Universidade de Brasília - UnB Faculdade UnB Gama - FGA Engenharia Eletrônica CARACTERIZAÇÃO DE ANTENAS PARA O SISTEMAS TTE Autor: Henrique Berilli Silva Mendes Orientador: Prof. Dr. Leonardo Aguayo Brasília, DF 2015 Henrique Berilli Silva Mendes CARACTERIZAÇÃO DE ANTENAS PARA O SISTEMAS TTE Monografia submetida ao curso de graduação em Engenharia Eletrônica da Universidade de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Eletrônica. Universidade de Brasília - UnB Faculdade UnB Gama - FGA Orientador: Prof. Dr. Leonardo Aguayo Coorientador: Prof. Dr. Adoniran Judson Brasília, DF 2015 Henrique Berilli Silva Mendes CARACTERIZAÇÃO DE ANTENAS PARA O SISTEMAS TTE/ Henrique Berilli Silva Mendes. – Brasília, DF, 201564 p. : il. (algumas color.) ; 30 cm. Orientador: Prof. Dr. Leonardo Aguayo Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade de Brasília - UnB Faculdade UnB Gama - FGA , 2015. 1. TTE, Comunicação em minas, Antena loop, caracterização de antena loop. 2. . I. Prof. Dr. Leonardo Aguayo . II. Universidade de Brasília. III. Faculdade UnB Gama. IV. CARACTERIZAÇÃO DE ANTENAS PARA O SISTEMAS TTE CDU 00:000:000.0 Henrique Berilli Silva Mendes CARACTERIZAÇÃO DE ANTENAS PARA O SISTEMAS TTE Monografia submetida ao curso de graduação em Engenharia Eletrônica da Universidade de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Eletrônica. Trabalho aprovado. Brasília, DF, em estado de avaliação: Prof. Dr. Leonardo Aguayo Orientador Prof. Dr. Adoniran Judson Convidado 1 Prof. Dr. Sebastian Convidado 2 Brasília, DF 2015 Resumo As minas subterrâneas são ambientes dinâmicos e imprevisíveis, estão sujeitas a diversos efeitos climáticos, como tremores de terra, inundações dentre outros efeitos que acabam tornando-se ambientes propícios para desmoronamentos. Esses acidentes, em sua maioria, deixam vítimas presas no interior delas. Em casos onde há pessoas presas no interior das minas é necessário que se mantenha a comunicação entre as vítimas e a superfície, para que o resgate possa ser eficiente e o mais seguro possível. Porém, nem sempre os sistemas de comunicação são robustos o suficiente para suportar esses tipos de casos. Desenvolveu-se um estudo de uma tecnologia que possibilitasse a comunicação entre o interior da mina e a superfície, utilizando o solo como meio de propagação. Esse sistema é conhecido como TTE (through-the-earth), e é baseado no uso de ondas de ULF(Ultra Low Frequency) e VLF (Very Low Frequency). Essas frequências conseguem superar obstáculos encontrados no solo, porém possuem diversas restrições, já que as minas são ambientes dinâmicos e à medida que aumenta-se a profundidade a constituição do solo pode ser alterada, tornando o canal de propagação diferente. Por usarem frequências muito baixas, as estruturas das antenas são grandes, tornando sua execução ainda mais complexa. A presença muito grande de minerais e muitos deles possuem propriedades condutoras, torna o meio propenso a perdas em sua transmissão. Esses são os três principais problemas da comunicação TTE. Este trabalho tem como proposta a caracterização de uma antena loop para a utilização em comunicações do tipo TTE. Para essa caracterização será necessário o desenvolvimento do sistema completo de comunicação, porém de forma simplificada. Palavras-chaves:Comunicação TTE; Caracterização Antena Loop; Comunicação em minas subterrâneas; Acidente em Minas Subterrâneas; Comunicação de emergência. Abstract Underground mines are dynamic and unpredictable environments, are subject to various climatic effects, such as earthquakes, floods among other effects that end up becoming environments conducive to landslides. These accidents, mostly leaving victims trapped inside them. In cases where there are people trapped inside the mines is necessary to maintain communication between the victims and the surface so that the rescue can be efficient and as safe as possible. But not always the communication systems are robust enough to withstand these types of cases. We developed a study of a technology that would allow communication between the interior and the surface of the mine, using the ground as a propagation medium. This system is known as TTE (through-the-earth), and is based on the use of wave ULF (Ultra Low Frequency) and VLF (Very Low Frequency). These frequencies can overcome obstacles encountered in the soil, but have various restrictions, since the mine environments are dynamic and as the depth increases the constitution of the soil can be changed by making the different propagation channel. By using very low frequencies, the antennas of the structures are large, making her even more complex execution. A very large presence of minerals and many of them have conductive properties, makes the middle prone to losses in its transmission. These are the three main problems of communication TTE. This paper aims the characterization of a loop antenna for use in the type TTE communications. For that characterize the development of the complete system of communication will be necessary, but in simplified form. Key-words: Communication TTE, Characterization Loop Antenna, Communication in underground mines,Accident in underground Mine, Emergency communication. Lista de ilustrações Figura 1 – Lavra subterrânea (??) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Figura 2 – Cabo Coaxial Irradiado (Cabo fendido), (TELECO. . . , 2015) . . . . . . 22 Figura 3 – Modelo de comunicação TTA (WTI. . . , 2015) . . . . . . . . . . . . . . 24 Figura 4 – Representação esquemática de sistema de comunicação TTE, operando em downlink. As dimensões típicas da antenas são da ordem de dezenas de metros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Figura 5 – Processo de comunicação pelo modelo TTE . . . . . . . . . . . . . . . 26 Figura 6 – Oito alinhamentos básicos de transmissão e recepção de laços de indução. As características de campo ao longo de um terra horizontal depender do fato do transmissor ser vertical ou horizontal. Para cada um destes dois tipos de alinhamentos do transmissor existem quatro alinhamentos básicos que o receptor pode tomar.(GIBSON, 2003) . . . 30 Figura 7 – Abertura específicas de diferentes loops de antena em forma (GIBSON, 2003) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Figura 8 – Tabela do tamanho da bitola do fio (MECATRONICAFACIL, 2011) . . 34 Figura 9 – Tabela de conversão dos fios esmaltados (MECATRONICAFACIL, 2011) 34 Figura 10 – Indutância do enrolamento de fio (MECATRONICAFACIL, 2011) . . . 35 Figura 11 – Antena no modo de transmissão (BALANIS, 2005) . . . . . . . . . . . 38 Figura 12 – Circuito equivalente da antena (BALANIS, 2005) . . . . . . . . . . . . 39 Figura 13 – Circuito da antena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Figura 14 – Geometria para cálculo de campo magnético no ponto (h,𝜌) para antena loop circular a uma altura ℎ0 do solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Figura 15 – Intensidade de campo magnético de uma antena loop nas configurações coaxial e coplanar segundo os modelos MIC e SEH (uplink) . . . . . . . 44 Figura 16 – Geometria para cálculo de campo entre duas antenas loop circulares. O ângulo 𝛼 formado pelos vetores ortogonais aos planos determinados pelas duas antenas é resultante da composição de rotações nos eixos 𝑥^′ e 𝑦^′ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Figura 17 – Módulo da função de transferência do canal entre duas antenas loop nas configurações coaxial e coplanar segundo os modelos mic e seh(uplink). 47 Figura 18 – Modelo de amplificador ideal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Figura 19 – Esquemático de representação do ganho de um amplificador . . . . . . 50 Figura 20 – Protótipo inicial da antena loop com 1 metro de raio. . . . . . . . . . . 57 Figura 21 – Esquemático do amplificador no Proteus . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 Figura 22 – Teste na saída do amplificador de corrente com o osciloscópio do simuladorProteus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 Figura 23 – Cronograma do projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 Lista de abreviaturas e siglas 𝑇 𝐶𝐶 Trabalho de Conclusão de Curso 𝑇𝑇𝑊 Through the Wire 𝑇𝑇𝐴 Through the Air 𝑇𝑇𝐸 Through the Earth 𝑃 𝐸𝐷 Personal-Emergency-Device 𝑉 𝐿𝐹 Very Low Frequency 𝑈 𝐿𝐹 Ultra Low Frequency 𝑉 𝐻𝐹 Very High Frequency 𝑈 𝐻𝐹 Ultra High Frequency 𝑅𝐹 𝐼𝐷 Radio Frequency Identification 𝑈𝑊 𝐵 Ultra-wideband 𝑅𝐹 Radio Frequency 𝑆𝑆𝐵 Single Side Band 𝑃 𝑆𝐾 Phase Shift Keying 𝐹 𝑆𝐾 Frequency shift keying 𝑅𝑆𝑅 Razão Sinal Ruído 𝑀 𝑆𝐾 minimum Shift Keying 𝐴𝑊 𝐺 American Wire Gauge 𝑆𝑊 𝐺 Standard Wire Gauge 𝐴 ampère 𝑉 volts 𝑄 Fator de Qualidade 𝑅𝑀 𝑆 Valor eficaz 𝑆𝐸𝐻 Semi-Espaço Homogêneo 𝑀 𝐼𝐶 Meio infinito Condutivo 𝑀 𝐷𝐹 Medium Density Fiberboard 𝑚𝑚 milimetros 𝑐𝑚 centimetros 𝑚 metros 𝐻𝑧 Hertz Sumário 1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 1.1 Contextualização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 1.1.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 1.1.1.1 Objetivo Geral 1.1.1.2 Objetivo específicos 1.1.2 Metodologia 1.1.2.1 Ferramentas utilizadas 1.1.2.2 Computacionais 1.1.2.3 Laboratoriais 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 2.1 Comunicação em Minas Subterrâneas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 2.1.1 TTW: Através do Cabo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 2.1.2 TTA: Através do Ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 2.1.3 TTE: Através da Terra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 2.2 Projetos de equipamentos TTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 2.2.1 O ambiente de propagação TTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 2.2.1.1 Zonas de Campo 2.2.2 Antenas Loop para comunicação TTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 2.2.2.1 Classificação dos alinhamentos da antena Loop 2.2.2.2 Formato da antena 2.2.3 Material da antena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 2.2.3.1 Escolha do material da antena 2.2.4 Parâmetros do condutor do suporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 2.2.4.1 Diâmetro da secção transversal do fio 2.2.4.2 Secção em milímetros quadrados 2.2.4.3 Conversão de peso em kg para quilômetro 2.2.4.4 Cálculo da indutância gerada pelo enrolamento de fios 2.2.4.5 Parâmetros da Antena Loop 2.2.4.6 Eficiência da antena 2.3 Impedância de Entrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 2.4 Modelos de Campo Magnético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 2.5 Modelagem do Canal e Frequência Ótima de Operação . . . . . . . 44 2.6 Modelagem de Antenas para comunicação TTE . . . . . . . . . . . . 47 2.7 Amplificador para o circuito TTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 . . . . . . . . . . . . . . . . 