relatório econômico 52/08 - Ação Maçônica Internacional

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RELATÓRIO ECONÔMICO 52/08
Resumo preparado pela Projector Engenharia das notícias econômicas publicadas
pela imprensa brasileira
Período: 07 a 14/11/08
Data: 21/11/08
I - INFORMAÇÕES ECONÔMICAS GERAIS
1. A alta da taxa de câmbio pressionou os preços em Outubro, fazendo subir 0,45% o
índice de inflação oficial do Brasil, o IPCA – Índice de Preços ao Consumidor –
Amplo, que compreende o custo de vida das famílias de renda até 40 salários
mínimos, habitantes das 6 maiores regiões metropolitanas do país. No período de 12
meses até Outubro, a inflação medida por este índice chegou a 6,41%. A meta de
inflação é de 4,5%, podendo variar até 6,5%. Portanto, o comportamento dos preços
ainda se mantém dentro dos objetivos do Governo. Mas os analistas crêem que a
inflação neste ano será de 6,4%, sem maiores problemas.
2. Em encontro com representantes de empresários, trabalhadores e banqueiros em
Brasília, participantes do CDES – Conselho de Desenvolvimento Econômico, o
ministro da Fazenda, Guido Mantega, na presença do Presidente da República e de
outros ministros, anunciou um grande pacote de medidas para ajudar o setor
produtivo a enfrentar a crise financeira internacional. Essas novas medidas
representam uma injeção de R$ 40 bilhões na economia e incluem a criação de
linhas de financiamento do BNDES e do BB -Banco do Brasil, os quais vão
participar com R$ 19 bilhões neste esforço. Além disto, foi estendido o prazo para
que as empresas recolham os impostos federais, o que vai significar uma folga de
caixa de R$ 21 bilhões às empresas. O BNDES vai receber R$ 10 bilhões para
financiar capital de giro e realizar operações de financiamento ao pré-embarque, que
é uma forma de crédito à exportação.Este valor será adicionado aos R$ 90 bilhões
de que o BNDES vai dispor, em 2009, para financiar projetos. E o BB vai dispor
também de mais R$ 5 bilhões para oferecer em empréstimos para capital de giro de
micro e pequenas empresas. Além disto, o BB vai dispor de mais R$ 4 bilhões para
emprestar aos bancos das empresa montadoras de veículos e esses bancos poderão
usar as suas próprias carteiras de crédito como garantia.
3. Também o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat)
aprovou a liberação de R$ 6,25 bilhões do FAT – Fundo de Apoio ao Trabalhador
para financiar capital de giro e investimentos de micro e pequenas empresas e para a
agricultura familiar. Esses fundos, que estavam aplicados em títulos da dívida
pública no Banco do Brasil, serão transferidos para os três maiores bancos estatais
realizarem esses financiamentos, a Caixa Econômica Federal, o BNDES e o próprio
Banco do Brasil.
4. Em São Paulo, após a reunião dos ministros da Economia dos países do BRIC, o
ministro Guido Mantega, declarou que os países emergentes desejam ter mais
participação nos encontros para discutir a situação econômica mundial e tomar
decisões de interesse global, propondo que, ao invés deste forum se limitar à
participação do G-7, que ele seja substituído pelo G-20, que abrange os sete países
mais ricos, os quatro países do BRIC e ainda outros nove países emergentes. “As
medidas já adotadas pelos países europeus e pelos Estados Unidos são de grande
magnitude, mas são também insuficientes para restabelecer a confiança para que as
economias voltem a funcionar com um mínimo de liquidez” – disse o ministro
Mantega. O G-20 é responsável por mais de 80% de todo o PIB mundial.
5. Com o fortalecimento do G-20, este deixaria de ser somente um órgão de reflexão e
passaria a ter por objetivo definir diretrizes para a economia mundial. E o G-20
deixaria também de ser um órgão em que apenas se reúnem ministros da Economia
e presidentes de bancos centrais, passando a ser um encontro de chefes de Estado e
de Governo. Uma conseqüência imediata seria a transformação do FMI e do Banco
Mundial, com a implantação de um sistema de fiscalização mais transparente para
identificar as instituições financeiras que possam estar em dificuldades.
