FACULDADE CEARENSE – FAC CURSO DE ADMINISTRAÇÃO FRANCISCO RÔMULO PIMENTEL DE PAULA ANÁLISE DA GESTÃO DE ESTOQUE NO SUPERMERCADO WANDERBOX, SITUADO NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA/CE FORTALEZA 2013 FRANCISCO RÔMULO PIMENTEL DE PAULA ANÁLISE DA GESTÃO DE ESTOQUE NO SUPERMERCADO WANDERBOX, SITUADO NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA/CE Monografia como pré-requisito para obtenção do título de Bacharelado em Administração, outorgado pela Faculdade Cearense – FAC, tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores. Orientadora: Professora Rosangela Soares de Oliveira FORTALEZA 2013 FRANCISCO RÔMULO PIMENTEL DE PAULA ANÁLISE DA GESTÃO DE ESTOQUE NO SUPERMERCADO WANDERBOX, SITUADO NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA/CE Monografia como pré-requisito para obtenção do título de Bacharelado em Administração, outorgado pela Faculdade Cearense – FAC, tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores. Data de aprovação: 10/12/2013 Conceito:Satisfatório ________________________________________________ ROSANGELA SOARES DE OLIVEIRA, Ms. Orientadora ________________________________________________ FERNANDO LOPES DE SOUZA DA CUNHA, Ms Membro ________________________________________________ KELLY COELHO BRASIL, Ms Membro _________________________________________________ PHRYNÉ AZULAY BENAYON, Ms Membro Aos meus Pais e meus irmãos, que me incentivaram muito para que eu atingisse esse objetivo. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por ter iluminado meus caminhos nessa jornada. Aos meus pais, que me apoiaram em todos os momentos dessa caminhada. A minha orientadora, Rosangela Soares de Oliveira, que foi fundamental nessa etapa da minha vida e que se prontificou em me orientar com toda atenção. A todos os meus professores, que colaboraram na minha aprendizagem ao longo desses anos. Aos colegas que estiveram presentes durante todo esse período. Ao Supermercado Wanderbox que permitiu que esse trabalho de pesquisa fosse realizado no mesmo. “Gerenciamento é substituir músculos por pensamentos, folclore e superstição por conhecimento, e força por cooperação.” (Peter Drucker) RESUMO A gestão de estoque é muito importante na administração dos recursos materiais de uma empresa, principalmente nas atividades varejistas, em especial os supermercados. Este trabalho de pesquisa teve como objetivo geral, a análise da gestão de estoque de um supermercado situado no município de Fortaleza – CE, onde foi avaliado desde a sua administração até o planejamento e controle dos recursos materiais, visto que no setor varejista, em especial os supermercados é de suma importância o gerenciamento dos estoques. Chegou-se a conclusão, que a gestão de estoque no Supermercado Wanderbox não é eficiente, porque existem produtos que não estão cadastrados no sistema do supermercado, dificultando a tarefa do setor de compras, acarretando na administração, planejamento e controle de estoques inadequados no supermercado. Sendo assim, os custos de planejamento e controle de estoque tornam-se altos. Ficou constatado que a gestão de estoque é muito importante na empresa, mas há discrepâncias no gerenciamento do estoque, foi relatado que alguns produtos do estoque físico não estão no sistema informatizado do supermercado. O sistema de informação utilizado na empresa é o RMS, mas esse sistema não está abrangendo todos os setores do supermercado. O sistema de informação utilizado nessa empresa é o mais adequado, pois é utilizado pela maior parte da rede varejista, o que deve ser feito é tornar todos os setores do supermercado informatizados dentro do mesmo sistema utilizado na organização, fazendo com que haja uma uniformidade no gerenciamento dos estoques. Tomando essa decisão será possível fazer um planejamento e controle de estoque ideal, para diminuir os custos gerados no supermercado. É necessário também, que se busque utilizar um tipo de estoque, pois irá facilitar no planejamento e no controle de estoque. Palavras-chaves: Gestão de estoque. Logística. Varejista. ABSTRACT The inventory management is very important in the management of material resources of a company, especially in retail activities, in particular supermarkets. This research had as general objective, analysis of inventory management of a supermarket located in Fortaleza - CE, which has been reported since its administration to the planning and control of material resources, as in the retail sector, in particular supermarkets is of paramount importance to inventory management. The conclusion was reached that the inventory management in Supermarket Wanderbox is not efficient, because there are products that are not registered in the supermarket system, complicating the task of the purchasing department, resulting in administration, planning and control of inadequate inventories at the supermarket. Thus, the costs of planning and inventory control become very high. It was verified that the management of inventory is very important in business, but there are discrepancies in inventory management, it was reported that some products are not physical inventory in the computerized system of the supermarket. The information system used in the company is the RMS, but this system is not covering all sectors of the supermarket. The information system used in this company is the most suitable as it is used by most of the retailer, which must be done is to make all sectors of computerized supermarket within the same system used in the organization, so that there is uniformity in inventory management. Keywords: Inventory management. Logistics, Retailer. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Triângulo do planejamento em relação às principais atividades de logística ..................................................................................................................... 20 Figura 2 – Estágios em cadeia de suprimentos......................................................... 21 Figura 3 – Modelo de integração de logística ............................................................ 22 Figura 4 – Sistema típico de gestão ampliada do relacionamento com os clientes... 26 LISTA DE TABELAS Variação mensal do volume de vendas no varejo – Ceará (2006 – 2012) ................ 14 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – A gestão de estoque é importante para o supermercado? ..................... 42 Gráfico 2 – Qual a forma de planejamento de estoque é realizado na empresa? ..... 43 Gráfico 3 – Que forma de controle de estoque é realizado na empresa? ................. 44 Gráfico 4 – A empresa utiliza algum sistema de informação? ................................... 44 Gráfico 5 – O supermercado utiliza algum sistema de informação no gerenciamento das compras? Qual o objetivo do uso de sistema de informação para o supermercado? ......................................................................................................... 45 Gráfico 6 – Acontecem discrepâncias no gerenciamento do estoque da empresa? . 