35 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 50 50 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 55 55 3.1.2 3.1.3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Calculo da indutância gerada pelo enrolamento de fio: . . . . . . . . . . . . Suporte da antena: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Amplificador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 4.1 4.2 RESULTADOS E DISCUSSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Discussões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Próximos Passos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 2.7.1 2.7.2 2.7.3 2.7.3.1 2.7.3.2 2.7.3.3 2.7.4 2.7.5 2.7.6 2.7.7 3 3.1 3.1.1 3.1.1.1 3.1.1.2 3.1.1.3 3.1.1.4 3.1.1.5 Amplificador: . . . . . . . . . Ganho do amplificador: . . . . Ganho do amplificador do sinal Amplificador de ganho de tensão: . . . . . . . . . . . . . . . de entrada: . . . . . . . Amplificador de ganho de corrente: . . . . . . . Amplificador de ganho de potência: . . . . . . . Amplificador de ganho de potência: . . . . Amplificador ideal: . . . . . . . . . . . . . Classes de Amplificador: . . . . . . . . . . Especificação do projeto: . . . . . . . . . . MATERIAIS E MÉTODOS . . . . . . Transmissor TTE . . . . . . . . . . . . Estudo do condutor do suporte da antena: Diâmetro da Secção Transversal do Fio: . . . . Capacidade de corrente do fio: . . . . . . . . Comprimento do fio . . . . . . . . . . . . . Resistência em ohms por quilômetro: . . . . . REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 50 50 50 51 51 52 55 55 55 56 56 56 57 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 15 1 Introdução 1.1 Contextualização É possível definir comunicação como uma transmissão de informações. Ela é um envio e/ou recepção de uma mensagem, sendo que esta mensagem não precisa ser necessariamente um código alfanumérico e sim visual ou sensorial (COUTINHO, 2011). A comunicação humana constitui objeto de reflexão e pesquisa há muitos séculos, envolvendo desde filósofos gregos como Platão até engenheiros do século XX como Claude Shannon (POSTMAN, 1993) (N EPLEY; J, 2005). Em paralelo a estes estudos ao longo dos tempos, a comunicação foi progressivamente modificada de acordo com os avanços tecnológicos. Com a popularização e melhoria dos meios de comunicação, surgiu a internet, a comunicação via radiofrequência, entre muitas outras. Estas melhorias possibilitam a superação das grandes distâncias globais, e vem se tornando mais robusta e universal, criando de fato um sistema que possibilite ser utilizado em qualquer situação, ambiente, mesmo em condições adversas. A comunicação Through the Earth (TTE) é um exemplo disso, ela é um tipo de sinal de rádio utilizado em minas e cavernas subterrâneas, que utiliza ondas de baixas frequências, para penetrar no solo e nas rochas encontradas no caminho até a superfície, uma vez que esses obstáculos são opacos aos sinais de rádio de altas frequências, inviabilizando utilizar sinais de altas frequências para esse tipo de comunicação. Juntamente com a agricultura, a mineração é vista como um dos mais antigos trabalhos da humanidade (MUTMANSKY, 2002). Até nos dias atuais ela é considerada extremamente importante, com ela é possível obter minérios para suprir necessidades energéticas e até mesmo recursos valiosos para as industrias de bens materiais. A técnica de mineração subterrânea é vastamente utilizada para acessar minérios e minerais mais valiosos que existam em um terreno. Eles comumente estão localizados a vários metros de profundidade abaixo da superfície da terra. Também existe a técnica de mineração a céu aberto, na qual as camadas superficiais do solo são retiradas, facilitando o acesso aos minérios. Neste trabalho daremos ênfase a extração subterrânea, devido sua maior complexidade de acesso físico e dificuldade de comunicação entre os trabalhadores da mina e profissionais de monitoramento da superfície. Essas técnicas de mineração levam o nome técnico de lavra, podendo ser lavra subterrânea e lavra a céu aberto[5], a lavra subterrânea, como mostrado na Figura 1 é para a mineração subterrânea e a lavra a céu aberto para a mineração a céu aberto. 16 Capítulo 1. Introdução Figura 1: Lavra subterrânea (SILVA, 2015) Lavra é o conjunto de trabalhos que se tem como resultado a retirada mais eficiente, segura, economicamente viável e rápida do minério de um determinado local. Ela é um conjunto de operações unitárias que tem por objetivo o aproveitamento industrial de uma jazida, ou seja, fazer a perfuração, o desmonte de rocha, carregamento e transporte de minério e o estéril, sustentação e controle das escavações, ventilação, climatização e controle das condições ambientais, drenagem e esgotamento das águas, iluminação dentre outras operações (SILVA, 2015). Uma das profissões com o maior grau de periculosidade é a mineração subterrânea. As operações de mineração são realizadas em ambientes muito perigosos que possui agravantes, por exemplo, gases explosivos, tóxicos, baixa circulação de ar atmosférico, elevada umidade e elevadas temperaturas. Alguns dos principais tipos de riscos nas minas são os acidentes onde há desmoronamento do teto, enchentes, fogo, gases tóxicos e explosões (MURPHY, 2009). Por ano, milhares de mineiros morrem em acidentes em minas subterrâneas, especialmente quando se trata do processo de exploração de carvão mineral e na mineração de rocha dura. A concentração da maioria das mortes em minas estão em países em desen- 1.1. Contextualização 17 volvimento, especialmente a China. As minas de carvão da China são as mais perigosas do mundo, matando uma média de 13 mineiros por dia (SAAD, 2012). Os fatores mais importantes de acidentes na indústria de mineração subterrânea são: Gases tóxicos ou explosivos presentes no solo e o uso de explosivos (operações de explosão) para fins de quebrar a rochas. Mas acidentes também podem acontecer por movimentos sísmicos e pode causar obstrução das vias de locomoção. Em muitos casos a presença de metano juntamente com os explosivos utilizados para quebrar as rochas, ou até mesmo máquinas e equipamentos em péssimo estado de conservação ou o mau uso dos mesmos, causam um efeito em cadeia de detonação nas minas. Esses acidentes muitas vezes matam ou prendem mineiros nas minas, esses foram os fatores responsáveis pelo maior acidente já acontecido na história da mineração europeia, que foi o acidente em Courrières que matou 1099 mineiros em 10 de março de 1906 (SAAD, 2012). Quando um acidente grave acontece nas operações de mineração, a resposta a emergência nas minas subterrâneas é mais delicada do que em outros tipos de ambientes de trabalho (MURPHY, 2009). Isso é causado pelo fato de que a estrutura física das minas subterrâneas não permitir respostas imediatas a acidentes. Seus acessos são limitados e quando acontece uma explosão, que é o tipo mais comum de acidente, os trabalhadores podem ficar presos no subsolo e para realizar o resgaste é importante ter as informações exatas sobre a localização, as condições de saúde e as condições físicas do local do acidente. Caso não se tenha essas informações o resgate torna-se mais complicado e difícil de ser efetuado. A comunicação nas minas é de essencial importância. Ela deve estar presente em todas as fases da mineração e é através dela que consegue-se melhorar o processo, aumentar a produtividade e reduzir os riscos. As operações autônomas dentro de uma mina e as de monitoramento dependem diretamente dos links de comunicações (STAFF, 1984). A vital importância da comunicação na mineração subterrânea é quando há um acidente. Com ela é possível facilitar o resgate. O link de comunicação de emergência será o caminho que ajudará a localizar as vítimas e transmitirá informações vitais. Os 3 sistemas mais utilizados para a transmissão e recepção de informações são: ∙ TTW - São os que irão utilizar o cabo como meio de propagação para levar a informação pela mina; ∙ TTA - São os que utilizam o ar para propagar-se, eles não possuem fios e sua comunicação é toda por ondas eletromagnéticas; ∙ TTE - São os que utilizam o solo como meio de propagação, assim como a TTA, não utiliza fios e ela é uma propagação de ondas eletromagnéticas, mas com frequências 18 Capítulo 1. Introdução baixas, normalmente menores que 30 KHz; Observação: Existem outros tipos de comunicação como os sistemas híbridos e os avisos olfativos, que podem ser utilizados em processos de comunicação em minas. No entanto esses não serão objetos deste trabalho. Em casos de acidentes existem possíveis agravantes no socorro das vítimas, e poderá haver a necessidade de um resgate eficiente. Os agravantes podem ser a presença de gases tóxicos, fogo e até risco de desmoronamentos. Tendo esses problemas em vista, é necessário que a comunicação seja realizada de forma emergencial e o mais rápido e seguro possível. Muitas vezes o sistema de comunicação da mina subterrânea é afetado com o acidente e pode perder a sua funcionalidade, desta forma é necessário criar uma comunicação entre a superfície e o interior da mina, que mesmo em casos de acidentes ainda continue funcionando, enviando e captando um sinal enviado através do solo (MCLENDON, 1985). A motivação para uma pesquisa desse tipo, neste trabalho de conclusão de curso - (TCC), se baseia na grande dificuldade de solucionar problemas que são conhecidos nas minas subterrâneas, como garantir a comunicação em caso de acidentes e tornar o socorro mais eficiente. Será desenvolvida a caracterização de uma antena do tipo loop, a ser utilizada na comunicação do tipo TTE. Para o desenvolvimento será necessário ter várias etapas para a construção das antenas e para posteriormente serem utilizadas na caracterização. As etapas são: ∙ Estágio de pré-amplificação do sinal a ser enviado: Que é o estágio que terá a finalidade de aumentar a potência do sinal que se deseja enviar e torná-lo sinal útil para o enviado através da antena; ∙ Projeto e desenvolvimento de uma antena do tipo loop. Essa antena é para baixas frequências e é constituída de enrolamento de material condutor ao redor de uma estrutura e o seu campo magnético é muito importante para sua funcionalidade; ∙ Implementação do receptor da antena. O receptor é o equipamento que recebe o sinal eletromagnético e o transforma em sinal elétrico para ser utilizado e interpretado. Desta forma o protótipo poderá abranger toda a comunicação subterrânea TTE e possibilitará a caracterização da antena para essa comunicação. Pretende-se realizar neste primeiro Trabalho de Conclusão de Curso o estudo da tecnologia TTE, as possíveis antenas, as características da antena que são importantes para essa comunicação TTE, realizar toda a pesquisa bibliográfica com relação a problemática das comunicações em minas, desenvolver e montar o suporte da antena loop, desenvolver o esquemático do circuito amplificador, o estudo do material que será feito a antena e os testes do condutor que serão utilizados na antena a ser caracterizada. 1.1. Contextualização 19 1.1.1 Objetivos 1.1.1.1 Objetivo Geral Desenvolver um protótipo para a comunicação em minas subterrâneas utilizando a comunicação TTE, realizando testes que servirão para caracterizar a antena do modelo, garantindo-se que no caso de acidentes, a comunicação não seja perdida, por meio do rompimento do link. Para isso será realizado o levantamento do embasamento teórico do projeto, elaboração do projeto inicial do pré-amplificador de sinal do sistema, desenvolvimento da antena Loop e estudo dos condutores da antena, bem como a validação, coberta com a montagem e testes do circuito amplificador, construção da antena e testes de recepção do sinal enviado e montagem do receptor de sinal. 