6. Em um encontro na Câmara Americana de Comércio de São Paulo, o presidente do
Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles, informou que o mercado de crédito já
começa a dar sinais de recuperação no Brasil e o crescimento econômico do país,
em 2009, por causa da demanda interna, vai superar a média mundial. “Há uma
tendência gradual de recuperação do crédito” – afirmou Meirelles. Segundo ele, o
volume de crédito na economia brasileira já está ganhando fôlego desde Outubro,
mesmo depois de uma queda de 13% nas concessões de crédito registrada nos dez
primeiros meses do mês.
7. Ao não aumentar a taxa de juros básica Selic na sua última reunião, realizada em
Outubro, o Copom – Comitê de Política Monetária do Banco Central, não-obstante
mantivesse a taxa em 13,75% ao ano, deixou clara, na ata da reunião, a
preocupação com a questão da inflação e alerta para uma possível elevação da taxa
de juros, caso a pressão sobre os preços não se reduzam nas próximas semanas.
Mas, por outro lado, o Copom reconheceu que a falta de crédito, provocada pela
crise, poderá funcionar como uma alta da taxa de juros, cortando a tendência de
aumento dos preços.
8. A propósito: ao se agravar a crise, em Setembro, devido à incapacidade da
administração Bush de adotar a decisão correta para enfrentar o problema [a
falência do Lehman Brothers, abandonado à própria sorte, foi a causa principal para
o pânico] e tentando não repetir o erro crasso do Federal Reserve cometido em
1929, que contribuiu decisivamente para o agravamento da crise, ao decidir por
medidas que combatiam a inflação e reduziam a liquidez, ao invés de estimular a
economia, os bancos centrais de quase todos os países reduziram a taxa básica de
juros. Mas o Brasil estava mais preocupado com a inflação do que com qualquer
efeito da crise mundial e, não apenas não reduziu a taxa de juros Selic como, ao
contrário, aumentou-a. Mas não foi o único a agir assim. Alguns bancos centrais
também aumentaram a sua taxa, enquanto outros a mantiveram. O quadro mostra
isto, apresentando as taxas básicas de juros, em valores nominais [sem desconto de
inflação] no dia 2 de Setembro, quando a crise se intensificou, e agora, no dia 6 de
Novembro.
Taxa Básica Nominal de Juros em Alguns Países (Em % ao ano)
País
Em 02/09/08 Em 06/11/08
País
Em 02/09/08 Em 06/11/08
Estados Unidos
2,00
1,00
Índia
9,00
7,50
União Européia
4,25
3,25
Indonésia
9,00
9,50
Reino Unido
5,00
3,00
Cingapura
0,69
0,06
Canadá
3,00
2,25
Hungria
8,50
11,50
Austrália
7,25
5,25
Rússia
11,00
11,00
Nova Zelândia
8,00
6,50
Turquia
16,75
16,75
Noruega
5,75
4,75
Brasil
13,00
13,75
Suécia
4,50
3,75
Chile
7,75
8,25
Suíça
2,75
2,00
África do Sul
12,00
12,00
China
7,47
6,66
Japão
0,50
0,30
Fonte: Paraty Investimentos/ O Globo 07/11/08
9. As mais recentes projeções do FMI relativamente ao comportamento da economia
no próximo ano mostram que os países ricos, de acordo com o Fundo, sofrerão
recessão em 2009. Esta será a primeira contração em todos os países
industrializados, desde 1945. O quadro mostra as duas previsões do FMI para 2009,
a anterior e a nova previsão, refeita após a crise.
Previsões de Crescimento do PIB do FMI para 2009 (Em %)
País ou Região
Anterior
Atual
País ou Região
Anterior
Todo o mundo
3,0
2,0
Estados Unidos
0,5
Brasil
3,5
3,0
Alemanha
0,0
América Latina
3,2
2,5
França
0,1
México
1,8
0,9
Japão
0,5
Países industrializados
0,5
-0,3
Reino Unido
0,1
Fonte: FMI/ O Globo 07/11/08
Atual
-0,7
-0,8
-0,5
-0,2
-1,3
10. Malgrado o FMI espere um crescimento de apenas 3% para o PIB brasileiro em
2009, o Governo Federal prevê alta de 3,5%. Anteriormente, a expectativa era de
um aumento de 4,5%. Com relação à taxa de câmbio futura, a previsão do Governo
Federal de que o dólar estaria cotado em R$ 1,71 em Dezembro de 2009, agora a
previsão é de que a taxa de cambo estará em R$ 2,00 por dólar no final do próximo
ano.