46 Gráfico 7 – O supermercado busca reduzir seus custos de estocagem de material através do gerenciamento do estoque? .................................................................... 47 Gráfico 8 – Qual o tipo de estoque que o supermercado adota? .............................. 47 Gráfico 9 – Qual a posição de custos com o estoque do supermercado? ................ 48 Gráfico 10 – Qual a posição de custos no setor de compra do supermercado? ....... 48 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AMA American Marketing Association IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPECE Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará EDI Intercâmbio Eletrônico de Dados ERP Planejamento de Recursos Materiais GIS Sistemas de Informação Geográfica SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 18 2.1 Conceituando e contextualizando: Logística ....................................................... 18 2.2 Gestão da cadeia de suprimentos ....................................................................... 21 2.3 Logística integrada .............................................................................................. 22 2.4 Gestão de estoques ............................................................................................ 23 2.4.1 Atividades primárias ......................................................................................... 24 2.4.1.1 Compra/suprimentos ..................................................................................... 25 2.4.1.2 Manutenção dos estoques ............................................................................ 25 2.4.1.3 Processamento dos pedidos ......................................................................... 26 2.4.1.4 Distribuição e transporte................................................................................ 27 2.4.2 Atividades de suporte ....................................................................................... 28 2.4.2.1 Planejamento do estoque .............................................................................. 28 2.4.2.2 Armazenagem e manuseio de materiais ....................................................... 30 2.4.2.3 Gerenciamento de informação ...................................................................... 30 2.4.3 Embalagem ...................................................................................................... 31 2.4.3.1 Unitização...................................................................................................... 32 2.4.3.2 Paletização .................................................................................................... 33 2.4.3.3 Conteineirização ............................................................................................ 33 2.4.3.4 Mariner – Sling ............................................................................................. 34 2.4.3.5 Big Bag .......................................................................................................... 34 3 METODOLOGIA .................................................................................................... 35 3.1 Tipos de pesquisa ............................................................................................... 35 3.2 Técnica de coleta de dados e análise de dados .................................................. 38 4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 39 4.1 História da empresa: como tudo começou .......................................................... 39 5 RESULTADOS DA PESQUISA ............................................................................. 41 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 49 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 50 ANEXOS ................................................................................................................... 54 13 1 INTRODUÇÃO Este trabalho tem como tema, a Análise da Gestão de Estoque no Supermercado Wanderbox, situado no município de Fortaleza – CE. Esta pesquisa teve como intuito entender como os processos de gestão de estoques na logística de uma empresa, torna-se importante conhecer os fatores que influenciam nesses processos. A gestão de estoques está em constante desenvolvimento, cabendo às empresas investirem nessa área que é de total importância. O fluxo de informações no setor varejista no Ceará é muito grande. Com isso, a evolução dos sistemas de informação, vem beneficiando o aumento da produtividade e a gestão de estoques neste setor. De acordo com Tadeu (2010), ainda que o estoque sempre representasse um ponto significativo dentro da administração de toda empresa ou organização, somente no início da segunda metade do século XX que o foco foi devidamente dado a essa área. As organizações do século XXI evoluíram muito em relação às do século XX, as empresas estão investindo cada vez mais em tecnologia e na qualidade de seus produtos e serviços devido a uma maior exigência dos clientes. Segundo Ballou (2012, p.18), “A concepção logística de agrupar conjuntamente as atividades relacionadas ao fluxo de produtos e serviços para administrá-las de forma coletiva é uma evolução natural do pensamento administrativo. [...].” A gestão estratégica da logística é muito importante na gestão estratégica dos estoques. Conforme Oliveira (2013, p.102): A gestão estratégica da logística, principalmente com foco na gestão estratégica de estoques, seja no controle de seus níveis como na inteligência de sua reposição em face de sua demanda incrementa os lucros de qualquer organização. De acordo com o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE), as atividades comerciais cearenses no período de 2006 a 2011 cresceram 41,5%. Isso mostra o quanto cresceu o comércio no estado do Ceará, isso se deve devido a maior preocupação em tornar eficiente a gestão estratégica. 14 Na tabela a seguir é demonstrada a variação mensal do volume de vendas no varejo no Ceará no período de 2006 a 2012 segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): Tabela 1. Variação mensal do volume de vendas no varejo – Ceará (2006 – 2012) Fonte: IBGE 2012 Conforme Bezerra, Barbosa e Santos (2010, p.77), “a economia cearense desde sua origem é predominantemente voltada para o setor de serviços, com destaque para o comércio, sobretudo o Varejista. [...]”. O setor varejista no estado do Ceará vem se modernizando para poder atender a crescente demanda de consumidores. Torna-se necessário o correto gerenciamento dos estoques no setor varejista, principalmente nos supermercados, para que não gerem prejuízos aos seus administradores. Segundo a Agência Brasil (2013), o movimento dos consumidores nas lojas em outubro de 2013 avançou 1,7% se comparado a setembro do mesmo ano. Ainda de acordo com a Agência Brasil em comparação com outubro do ano passado houve uma expansão de 2,8% da atividade varejista. 