1.1.1.2 Objetivo específicos ∙ Realizar o levantamento de dados sobre o ambiente das minas subterrâneas e compreender as necessidades que serão necessárias para o desenvolvimento do projeto; ∙ Realizar estudo para compreensão do funcionamento das comunicações já utilizadas em minas subterrâneas, identificando necessidades e lacunas que precisam ser preenchidas; ∙ Analisar e identificar os melhores condutores para a confecção da antena para ser utilizada em um ambiente de mina; ∙ Realizar testes laboratoriais com o condutor que atenderá as especificações da antena para sua confecção; ∙ Desenvolver e confeccionar suporte que dará apoio para a idealização da antena do tipo Loop; ∙ Elaborar projeto do amplificador que será o alimentador da antena e validação do mesmo utilizando uma plataforma de simulação. ∙ Realizar a caracterização da antena para o sistema TTE. ∙ Montagem da Antena. ∙ Confecção Dos Sistemas constituintes da comunicação TTE; ∙ Montagem do sistema TTE completo. ∙ Teste do sistema de comunicação TTE (Transmissor-Receptor). ∙ Caracterização da antena de sinal TTE; 20 Capítulo 1. Introdução 1.1.2 Metodologia Para o desenvolvimento do projeto será realizado o estudo bibliográfico do problema abordado, com isso serão encontradas as possíveis soluções para o protótipo e será necessário a utilização de algumas ferramentas, computacionais e laboratoriais, para as validações e averiguação da funcionalidade da proposta do projeto e dos estudos que foram desenvolvidos. 1.1.2.1 Ferramentas utilizadas 1.1.2.2 Computacionais ∙ Matlab - Será o software utilizado para modelar os parâmetros do projeto, nele será desenvolvido as contas teóricas e a fundamentação para o funcionamento do projeto; ∙ Proteus - Será um dos softwares de simulação de circuitos utilizado, nele será desenvolvido o projeto do amplificador que será utilizado na comunicação; ∙ LTspice - Será outro software de simulação de circuitaria que será utilizado para validar os parâmetros encontrados pelo primeiro Proteus. Com ele pode-se agregar novas variáveis ao circuito e modificar os parâmetros de determinados componentes; ∙ Pspice - Será desenvolvido o modelamento do circuito da antena levando em consideração o canal e será feita a validação dos outros softwares de simulação que foram utilizados para o projeto; ∙ CST - Será utilizado para fazer as simulações eletromagnéticas da antena para a validação dos resultados teóricos encontrados; 1.1.2.3 Laboratoriais ∙ Osciloscópio - Será utilizado para visualizar e analisar os sinais enviados e recebidos pela antena loop; ∙ Multímetro de bancada – Será utilizado para fazer medidas de indutância, resistência e o teste da continuidade, tudo isto com uma maior precisão. Esses valores serão úteis para parametrizar a antena e encontrar as suas características; ∙ Gerador de função – Gerará o sinal que será enviado pela antena; 21 2 Fundamentação Teórica 2.1 Comunicação em Minas Subterrâneas A mina subterrânea é um ambiente desafiador para as comunicações com e sem fio, principalmente a sem fio. Geralmente a umidade relativa dentro de uma mina subterrânea é muito elevada, podendo chegar a mais de 90%. Há uma grande presença de gases explosivos, tóxicos e partículas de poeira. Essa atmosfera carregada juntamente com a grande presença de água, faz com que seja gerada uma água corrosiva (DONOGHUE, 2004). Esses fatores adversos fazem da mina um ambiente muito complexo para se garantir a comunicação, além de todos os agravantes presentes em uma lavra é necessário garantir que os equipamentos ou sistemas de comunicação possam operar em níveis “admissíveis” por razões de segurança (YARKAN S. GUZELGOZ, 2009). As minas são ambientes dinâmicos à medida que aumenta-se a profundidade a constituição do solo se altera, tornando o ambiente diferente em sua constituição [13]. As técnicas utilizadas em comunicação sem fio, usando ondas eletromagnéticas não funcionam bem neste ambiente, devido a três problemas: há uma alta perda no caminho em função dos minérios e minerais do solo; o grande tamanho da antena e a condição do canal dinâmico, ou seja, difícil modelamento do canal, uma vez que as minas serem ambientes dinâmicos. Além disso, sabe-se que os dispositivos que são projetados para operar em ambientes regulares podem quebrar mais rápido em minas subterrâneas devido a condições extremamente duras. Com isso há a necessidade de instrumentos mais robustos. Dispositivos que operam em ambientes de mina subterrânea deve ser imune a alta umidade, amplas faixas de temperatura e partículas em suspensão no ar(MURPHY, 2009). As minas subterrâneas exigem uma cobertura completa no interior de suas galerias. Nessa atividade é extremamente importante que a informação seja transmitida e recebida a partir de todos os pontos, por razões de segurança e de produtividade. No entanto, sabe-se que, por vezes, a comunicação TTA pode não ser possível ou é de péssima qualidade devido as características de propagação de sinais de rádio em galerias de minas subterrâneas. Isto obriga o uso de sistemas com fio para comunicações em minas. No entanto, a comunicação com fio é muito suscetível a danos aos fios. Portanto, a instalação de infraestrutura de comunicação com fio deve ser tratada de tal forma que seja possível minimizar os danos aos fios. As possíveis tecnologias de comunicação em uma mina são: TTW, TTA e TTE. 22 Capítulo 2. Fundamentação Teórica A TTA e a TTE são ambas tecnologias sem fio, porém possuem meios de propagação diferentes. 2.1.1 TTW: Através do Cabo Os sistemas de comunicação TTW, são os sistemas que baseiam-se em meios guiados (YARKAN S. GUZELGOZ, 2009), ou seja, cabos. Muito utilizado nas minas para comunicação entre o interior e a superfície da mina e para monitoramentos. Uma das primeiras formas de utilizar a comunicação TTW em minas foi através do telefone de magneto(MURPHY, 2009). Ele é baseado na comunicação de voz, que contém um gerador de magneto composto por ímãs. Quando acionada sua manivela, era gerado uma corrente alternada que fazia que sinos tocassem do outro lado da linha, depois disso a bateria alimentava o equipamento de comunicação de voz e estabelecia-se a comunicação por voz. O leaky feeders é um sistema hibrido pois é uma transmissão por cabos, porém também irradia sinal, utiliza cabos coaxiais fendido, ou seja, é um cabo que possui uma camada de cobre com pequenas fendas que atuam como um arranjo de antenas em suas estruturas, como pode ser visto na Figura 2, para transmitir e receber a informação dentro do túnel. Devido à atenuação ao longo do cabo, é necessário ter amplificadores regularmente espaçados, tipicamente entre 350 e 500 m de distância. Os cabos fendidos funcionam em ambas as direções de comunicação, usualmente nas bandas VHF e UHF (SAFETY; HEALTH, 2009). Figura 2: Cabo Coaxial Irradiado (Cabo fendido), (TELECO. . . , 2015) Atualmente utiliza-se fibras ópticas, elas permitem altas taxas de transmissão de dados a grandes distâncias dentro da mina. Com o seu uso é possível atingir até 70 km de abrangência sem a necessidade de regeneração do sinal. Ela está presente nos monitoramentos em tempo real da mina como nos sistemas contra incêndio, sistemas automáticos entre outros (BANDYOPADHYAY; MISHRA, 2010). 2.1. Comunicação em Minas Subterrâneas 23 Os sistemas TTW são muito utilizados nas minas, mas eles necessitam de uma infraestrutura muito grande, mas é uma solução limitada, pois é pontual, comunica-se de ponto a ponto. Em caso de acidentes é uma comunicação facilmente destruída. Dessa forma sendo muito importante para o funcionamento da mina, porém muito frágil em caso de acidentes. 2.1.2 TTA: Através do Ar Diferentemente da comunicação TTW a comunicação Through-the-Air (TTA) é realizada de maneira sem fio, utilizando-se de antenas que irradiam o sinal e a propagação é realizada pelo ar, como na Figura 3. Esse sistema possibilita o envio de pacotes de dados, podendo ser de qualquer tipo, vídeo, áudio e puramente dados. A tecnologia TTA torna-se mais vantajosa do que os sistemas com fio devido à facilidade de instalação e adaptação à expansão da mina. Uma característica particular de minas subterrâneas é que de acordo com sua profundidade e suas atividades de extração de minério o ambiente vai mudando e comportando-se de maneira diferente. A expansão do espaço de cobertura leva à necessidade de ampliação da infraestrutura de comunicação, porém é muito mais simples sua instalação quando comparada com os sistemas com fios. Outros aspectos da mina que também influenciam as comunicações TTA são a sua forma e tipo de acesso. Como a mina foi escavada e sua sustentação interfere nas condições de propagação da onda, por exemplo, minas que foram escavadas como túnel tendem a criar um efeito de guia de onda, com baixo índice de perda de propagação (MURPHY, 2009). Com o desenvolvimento da tecnologia de comunicação digital de baixo alcance ampliou-se a comunicação TTA nas minas subterrâneas. O investimento foi direcionado a tecnologias como ZigBee, WiFi e o RFID com baixa taxa de dados e UWB para altas taxas, considerando que essas tecnologias oferecem curto alcance, baixa potência e capacidade de posicionamento. Os equipamentos de rádio utilizados não trazem novidades em relação aos dispositivos RF usados em outras aplicações (JAYANTHU, 2013). 2.1.3 TTE: Através da Terra Os sistemas TTE têm o potencial de proporcionar a comunicação sem fio entre as pessoas que estão no subterrâneo e as que estão na superfície. É um tipo de sinal de rádio usado em minas e cavernas subterrâneas que usa ondas de baixa frequência para penetrar a terra e a rocha, que normalmente são opacos para os sinais de rádio convencionais de alta frequência (YENCHEK, ). A transmissão TTE supera os obstáculos encontrados no solo com o uso de frequências ultra baixas (ULF), que tem como sua faixa de frequência de 300 Hz a 3 KHz, e em alguns casos utilizam algumas frequências muito baixar (VLF), que tem como faixa de 24 Capítulo 2. Fundamentação Teórica Figura 3: Modelo de comunicação TTA (WTI. . . , 2015) frequência de 3 KHz a 30KHz, normalmente utiliza-se na faixa das ULF. Neste trabalho iremos trabalhar nessa faixa (FOROOSHANI, 2013). A estrutura dos sistemas TTE necessita de menos infraestrutura em sua implementação, são sistemas mais robustos, com isso são mais propensos a continuarem funcionando em uma explosão subterrânea e é capaz de fornecer um link de comunicação para a superfície caso haja trabalhadores presos. Mas esse sistema enfrenta grandes problemas, como: Grande dimensão da antena para enviar o sinal e Alimentação da antena subterrânea (YENCHEK, ). A tecnologia TTE baseia-se nas ondas eletromagnéticas para estabelecer um enlace entre a superfície e a mina subterrânea, e isso é realizado através de um acoplamento magnético que acontece entre as antenas loop, como ilustrado na Figura 4. A transmissão é normalmente feita por indução magnética em frequências abaixo de 30 kHz, e elas estão sujeitas a ruídos atmosféricos e a harmônicos produzidos por equipamentos, limitando o desempenho de comunicação, especialmente no enlace de subida (JOUGHIN, 1995). A tecnologia TTE é muito importante para a mineração, ela vem trazendo soluções a problemas típicos na comunicação em mineração, mas ela oferece inúmeros desafios físicos e técnicos, como, por exemplo, o tamanho físico das antenas, os níveis de potência associados e a banda disponível para a transmissão de informação. Mais recentemente, avanços tecnológicos e uma maior preocupação com a eficiência e a segurança em minas 2.2. Projetos de equipamentos TTE 25 Figura 4: Representação esquemática de sistema de comunicação TTE, operando em downlink. As dimensões típicas da antenas são da ordem de dezenas de metros. tornaram a tecnologia TTE uma realidade. O Sinal que deseja-se enviar para o mineiro é gerado em uma fonte, que pode ser, por exemplo, um microfone, um computador entre outros, depois de captado a informação é passado por um modulador digital, como PSK (phase shift keying) e/ou FSK(frequency shift keying). Após ser modulado o sinal ele passa por um amplificador que irá dar ganho no sinal para ele poder ser irradiado pela antena do tipo Loop e percorrer o solo até chegar na vítima que está a centenas de metros de profundidade. O Sinal chegará na outra antena do tipo loop, porém menor, devido a indisponibilidade de espaço físico no subsolo das minas. O sinal recebido será desmodularizado e enviado para o receptor, onde acontecerá a interface e entre a vítima e o canal de comunicação. 