11. Os dados recentes a respeito de alguns países mais desenvolvidos confirmam as más
previsões do FMI. A França revisou para baixo sua previsão para o crescimento da
economia em 2009, prevendo uma alta entre 0,2% e 0,5%, menos que a projeção
anterior, que era de 1%. Na Alemanha, as encomendas para a indústria tiveram uma
queda record em Setembro, provocada principalmente pela redução da demanda
externa por equipamentos fabricados no país. A queda dos pedidos à indústria alemã
chegou a 8% em Setembro, a maior redução desde 1991. E na Espanha, o índice de
desemprego já atingiu a marca de 11,3% em Agosto, a maior variação do nível de
emprego nos últimos 30 anos.
12. Por outro lado, na China o Conselho de Estado analisa medidas, chamadas
“radicais” pela imprensa estatal, com o objetivo de estimular a economia e impedir
que o crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2009 caia para menos de 8%. O
pacote de medidas incluirá estímulos às indústrias exportadoras, além de projetos de
infra-estrutura e de geração de energia. O Ministério do Transporte informou que
investirá o equivalente a US$ 730 bilhões na construção de estradas e em melhorias
da infra-estrutura portuária nos próximos 5 anos e outros US$ 292 bilhões serão
dirigidos a construção de ferrovias até 2010.
13. As dificuldades financeiras das empresas montadoras de veículos em suas sede no
exterior estão provocando aumento respeitável do volume de recursos que as filiais
brasileiras estão enviando para suas matrizes internacionais. E quem observa o
Governo Federal se mobilizando para manter em alto nível o crédito para a compra
de automóveis pelo mercado interno pode imaginar que a situação das montadoras
instaladas no Brasil está muito ruim. Mas é exatamente o contrário o que está
ocorrendo: as vendas internas seguem elevadas e, não-obstante tenha ocorrido uma
certa dificuldade na manutenção do crédito como resultado da crise do subprime [e
o Governo está agindo para não haver interrupção neste crédito], os lucros das
montadoras no Brasil nunca foram tão elevados. Somente em Setembro, as
montadoras enviaram para o exterior US$ 753 milhões em lucros, elevando o total
remetido desde o início do ano por essas empresas a US$ 4,839 bilhões, contra US$
1,725 bilhão remetido no mesmo período de 2007. As remessas das montadoras de
automóveis no Brasil representam 24% de todas as remessas de lucros e dividendos
de empresas estrangeiras trabalhando no país [este total chegou a US$ 20,143
bilhões nos nove primeiros meses de 2008.]
14. Desde a crise do início de 1999, [quando o Brasil neoliberal quase foi à falência,
tendo sido salvo na última hora pela ação do Presidente Bill Clinton, que mandou o
FMI emprestar US$ 41 bilhões ao país] nunca saíram tantos dólares do país em um
único mês, como ocorreu em Outubro, quando saíram US$ 4,639 bilhões, contra
uma saída de US$ 8,587 bilhões em Janeiro de 1999. Mas é importante ressaltar a
enorme diferença entre os dois fatos: enquanto em Janeiro de 1999 os investidores
retiravam os seus dólares do país por causa da situação difícil a que foram levadas
as contas externas, devido às práticas neoliberais da época [alto endividamento
externo, taxa de câmbio fictícia etc.], a saída de dólares em Outubro deste ano
resultou da fuga bovina para os títulos do Tesouro americano, por conta da crise do
subprime que, ironicamente, começou nos Estados Unidos. E resultou, também, dos
bons lucros que as empresas estrangeiras tiveram em seus bons negócios no Brasil e
dos prejuízos que as mesmas empresas tiveram em seus maus negócios nas suas
sedes, aumentando, assim, as remessas de recursos para o exterior.
15. Mas o saldo, entre entradas e saídas, segue sendo positivo em US$ 12,549 bilhões,
desde o início deste ano e o que ocorre agora é que os baixíssimos juros recebidos
no exterior estão estimulando alguns membros da boiada a voltarem e já se observa
uma procura maior por títulos brasileiros da parte de investidores estrangeiros [o
que se confirma na valorização da cotação dos títulos da dívida externa brasileira
(A-Bond) na Bolsa de Nova York.]