15 Partindo da necessidade em haver um controle mais eficiente de estoque dentro de uma empresa, o questionamento que se faz é será que a gestão de estoque aplicada no Supermercado Wanderbox é eficiente? Conforme Mattar (2011, p.1), o “varejo consiste nas atividades de negócios envolvidas na venda de qualquer produto ou prestação de qualquer serviço a consumidores finais, para utilização ou consumo pessoal, familiar ou residencial”. O varejo é uma atividade muito antiga no comércio, segundo Mattar (2011), com a ocorrência da produção de excedentes e a comunicação entre diversos grupos, iniciou-se o processo de escambo, onde os excedentes de produção de um grupo eram trocados pelos excedentes de outro grupo, caracterizando-se como o primórdio do comércio. A modernização do comércio, o surgimento da moeda e o advento da Internet que facilitaram o processo da atividade varejista. O comércio varejista exibe uma ampla concorrência para os que ingressam nela. Sobretudo nos supermercados o acirramento é grande, pois os grandes supermercados levam vantagem em relação aos de médio e pequeno porte. Para concorrer com os grandes supermercados, os pequenos e médios, se unem em redes para comprarem mercadorias juntos, a melhores preços não deixando que haja o risco de faltar produtos para o cliente final. Fleury, Wanke e Figueiredo (2012, p.316), diz que: No entanto, planejar um sistema baseado no consumidor está tornando-se cada vez mais difícil, principalmente para as empresas que atuam no setor varejista. Com o acirramento da concorrência e o aparecimento de uma nova forma de comércio pela Internet (e-commerce), os consumidores tornaram-se mais numerosos e de difícil compreensão. Tendo em vista o acirramento no comércio varejista e o comércio pela Internet. Para Camarotto (2009), os varejistas mais competitivos se adiantam às mudanças e oferecem meios para que o consumidor consiga o que deseja e precisa conforme seus anseios, por exemplo, clientes que buscam rapidez e praticidade estão adquirindo muitos produtos e serviços pela Internet, sem necessidade de visita a estabelecimentos comerciais. 16 Para Peter Drucker apud Harrison (2005, p.169): O surgimento explosivo da Internet como um dos principais, ou talvez o principal, canais de distribuição mundial para bens, serviços e, surpreendentemente trabalhos gerenciais e profissionais está alterando profundamente as economias, os mercados e as estruturas dos segmentos: produtos e serviços e seu fluxo; segmentação de clientes, valores dos consumidores e comportamento do consumidor; mercado de trabalho e mãode-obra. A Internet facilitou os trabalhos gerenciais e profissionais influenciando na economia facilitando para os pequenos e médios supermercados. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2013, p.1), a vantagem da formação de uma rede envolvendo os pequenos e médios supermercados são o “aumento do poder de negociação, preços mais baixos, eliminação de intermediários, condições de pagamento, menor custo de estoque e de frete e acesso a grandes fornecedores”. Segundo Almeida e Pinheiro (2013, p.82): No Ceará, já existem formadas 28 centrais de negócios, ou seja, as associações entre os supermercados locais para a formação de uma rede que faça frente às grandes lojas nacionais e internacionais de supermercados, onde se destacam a Super Rede e a Uniforça. De acordo com Daud e Rabelo (2007, p.23), “o varejista encontra a sua maneira de competir ao calibrar com precisão qual o feixe de serviços que irá apoiar a venda dos produtos e quais produtos apoiarão a venda dos serviços”. Esse trabalho de pesquisa visa verificar o modo que o Supermercado Wanderbox controla seus estoques, se o mesmo está de acordo com as metas estabelecidas pelo setor varejista e se está utilizando o método adequado de gestão de estoque. 17 Esse estudo tem como objetivo geral: Analisar a gestão de estoque no Supermercado Wanderbox situado no município de Fortaleza-CE desde a sua administração, planejamento e controle dos recursos materiais, visto que no setor varejista em especial os supermercados é de suma importância o gerenciamento dos estoques. Para apoiar o objetivo geral, foram identificados três objetivos específicos: Conceituar e contextualizar a logística, verificar a gestão de estoque no Supermercado Wanderbox situado no município de Fortaleza – CE; Averiguar o tipo de estoque no Supermercado Wanderbox; Analisar o planejamento e o controle de estoque do Supermercado Wanderbox. Este trabalho de pesquisa está divido em 5 (cinco) capítulos. O capítulo 1 aborda a introdução que apresenta o assunto do estudo, contendo a problemática com a respectiva justificativa. Mostra o objetivo geral e os objetivos específicos desse estudo. O capítulo 2 descreve o referencial teórico, conceitua e contextualiza a logística e como ela se aplica ao setor varejista no segmento de supermercados, discorre sobre a logística integrada mostrando a sua importância, cadeia de suprimentos e a gestão de estoques. O capítulo 3 aborda a metodologia utilizada nesse trabalho de pesquisa. O capítulo 4 refere-se ao estudo de caso, mostrando a história da empresa estudada e o capítulo 5 refere-se aos resultados da pesquisa. E por fim são apresentadas as considerações finais, a bibliografia e o anexo. 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO Neste capítulo foi abordada a conceituação e a contextualização da logística e como ela se aplica nas empresas, tendo um enfoque no setor varejista no segmento de supermercados, discorre sobre a logística integrada mostrando a sua importância e a cadeia de suprimentos. Também explicitará a definição de gestão de estoques e sua importância como parte de um planejamento nas empresas e como se aplica numa rotina de um supermercado. 2.1 Conceituando e contextualizando: Logística De acordo com Bowersox e Closs (2009), logística é o processo de planejamento, implementação e controle eficiente e eficaz do fluxo e armazenagem de mercadorias, serviços e informações relacionadas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o intuito de atender as necessidades dos clientes. Para Ballou (2012, p.24): A logística empresarial trata de todas atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável. Para Almeida e Schlüter (2012), a logística não se refere somente aos aspectos físicos do sistema (veículos, armazéns, redes de transporte etc.). Os aspectos intangíveis tais como os informacionais e gerenciais, envolvendo processamento de dados, teleinformática, processos de controle gerenciais e serviços diversos, constituem-se em parte integrante de importância para o cumprimento da função logística. Segundo Alt e Martins (2006, p.326), “A logística é responsável pelo planejamento, operação e controle de todo o fluxo de mercadorias e informação, desde a fonte fornecedora até o consumidor”. A logística tem tido um papel muito importante no planejamento da maioria das empresas, sendo necessária que as empresas estejam acompanhando o desenvolvimento da mesma no que tange uma modernização mais rápida. 