2.2 Projetos de equipamentos TTE Foram desenvolvidos cinco protótipos por cinco empresas utilizando a comunicação TTE: Alertek, E-Spectrum Technologies, Lockheed Martin, Stolar e Ultra Electronics. Desses projetos quatro protótipos baseiam-se na detecção de campos magnéticos utilizando antenas loop e uma na detecção de campos elétricos. Os sistemas TTE desenvolvidos se mostraram capazes de desenvolver comunicação unidirecional e bidirecional, de voz e texto em até 300 m (voz) e 600 m (texto) de profundidade, aproximadamente. Para transmitir voz, os protótipos utilizaram frequências de 3150 Hz a 4820 Hz. Alguns protótipos possuíam também um modo de localização baseado 26 Capítulo 2. Fundamentação Teórica Figura 5: Processo de comunicação pelo modelo TTE em triangulação, em que apenas um tom é transmitido no enlace de subida. Utilizando receptores dispostos na superfície é possível localizar a posição do transmissor por meio do tratamento do sinal recebido. As modulações que comumente são utilizadas na comunicação TTE são: ∙ Modulação analógica SSB (single side band); ∙ Modulação digital PSK (phase shift keying); ∙ Modulação digital FSK(frequency shift keying); Algumas empresas conseguiram transformar seus projetos em produtos comerciais (AL., 2010). O Flex Alert, fabricado pela canadense Mini-Radio Systems, é um sistema de comunicação unidirecional entre galerias subterrâneas e a superfície, utilizado para dar suporte na evacuação de operários em caso de emergência. Utiliza um campo magnético a baixa frequência que transporta informação a um receptor posicionado no capacete dos mineiros. É composto por uma antena tipo loop de 10 a 120 m de comprimento posicionada 2.2. Projetos de equipamentos TTE 27 estrategicamente sobre a mina. Quando há alguma emergência, um sinal é emitido da superfície para todos os mineiros fazendo a lâmpada do capacete piscar sinalizando a evacuação (BANDYOPADHYAY; MISHRA, 2010). O Dispositivo Pessoal de Emergência (PED) da australiana MineSite Technology é um sistema de comunicação unidirecional que permite a transmissão de mensagens de texto específicas às pessoas que se encontram no interior da mina sem uso de cabos. Mesmo fornecendo comunicação só superfície-mina, pode ser utilizado um cabo irradiante (leaky feeder) para completar a comunicação no link de subida (BANDYOPADHYAY; MISHRA, 2010). O sistema também é usado para detonação remota de explosivos e controle remoto de equipamentos. Após seus testes em conjunto com a NIOSH, a Lockheed Martin comercializa a MagneLink MCS, que é um sistema TTE autossuficiente e bidirecional que oferece suporte a voz, texto e localização baseado em ondas magnéticas de baixa frequência. Testes a 500 metros de profundidade validaram as aplicações de voz e texto, em que uma antena de 130 metros de comprimento e outra com múltiplas voltas foram usadas na superfície e na mina, respectivamente. A canadense Vital Alert (NEWS, 2014) desenvolveu recentemente o sistema digital Canary de rádio TTE bidirecional para comunicação de dados e voz. O receptor da Canary é implementado em rádio definido por software, sendo facilmente reconfigurável para operar entre frequências de 300 Hz a 9 kHz. O dispositivo permite modulação adaptativa com taxas que variam de 9 bps a 1 kbps. Em se tratando de processamento de sinais, (JOUGHIN, 1995) sugere o uso de modulação MSK (minimum shift keying). O autor também sugere técnicas de combate ao ruído atmosférico e de códigos corretores de erros, para conferir maior robustez ao sistema. O autor afirma melhorar a razão sinal-ruído (RSR) de 10 a 30 dB após a caracterização do ruído utilizando múltiplas antenas ortogonais e a aplicação de técnicas como cancelamento adaptativo de ruído, detecção por máxima verossimilhança e realimentação de decisão. A falta de estudos mais recentes em processamento de sinais para comunicação TTE pode indicar que ainda exista um ganho de desempenho a ser alcançado via tratamento de sinais em investigações futuras. 2.2.1 O ambiente de propagação TTE Devido às propriedades intrínsecas do solo, a penetração do campo magnético H em meio condutor de condutividade 𝜎, permissividade 𝜀 e permeabilidade 𝜇 obedece à equação de difusão ∇2 𝐻 = 𝜇𝜎𝜕𝐻/𝜕𝑡 ao em vez da equação de onda ∇2 𝐻 = 𝜇𝜀(𝜕 2 𝐻)/(𝜕𝑡2 ), com o campo decaindo exponencialmente em função da distância, frequência de operação 𝜔 e condutividade elétrica do meio. O grau de decaimento no meio de um bom condutor, 28 Capítulo 2. Fundamentação Teórica √︁ onde 𝜎/(𝜀𝜔) >> 1, é dado pela profundidade pelicular𝛿 = 2/(𝜔𝜇𝜎) a qual, por ser inversamente proporcional à raiz quadrada da frequência, e essa é a justificativa para o uso de frequências ULF e VLF para comunicação TTE. A propagação em meio condutor ou dielétrico também altera algumas propriedades básicas da onda, como a velocidade de propagação 𝑣𝑟𝑜𝑐ℎ𝑎 e o comprimento de onda 𝜆𝑟𝑜𝑐ℎ𝑎 . Em um bom condutor, a contribuição da permissividade real pode ser desprezada e o comprimento de onda que atravessa as rochas da mina pode ser escrito como 𝜆𝑟𝑜𝑐ℎ𝑎 = 2𝜋𝛿, o que em comunicação TTE operando a 10 kHz com solo de 𝜎 = 10−3 pode reduzir em 30 vezes o comprimento de onda em relação ao ar. Entra em questão, portanto, a aplicabilidade das aproximações comumente utilizadas na literatura para as zonas de campo eletromagnético. 2.2.1.1 Zonas de Campo As zonas de campo para transmissão no vácuo ou no ar podem ser classificadas como: campo próximo reativo, campo próximo radiante, zona de transição e campo distante. No campo próximo reativo e no campo próximo radiante, o campo é o resultado das interferências das ondas de diversos pontos da antena. Em campo distante, onde os campos elétrico e magnético estão em fase e possuem uma relação fixa entre si, a antena de transmissão é vista como um ponto radiante e seu campo pode ser visto como uma frente de onda plana. Na zona de transição, ambos os comportamentos podem ser observados. Em um meio condutor, Gibson (GIBSON, 2003) propôs uma subdivisão diferente para as zonas de campo. A Tabela 1 elenca as zonas de campo e suas condições para os dois tipos de meio. Para a nossa problemática nos tempo o sistema operando no espaço livre em 10 kHz (𝜆0 =30 km) com separação entre as antenas de 300 m e se encontra em campo próximo reativo (𝜆0 /2𝜋 ≈ 4775 m), enquanto que em meio condutor com 𝜎 = 10−3 e 𝜇 = 𝜇0 , 𝜆𝑟𝑜𝑐ℎ𝑎 /2𝜋 = 𝛿 ≈ 160 m < 300 m. Ou seja, trata-se de zona de transição e está mais próximo do campo distante do que do campo próximo. Modelo Vácuo Meio condutivo Tipo de aproximação Campo próximo reativo Campo próximo radiante Zona de transição Campo distante Quase estático Campo próximo Zona de transição Campo distante Condições 𝑟 < 𝜆0 /2𝜋 𝜆0 /2𝜋 < 𝑟 < 𝜆0 𝜆0 < 𝑟 < 2𝜆0 𝑟 > 2𝜆0 ou 2𝐷2 /𝜆0 𝑟 << 𝜆𝑟𝑜𝑐ℎ𝑎 /2𝜋 𝑟2 << (𝜆𝑟𝑜𝑐ℎ𝑎 /2𝜋)2 𝑟 ≈ 𝜆𝑟𝑜𝑐ℎ𝑎 /2𝜋 𝑟 >> 𝜆𝑟𝑜𝑐ℎ𝑎 /2𝜋 Tabela 1: Zonas de campo no vácuo e em meio condutor 2.2. Projetos de equipamentos TTE 29 2.2.2 Antenas Loop para comunicação TTE A antena Loop é uma antena de rádio que consiste em um enrolamento de fio, ou outro material condutor eléctrico, ao redor da estrutura. No âmbito desta descrição física existem dois modelos de antena muito distintas: Pequena antena loop (ou Loop magnético) com um tamanho muito menor do que um comprimento de onda, e a antena loop ressonante com uma circunferência aproximadamente igual ao comprimento de onda. A antena loop magnético, em geral, tem uma circunferência de menos de um décimo de um comprimento de onda, caso em que haverá uma distribuição de corrente relativamente constante ao longo do condutor. Comumente utilizada em baixas frequências. Com o aumento da frequência, o tamanho físico da antena é aumentado, uma onda estacionária começa a desenvolver-se, a corrente e a antena começa a adquirir algumas das características de um circuito ressonante. Tem-se que levar em consideração que quando compara-se as resistência de perda do circuito com a resistência de radiação, observa-se que a resistência de radiação é muito pequena. A sua resistência à radiação pode ser substancialmente melhorada pela adição de mais voltas. Loops de multi-voltas têm melhor resistência à radiação, embora a sua eficácia ainda é pequena; Antenas loop ressonantes são relativamente grandes, seu comprimento de onda será o mesmo tamanho de sua antena pretendida. As antenas loop são muito utilizados em frequências mais altas, especialmente VHF e UHF, onde seu tamanho é administrável, quando a frequência é baixa como ULF e VLF, as dimensões passam a ser inviáveis por ser muito grande. Eles podem ser vistos como um dipolo dobrado deformada numa forma diferente, e tem características bastante semelhantes tais como uma elevada eficiência de radiação. Para o desenvolvimento do estudo utilizaremos o loop magnético, pois deseja-se utilizar das propriedades das frequências baixas para a comunicação entre a superfície e quem está no subterrâneo. Antenas de loop possuem simplicidade, baixo custo e versatilidade. Eles podem ter várias formas: circulares, triangulares, quadrados, elíptico, etc. Os loops são amplamente utilizados em ligações de comunicação de ULF até bandas de micro-ondas (aproximadamente ≈ 3 GHz). Eles também são utilizados como sondas de campo eletromagnéticos (EM) nas faixas de micro-ondas. 2.2.2.1 Classificação dos alinhamentos da antena Loop As formas de alinhar os transmissores são na vertical e na horizontal, e dentro desses dois alinhamentos há outros quatro alinhamentos básicos que o receptor pode assumir. Com isso há oito orientações possíveis de transmissor e receptor que devemos considerar, conforme ilustrado na na Figura 6. É evidente que o co-planares e alinhamentos coaxiais são simplesmente casos especiais do alinhamento geral transmissor-receptor que 30 Capítulo 2. Fundamentação Teórica normalmente é adotado; mas há também dois arranjos ortogonais. Figura 6: Oito alinhamentos básicos de transmissão e recepção de laços de indução. As características de campo ao longo de um terra horizontal depender do fato do transmissor ser vertical ou horizontal. Para cada um destes dois tipos de alinhamentos do transmissor existem quatro alinhamentos básicos que o receptor pode tomar.