16. A fusão entre os bancos Itaú e Unibanco deu origem à maior instituição bancária do
Hemisfério Sul e alterou o ranking dos maiores bancos brasileiros, conforme se
pode observar no quadro a seguir, com dados de Junho de 2008. [É interessante
lembrar que a fusão não foi motivada por qualquer crise do sistema financeiro do
Brasil e que os dois bancos que se fundiram sempre estiveram gerando lucros
líquidos crescentes. Na verdade, a fusão entre o Itaú e o Unibanco foi motivada pela
aquisição anteriormente realizada do Banco Real, que pertencia ao holandês ABN
Amro Bank pelo espanhol Santander.]
Os Dez Maiores Bancos no Brasil (Em R$ bilhões)
Banco
Valor dos Ativos
Banco
Itaú-Unibanco
500,081
HSBC
Banco do Brasil
403,468
Votorantim
Bradesco
403,271
Safra
Santander-Real
291,283
Nossa Caixa
Caixa Econômica Federal
264,393
Citibank
Fonte: Austin Rating/ O Globo 09/11/08
Valor dos Ativos
97,489
73,444
61,695
54,003
39,413
17. O movimento de fusão e aquisição no setor bancário brasileiro tem sido uma
constante nos últimos anos, conforme se pode observar no quadro a seguir, que
mostra o número de operações deste tipo realizadas no mercado do país. Observe-se
que em 2008, até Outubro, já foram realizadas 17 operações de compra ou fusão no
setor financeiro do Brasil.
Fusões e Aquisições no Setor Bancário Brasileiro (Em unidades)
Ano Quantidade Ano Quantidade Ano Quantidade Ano Quantidade
2000
18
2002
20
2004
19
2006
21
2001
17
2003
16
2005
19
2007
19
Fonte: Idem
18. O processo de fusão e compra no segmento bancário do país está provocando uma
forte concentração no mercado brasileiro. O quadro mostra o grau de concentração,
que é medido pelo percentual dos ativos totais do sistema representado pela soma
dos ativos dos 5 maiores bancos.
Evolução da Concentração do Sistema Bancário Brasileiro (Em % dos ativos totais)
Ano
Grau de Concentração
Ano
Grau de Concentração
1995
45,2
2006
53,63
2001
51,6
2008
75,26
Fonte: Idem
19. Com um grau de concentração do setor bancário de 75,2%, o Brasil somente perde
para dois outros países na América Latina, em termos de concentração financeira, o
Peru, com concentração de 89,5%, e o México, com 79,3%. [É evidente que a
concentração bancária não é uma boa coisa para o país, uma vez que aumenta o grau
de oligopólio do setor, resultando em prejuízo para o consumidor e, é claro, provoca
desemprego e redução de salários.]
20. Depois de liberado, pela atual administração federal, das restrições que foram
impostas pelos neoliberais que administraram o país, o Banco do Brasil está
também realizando compras no mercado financeiro e o BEP – Banco do Estado do
Piauí foi adquirido, depois da aquisição do BESC – Banco do Estado de Santa
Catarina. As negociações para a compra do banco Nossa Caixa, do Estado de São
Paulo avançaram e a operação está apenas dependendo da aprovação da Assembléia
Legislativa do Estado. Em outra frente, seguem as tratativas para a aquisição do
BRB – Banco de Brasília, do Governo do Distrito Federal. Com isto, o Banco do
Brasil planeja crescer no ranking dos maiores bancos do país, depois de ter perdido
o primeiro posto, com a fusão Itaú-Unibanco. [A propósito: o Presidente da
República já declarou que deseja ver o Banco do Brasil novamente na frente deste
ranking e faz questão de que isto ocorra o mais rápido possível. O Presidente com
certeza sabe a diferença que existe entre um monopólio público e um monopólio
privado...].
21. Em Setembro, com um PIB avaliado em R$ 2.799.407 milhões, o volume de crédito
bancário [empréstimos concedidos] em todo o Brasil atingiu a marca de R$
1.148.904 milhões, ou seja, a 41% do PIB. O quadro mostra a evolução do volume
de crédito bancário no país, observando-se que, malgrado tenha crescido, ainda se
mantém muito pequeno em termos de percentual do PIB.
Volume de Empréstimos Bancários em Relação ao PIB (Em % do PIB)
Ano
Percentual
Ano
Percentual
Ano
Percentual
2000
26,4
2003
24,0
2006
30,7
2001
24,7
2004
24,5
2007
34,8
2002
22,0
2005
28,1
2008 (*)
41,0
Fonte: Banco Central/ O Globo 26/08/08 (*) Em Setembro de 2008
22. A crise, que agora é mundial, segue produzindo estragos. O tradicionalíssimo
American Express, símbolo impoluto da solidez econômica norte-americana, correu
para se transformar em um banco, deixando de ser uma empresa administradora de
cartões de crédito. Como banco, o American Express poderá se candidatar a receber
a ajuda que o Governo americano está dando para salvar bancos. Como operadora
de cartões de crédito, o caminho seria a falência.