19 Para Ching (2007, p.18): A logística moderna passa a ser maior preocupação dentro das empresas. Ela deve abranger toda a movimentação de materiais, interna e externa à empresa, incluindo chegada de matéria-prima, estoques, produção e distribuição até o momento em que o produto é colocado nas prateleiras à disposição do consumidor final. Tendo em vista essa importância da logística no planejamento da empresa, se faz necessário que haja uma gestão da logística para que chegue aos objetivos traçados pela empresa Supermercado Wanderbox. De acordo com Christopher (2007, p.3): Logística é o processo de gerenciamento estratégico da compra, do transporte e da armazenagem de matérias-primas, partes e produtos acabados (além dos fluxos de informações relacionados) por parte da organização e de seus canais de marketing, de tal modo que a lucratividade atual e a futura sejam maximizadas mediante a entrega de encomendas com o menor custo associado. O gerenciamento estratégico da compra é importante devido a globalização da logística. Segundo Barat (2007, p.9), “O grande desafio na logística globalizada é conseguir operar progressivamente nas funções empresariais que agregam valor adicional significativo aos produtos”. Para Bowersox, Cooper e Closs (2006), a decisão de se engajar em operações globalizadas para alcançar crescimento de mercado e desfrutar de eficiência operacional segue um caminho natural de ampliação de negócios. A globalização é um processo que influencia muito a logística atualmente, seja nas transações comerciais, como também no fluxo de capitais. Para Fleury (2012), as implicações desse elemento para a logística são várias e importantes, aumentam o número de clientes e os pontos de vendas, crescem o número de fornecedores e os locais de fornecimento, aumentam as distâncias a serem percorridas e a complexidade operacional, abrangendo legislação, cultura e modais de transporte. Conforme Alt e Martins (2006, p.350), “algumas características do modelo atual afetaram de modo permanente a forma de operar as empresas, quer de bens de consumo, bens de produção, quer de serviços”. Os clientes estão cada vez mais exigentes com relação aos produtos e serviços. Dessa forma, é preciso que haja investimentos nos sistemas de informação, com o intuito de ter uma comunicação eficiente com o fornecedor para 20 agilizar na reposição de estoques, negociando os preços de transportes das mercadorias, para não influenciar muito no preço final para o cliente final. A figura a seguir mostra o triângulo do planejamento em relação às principais atividades de logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: Figura 1. Triângulo do planejamento em relação às principais atividades de logística Fonte: Ballou (2004, p.45) De acordo com Ballou (2004), a função do gerenciamento pode ser vista como o desempenho das tarefas de planejar, organizar e controlar para concretizar os objetivos da empresa, já o planejamento lida com decisões sobre os objetivos da empresa. A estratégia de estoque é importante para a previsão e decisões a serem tomadas sobre o estoque, programação das compras e suprimentos que acarreta no planejamento a ser realizado. O planejamento das principais atividades logísticas é muito importante para o gerenciamento da cadeia de suprimentos tanto na estratégia de estoque como na estratégia de transporte, na estratégia de localização e nos objetivos do serviço ao cliente. 21 2.2 Gestão da cadeia de suprimentos De acordo com Bowersox e Cooper e Closs (2006), a gestão da cadeia de suprimentos (às vezes conhecida por cadeia de valor ou cadeia de demanda) envolve empresas que cooperam para alavancar posicionamento estratégico e para melhorar a eficiência das operações. Francischini e Gurgel (2004) definem cadeia de suprimento como integração dos processos que formam um determinado negócio, desde os fornecedores originais até o usuário final, proporcionando produtos, serviços e informações que acrescentam valor para o cliente. Ballou (2004), explica que a cadeia de suprimentos compreende todas as atividades relacionadas com o fluxo e transformação de mercadorias desde o estágio de matéria-prima até o usuário final, bem como os respectivos fluxos de informação. De acordo com Slack et.al. (2008), a gestão da cadeia de suprimentos é a gestão dos relacionamentos e fluxos entre os processos e as operações. Para Chopra e Meindl (2011, p.4), “o termo cadeia de suprimentos traz à lembrança imagens de produto ou estoque movendo-se de fornecedores para fabricantes, distribuidores, comerciantes e para clientes ao longo de uma cadeia”. A figura a seguir mostra os estágios em cadeia de suprimentos: Figura 2. Estágios em cadeia de suprimentos Fornecedor Fabricante Distribuidor Varejista Cliente Fonte: Chopra e Meindl (2011) adaptado pelo autor De acordo com Klose e Ikemori (2013), o segmento de varejo precisa lidar com a logística e a sua gestão pode dependendo da eficiência, contribuir para elevar o grau de competitividade ou arranhar e comprometer a imagem de uma empresa. Seja para receber produtos, distribuí-los entre as filiais ou então entregar um produto ao consumidor, ter uma cadeia de suprimentos que funcione com perfeição é essencial para qualquer empresa. Na administração do varejo para gestão da cadeia de suprimentos funcione é necessário que se tenha uma logística integrada. 22 2.3 Logística integrada De acordo com Bowersox e Closs (2009), Logística Integrada são as informações recebidas de clientes que passam pela empresa na forma de atividades de vendas, previsões e pedidos. Conforme Ayres (2009, p.221), “o emprego da Logística de uma forma integrada, como uma nova estratégia capaz de criar, dentro das empresas, uma sincronização entre todos os seus departamentos é ainda recente no Brasil”. Na figura seguir é demonstrado à integração logística, segundo Bowersox e Closs: Figura 3. Modelo integração de logística Fonte: Bowersox e Closs (2009, p.44) A figura mostra todo o percurso pela qual passa o pedido do cliente, cabendo a empresa filtrar as informações importantes para distribuir a outros setores, que faz o planejamento das compras de materiais junto aos fornecedores. Esse processo é facilitado pela Internet que gera mais rapidez ao fluxo de informações tanto do cliente em relação à empresa, como do fluxo de materiais da organização em relação aos fornecedores. Segundo Fleury (2003, p.1): O conceito de logística integrada parte do princípio de que o sistema logístico deve ser entendido como um instrumento operacional de marketing. Um dos modelos mais utilizados para o estabelecimento de uma estratégia de marketing, é do marketing mix, popularmente denominado de modelo dos 4 Ps. Segundo este modelo a estratégia de marketing deve ser estabelecida a partir de políticas de produto, preço, promoção e praça, ou seja, canais de distribuição. 23 Ainda de acordo com Fleury, Wanke e Figueiredo (2012), baseado no moderno conceito de logística integrada está o entendimento de que a logística deve ser vista como uma ferramenta de marketing, uma ferramenta gerencial, capaz de agregar valor através dos serviços prestados. É necessário que a logística integrada seja vista como uma ferramenta de marketing com o objetivo de agregar o valor através dos serviços prestados para que haja uma correta gestão de estoques. 