(GIBSON, 2003) Em um meio infinito (condutor ou não) é tido que a simetria do campo magnético tem que ser perpendicular ao receptor loop que é coplanar ao transmissor. Isto é, um receptor com o seu eixo no plano da espira transmissor e direcionado para ele, assim como na Figura 6 item e. irá detectar um nulo. Segundo Gibson, em trabalhos experimentais 2.2. Projetos de equipamentos TTE 31 o r mostrou-se que isso não é necessariamente verdade para a antena loop quando elas estão próximas do solo. Nesta situação, o transmissor horizontal (VMD) vai induzir um sinal em um loop receptor ortogonais, devido ao campo secundário e este tampão ser o mais significativo dos componentes do campo. O segundo caso é ortogonal em que os eixos do transmissor e receptor são ortogonais e não coplanar (Figura 6 item G e H). Simetria indica que essa configuração deve sempre detectar um nulo, mas isso pressupõe que o solo é isotrópico. 2.2.2.2 Formato da antena As antenas loop são antenas muito práticas e por muitas vezes podem ser desmontadas e remontadas. Normalmente os seus projetos são simples, justamente para torna-las portáteis já que muitas vezes suas dimensões são elevadas. Por este motivo é necessário entender quais são as influencias do formato. A abertura específica é proporcional à área do loop dividido pelo perímetro, assim com uma dada quantidade de cabo para formar o enrolamento (ou seja dada massa e comprimento), descobrimos que quando é estendido o cabo durante a moldura da antena, a abertura específica será proporcional à área(GIBSON, 2003). 2 𝑝 . Caso seja quadrado a área será Se o perímetro é 𝑝, a área do loop circular é 4𝜋 𝑝2 . A abertura específica de um polígono de 𝑛 lados, relativamente a um circuito circular 16 com a mesma massa e de perímetro, pode ser demonstrado que: 𝜋 𝑁 𝑡𝑎𝑛( 𝑁𝜋 ) (2.1) Ao comparar as antenas de massa igual, a forma tem um efeito sobre o desempenho. Na Figura 7 é possível ver o efeito que a alteração das características faz. Na linha superior: Antenas de mesma massa e perímetro - um loop circular é o preferido, por ter maior área. Na linha do meio: Antenas de mesma massa e "maior diâmetro- circuito circular é o preferido. Na linha inferior: Antenas de mesma massa e ’menor diâmetro’ performances são iguais. 2.2.3 Material da antena Na bibliografia é muito comum essas antenas serem fabricadas de alumínio ou de cobre, então será feito uma comparação para entender as propriedades que são úteis para esse tipo de antena. A presença do termo 𝜎/𝜌 mostra que o alumínio é um material melhor, com sua menor densidade, em comparação com o cobre. Mesmo o fato de sua condutividade não sendo melhor que a do cobre, só o fato de para a mesma massa e dissipação de energia, 32 Capítulo 2. Fundamentação Teórica Figura 7: Abertura específicas de diferentes loops de antena em forma (GIBSON, 2003) Tabela 2: Os méritos de diferentes materiais de antena. Material Sodio Aluminio Magnésio Cobre Prata Ouro Bronze Aço Densidade Condutividade Meritos 0,97 21,3 148 2,7 37,0 117 1,74 21,7 112 8,93 58,1 81 10,5 62,5 77 19,3 43,5 47 8,5 16,7 44 7,86 9,5 35 Meritos Relativo [dB] 5,3 3,2 2,8 0 -0,4 -4,6 -5,2 -7,3 uma antena de alumínio produz um aumento de 3dB em intensidade de campo. Na 2 é possível ver uma comparação dos materiais. Alumínio e cobre são os dois únicos materiais viáveis para a maioria das aplicações, as outras possibilidades todo ser caro ou reativo, ou seja, os mais viáveis são os dois. O Mérito Relativo é quem dita a qualidade do material para fazer a antena, ele é o fator que determina o desempenho do material da antena. Um resultado semelhante já encontrou aplicação em que é necessária para minimizar a dissipação de potência em um fio de uma dada massa e comprimento. Este é o caso em que tem um poste para suportar uma linha de energia (CHOWN, 1998). 2.2. Projetos de equipamentos TTE 33 2.2.3.1 Escolha do material da antena Deu-se preferência a utilizar-se o cobre no lugar do alumínio na aplicação da antena. O alumínio mostrou-se ser um material difícil de trabalhar, moldar e com um custo muito elevado. O Cobre por sua vez é mais simples de se encontrar, possui diversas aplicações comuns no cotidiano, é um material mais simples de utilizar e com um preço melhor quando comparado ao alumínio. 2.2.4 Parâmetros do condutor do suporte Das possibilidade encontradas com cobre, decidiu-se utilizar o fio de cobre esmaltado para fazer o enrolamento ao redor da antena. Isto porque eles são mais compacto frente as outra soluções e para essa aplicação o acoplamento magnético é muito importante, visto que quanto maior o número de voltas maior o campo magnético. Outro motivo para a escolha desse enrolamento foi o custo do fio esmaltado quando comparado as outras opções. Com isso utilizou-se das características do fio para poder começar o estudo do material da antena: Na Figura 8 é possível ver na tabela de conversão a conversão de AWG para milímetros e SWG (polegadas). 2.2.4.1 Diâmetro da secção transversal do fio A bitola do fio é muito importante para os cálculos dos parâmetros da antena. Através dessa medida é possível encontrar outros parâmetros que serão importantes para a caracterização da antena. Os fios esmaltados são padronizados em número AWG, para a conversão utiliza-se uma tabela como da Figura 8. 2.2.4.2 Secção em milímetros quadrados A Secção em milímetros quadrados é um dado importante, com ele é possível encontrar a corrente máxima que o fio esmaltado suporta, outro parâmetro que pode ser obtido é a resistência do fio. Por exemplo: Para os fios esmaltados comuns, a capacidade de corrente é da ordem de 3,2 ampères por milímetro quadrado e para cada milímetro quadrado e a resistência da ordem de 16,3 ohms por quilômetro. Utilizando tabelas, como a da Figura 9, é possível obter outras características importantes do fio. 2.2.4.3 Conversão de peso em kg para quilômetro A conversão de peso em quilômetros é dado utilizando o auxílio da Figura 9, é muito utilizada essa conversão pois comercialmente o fio esmaltado é vendido no peso e não em seu comprimento. 34 Capítulo 2. Fundamentação Teórica Figura 8: Tabela do tamanho da bitola do fio (MECATRONICAFACIL, 2011) Figura 9: Tabela de conversão dos fios esmaltados (MECATRONICAFACIL, 2011) 2.2. Projetos de equipamentos TTE 35 Para fazer o calculo da resistividade por unidade de comprimento é necessário apenas saber o comprimento que os outros valores necessários são encontrados em tabelas do material, com isso tem-se que ela pode ser calculada como: 𝑅= 𝑅𝑥 * 𝑋 1000 (2.2) Onde 𝑅 é a resistência do enrolamento em ohms; 𝑅𝑥 : é o valor em ohms por quilômetro do fio usado obtido na tabela; 𝑋 é comprimento do fio usado no enrolamento; Nos circuitos de sintonia, esta resistência é importante na determinação do fator de qualidade (fator Q), o qual está relacionado com a “seletividade” do circuito. O cálculo da resistividade é dado por: 𝑅= 𝜌𝐿 𝐴 (2.3) 2.2.4.4 Cálculo da indutância gerada pelo enrolamento de fios Para o calculo da indutância no fio é necessário conhecer a largura que o enrolamento (l), a área do enrolamento e o diâmetro do enrolamento como mostrado na Figura 10; Nos circuitos de sintonia, esta resistência é importante na determinação do fator de qualidade (fator Q), o qual está relacionado com a “seletividade” do circuito, conforme já salientamos. O calculo da resistividade é dado por: Figura 10: Indutância do enrolamento de fio (MECATRONICAFACIL, 2011) 𝜇𝑁 2 𝐴 𝐿= (𝐻) 𝑙 (2.4) 36 Capítulo 2. Fundamentação Teórica 2.2.4.5 Parâmetros da Antena Loop O estudo dos parâmetros da antena é muito importante, pois é através dele que será possível avaliar a qualidade da antena, sua funcionalidade, sua aplicabilidade. Normalmente os parâmetros de uma antena são: ∙ Diagrama de radiação; ∙ Densidade de potencia de irradiação; ∙ Intensidade de radiação; ∙ Diretividade; ∙ Ganho; ∙ Eficiência da antena; ∙ Largura de Banda; ∙ Polarização; ∙ Impedância de entrada; Para caracterizar nossa antena iremos utilizar apenas Eficiência da antena e Impedância de entrada, pois tem-se uma antena que trabalhará em campo transitório, que está similar ao campo próximo quando estudado seu caso. 2.2.4.6 Eficiência da antena A eficiência total de 𝜖0 antena é utilizada para ter em conta as perdas nos terminais de entrada e no interior da estrutura da antena. Tais perdas podem ser devido. 1 Reflexões devido à incompatibilidade entre a linha de transmissão e a antena; 2 As perdas de 𝐼 2 𝑅; Em geral pode-se escrever a eficiência como: 𝜖0 = 𝜖𝑟 𝜖𝑐 𝜖𝑑 Onde: ∙ 𝜖0 = Eficiência total; ∙ 𝜖𝑟 = Eficiência da reflexão (incompatibilidade) = (1 − |Γ|2 ) (Adimensional) (2.5) 2.3. Impedância de Entrada 37 ∙ 𝜖𝑐 = Eficiência de condução; ∙ 𝜖𝑑 = Eficiência do dielétrico (adimensional) ∙ Γ = coeficiente de reflexão da tensão nos terminais de entrada da antena [Γ = 𝑍𝑖𝑛 −𝑍0 ], onde 𝑍𝑖𝑛 é a impedância de entrada da antena, 𝑍0 é a impedância caracte𝑍𝑖𝑛 +𝑍0 rística da linha de transmissão (BALANIS, 2005). Normalmente computar o valor de e0 e ed é muito difícil, mas eles podem ser medidos experimentalmente. Mesmo medições por eles não podem ser separados, e é geralmente mais conveniente para escrever a fórmula 2.1 como: 𝑒0 = 𝑒𝑟 𝑒𝑐𝑑 = 𝑒𝑐𝑑 (1 − |Γ|2 ) (2.6) Onde 𝑒𝑐 𝑑 = 𝑒𝑐 𝑒𝑑 é a eficiência de radiação da antena. Que é usado para relacionar o ganho com a diretividade. 2.3 Impedância de Entrada A impedância de entrada é definido como "a impedância representada por uma antena nos seus terminais de entrada ou a relação entre a tensão de corrente a um par de terminais ou a razão "A impedância de entrada é definido como a impedância representada por uma antena nos seus terminais ou a relação entre a tensão de corrente a um par de terminais ou a razão entre os componentes apropriados do campo elétrico ao campo magnético em um ponto."Para o estudo da impedância na entrada de uma antena será utilizado os terminais a e b, como mostrado nas Figura 11, Figura 12 e Figura 13. A relação entre a tensão de corrente a esses terminais, sem carga ligados, define o: 𝑍𝐴 = 𝑅𝐴 + 𝑗𝑋𝐴 (2.7) Onde: ∙ 𝑍𝐴 - É a impedância da antena nos terminais a – b (Ω); ∙ 𝑅𝐴 - É a resistência da antena nos terminais a – b (Ω); ∙ 𝑋𝐴 - É a reatância da antena nos terminais a – b (Ω); Em geral a parte resistiva da Equação 2.7 consiste em duas partes, que é: 𝑅𝐴 = 𝑅𝑟 + 𝑅𝐿 (Ω) (2.8) 38 Capítulo 2. Fundamentação Teórica Onde: ∙ 𝑅𝐿 - É a resistência de perdas da antena (Ω); ∙ 𝑅𝑟 - É a resistência de radiação da antena (Ω); Como estamos trabalhando com um campo que está próximo, a resistência de radiação será muito pequena. Se assumirmos que a antena está ligada a um gerador com impedância interna: 𝑍𝑔 = 𝑅𝑔 + 𝑗𝑋𝑔 (2.9) Onde: ∙ 𝑍𝑔 - É a impedância do gerador (Ω); ∙ 𝑅𝑔 - É a resistência do gerador (Ω); ∙ 𝑋𝑔 - É a reatância do gerador (Ω); e a antena é utilizada no modo de transmissão, que pode representar a antena e o gerador por um circuito equivalente mostrado na Figura 12. Para saber a quantidade de energia fornecida para R; por radiação e a quantidade dissipada em forma de calor 𝑅𝐿 (𝐼2 𝑅𝑑 2), Nós primeiro encontramos a corrente desenvolvido dentro do circuito fechado que é dada pela: 𝐼𝑔 = 𝑉𝑔 𝑉𝑔 𝑉𝑔 (𝐴) = = 𝑍𝑡 𝑍𝐴 + 𝑍𝑔 ((𝑅𝑟 + 𝑅𝐿 + 𝑅𝑔 ) + 𝑗(𝑋𝐴 + 𝑋𝑔 )) (2.10) Figura 11: Antena no modo de transmissão (BALANIS, 2005) A magnitude é dado por: |𝐼𝑔 | = |𝑉𝑔 | ((𝑅𝑟 + 𝑅𝐿 + 𝑅𝑔 )2 + 𝑗(𝑋𝐴 + 𝑋𝑔 )0 , 5) (2.11) 2.3. Impedância de Entrada 39 Figura 12: Circuito equivalente da antena (BALANIS, 2005) Figura 13: Circuito da antena Onde 𝑉𝑔 é a tensão do gerador de pico. A