23. A propósito: a Circuit City, que é a segunda maior rede de vendas de aparelhos
eletroeletrônicos dos Estados Unidos pediu falência. E a General Motors teve as
suas ações reduzidas ao mesmo valor que tinham em 1946.
24. De acordo com Joseph Stiglitz, ganhador do Nobel de Economia de 2001, “a
tempestade está apenas começando”. Em palestra realizada em São Paulo, o
professor da Columbia University, de Nova York, declarou que “os Estados Unidos
têm vivido muito além de suas verdadeiras posses por muito tempo e, diante do
sentimento de pessimismo generalizado, o crédito estará muito escasso e as famílias
começarão a poupar mais e a consumir menos, o que poderá ter conseqüências
dramáticas”. [O consumo das famílias, nos Estados Unidos, representa cerca de
70% do PIB]. Para Stiglitz, a desaceleração da economia global vai durar algo entre
12 e 18 meses.
25. A China anunciou a formação de um outro pacote de US$ 586 bilhões para
incentivar a economia. Os recursos serão investidos nos anos 2009 e 2010 em obras
de infra-estrutura, construção de residências, saneamento básico, energia elétrica e
transporte. O resultado deverá beneficiar o Brasil, em termos de exportação de
minério de ferro e de insumos destinados à construção civil. E o presidente do BCE
– Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, elogiou o plano chinês e pediu que
os outros países que tenham superávit em Conta Corrente façam o mesmo que a
China está fazendo.
26. A 26ª Feira Internacional de Havana produziu bons frutos para as empresas
brasileiras que estiveram lá, sobretudo as empresas de alimentos, farmácia,
construção civil, máquinas e equipamentos. Empresas de São Paulo, Santa Catarina,
Minas Gerais e Rio Grande do Sul fecharam negócios que deverão chegar a US$ 42
milhões. De Janeiro a Agosto as exportações brasileiras para Cuba cresceram 74% e
somaram US$ 335,2 milhões.
27. Os países emergentes têm aumentado a sua participação relativa como importadores
de produtos brasileiros. Os dados abaixo mostram o percentual das exportações
totais brasileiras que foram enviadas paras as diversas partes do mundo em 1999 e
2007, podendo-se observar a queda relativa das vendas para a União Européia e os
Estados Unidos.
Destino das Exportações Brasileiras (Em %)
Importadores
Em 1999
União Européia
28,6
Estados Unidos
22,6
América Latina
22,0
Ásia
11,9
África
2,8
Fonte: MDIC/ MB Associados/ O Globo 22/08/08
Em 2007
25,2
15,8
22,7
15,6
5,3
28. O BNDES criou a Área de Estruturação de Projetos (AEP), subordinada à Diretoria
de Infra-estrutura e sob o comando do superintendente Henrique Amarante. O
objetivo é auxiliar o Governo Federal no desenvolvimento de estudos e na
estruturação de projetos de concessão pública e de parcerias público-privadas. A
nova divisão do BNDES vai prospectar e identificar necessidades de investimentos
de Estados e de Municípios em infra-estrutura logística e de intervenções urbanas e
sociais. Já estão em análise na AEP os estudos de viabilidade para a concessão do
Trem de Alta Velocidade RJ-SP; do Sistema Rodoviário Federal BR-116 e BA-324,
na Bahia; a concessão para exploração das rodovias federais BR-040 no trecho entre
Juiz de Fora e Brasília; a BR –116 em Minas Gerais, entre Belo Horizonte e
Governador Valadares; e a concessão de exploração do Sistema Rodoviário
Estadual BA-093, entre Camaçari e Salvador, na Bahia.
II – INFRA-ESTRUTURA
Ferrovias
1. Duas empresas estatais chinesas estão interessadas em fornecer trens para o metrô
do Rio de Janeiro. Representantes da CMC, a maior empresa chinesa de comércio
internacional, e da CRN, a maior fabricante de trens da China, estiveram em reunião
com o secretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, para apresentar
modelos de vagões. Os dois representantes tinham chegado da Argentina, onde
assinaram contrato com o Governo para fornecer 279 vagões para o trem
metropolitano de Buenos Aires.