2.4 Gestão de estoques Primeiramente é necessário entender a definição de estoque nas empresas. Segundo Alt e Martins (2006, p.168), “os estoques têm a função de funcionar como reguladores do fluxo de negócios”. De acordo com Bowersox e Closs (2009, p.41), “as necessidades de estoque de uma empresa dependem da estrutura da rede e do nível desejado de serviço ao cliente”. Para Pozo (2004), a razão para manter estoques tem relação com a dificuldade de se conhecer a demanda futura, tornando necessário manter um nível de estoque para assegurar o atendimento às demandas, bem como minimizar os custos de produção, movimentação e estoques. É muito importante saber sobre custos para se determinar um volume de estoque que seja suficiente para atender a demanda. Saber como investir para que se possa ter rápida rotatividade dos produtos para que não fiquem parados. Para que se evite que esses produtos passem da validade, ocasionando prejuízos. De acordo com Alt e Martins (2006), a gestão de estoques compõe uma série de ações que permitem ao administrador verificar se os estoques estão sendo bem utilizados, bem localizados em relação aos setores que deles se utilizam, bem manuseados e bem controlados. Para Paoleschi (2012, p.40 – 41): Uma empresa deve cuidar da gestão de estoques como o principal fundamento de todo o seu planejamento tanto estratégico como operacional, porque um controle correto dos estoques elimina desperdícios de tempo, de custo, de espaço e vai atender o cliente no momento em que ele deseja. 24 Para se gerenciar os estoques é preciso saber como se planejar para não haver excesso de estoque ou então não ficar com estoque insuficiente para poder atender a demanda. Segundo Slack et al. (2008, p.296), “o gerenciamento de estoques é a atividade de planejar e controlar acúmulos de recursos transformados, conforme eles se movem pelas cadeias de suprimentos, operações e processos”. Siqueira (2009), diz que para tomar decisões sobre a gestão dos estoques, os gestores utilizam modelos que servem para representar seu funcionamento real, isto é, como se dá o seu uso e como ocorre seu abastecimento. De acordo com Bowersox e Closs (2009, p.226), “para os varejistas, o gerenciamento de estoque é fundamentalmente uma questão de compra e venda”. Segundo Tadeu (2010, p.10), “gerenciar os estoques, portanto, é uma tarefa muito maior e mais complexa do que o controle de materiais dentro de uma organização”. Por ser uma tarefa muito complexa de controle de materiais, o gerenciamento de estoques divide-se em dois tipos de atividades: as atividades primárias e as atividades de suporte. 2.4.1 Atividades Primárias Para Tadeu (2010), as atividades primárias são aquelas diretamente responsáveis pela efetiva execução dos interesses do gerenciamento de estoques. Ballou (2012), complementa ainda que as atividades primárias contribuem com a maior parcela do custo total da logística e são essenciais para a coordenação e o cumprimento da tarefa logística. As atividades primárias são: compras, manutenção dos estoques, processamento de pedidos, distribuição e transportes. 2.4.1.1 Compras/Suprimentos Tadeu (2010), afirma que as atividades de compra são importantes no sentido de garantir a disponibilidade dos materiais essenciais no momento, quantidade, local e condições corretos para seu uso com planejamento de 25 desembolso de caixa sustentável e ponderado pela estratégia de estoque desenvolvida pela organização. De acordo com Paoleschi (2012, p.93), “A importância de compras / suprimentos nas organizações diz respeito ao volume de recursos gastos nas aquisições anuais e sob responsabilidade desse setor.” O setor de compras e suprimentos é um setor bastante estratégico para uma boa logística da empresa. Esse setor tem que estar em sintonia com os outros setores para que possa funcionar bem. Conforme Bowersox, Cooper e Closs (2006), uma estratégia efetiva de compras para apoiar conceitos de gestão da cadeia de suprimentos exige uma relação muito mais próxima entre compradores e vendedores do que é o praticado tradicionalmente. Os responsáveis pelo setor de compras precisam estar atentos para que ocorra a manutenção dos estoques. 2.4.1.2 Manutenção dos Estoques Para não haver risco de faltar produtos nas prateleiras é necessário que se mantenha um melhor planejamento voltado para o estoque de segurança e o estoque mínimo. Ballou (2012, p.24), afirma que “o uso extensivo de estoques resulta no fato de que, em média, eles são responsáveis por aproximadamente um a dois terços dos custos logísticos, o que torna a manutenção de estoques uma atividade-chave da logística”. Enquanto que Paoleschi (2012), fala que o estoque mínimo é garantia de equilíbrio do processo produtivo, mas como seu custo é permanente, deve haver um cálculo muito criterioso para não gerar prejuízo financeiro. Para um equilíbrio do processo produtivo é importante que ocorra um correto processamento de pedidos. 2.4.1.3 Processamento de Pedidos Ballou (2012, p.25), explica que a “sua importância deriva do fato de ser um elemento crítico em termos do tempo necessário para levar bens e serviços aos clientes”. 26 Enquanto que Tadeu (2010, p.22), diz que : Um processamento de pedidos mais eficiente colabora para a elevação da qualidade do atendimento ao cliente, uma vez que possibilita a redução do intervalo de tempo entre a manifestação da necessidade de consumo e a satisfação dessa necessidade, ou seja, atendimento de sua demanda inicial. O processamento de pedidos se torna importante para o cliente, principalmente aqueles mais exigentes, pois quando este procura por algum produto e não o encontra numa loja, ele já vai procurar no concorrente. A empresa precisa cuidar para que esse produto não falte. De acordo com Bowersox, Cooper e Closs (2006), o processamento de pedidos é o ponto de entrada para os pedidos e pesquisas dos clientes. Ele possibilita a entrada e a manutenção dos pedidos dos compradores pelo uso de tecnologias de comunicação, tais como correio, telefone, fax, intercâmbio eletrônico de dados (EDI) e Internet. Com o avanço logístico é necessário ter uma boa distribuição, utilizando o modal de transporte que seja adequado ao produto transportado, a rapidez e ao menor custo. A figura a seguir mostra o sistema típico de gestão ampliada do relacionamento com os clientes: 27 Figura 4. Sistema típico de gestão ampliada do relacionamento com clientes Fonte: Bowersox, Cooper e Closs (2006, p.209). A figura exemplifica como ocorre o relacionamento entre os fornecedores e os clientes no processamento de pedidos. Para uma maior eficiência do processamento dos pedidos é necessário uma relação do mesmo com a distribuição e o transporte. 