potência fornecida à antena para a radiação é dada por: 1 |𝑉𝑔 |2 𝑅𝑟 𝑃𝑟 = |𝐼𝑔 |𝑅𝑟 = = (𝑊 ) 2 2 ((𝑅𝑟 + 𝑅𝐿 + 𝑅𝑔 )2 + 𝑗(𝑋𝐴 + 𝑋𝑔 )2 ) (2.12) e que dissipada na forma de calor por: |𝑉𝑔 |2 𝑅𝐿 1 𝑃𝑟 = |𝐼𝑔 |𝑅𝑟 = = (𝑊 ) 2 2 ((𝑅𝑟 + 𝑅𝐿 + 𝑅𝑔 )2 + 𝑗(𝑋𝐴 + 𝑋𝑔 )2 ) (2.13) A energia restante é dissipada na forma de calor no 𝑅𝑔 resistência interna do 40 Capítulo 2. Fundamentação Teórica gerador, e é dada por: 𝑃𝑔 = 𝑅𝑔 |𝑉𝑔 |2 (𝑊 ) 2 ((𝑅𝑟 + 𝑅𝐿 + 𝑅𝑔 )2 + 𝑗(𝑋𝐴 + 𝑋𝑔 )2 ) (2.14) A máxima potência entregue à antena ocorre quando temos o casamento das impedâncias ; que é quando: 𝑅𝑔 = 𝑅𝑟 + 𝑅𝐿 (2.15) 𝑋𝐴 = −𝑋𝑔 (2.16) Neste caso: |𝑉𝑔 |2 𝑅𝑟 |𝑉𝑔 |2 𝑅𝑟 = 2 (4(𝑅𝑟 + 𝑅𝐿 )2 8 ((𝑅𝑟 + 𝑅𝐿 )2 (2.17) |𝑉𝑔 |2 𝑅𝐿 8 ((𝑅𝑟 + 𝑅𝐿 )2 (2.18) |𝑉𝑔 |2 |𝑉𝑔 |2 |𝑉𝑔 |2 𝑅𝑔 1 = = 8 ((𝑅𝑟 + 𝑅𝐿 )2 ) 8 (𝑅𝑟 + 𝑅𝐿 ) 8𝑅𝑔 (2.19) 𝑃𝑟 = 𝑃𝐿 = 𝑃𝑔 = Subtraindo 2.17 - 2.18 , é possível ver que: 𝑃𝑔 = 𝑃 𝑟 + 𝑃𝐿 = |𝑉𝑔 |2 𝑅𝑔 |𝑉𝑔 |2 1 |𝑉𝑔 |2 1 = = (𝑊 ) 8 ((𝑅𝑟 + 𝑅𝐿 )2 ) 8 (𝑅𝑟 + 𝑅𝐿 ) 8 𝑅𝑟 + 𝑅𝐿 (2.20) A energia fornecida pelo gerador durante o casamento de impedância é: 1 𝑉𝑔 |𝑉𝑔 |2 1 1 ] = (𝑊 ) 𝑃𝑠 = 𝑉𝑔 𝐼𝑔 = 𝑉𝑔 [ 2 2 (𝑅𝑟 + 𝑅𝐿 )2 4 𝑅𝑟 + 𝑅𝐿 (2.21) Da qual a energia que é fornecida pelo gerador, metade é dissipada na forma de calor na resistência interna do gerador (𝑅𝑔 ) e a outra metade é entregue à antena para que o sinal possa ser irradiado, essa máxima transferência acontece quando tem-se o casamento de impedâncias. Nas Figura 11, Figura 12 e Figura 13 presume-se que o gerador está diretamente ligado à antena. Se houver uma linha de transmissão entre os dois, que é geralmente o caso, então 𝑍𝑔 representa a impedância equivalente do gerador transferidos para os terminais de entrada da antena utilizando a equação de transferência de impedância. Se, além disso, a linha de transmissão apresenta perdas, em seguida, a energia disponível para ser irradiada pela antena irá ser reduzida pelas perdas de transmissão da linha. 2.4. Modelos de Campo Magnético 41 2.4 Modelos de Campo Magnético A capacidade de transmissão indutiva em função das características de uma antena loop é dado pelo momento magnético 𝑚𝑑 = 𝑁𝑡𝑥 𝐼𝑡𝑥 𝑆𝑡𝑥 ; Onde: 1. 𝑁𝑡𝑥 - É o número de voltas do loop transmissor; 2. 𝐼𝑡𝑥 - Representa o valor RMS de uma corrente elétrica tonal nos filamentos da antena de transmissão; 3. 𝑆𝑡𝑥 - Representa a área do loop; Com esta fórmula, é possível perceber que o aumento de momento magnético tem 2 ), em que a resistência por custo o aumento da potência dissipada em calor (𝑃𝑡𝑥 = 𝑅𝑡𝑥 𝐼𝑡𝑥 𝑅𝑡𝑥 do loop transmissor aumenta com 𝑁𝑡𝑥 e/ou 𝑆𝑡𝑥 . Apesar de esta potência ser dissipada e não irradiada, ela determina o valor de corrente usada na geração do campo magnético e, por isso, associa-se, de forma indireta, a uma potência de transmissão.; O campo magnético gerado por uma antena loop eletricamente pequena se faz considerando o vácuo como meio homogêneo infinito ignorando qualquer condição de contorno (STARKEY, 1973), e supondo distribuição uniforme da corrente em todo o loop. A uma distância muito próxima à fonte (𝑟 << 𝜆/2𝜋), a intensidade de um campo magnético variante no tempo se assemelha àquela de um campo estático calculada pela lei de Biot-Savart (GRIFFITHS, 1999). Para o caso de uma antena loop, o campo magnético quase-estático é aproximado por: 𝐻𝑞𝑒 = 𝑚𝑑 ^ {2 cos(𝜃)^ 𝑟 + sin(𝜃)𝜃}, 4𝜋𝑟3 (2.22) onde 𝑟^, 𝜃^ representa o alcance normalizado pela profundidade pelicular e contempla a contribuição de perdas no solo. O parâmetro T também pode ser interpretado como uma frequência espacial normalizada em dado alcance r. (DURKIN, 1997a): 𝐻= 𝑚𝑑 −𝑗𝑇 −𝑇 ^ 𝑒 𝑒 {2 cos 𝜃(1 + (1 + 𝑗)𝑇 )^ 𝑟 + sin 𝜃(1 + (1 + 𝑗)𝑇 + 2𝑗𝑇 2 )𝜃}, 4𝜋𝑟3 √︁ (2.23) onde 𝑇 = 𝑟/𝛿 = 𝑟 𝜇𝜎𝜔/2 representa o alcance normalizado pela profundidade pelicular e contempla a contribuição de perdas no solo. O parâmetro 𝑇 também pode ser interpretado como uma frequência espacial normalizada em dado alcance 𝑟. 42 Capítulo 2. Fundamentação Teórica Wait formulou expressões analíticas do campo magnético de antenas circulares com corrente uniforme distinguindo os meios superfície e subterrâneo, nos chamados modelos de semi-espaço homogêneo (𝑠𝑒ℎ), para os enlaces de subida (WAIT, 1971) e de descida (SPIES, 1972). Os campos para os enlaces de subida 𝐻𝑢𝑝 e descida 𝐻𝑑𝑜𝑤𝑛 em coordenadas cilíndricas nas direções radial 𝜌^ (campo horizontal) e profundidade 𝑧^ (campo vertical) são dados, respectivamente, por: 𝐻𝑢𝑝 𝐻𝑑𝑜𝑤𝑛 = 𝑚𝑑 ∫︁ ∞ 𝛽𝑥{𝐽0 (𝐷𝑥)^ 𝑧 − 𝐽1 (𝐷𝑥)𝜌}𝑑𝑥, ^ = 2𝜋ℎ3 0 𝑚𝑑 ∫︁ ∞ (𝑥2 + 𝑗2𝒯 2 )1/2 𝜌}𝑑𝑥, ^ 𝛽(𝑥){𝐽 (𝐷𝑥)^ 𝑧 − 𝐽 (𝐷𝑥) 0 1 2𝜋ℎ3 0 𝑥 (2.24) (2.25) em que: 𝛽(𝑥) = 𝐽1 (𝐴𝑥) 𝑥3 2 2 1/2 𝑒−𝑍𝑥 𝑒−(𝑥 +𝑗2𝒯 ) , 2 2 1/2 𝐴𝑥/2 (𝑥 + 𝑗2𝒯 ) + 𝑥 + 𝜒 (2.26) e 𝐴 = 𝑎/ℎ, 𝐷 = 𝜌/ℎ, 𝑍 = ℎ0 /ℎ, 𝒯 = ℎ/𝛿, 𝑎 é o raio do loop, ℎ0 e ℎ são as distâncias entre a antena de superfície e o solo e entre o solo e a antena enterrada no subsolo, respectivamente, 𝐽0 e 𝐽1 são funções de Bessel do primeiro tipo, e 𝜒 é uma variável auxiliar. A Figura 14 ilustra a geometria para campos no cenário 𝑠𝑒ℎ; Para as aproximações de Wait, 𝜒 é nulo. Observa-se que existe reciprocidade entre os dois enlaces para o campo vertical, mas não para o horizontal, e que este último pode ser ignorado numa configuração em que as antenas se encontrem alinhadas coaxialmente, ou seja, quando 𝜌 = 0 (ou 𝒯 = 𝑇 ) fazendo 𝐽1 (𝐷𝑥) = 0. Da mesma forma, no modelo de meio infinito em (2.23), para 𝜃 = 180∘ em configuração coaxial, desaparece o termo de campo na direção elevacional, sobrando apenas o campo vertical na direção 𝑟^. Diferentemente do modelo baseado em meio infinito, em que o loop deve ter dimensões suficientemente pequenas que garantam a uniformidade espacial da corrente, os modelos de semi-espaço homogêneo possuem o fator de correção 𝐽1 (𝐴𝑥) que compensa a variação do tamanho da antena. Durkin (DURKIN, 1997a) sugere que exista na interface entre a terra e o ar uma barreira de transposição que possa ser modelada por uma fina camada de condutividade ainda maior que aquela do semi-espaço homogêneo abaixo dela. Seu modelo inclui o termo 𝜒 = 𝑗2𝒯 2 ℎℎ1 𝜎1 nos denominadores de (2.24) e (2.25), em que ℎ1 e 𝜎1 representam a altura e a condutividade da fina camada de interface. Todos os modelos acima estão no domínio da frequência, visto que 𝛿 varia com 𝜔. Vale observar que excluem-se aqui eventuais distorções lineares e não lineares do transmissor. Aproximações dessas equações para os campos próximo e distante podem ser alcançadas utilizando as condições da Tabela 1, lembrando que 𝛿 = 𝑟/𝑇 = 𝜆𝑟𝑜𝑐ℎ𝑎 /2𝜋. 2.4. Modelos de Campo Magnético 43 Figura 14: Geometria para cálculo de campo magnético no ponto (h,𝜌) para antena loop circular a uma altura ℎ0 do solo A Figura 15 mostra a intensidade de campo magnético de uma antena loop ao longo de seu eixo (𝜃 = 0) normalizado pela intensidade do campo quase-estático em função de 𝑇 (ou de 𝒯 ) para os modelos de 𝑀 𝐼𝐶 e 𝑠𝑒ℎ com adequada aproximação entre eles. Apresenta também a intensidade de campo num ponto sobre o mesmo plano do loop (𝜃 = 𝜋/2) apenas para o modelo de 𝑀 𝐼𝐶, visto que o cenário 𝑠𝑒ℎ não é adaptado para a configuração coplanar. Nesta figura observa-se o excesso de perda (ou ganho) devido ao meio e a estrutura da antena loop para além da lei do inverso cúbico da distância. Para uma noção mais precisa da variação da intensidade de campo com a distância, basta acrescentar uma atenuação de 60 dB/década para uma frequência fixa. Observa-se que até a distância 𝑇 = 1/4, o que pode equivaler a 40 m num sistema operando em 1 kHz com condutividade moderada 𝜎 = 10−2 , os modelos seguem praticamente o comportamento do campo quase-estático. A partir daí, o campo coplanar apresenta ganho até 𝑇 ≈ 3 quando passa a apresentar perda, enquanto que o campo coaxial tem sempre sua intensidade reduzida, inicialmente de 1.5 dB após o primeiro 𝛿 (𝑇 = 1), 4.5 dB entre o segundo e o primeiro 𝛿, convergindo à 8.7 dB/𝛿 em 𝑇 → ∞, assim como no campo coaxial. Este valor de convergência da taxa de atenuação/𝛿 é típica para ondas planas em campo distante e 𝑟 usada para definir o próprio 𝛿 (20 log10 (𝑒− 𝛿 =−1 ) = −8.7 dB). Fixando uma distância, o espectro em função da frequência normalizada 𝑇 (ou 𝒯 ) mostra um comportamento de filtro passa-baixas, com largura de banda de 1.4 para o campo coaxial, e de 2.8 para o campo coplanar. No entanto, veremos na seção seguinte que essas não são as formas do espectro do canal entre as duas pontas de comunicação. 44 Capítulo 2. Fundamentação Teórica 2.5 Modelagem do Canal e Frequência Ótima de Operação Em sistemas que operam em frequências moderadamente baixas, é mais comum se usar tensão e corrente para parametrizar quadripolos e, consequentemente parâmetros baseados em impedâncias. Para análises de modelagem do canal de propagação em frequências abaixo de 100 kHz, adota-se o conceito de impedância de transferência entre os loops, considerando as versões fasorais da corrente total no loop de transmissão 𝐼𝑡𝑥 (𝜔) e da tensão induzida nos terminais da antena de recepção 𝑉𝑟𝑥 (𝜔), 𝑍(𝜔) = 𝑉𝑟𝑥 (𝜔)/𝐼𝑡𝑥 (𝜔). (2.27) Figura 15: Intensidade de campo magnético de uma antena loop nas configurações coaxial e coplanar segundo os modelos MIC e SEH (uplink) Segundo a lei de Faraday, a tensão induzida por um campo magnético nos terminais de um condutor de malha fechada depende da variação temporal do fluxo magnético que adentra esta malha em sentido ortogonal a seu plano (GRIFFITHS, 1999). Como resultado, a tensão induzida nos terminais de uma antena loop em função do campo magnético é dada por:; 𝑉𝑟𝑥 (𝜔) = −𝑗𝜔𝑁𝑟𝑥 ∮︁ 𝑆 𝜇𝐻 · 𝑑𝑆 = −𝑗𝜔𝜇𝑁𝑟𝑥 𝑆𝑟𝑥 𝐻 cos(𝜙) (2.28) em que 𝑁𝑟𝑥 e 𝑆𝑟𝑥 são o número de voltas e a área do loop receptor, respectivamente, e 𝜙 é o ângulo entre o campo magnético 𝐻 e o eixo do loop ortogonal a seu plano. Vê-se em (2.28) que, apesar de o campo sofrer atenuações em alta frequência, o receptor impõe ao sinal de saída atenuações em baixas frequências. Em coordenadas esféricas, 𝜙 = 𝜃 se 2.5. Modelagem do Canal e Frequência Ótima de Operação 45 os planos dos dois loops forem paralelos. Expressando 𝐻 em coordenadas esféricas 𝐻𝑟 na ^ tem-se: direção 𝑟^ e 𝐻𝜃 , na direção 𝜃, 𝑉𝑟𝑥 (𝜔) = −𝑗𝜔𝜇𝑁𝑟𝑥 𝑆𝑟𝑥 [𝐻𝑟 cos(𝜃 − 𝜃𝑥 ) cos(𝜃𝑦 ) − 𝐻𝜃 sin(𝜃 − 𝜃𝑥 ) cos(𝜃𝑦 )] , (2.29) onde 𝜃𝑥 e 𝜃𝑦 são ângulos de rotação dos eixos 𝑥^′ e 𝑦^′ que, por sua vez, são eixos auxiliares criados pela rotação de 𝜑 − 90∘ do eixo 𝑧^, em que 𝜑 é o ângulo azimutal.A Figura 16 ilustra a geometria em questão; Em coordenadas cilíndricas, a tensão induzida em função dos campos 𝐻𝑧 , na direção 𝑧^′ , e 𝐻𝜌 , na direção 𝜌^′ , é dada por: Figura 16: Geometria para cálculo de campo entre duas antenas loop circulares. O ângulo 𝛼 formado pelos vetores ortogonais aos planos determinados pelas duas antenas é resultante da composição de rotações nos eixos 𝑥^′ e 𝑦^′ . 