônio Castello Branco, presidente da Usiminas, esteve em Brasília, com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para discutir as obras para melhoramento da infra-estrutura do Vale do Aço, área de Minas Gerais de grande concentração de siderúrgicas, uma vez que a sua empresa planeja investir US$ 5,7 bilhões para construir uma nova planta siderúrgica naquela região. As obras do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, que são monitoradas pela ministra Rousseff, incluem um investimento de R$ 345 milhões para duplicar a rodovia BR-381, que interessa à Usiminas. IV – INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO Indústria Farmacêutica 1. A alemã B. Braum vai mais que triplicar as suas operações no Brasil, investindo R$ 284 milhões até 2015, em sua planta industrial localizada em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. A capacidade de produção vai ser aumentada de 20 milhões para 90 milhões de unidades por ano de produtos intravenosos, como soro fisiológico, por exemplo. A B.Braum vai construir, também, uma fábrica de equipamentos para infusão que terá capacidade para produzir 56 milhões de unidades por ano, a partir de 2011. Em uma outra etapa, será construído um armazém central para estocar produtos para as sete filiais que a empresa tem no país. Trabalhando no Brasil há 40 anos, a B.Braum emprega 1.500 pessoas e deverá gerar outros 1.000 empregos diretos. Em 2007, a B.Braum faturou o equivalente a US$ 207,2 milhões no mercado brasileiro. V - COMÉRCIO E SERVIÇOS Finanças 1. As variáveis referentes a câmbio, risco-país, cotação do A-Bond e juros futuros apresentaram o seguinte comportamento: Dia Taxa de Câmbio (real/euro) Taxa de Câmbio (real/dólar) Risco-país (em pontos percentuais) 07/11/08 2,7573 2,1613 440 10 2,7244 2,1335 434 11 2,7561 2,2010 434 12 2,8392 2,2632 461 13 2,9162 2,3314 460 14 2,9018 2,2800 460 17 2,9190 2,2940 451 18 2,8976 2,2996 465 19 2,9869 2,3766 495 Fonte: O Globo, Valor Econômico e Gazeta Mercantil Cotação do A-Bond (% do valor de face) 102,000 101,000 101,000 101,500 100,500 100,563 100,188 100,188 99,563 Juros Futuros (em % ao ano) 15,225 15,206 15,200 15,207 15,495 15,163 15,125 13,520 14,894 Shopping Centers 1. O grupo Aliansce inaugurou o Caxias Shopping Center, em Duque de Caxias, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Trata-se do oitavo shopping center do grupo, que mantém o seu otimismo com relação ao desempenho futuro do setor. Em Dezembro o grupo espera registrar aumento de 33% em suas vendas, que deverão chegar a R$ 307 milhões no mês, contra vendas de R$ 230 milhões realizadas no mês de Dezembro de 2007. Fertilizantes 1. O Governo Federal está interessado, de fato, em desenvolver a produção nacional de fertilizantes agrícolas e está fazendo pressão sobre o setor para que sejam realizados investimentos em expansão de plantas existentes ou construção de novas unidades industriais. A Petrobrás e a Vale já foram convocadas com este objetivo. E já foi vetada, pelo Governo Federal, a venda de uma mina de silvinita [do qual se extrai o potássio para fertilizantes] que pertence à Petrobrás e que estava sendo objeto de interesse da canadense Falcon. Além disto, o Governo está estudando a retirada da concessão de licença para exploração, dada pelo Departamento Nacional de Produção Mineral a diversas mineradoras, daquelas ninas que não estejam sendo exploradas. A meta é aumentar a participação estatal na produção de fertilizantes, considerando que se trata de uma área estratégica. [As administrações neoliberais retiraram a Petrobras desta área, que está quase toda nas mãos do setor privado e hoje o país tem de importar mais de 80% dos fertilizantes que consome.] Aumentando a participação estatal no segmento, o Governo poderá controlar melhor os preços internos dos fertilizantes, que têm enorme importância nos custos da produção agrícola e, por via de conseqüência, na inflação.