Desenho universal para aprendizagem – um

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BETH HOLLAND1
Desenho universal para aprendizagem – um guia
para o sucesso escolar
Como Todd Rose prova em sua palestra para o TEDed2 não existe o “aprendiz médio”3.
Professores são confrontados com esse desafio a cada aula, atividade e curso, ao reconhecerem
que não existem dois estudantes que aprendam da mesma forma. Com a pressão adicional de se
dirigir a padrões, integrar tecnologia e preparar os estudantes com habilidades para o século
XXI, consideremos o potencial da hipótese dos gestores escolares oferecerem aos professores
uma estratégia que atenda a todas as necessidades dos estudantes. O Desenho Universal para
Aprendizagem (DUA) faz exatamente isso.
“DUA fornece um guia para criar objetivos educacionais, métodos,
materiais e avaliações que funcionam com todos – não com uma
solução única, do tipo um-tamanho-serve-a-todos, mas uma
abordagem mais flexível, que pode ser personalizada e ajustada para
as necessidades individuais” (fonte: CAST2)
Caminhos múltiplos para aprendizagem
No coração do DUA repousa a crença de que os estudantes não precisam apenas dominar o
conteúdo e as habilidades, mas também o método de aprender. Para fazer isso, eles precisam
receber uma miríade de oportunidades para interagir com os materiais. Quando os professores
desenham o currículo com isso em mente, eles consideram que seus estudantes podem
necessitar de suporte de áudio via softwares texto-para-fala, representações visuais ou opções
alternativas como produzir um vídeo ao invés de um trabalho escrito. Finalmente, numa classe
que use DUA, os professores empenham-se em atingir seus estudantes, utilizando o melhor
Beth Holland lidera workshops de desenvolvimento profissional em escolas pelos Estados Unidos, escreve para diversas publicações,
incluindo Edutopia e Edudemic, apresenta-se em conferências e gerencia mídias sociais. Ela é especialista em ensino fundamental e
médio, aprendizagem móvel e tecnologias assistivas. A autora tem mestrado em educação no campo da Tecnologia, Inovação e Educação
pela Escola de Educação de Harvard e bacharelado em Ciência da Comunicação, pela Universidade Northwestern.
1
2
Conteúdos em inglês [N. T.]
3O
pesquisador Todd Rose defende que vivemos em um mundo que acredita no mito do “aprendiz médio”. Ele afirma: “O cérebro tem
milhões de neurônios se relacionando, para formar redes que interagem com o ambiente e são constantemente redefinidas pelas
experiências. Mas, de alguma forma, magicamente, de toda essa complexidade, achamos que nossos cérebros terminam ficando todos
iguais. Mas a verdade é: eles não são. Neurocientistas são totalmente assertivos ao afirmar que, em relação ao cérebro, assim como em
relação à aprendizagem, a variabilidade é a regra, e não a exceção.” [N. T.]
©Instituto Rodrigo Mendes. Licença Creative Commons BY-NC-ND 2.5. A cópia, distribuição e transmissão dessa obra são livres, sob as
seguintes condições: Você deve creditar a obra como de autoria Beth Holland e licenciada pelo Instituto Rodrigo Mendes; é vedado o uso
para fins comerciais; é vedada a alteração, transformação ou criação em cima dessa obra, a não ser com autorização expressa do
licenciante.
meio possível, para então impulsioná-los no sentido da competência de aprender por meio do
caminho mais efetivo.
Currículo baseado em objetivos
Quando os estudantes têm uma variedade de formas de interagir com o currículo, torna-se
crítico para eles conhecer o destino final. Numa classe DUA, os professores começam cada lição
ou unidade definindo claramente as expectativas de aprendizagem. Esses objetivos representam
o “conhecimento, conceitos e habilidades” que o estudante precisa alcançar para demonstrar seu
progresso na direção da competência de aprender.
No planejamento do currículo, os educadores frequentemente começam por um critério
específico ou meta de conteúdo. DUA aprofunda essa prática ao focar não apenas no conteúdo,
mas também nas habilidades, estratégias ou processos que os estudantes devem desenvolver.
Baseado no foco da aprendizagem, os professores podem identificar as estratégias pedagógicas e
múltiplos caminhos de forma a prover a todos os estudantes (independentemente de suas
necessidades de aprendizagem) oportunidades iguais para atingir essa competência de
aprender.
Formas múltiplas de avaliação
Numa sala de aula tradicional, os estudantes interagem com o conteúdo repassado de uma única
maneira, para então demonstrar sua aprendizagem por meio de avaliações idênticas –
tipicamente na forma de uma prova ou teste. Entretanto, numa classe DUA, os estudantes
escolhem não só o meio pelo qual vão adquirir o conteúdo e as habilidades desejadas, mas
também a forma pela qual vão demonstrar o que aprenderam.
Enquanto alguns estudantes podem não completar uma avaliação tradicional acumulativa,
outros podem progredir num caminho que os guie por projetos ou atividades enriquecidas
tecnologicamente. Se, por exemplo, o objetivo de um estudante for construir um argumento
convincente, a avaliação poderia ser um texto escrito, uma gravação em áudio de sua fala ou um
anúncio em vídeo.
“Avaliações em nossa era digital podem ser dinâmicas e desenhadas
universalmente. Quando provemos uma larga variedade de
personalizações e adaptações como parte das avaliações, somos
capazes de avaliar de forma mais precisa tanto a performance do
aluno como os processos que subjazem a essa performance” (Fonte:
capítulo 7 de Teaching Every Student in the Digital Age1)
Classes de aprendizes especialistas
Por fim, os educadores buscam que seus estudantes se tornem aprendizes especialistas1, capazes
de adquirir o conteúdo desejado, conhecimento, processos e habilidades. Da mesma forma,
gestores devem empenhar-se para garantir que suas escolas tenham tomado todas as medidas
para criar o ambiente de ensino mais efetivo para sua equipe. Com o DUA como um guia para
práticas pedagógicas, as escolas se esforçam para promover o acesso igualitário ao conteúdo,
múltiplas formas de comprometimento e a expectativa de que todos os estudantes irão aspirar o
conhecimento.
As referências citadas no texto estão no original, em inglês, para as quais não há tradução em
português. Abaixo, listamos algumas outras referências bibliográficas sobre os temas
abordados.

Princípios orientadores do desenho universal da aprendizagem: http://goo.gl/LeyYtl

Um breve olhar sobre UDL (português europeu): http://youtu.be/ltMJO6ciksI

Princípios do UDL: https://sites.google.com/site/principiosdoduaexemplos/
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