𝑉𝑟𝑥 (𝜔) = −𝑗𝜔𝜇𝑁𝑟𝑥 𝑆𝑟𝑥 [𝐻𝑧 cos(𝜃𝑥 ) cos(𝜃𝑦 ) + 𝐻𝜌 sin(𝜃𝑥 ) cos(𝜃𝑦 )] . (2.30) Para uma corrente tonal no transmissor, o momento magnético fasorial 𝑚𝑑 (𝜔) = 𝑁𝑡𝑥 𝑆𝑡𝑥 𝐼𝑡𝑥 (𝜔) indica a força complexa de uma antena transmissora para dada frequência. Adaptando as equações de campo e adotando o conceito de impedância de transferência 𝑍(𝑇 ) = 𝑉𝑟𝑥 (𝑇 )/𝐼𝑡𝑥 (𝑇 ) na frequência espacial normalizada 𝑇 , temos: 𝑍𝑀 𝐼𝐶 (𝑇 ) = 𝑁𝑡𝑥 𝑁𝑟𝑥 𝑆𝑡𝑥 𝑆𝑟𝑥 [︂√︁ 𝑟𝑥 𝐺𝑡𝑥 𝑟 𝐺𝑟 𝐹𝑟 + √︁ 𝑟𝑥 𝐺𝑡𝑥 𝜃 𝐺𝜃 𝐹𝜃 ]︂ (2.31) 46 Capítulo 2. Fundamentação Teórica como a impedância de transferência em cenário 𝑀 𝐼𝐶, em que os ganhos normalizados das antenas de transmissão e recepção com polarizações nas direções 𝑟^ e 𝜃^ são 2 2 2 2 𝑟𝑥 2 2 𝑡𝑥 𝑟𝑥 𝐺𝑡𝑥 𝑟 = cos (𝜃), 𝐺𝑟 = cos (𝜃 − 𝜃𝑥 ) cos (𝜃𝑦 ), 𝐺𝜃 = sin (𝜃) e 𝐺𝜃 = sin (𝜃 − 𝜃𝑥 ) sin (𝜃𝑦 ), e 𝐹𝑟 e 𝐹𝜃 são funções de transferência do canal de propagação dadas, respectivamente, por: 𝐹𝑟 = 𝐹𝜃 = 𝑇 𝜋 𝑇 2 −𝑇 √ −1 𝑒 1 + 2𝑇 + 2𝑇 2 𝑒𝑗{tan ( 1+𝑇 )−𝑇 − 2 } 5 𝜋𝜎𝑟 e 2 𝜋 𝑇 2 −𝑇 √︁ −1 𝑇 +2𝑇 2 + (𝑇 + 2𝑇 2 )2 × 𝑒𝑗{tan ( 1+𝑇 )−𝑇 + 2 } . (1 + 𝑇 ) 𝑒 5 2𝜋𝜎𝑟 (2.32) (2.33) Em 𝑍mic (𝑇 ), toda distorção linear se encontra em 𝐹𝑟 e 𝐹𝜃 , incluindo a operação derivativa no loop receptor. Isto facilita a separação de contribuições em toda a rede em função do tipo de sistema linear. Para as aproximações de campo (WAIT, 1971);(SPIES, 1972);(DURKIN, 1997b) que utilizam o modelo de semi-espaço homogêneo (𝑠𝑒ℎ), a impedância de transferência 𝑍𝑠𝑒ℎ (𝒯 ) e as funções de transferência 𝐹𝑧 , 𝐹𝜌𝑢𝑝 e 𝐹𝜌𝑑𝑜𝑤𝑛 são dadas, respectivamente, por: 𝑍𝑠𝑒ℎ (𝒯 ) = 𝑁𝑡𝑥 𝑁𝑟𝑥 𝑆𝑡𝑥 𝑆𝑟𝑥 [︂√︁ 𝐺𝑟𝑥 𝑧 𝐹𝑧 + √︁ ]︂ 𝐺𝑟𝑥 𝜌 𝐹𝜌 , 𝒯 2 −𝑗 𝜋 ∫︁ ∞ 𝑒 2 𝛽(𝑥)𝐽0 (𝐷𝑥)𝑑𝑥, 𝐹𝑧 = 𝜋𝜎𝑟5 0 𝐹𝜌𝑢𝑝 = 𝐹𝜌𝑑𝑜𝑤𝑛 = 𝒯 2 −𝑗 𝜋 ∫︁ ∞ 𝛽(𝑥)𝐽1 (𝐷𝑥)𝑑𝑥, 𝑒 2 𝜋𝜎𝑟5 0 (2.34) (2.35) e 𝒯 2 −𝑗 𝜋 ∫︁ ∞ (𝑥2 + 𝑗2𝑇 2 )1/2 2 𝑒 𝛽(𝑥)𝐽 (𝐷𝑥) 𝑑𝑥, 1 𝜋𝜎𝑟5 𝑥 0 (2.36) (2.37) 2 2 2 𝑟𝑥 2 em que 𝐺𝑟𝑥 𝑧 = cos (𝜃𝑥 ) cos (𝜃𝑦 ) e 𝐺𝜌 = sin (𝜃𝑥 ) cos (𝜃𝑦 ). Neste modelo, parte dos ganhos normalizados das antenas são contabilizados dentro da função de transferência do canal e dependem, sobretudo, de 𝜌, ℎ, 𝜃𝑥 e 𝜃𝑦 . O cálculo da potência entregue ao receptor em função dos parâmetros do sistema é importante para diversas medidas de desempenho em sistemas de comunicações. A relação entre as potências dissipada (transmissão) no primeiro loop e entregue ao receptor conectado ao segundo loop é dada por: |𝑍(𝑇 )|2 𝑃𝑟𝑥 = , 𝑃𝑡𝑥 𝑅𝑡𝑥 𝑅𝑟𝑥 (2.38) 2.6. Modelagem de Antenas para comunicação TTE 47 de onde obtêm-se √︁ 𝑃𝑟𝑥,𝑚𝑖𝑐 = √︁ √︁ ⃒√︁ ⃒ 𝑟𝑥 𝑃𝑡𝑥 Φ𝑡𝑥 Φ𝑟𝑥 ⃒⃒ 𝐺𝑡𝑥 𝑟 𝐺𝑟 𝐹𝑟 𝑃𝑟𝑥,𝑠𝑒ℎ = + √︁ 𝑃𝑡𝑥 Φ𝑡𝑥 Φ𝑟𝑥 ⃒⃒ 𝐺𝑟𝑥 𝑧 𝐹𝑧 + √︁ √︁ ⃒√︁ ⃒ ⃒ ⃒ 𝑟𝑥 ⃒ 𝐺𝑡𝑥 𝜃 𝐺𝜃 𝐹𝜃 ⃒ , ⃒ ⃒ ⃒ 𝐺𝑟𝑥 𝜌 𝐹𝜌 ⃒ , (2.39) (2.40) em que Φ𝑡𝑥 e Φ𝑟𝑥 são as aberturas específicas das antenas de transmissão e recepção, respectivamente. A abertura específica de uma antena loop é função de seu raio 𝑎, massa 𝑀 , densidade de massa 𝜌𝑙 e condutividade do filamento 𝜎𝑙 , e dada por √︁ Φ = 0.5𝑎 𝑀 𝜎𝑙 /𝜌𝑙 . Tanto 𝑍(𝑇 ) quanto 𝑃𝑟𝑥 /𝑃𝑡𝑥 carregam parâmetros intrínsecos dos loops utilizados. Então, para se compreender o comportamento do canal, escolhe-se usar as funções de transferência 𝐹 que, apesar de serem dependentes da forma da antena, independem de seus parâmetros. A Figura ?? apresenta o espectro de amplitude da função de transferência do canal para antenas em configurações coaxial e coplanar. Figura 17: Módulo da função de transferência do canal entre duas antenas loop nas configurações coaxial e coplanar segundo os modelos mic e seh(uplink). Observa-se que os canais são passa-faixa, em que, para a configuração coaxial, a frequência normalizada ótima é 𝑇𝑜𝑝𝑡 ≈ 2.83 com fator de qualidade 𝑄 = 2.2 e faixa frequencial não simétrica à 𝑇𝑜𝑝𝑡 . Como exemplo, para uma profundidade 𝑟 = 200 m com 𝜎 = 10−2 S/m, a frequência ótima é 𝑓𝑜𝑝𝑡 ≈ 5 kHz e a largura de banda com menos de 3 dB de variação é de 11 kHz. Para a transmissão coplanar, 𝑇𝑜𝑝𝑡 ≈ 3.86 com fator de qualidade 𝑄 = 1.8. 2.6 Modelagem de Antenas para comunicação TTE A escolha do tipo e dimensões de antenas em comunicações TTE depende do alcance da comunicação e do espaço físico disponível no local. Como falado anteriormente, 48 Capítulo 2. Fundamentação Teórica antenas baseadas em campo magnético, como loops, são preferíveis em relação a antenas baseadas em campo elétrico, como dipólos ou monopólos elétricos, pois campos elétricos possuem maiores taxas de atenuação em meio condutivo (YARKAN S. GUZELGOZ, 2009); O momento magnético produzido por uma antena pode depender do material utilizado e da geometria da antena. Em sistemas que utilizam antenas loop e que necessitam transmitir com alcance moderado (>300 m), pode-se requerer antenas de transmissão de dezenas de metros de raio. Pequenos loops de uma ou mais voltas são frequentemente usados em comunicação de curta distância em minas e cavernas (GIBSON, 2003); Outro tipo de antena utilizado como receptor em comunicação TTE é a haste de ferrite (GIBSON, 2003) composta por um solenoide fino com várias voltas e núcleo com material magnético de permeabilidade dezenas de vezes maior que a do vácuo. O número bem maior de voltas e o material do núcleo compensam a pequena seção transversal da antena. Esta estrutura, apesar de muitas vezes longa (entre 10 cm e 2 metros), pode oferecer maior mobilidade ao equipamento de rádio que, no entanto, é normalmente usada na ponta subterrânea onde a potência atmosférica é menor. O fato do receptor de superfície sofrer mais com o ruído atmosférico traz a necessidade de estruturas maiores como loops conectados a amplificadores de baixo ruído com devidos circuitos de casamento de ruído; Comparando as duas antenas no modo transmissão, uma antena loop de uma volta com 1 m de diâmetro e 200 g de massa produz momento magnético 𝑚𝑑 = 30𝐴𝑚2 com 10 W de potência dissipada. Uma pequena haste de ferrite de um pouco mais de 1 cm de raio e 20 cm de comprimento produz momento magnético equivalente dissipando o dobro de potência. No entanto, uma antena de 8,5 Kg de massa e 50 metros de diâmetro pode produzir até 𝑚𝑑 = 30𝑘𝐴𝑚2 dissipando 100 W (GIBSON, 2003) percebe-se a dificuldade do uso de hastes de ferrite em receptores leves para comunicação móvel pessoal, devido o alto consumo de potência, o que não impede seu uso em receptores móveis mais pesados usados em máquinas. 2.7 Amplificador para o circuito TTE Nem todos os amplificadores são o iguais, cada um tem suas classificações de acordo com as suas especificações e finalidade do circuito. Em eletrônica, pequenos amplificadores de sinal são geralmente dispositivos usados para amplificar um sinal de entrada relativamente pequeno, pois ele dá um ganho na amplitude de uma determinada grandeza do sistema, seja ela tensão ou corrente. Há muitas formas de circuitos eletrônicos classificados como amplificadores, de amplificadores operacionais e amplificadores de Pequenos sinal até Grandes sinal e amplificadores de potência como é possível ver na Tabela 2.7.1. A classificação de um amplificador 2.7. Amplificador para o circuito TTE 49 Tipo de sinal Tipo de configuração Classificação Frequência de operação Pequenos Sinais Emissor Comum Amplificador Classe A Corrente Continua (DC) Grandes Sinais Base Comum Amplificador Classe B Frequência de áudio (AF) Coletor Comum Amplificador Classe AB Frequência de rádio (RF) 8,93 Amplificador Classe C Frequèncias UHF, VHF e SH Tabela 3: Tabela de classificação dos amplificadores depende do tamanho do sinal, a sua configuração física grande ou pequeno e como ele processa o sinal de entrada, que é a relação entre o sinal de entrada e fluxo de corrente na carga. 2.7.1 Amplificador: Amplificadores pode ser idealizado como uma caixa simples ou um bloco que contém o dispositivo de amplificação, assim como um transistor ou um amp-op (amplificador operacional), que tem dois terminais de entrada e dois terminais de saída (terra sendo comum) com o sinal de saída sendo muito maior do que a do sinal de entrada, uma vez que tenha sido amplificado. Geralmente, um amplificador de sinal ideal tem três características principais, a resistência de entrada (𝑅𝑖𝑛 ), resistência de saída (𝑅𝑜𝑢𝑡 ) e ganho (A), como é possível observar na Figura 18. Não importa como complicado é um circuito amplificador, um modelo de amplificador geral ainda pode ser utilizado para mostrar a relação destas três propriedades. Figura 18: Modelo de amplificador ideal A diferença entre os sinais de entrada e de saída é conhecido como o ganho do amplificador e é basicamente uma medida da quantidade de amplificação o amplificador dará ao sinal de entrada. O ganho pode ser calculado como a razão entre o sinal de saída e o sinal de entrada, por exemplo, se tivermos um sinal de entrada de 1 volt e uma saída de 50 volts, então o ganho do amplificador seria 50, lembrando que o ganho é uma grandeza adimensional. 50 Capítulo 2. Fundamentação Teórica 2.7.2 Ganho do amplificador: Existem três tipos diferentes de ganho do amplificador que podem ser medidos e estes são: Ganho de Tensão (𝐴𝑣 ), Ganho de Corrente (𝐴𝑖 ) e ganho de potência (AP): 2.7.3 Ganho do amplificador do sinal de entrada: Na Figura 19 é possível ter uma representação de como é o funcionamento de um amplificador. Na entrada tem-se um sinal de entrada pequeno, ele passará pelo estágio de amplificação, que dará um ganho específico, dependendo da topologia adotada, cada tipo de topologia dará um ganho específico e na saída tem-se o sinal de entrada amplificado. Figura 19: Esquemático de representação do ganho de um amplificador 2.7.3.1 Amplificador de ganho de tensão: ganho de tesão(𝐴𝑣 ) = 𝑉𝑜𝑢𝑡 Tensão de saida = , Tensão de entrada 𝑉𝑖𝑛 (2.41) Corrente de saida 𝐼𝑜𝑢𝑡 = , Corrente de entrada 𝐼𝑖𝑛 (2.42) 2.7.3.2 Amplificador de ganho de corrente: ganho de corrente(𝐴𝑖 ) = 2.7.3.3 Amplificador de ganho de potência: ganho de potência(𝐴𝑝 ) = 𝐴𝑣 𝐴𝑖 , (2.43) 2.7.4 Amplificador de ganho de potência: O amplificador de pequenos sinais é geralmente referido como um amplificador de "tensão", porque eles geralmente converter uma pequena tensão de entrada para uma tensão de saída muito maior. O amplificador de grandes sinais, conhecido como amplificador de Potência, é entregar uma maior energia para a carga. 2.7. Amplificador para o circuito TTE 51 O amplificador de potência funciona segundo o princípio básico da converção de energia DC, que é retirada de uma fonte de energia, em um sinal de tensão AC que será fornecida à carga. A amplificação é grande, porém a sua eficiência nesta conversão é pequena, com isso havendo a necessidade de grandes porções de energia para alimentar o sistema. O amplificador perfeito ou ideal nos daria um índice de eficiência de 100% ou pelo menos o a potencia de entrada seria igual à potência de saída. Contudo, na realidade isto não pode, nunca, acontecer, pois parte da energia é perdida na forma termica e, também, o próprio amplificador consome energia durante o processo de amplificação. Para poder saber a qualidade do amplificador, calcula-se sua eficiência. Ela pode ser obtida com o uso da seguinte formula: 𝐸𝑓 𝑖𝑐𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎(𝜂) = 𝑃𝑜𝑢𝑡 Potência entregue a carga = , Potência retirada da carga 𝑝𝑖𝑛 (2.44) 2.7.5 Amplificador ideal: As características de um amplificador ideal: ∙ O ganho de amplificadores, (A) deve permanecer constante para diferentes valores do sinal de entrada; ∙ Ganho não deve ser afetado por frequência. Sinais de todas as frequências deve ser amplificado por exactamente o mesmo valor; ∙ O ganho de amplificadores não deve adicionar ruído ao sinal de saída. Deve-se remover qualquer ruído que é já existe no sinal de entrada; ∙ O ganho de amplificadores não deve ser afetados por mudanças de temperatura que dão boa estabilidade de temperatura; ∙ O ganho do amplificador deve permanecer estável durante longos períodos de tempo; 2.7.6 Classes de Amplificador: ∙ Amplificador Classe A - tem baixa eficiência, inferior a 40 ∙ Amplificador Classe B - é duas vezes mais eficiente que os amplificadores de classe A, eles possuem uma eficiência máxima, teórica, de cerca de 70 ∙ Amplificador Classe AB - tem um índice de eficiência entre a de Classe A e Classe B, mas sua reprodução do sinal é ruim quando comparado com os amplificadores de classe A. 52 