2.4.1.4 Distribuição e Transporte A distribuição é uma ferramenta muito importante na logística de uma empresa. Para Paoleschi (2012), a logística de distribuição é uma das ferramentas que provem a disponibilidade de produtos onde e quando forem necessários, coordenando o fluxo de produtos nos pontos de vendas dos mais variados bens e serviços. Para auxiliar a distribuição é necessária uma escolha correta no modal pelo qual vai receber os produtos tendo em vista os custos e o tempo de espera da mercadoria. De acordo com Ballou (2004), o foco está nas instalações e serviços componentes do sistema de transportes e nas taxas e no desempenho dos vários serviços de transportes optados pelo gerente. A escolha correta de um modal de transporte é muito importante no que diz respeito a custos que a empresa vai arcar nessa escolha. 28 Segundo Chopra e Meindl (2011, p.388), “a seleção de um modo de transporte é uma decisão tanto de planejamento quanto operacional em uma cadeia de suprimentos”. Para auxiliar na decisão do planejamento e na operação de uma cadeia de suprimentos, são importantes as atividades de suporte no auxílio às atividades primárias. As atividades de suporte complementam as atividades primárias criando condições para os objetivos serem atingidos. Elas são divididas em planejamento do estoque, armazenagem e manuseio de materiais, e gerenciamento de informação. 2.4.2 Atividades de Suporte Conforme Tadeu (2010, p.22), “essas atividades, que também podem ser receber a denominação de atividades auxiliares ou de apoio, são derivadas da ação primária”. Essas atividades por serem de apoio às atividades primárias, têm como uma de suas principais funções o planejamento do estoque. 2.4.2.1 Planejamento do Estoque É preciso que todos os setores sejam harmônicos para que se possa planejar de maneira eficaz e eficiente, detectando problemas e propondo soluções em conjunto. Para Tadeu (2010), para alcançar níveis operacionais de excelência nessa área, é preciso criar um ambiente organizacional capaz de proporcionar a integração efetiva, e não tão somente formal, das diversas áreas e setores que compõe uma empresa. Segundo Paoleschi (2012, p.36), “para fazer um planejamento correto do estoque, antes de mais nada, é preciso fazer uma classificação de materiais de acordo com sua importância e valor para a empresa”. O método utilizado é a curva ABC ou gráfico de Pareto1, que classifica os itens de acordo com sua importância. Ainda de acordo com Paoleschi (2012), a curva ABC ou 80 – 20 é baseada no teorema de Wilfrido Pareto que estudou sobre 1 Vilfredo Pareto (1848-1923), foi um cientista político, sociólogo e economista italiano que fez um estudo que resultou na curva ABC ou 80-20. 29 renda e riqueza que observou que uma pequena parcela da população, 20%, concentrava maior parte da riqueza, 80% sendo adaptado para a gestão de estoque. Segundo Ballou (2012), o conceito de curva ABC deriva da observação dos perfis de produtos em muitas empresas – que a maior parte das vendas é gerada por relativamente poucos produtos da linha comercializada – e do princípio conhecido como curva de Pareto. Ou seja, 80% das vendas provêm de 20% dos itens da linha de produto. Para Alt e Martins (2006, p.211): Essa análise consiste na verificação, em certo espaço de tempo (normalmente 6 meses ou 1 ano), do consumo, em valor monetário ou quantidade, dos itens de estoque, para que eles possam ser classificados em ordem decrescente de importância. Aos itens mais importantes de todos, segundo a ótica do valor ou da quantidade, dá-se a denominação itens de classe A, aos intermediários, itens classe B, aos menos importantes, itens classe C. Existem outras formas de planejamento de estoque como o estoque mínimo, estoque médio e o estoque máximo. De acordo com Paoleschi (2012), o estoque médio é a soma do estoque de segurança e da metade do lote de compra. Já o estoque máximo é igual à somatória do estoque mínimo com o lote de compra no dia do seu recebimento. O lote econômico (LEC), segundo Fleury, Wanke e Figueiredo (2012), a fórmula do LEC calcula o tamanho ótimo do lote através do trade-off entre os custos de manter estoques e o custo de processar o pedido (transporte, avaliação de crédito, setup de equipamentos etc). Ainda de acordo com Fleury, Wanke e Figueiredo (2012), o tamanho de lote que equilibra os custos de processamento de pedidos com os custos de carregar estoques de fato leva ao menor custo total da operação. O tamanho do lote gera o equilíbrio dos custos do processamento dos pedidos influenciando nos custos estoques, sendo importante na armazenagem e manuseio de materiais. 30 2.4.2.2 Armazenagem e Manuseio de Materiais Segundo Bowersox, Cooper e Closs (2006), no interior do armazém, o manuseio de materiais é uma atividade importante. Os produtos devem ser recebidos, movimentados, estocados, classificados e montados, com a finalidade de satisfazer as exigências do cliente. Conforme Tadeu (2010), a maior parte do investimento de uma organização pode estar na forma de estoques, os gastos com a armazenagem, tratamento e segurança nessa área podem chegar a representar cerca de 20% dos custos logístico de uma empresa. Em vista disso, é necessário um investimento coerente na armazenagem dos estoques, porque é uma área significativa para a empresa. E o manuseio desses materiais também é importante com relação à escolha dos equipamentos de movimentação e os procedimentos na elaboração dos pedidos. Para facilitar na movimentação e nos procedimentos da elaboração do pedido é necessário o gerenciamento de informação. 2.4.2.3 Gerenciamento de Informação O gerenciamento de informação é importante porque é a partir dele que se faz o planejamento e o controle logístico. De acordo com Ballou (2012, p.27), “nenhuma função logística dentro de uma firma poderia operar eficientemente sem as necessárias informações de custo e desempenho”. Com o avanço da tecnologia, o gerenciamento de informação ganha mais força dentro de uma organização, servindo de estratégia para a gestão de estoques. As informações circulam cada vez mais rápido dentro das empresas e externamente, sendo necessário haver uma filtragem de informações, para que as mais importantes sejam utilizadas. Segundo Landi e Ratto (2003, p.27): Na área de tecnologia da informação, foram incorporados recursos como os códigos de barras nos produtos, as leitoras ópticas, os sistemas de reposição de estoque e de logística que garantem melhores métodos de gestão a redução de custos e o melhor atendimento às necessidades dos consumidores. 