III – INDÚSTRIA DE BASE
Siderurgia
1. Marco Antônio Castello Branco, presidente da Usiminas, esteve em Brasília, com a
ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para discutir as obras para melhoramento
da infra-estrutura do Vale do Aço, área de Minas Gerais de grande concentração de
siderúrgicas, uma vez que a sua empresa planeja investir US$ 5,7 bilhões para
construir uma nova planta siderúrgica naquela região. As obras do PAC – Programa
de Aceleração do Crescimento, que são monitoradas pela ministra Rousseff,
incluem um investimento de R$ 345 milhões para duplicar a rodovia BR-381, que
interessa à Usiminas.
IV – INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO
Indústria Farmacêutica
1. A alemã B. Braum vai mais que triplicar as suas operações no Brasil, investindo R$
284 milhões até 2015, em sua planta industrial localizada em São Gonçalo, no Rio
de Janeiro. A capacidade de produção vai ser aumentada de 20 milhões para 90
milhões de unidades por ano de produtos intravenosos, como soro fisiológico, por
exemplo. A B.Braum vai construir, também, uma fábrica de equipamentos para
infusão que terá capacidade para produzir 56 milhões de unidades por ano, a partir
de 2011. Em uma outra etapa, será construído um armazém central para estocar
produtos para as sete filiais que a empresa tem no país. Trabalhando no Brasil há 40
anos, a B.Braum emprega 1.500 pessoas e deverá gerar outros 1.000 empregos
diretos. Em 2007, a B.Braum faturou o equivalente a US$ 207,2 milhões no
mercado brasileiro.
V - COMÉRCIO E SERVIÇOS
Finanças
1. As variáveis referentes a câmbio, risco-país, cotação do A-Bond e juros futuros
apresentaram o seguinte comportamento:
Dia
Taxa de
Câmbio
(real/euro)
Taxa de
Câmbio
(real/dólar)
Risco-país
(em pontos
percentuais)
07/11/08
2,7573
2,1613
440
10
2,7244
2,1335
434
11
2,7561
2,2010
434
12
2,8392
2,2632
461
13
2,9162
2,3314
460
14
2,9018
2,2800
460
17
2,9190
2,2940
451
18
2,8976
2,2996
465
19
2,9869
2,3766
495
Fonte: O Globo, Valor Econômico e Gazeta Mercantil
Cotação do
A-Bond (%
do valor de
face)
102,000
101,000
101,000
101,500
100,500
100,563
100,188
100,188
99,563
Juros
Futuros (em
% ao ano)
15,225
15,206
15,200
15,207
15,495
15,163
15,125
13,520
14,894
Shopping Centers
1. O grupo Aliansce inaugurou o Caxias Shopping Center, em Duque de Caxias, na
Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Trata-se do oitavo shopping center do
grupo, que mantém o seu otimismo com relação ao desempenho futuro do setor. Em
Dezembro o grupo espera registrar aumento de 33% em suas vendas, que deverão
chegar a R$ 307 milhões no mês, contra vendas de R$ 230 milhões realizadas no
mês de Dezembro de 2007.
Fertilizantes
1. O Governo Federal está interessado, de fato, em desenvolver a produção nacional de
fertilizantes agrícolas e está fazendo pressão sobre o setor para que sejam realizados
investimentos em expansão de plantas existentes ou construção de novas unidades
industriais. A Petrobrás e a Vale já foram convocadas com este objetivo. E já foi
vetada, pelo Governo Federal, a venda de uma mina de silvinita [do qual se extrai o
potássio para fertilizantes] que pertence à Petrobrás e que estava sendo objeto de
interesse da canadense Falcon. Além disto, o Governo está estudando a retirada da
concessão de licença para exploração, dada pelo Departamento Nacional de
Produção Mineral a diversas mineradoras, daquelas ninas que não estejam sendo
exploradas. A meta é aumentar a participação estatal na produção de fertilizantes,
considerando que se trata de uma área estratégica. [As administrações neoliberais
retiraram a Petrobras desta área, que está quase toda nas mãos do setor privado e
hoje o país tem de importar mais de 80% dos fertilizantes que consome.]
Aumentando a participação estatal no segmento, o Governo poderá controlar melhor
os preços internos dos fertilizantes, que têm enorme importância nos custos da
produção agrícola e, por via de conseqüência, na inflação.
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