Capítulo 2. Fundamentação Teórica Classe Ângulo de condução Posição do Ponto Q (Qualidade) Eficiência Distorção do sinal A B C AB 360o 180o Menor que 90o Entre 180o e 360o Ponto central das linhas de cargas Exatamente no eixo X Abaixo do eixo X Entre o eixo X e o centro da linha de carga Pobre 25 a 30% Melhor 70 a 80% Alta Maior que 80% Melhor que o A e pior que o B Entre: 50 a 70% Nenhuma No eixo X no ponto de Crossover Grandes Quantidades Pequenas quantidades Tabela 4: Tabela comparativa das classes de amplificadores ∙ Amplificador classe C - Ele é a classe de amplificador mais eficiente uma vez que apenas uma muito pequena parte do sinal de entrada é amplificado, consequentemente, o sinal de saída carrega pouca semelhança com o sinal de entrada. Os Amplificadores Classe C têm a pior reprodução do sinal É possível ver um comparativo entre os amplificadores, segundo suas classes, através da Tabela 2.7.6. Classificação com relação a potência: a Amplificadores de pequeno sinal ou baixa potência, cujos sinais de entrada são da ordem de unidades de 𝜇V a dezenas de mV, ou correntes de coletor na ordem de unidades a centenas de mA., ou potências de coletor na ordem de mW. Podemos empregá-los como pré- amplificadores. b Amplificadores de média potência, cujos sinais de entrada são da ordem de centenas de mV, ou correntes de coletor na ordem de centenas de mA a unidades de Ampère, ou potências de coletor na ordem de centenas de mW a unidades de Watt. Podem ser empregados como amplificadores intermediários. c Amplificadores de potência, cujos sinais de entrada são da ordem de centenas de mV, ou correntes de coletor na ordem de unidades a dezenas de Ampères., ou potências de coletor na ordem de unidades a centenas de Watt. São empregados como amplificadores finais de potência. 2.7.7 Especificação do projeto: Será necessário o desenvolvimento de um amplificador de média potência, que trabalhará na faixa ULF e VLF. Tem-se a necessidade de uma reprodução fiel do sinal de 2.7. Amplificador para o circuito TTE entrada, então deve-se utilizar um amplificador da classe A ou AB. 53 55 3 Resultados Nesta seção, o trabalho vai abordar os resultados obtidos de criação do projeto com a pesquisa desenvolvida. 3.1 Transmissor TTE 3.1.1 Estudo do condutor do suporte da antena: 3.1.1.1 Diâmetro da Secção Transversal do Fio: Devido a necessidade de uma maleabilidade com o fio para enrolá-lo ao redor do suporte foi escolhido um fio AWG 11, pois é um fio maleável, porém com uma bitola grossa. ∙ Medida do Diâmetro da Secção Trasversal do Fio: Com o auxílio de um paquímetro foi verificado os valores do diâmetro do fio disponível. Os resultados foram os apresentados: – Medida Experimental: 2,3 mm; – Medida padronizada pela tabela: 2,305 mm; 3.1.1.2 Capacidade de corrente do fio: Se for feito a secção do fio utilizando a medida experimentalmente, tem-se: 𝑆𝑓 = 𝜋𝑑2 = 4, 15756 ∼ = 4, 155, 4 (3.1) Onde d é o diâmetro do fio, ou bitola. Com isso calcula-se que a capacidade de corrente (𝐶𝑐 ) é dado por: 𝐶𝑐 = 3, 2· 𝑆𝑓 = 13, 2952 ∼ = 13, 30𝐴, (3.2) 3.1.1.3 Comprimento do fio Normalmente fios esmaltados são vendidos pelo seu peso, com isso é necessário saber a relação entre o peso e o seu comprimento, os fios esmaltados seguem uma tabela padrão, como a tabela da Figura 9; 56 Capítulo 3. Materiais e Métodos Com o peso do fio e sabendo a sua espessura em AWG é possível ter um estimativa do tamanho do fio. O fio disponível para os testes tem cerca de 1KG e é o AWG 11 Com isso tem-se: 1 Km = 32,1 Kg Fazendo a relação direta é possível concluir que a estimativa de tamanho do fio é de: 1/32,1 Km = 1 Kg 1 Kg de fio de cobre esmaltado AWG 11 equivale a 0,031153 Km ou 31,153 m; 3.1.1.4 Resistência em ohms por quilômetro: Para encontrar a resistência esperada do fio é só aplicar a formula (2.2); Com isso tem-se: 𝑅= 4, 07· 0, 031153 = 0, 127Ω, 1000 (3.3) Nos circuitos de sintonia, esta resistência é importante na determinação do fator de qualidade (fator Q), o qual está relacionado com a “seletividade” do circuito, conforme já salientamos. A resistência medida em laboratório foi de: 0,192 Ω. A diferença entre os resultados encontrados e o teórico pode ter sido causada pelo aparecimento de resistência parasita nas pontas de prova do sistema. 3.1.1.5 Calculo da indutância gerada pelo enrolamento de fio: 2 4𝜋𝑥10−7 · 342 𝜋· ( 26/2 ) (1, 25664𝑥10−6 )· 342 · 0, 0169 𝜇𝑁 2 𝐴 100 = = = 0.614𝑚𝐻, (3.4) 𝐿= 𝑙 𝑙 0.04 Quando foi realizado o experimento no laboratório encontrou-se um valor de 0,426 mH, o que é um valor plausível quando considera-se as perdas do sistema; 3.1.2 Suporte da antena: Será utilizada uma antena de loop pequena, ou antena magnetica. Ela será utilizada para frequências baixas, ou seja entre 300 Hz à 30K Hz e seu comprimento de onda é de 1000km a 10 km. É aconselhado que o tamanho da antena seja um décimo do comprimento de onda (YARKAN S. GUZELGOZ, 2009), ou seja, se temos uma antena de 30K Hz, a antena deveria ter o diâmetro de 1 km (GIBSON, 2003), mas fazer antenas desse tamanho é uma tarefa difícil, e é muito complicado para instalar em uma mina subterrânea. Para 3.1. Transmissor TTE 57 a comunicação em minas utilizaremos o comprimento de onda da rocha (𝜆𝑟𝑜𝑐ℎ𝑎 ), como foi argumentado na secção 2.2.1.1, no caso 𝜆𝑟𝑜𝑐ℎ𝑎 = 300m; Utilizando o comprimento de onda da rocha (𝜆𝑟𝑜𝑐ℎ𝑎 ), seria ideal produzir uma antena de cerca de 30m, mas devido extensão muito elevada e dificuldades para montar optou-se por trabalhar com uma antena menor. Para dar início aos testes verificou-se se era possível fazer uma antena que trabalhasse na mesma zona de frequência desejada com dimensões menores. Verificou-se que é possível e não o ideal, porém por dificuldades e algumas restrições optou-se por dar continuidade utilizando uma antena menor. A antena inicial para o testes foi confeccionada em mdf de 18mm e revestida nas duas faces com laminado melamínico que confere resistência superficial a antena. O suporte tem 2 metros de comprimento e no formato quadrado para facilitar o transporte e a montagem quando necessário como mostrado na Figura 20. Figura 20: Protótipo inicial da antena loop com 1 metro de raio. 3.1.3 Amplificador Para o desenvolvimento do transmissor TTE foi necessário idealizar um estágio de amplificação antes que a antena possa irradiar o sinal. Então projetou-se um amplificador de corrente de média potência, que daria conta de puxar um sinal na ordem de miliampere, em sua entrada, e ter um sinal na ordem de dezenas de amperès. Nesse circuito não será necessário preocupar-se com os efeitos de alta frequência em componentes discretos, devido o amplificador trabalharar em uma faixa entre ULF e VLF, então se desenvolveu um amplificador do tipo Cascode, utilizando um transistor par darlington. Como resultado obteve-se o seguinte esquemático, apresentado na Figura 21. 58 Capítulo 3. Materiais e Métodos Figura 21: Esquemático do amplificador no Proteus Para verificar o funcionamento e se está atingindo as expectativas, foi acoplado como carga os valores encontrados para o fio esmaltado utilizado para os testes preliminares dos condutores que envolverão a antena. Então a carga era de 8 Ω + 68 𝜇H, que no caso seria a antena. Com o auxílio do simulador Proteus conseguiu-se testar e verificar o resultado experimental esperado, mostrando que os resultados esperados foram atingidos conforme é possível ver na Figura 22. Como é possível ver na Figura 22, tem-se um sinal de entrada de 1mV 𝑉𝑃 𝑃 e na saída manteve-se esse sinal sem distorção, mas com um ganho de corrente considerável para o projeto, como o esperado. Dessa forma para um primeiro projeto e idealização de circuito amplificador foi encontrado um resultado plausível que pode ser implementado que atenderá as especificações do protótipo. 3.1. Transmissor TTE 59 Figura 22: Teste na saída do amplificador de corrente com o osciloscópio do simuladorProteus 61 4 Discussões e Próximos Passos 4.1 Discussões A problemática desse trabalho é baseada nas comunicações das minas subterrâneas, principalmente em casos onde ocorrem acidentes e há vítimas. Com as análises levantadas e os objetivos que foram traçados foi possível ter um conhecimento mais aprofundado do problema, visando estudar as melhores possibilidades para as soluções do problema. O início das simulações e estudo do projeto levantou diversas hipóteses e proposições para serem abordadas nas soluções e tiveram uma grande importância para a continuidade do projeto. A comunicação sem fio em minas subterrâneas é um grande desafio, pois o solo impõe severas restrições ao projeto do sistema de comunicações. Para a comunicação TTE é muito importante as frequências de ULF e VLF, pois essas frequências baixas conseguem vencer obstáculos com uma maior facilidade que as frequências mais altas, com isso sofre menos com as atenuações do solo. O uso dessas frequências de maior comprimento de onda (𝜆) faz com que se tenha uma pequena largura de banda e ela limita as possibilidades de modulação digital, sendo razoável considerar a transmissão em banda-base com formatação de pulso adequada. Uma boa alternativa às soluções cabeadas em minas subterrâneas é a comunicação TTE. Ela é uma comunicação que se consegue expandir facilmente com o crescimento das minas, e é robusta ao ponto de conseguir manter o link em caso de acidentes dentro da mina. Mesmo com todas as suas vantagens, sua comunicação é um desafio pois as técnicas utilizadas em comunicação sem fio, usando ondas eletromagnéticas não são favorecidas por esse ambiente, pois há grandes perdas no meio de propagação, dificuldade no modelamento do canal e grande tamanho físico da antena para poder estabelecer o link. Com isso é necessário caracterizar a antena para saber seu funcionamento e otimizá-la. Tendo em vista esse projeto, tem-se a intenção de criar um protótipo da comunicação TTE para caracterizar a antena Loop utilizada. Para chegar no resultado desejado, o primeiro trabalho de conclusão visa desenvolver todo o conhecimento necessário sobre a tecnologia de comunicação existente para esses casos de comunicação em mina e começar a idealizar os primeiros protótipos para o sistema, como amplificador e o suporte onde será confeccionado a antena e a própria antena para poder ser caracterizada. Os objetivos propostos por esse trabalho foram alcançados. Foi desenvolvido a primeira simulação do protótipo para amplificação do sinal que será enviado pela antena, também foi avaliado o material que será o envoltório do suporte da antena e desenvolvido 62 Capítulo 4. Resultados e Discussões o suporte para que na segunda parte do projeto, no trabalho de conclusão de curso 2, possa ser medido experimentalmente e caracterizada devidamente a antena e sua comunicação na tecnologia TTE. 4.2 Próximos Passos As atividades a serem realizadas para o cumprimento total do projeto estão descritas na imagem Figura 23, as atividades a serem realizadas para alcançar os resultados desejado para o projeto estão apresentadas neste cronograma. Figura 23: Cronograma do projeto 63 Referências AL., G. S. et. To the rescue! World Coal, 2010. Citado na página 26. BALANIS, C. A. Antenna Theory: Analysis and Design. [S.l.]: 3rd ed. JohnWiley and Sons, 2005. Citado 4 vezes nas páginas 9, 37, 38 e 39. BANDYOPADHYAY, S. C. L.; MISHRA, P. 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