31 A informação é muito importante na logística pelo seguinte motivo, as trocas de dados entre varejistas e fornecedores para gerenciar cadeia de suprimentos, com isso o ressuprimento de estoque é mais bem controlado, à medida que o produto vai sendo vendido, gera uma informação para o fornecedor que providenciará a reposição do estoque. Para Fleury, Wanke e Figueiredo (2012, p.287), “isso reduz consideravelmente o custo com estoque dos varejistas e possibilita aos fabricantes ter melhor previsibilidade da demanda, propiciando uma utilização de recursos mais racionalizada”. Uma forma de racionalizar esses é a identificação por meio do código de barras. A identificação através do código de barras é uma ferramenta importante nessa relação entre fabricantes e varejistas. De acordo com Paoleschi (2012), a identificação por código de barras serve para identificar todos os produtos de uma empresa de maneira uniforme. Além dessa ferramenta existem outras que também são importantes, como o Planejamento de Recursos Materiais (ERP), o Sistema de Informação Geográfica (GIS) e o Data Mining (mineração de dados). Para Fleury, Wanke e Figueiredo (2012), o ERP são sistemas que visam permitir à empresa “falar a mesma língua”, possibilitando a gestão integrada. O GIS é uma ferramenta que integra o banco de dados a mapas digitalizados e o Data Mining é uma metodologia que busca uma definição lógica ou matemática, eventualmente de natureza complexa, de possíveis padrões e associações existentes em um conjunto de dados. A embalagem é um elemento importante no uso dessas ferramentas, no capítulo seguinte se trata da embalagem. Ela é importante para gestão de estoque, porque pode impulsionar as vendas de determinados produtos fazendo com que haja uma rotatividade dos produtos mais rápida nos estoques. 2.4.3 Embalagem Segundo Paoleschi (2012, p.117), “a embalagem tem um impacto significativo sobre o custo e a produtividade nas empresas”. As embalagens tem importância não apenas para abrigar o produto, mas também no marketing 32 desenvolvido pelas organizações. A preocupação com o marketing verde2, utilizando embalagens com recursos sustentáveis. E são mais econômicas para as organizações além de ser exigência dos consumidores. De acordo com Bowersox e Closs (2009, p.369), “a embalagem é classificada em dois tipos: embalagem para o consumidor, com ênfase em marketing, e embalem industrial, com ênfase na logística.” Para Ballou (2004), a embalagem é uma dimensão muito importante do produto para o planejamento logístico. Conforme Oliveira (2008, p.110): Nas prateleiras de qualquer estabelecimento comercial ou no balcão de qualquer prestador de serviços as marcas brigam pelo melhor espaço e pela atenção do consumidor, cada uma com a sua qualidade, o seu preço e as demais características tangíveis e intangíveis. Obviamente, quando agrupadas em um ponto de venda, elas acabam se confundindo entre si; é nessa hora que surge a força da embalagem e a importância do seu design. Principalmente se a marca estiver relacionada a um produto cuja venda é feita por impulso, ou seja, o cliente não foi direcionado a comprar tal produto, mas a embalagem o convidou a comprá-lo. A força da embalagem passa pelo design, que é importante na unitização dos produtos. 2.4.3.1 Unitização De acordo com Paoleschi (2012), a unitização é o ajuntamento de caixas numa carga única formando um só volume, tendo como vantagens a redução de tempo na descarga de mercadorias e reduzindo-se também o tempo de congestionamento no ponto de destino. Segundo Vieira (2009), as vantagens em se unitizar cargas são as seguintes: redução dos custos de movimentação, menor movimentação pela eliminação da movimentação de itens individuais, o aumento da produtividade com uma maior movimentação global de materiais, redução do tempo de carga e descarga, a redução no custo de embalagem de distribuição, permitindo a melhor utilização dos espaços de armazenagem, também permite um posicionamento melhor e uniforme no estoque e a redução nos danos das embalagens dos produtos 2 Marketing verde: Na década de 70 a American Marketing Association (AMA), definiu marketing verde como “O estudo dos aspectos positivos e negativos das atividades de Marketing em relação à poluição, ao esgotamento de energia e ao esgotamento dos recursos não renováveis”. 33 unitizados. Para auxiliar a unitização na movimentação dos materiais, na redução de tempo da carga e descarga, a paletização é muito importante nesse processo. 2.4.3.2 Paletização Segundo Ballou (2004), diz que um palete é uma plataforma portátil, geralmente feita de madeira ou material corrugado em que se empilham materiais para transporte e estocagem. Para Paoleschi (2012, p.134), os paletes “são tablados de madeira projetados e construídos para facilitar o acondicionamento e a movimentação de materiais”. Os paletes são importantes para o manuseio dos produtos na conteneirização. 2.4.3.3 Conteneirização Segundo Ballou (2012), a forma mais apurada de unitização conseguida em sistemas modernos de distribuição é obtida pelo uso de contêineres. De acordo com Morais (2011), é o uso da carga em contêiner (“cofre de carga”), que é um recipiente construído de material resistente o suficiente para suportar uso repetitivo, destinado a propiciar o transporte de mercadorias com segurança, inviolabilidade e rapidez, permitindo fácil carregamento e descarregamento e apropriado à movimentação mecânica e ao transporte por diferentes equipamentos. A conteneirização que é um recipiente construído com material resistente, suficiente para o uso repetitivo, necessita em alguns casos para transportar, do Mariner – Slings que são cintas que aguentam muito peso. 2.4.3.4 Mariner – Slings Morais (2011, p.760), define Mariner – Slings como “são cintas de material sintético, que formam uma rede, com dimensões padronizadas, geralmente utilizadas para sacaria”. 34 Além do Mariner – Slings que são usadas para produtos contidos nas sacarias, existe também o Big Bag que é um contentor flexibilizado que resiste no transporte cargas pesadas. 2.4.3.5 Big bag Para Fernandes (2012), é o contentor flexível, de tecido sintético suficientemente resistente para aguentar cargas pesadas, utilizada para unitização de granéis sólidos. No capítulo a seguir trata-se da metodologia aplicada nesse trabalho de pesquisa 35 3 METODOLOGIA Neste capítulo é apresentada a metodologia que foi aplicada no decorrer desse trabalho de pesquisa. Através da metodologia será a melhor maneira de caracterizar a pesquisa e analisar o estudo de caso. De acordo com Marconi e Lakatos (2003, p.83): Metodologia é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo, conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões dos cientistas. Segundo Ruiz (2008, p.48), “Pesquisa científica é a realização concreta de uma investigação planejada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas da metodologia consagradas pela ciência”. Para Gil (2009), pesquisa é o procedimento racional e sistemático que tem como finalidade proporcionar respostas aos problemas que são propostos. Ainda de acordo com Gil (2009), as pesquisas podem ser classificadas de diferentes tipos. Mas para que esta classificação seja coesa, é necessário definir previamente o critério adotado para a classificação. 3.1 Tipos de pesquisa Segundo Gil (2009), as pesquisas com base nos objetivos específicos podem ser classificadas em três grandes grupos, consistindo em pesquisas exploratórias, descritivas e explicativas. Neste contexto o trabalho de pesquisa é de caráter descritivo, exploratório, pesquisa bibliográfica, estudo de campo e estudo de caso, porque de acordo com Gil (2009), neste contexto, esse se caracteriza como de caráter exploratório, pois estão presentes a pesquisa bibliográfica, o estudo de campo e o estudo de caso. O caráter descritivo, para Marconi e Lakatos (2003, p.187), “geralmente contêm um grande número de variáveis e utilizam técnicas de amostragem para que apresentem caráter representativo”. Enquanto que Gil (2009, p.27) diz que, “podem ser elaboradas também com a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis.” Essa identificação das relações entre variáveis, gera subsídios para a pesquisa exploratória. 36 Segundo Marconi e Lakatos (2003), as pesquisas exploratórias são investigações de pesquisa empírica com o objetivo de formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente. Complementando Gil (2009), descreve que as pesquisas exploratórias proporcionam maior familiaridade com o problema, tornando-o mais explícito e permitindo a construção de hipóteses, tendo como uma das características a ser explorada a pesquisa bibliográfica. Para Marconi e Lakatos (2003), a pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, compreende toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico, até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão. Complementando Gil (2009), descreve a pesquisa bibliográfica como aquela que é elaborada a partir de material já publicado, composto por artigos científicos. Segundo Marconi e Lakatos (2003, p.186): Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou a relação entre eles. Enquanto que Gil (2009), relata que o estudo de campo visa o aprofundamento das questões propostas de uma realidade específica, apresentando uma maior flexibilidade. Já o estudo de caso reúne o maior número de informações detalhadas através de questionário e entrevista. Segundo Yin (2005, p.32), diz que o estudo de caso é uma “investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente”. De acordo com Gil (2009), o estudo de caso consiste no estudo profundo e cansativo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento. 37 A pesquisa é de natureza quali-quantitativa, através do estudo de caso para sacramentar seus resultados. Analisar e mensurar dados coletados por meio do questionário já aplicado na empresa estudada. Para Marconi e Lakatos (2003), a pesquisa qualitativa fornece análise mais detalhada sobre as investigações, hábitos, atitudes, tendências de comportamento, preocupando-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, e delineando a complexidade do comportamento humano. Conforme Gerhardt e Silveira (2009, p.31), “a pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas sim com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização, etc”. Já a pesquisa quantitativa difere da qualitativa. A pesquisa quantitativa, segundo Silva e Menezes (2005, p.20): Considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatística (percentagem, média, moda, mediana, desvio padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.). Esse trabalho de pesquisa se configura como de caráter descritivo por causa do estudo do número de variáveis e utilizando técnicas de amostragem. Para que esse trabalho de pesquisa seja feita de uma forma coerente é necessário à correta coleta de dados com o intuito de que a análise de dados não seja manipulada. De acordo com Gil (2009), a pesquisa deve ser realizada a contento, é preciso ter, previamente, a garantia de que o pesquisador não terá cerceado seu trabalho de coleta de dados. 3.2 Técnica de coleta de dados e análise de dados Segundo Marconi e Lakatos (2003), a coleta de dados é a etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, com a finalidade de efetuar a coleta dos dados previstos. Depois da coleta de dados, o próximo passo é a análise de dados coletados. De acordo com Gil (2009), a análise de dados na pesquisa inicia-se no momento em que o pesquisador seleciona o problema e só termina com a redação da última frase do seu relatório. 38 O procedimento utilizado para a coleta de dados nesse trabalho de pesquisa foi o questionário. Segundo Marconi e Lakatos (2003, p.201), o “questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”. Ainda de acordo com Marconi e Lakatos (2003), a elaboração do questionário requer a observação das normas, com a finalidade de aumentar a sua eficácia e validade. Gil (2009) complementa dizendo que a elaboração de questionário consiste em traduzir os objetivos específicos da pesquisa em itens bem redigidos. No próximo capítulo será apresentado o estudo de caso do trabalho de pesquisa. 39 4 ESTUDO DE CASO O estudo de caso foi realizado no Supermercado Wanderbox com aplicação de questionário no dia: 21 novembro de 2013, com a participação de 6 (seis) colaboradores. Este capítulo descreveu a história da empresa pesquisada, e os resultados dessa pesquisa. 4.1 História da empresa: como tudo começou. Filho de uma família de 10 irmãos, vivendo no interior de Quixadá – CE, Josivando Rodrigues de Castro teve um começo difícil. Sem nenhuma perspectiva de vida, chegou a Fortaleza – CE aos 12 anos e foi trabalhar em um depósito de construção, na função de carroceiro. Era uma função humilde, mas ele não se desmotivou e foi buscando outras melhorias. Foi também engraxate na famosa rua de comércio atacadista da capital cearense que é a Rua Governador Sampaio e, foi nesse período que surgiu a oportunidade de trabalhar em uma pizzaria, de 6 h da manhã às 22 h, de domingo a domingo. Época em que conheceu sua esposa, ainda com 17 anos. Na sequencia, o dono de uma loja em frente à pizzaria, se interessou pelos seus serviços e o chamou para trabalhar com ele, montando som e móveis. Com a força do trabalho e fazendo as contas na ponta do lápis, economizou para casar e comprou um táxi. A vida de taxista durou 4 anos, pois teve que vender o carro porque a praça estava muito perigosa. Na tentativa de sobreviver e que as coisas dessem certo, o irmão de Josivando Rodrigues de Castro tinha um pequeno ponto comercial no bairro Pirambu, medindo 3 x 6 m, local onde também morava e vendia, sem nenhuma experiência ele acabou juntando-se ao seu irmão, por causa da prática de vender fiado, acabaram falindo. Sem emprego e sem dinheiro, contou com a ajuda do irmão, por quem nutre profunda gratidão, alugou um ponto de bar no bairro Serrinha e deu para Josivando Rodrigues de Castro administrar. Mesmo com as vendas estando bastante fracas, pediu emprestado ao irmão CR$ 500,00 (quinhentos cruzeiros) e investiu na compra de cereais como arroz, feijão, açúcar entre outros gêneros alimentícios. Mesmo temeroso, passou a não vender mais fiado. Desde então, aprendeu a administrar na prática e mesmo em meio às dificuldades vem conseguindo sucesso em todas as suas empreitadas. Com fé em 40 Deus, Josivando Rodrigues de Castro começou com uma pequena loja de 200m², passou para 400m² e hoje tem a primeira loja de 1000m², no bairro Serrinha, a segunda com 600m², no Monte Castelo e inaugurou a terceira no Rodolfo Teófilo com 1500m² de área de venda. Três grandes lojas, com aproximadamente 300 colaboradores treinados para atender de forma personalizada oferecendo conforto, mix variados entre outros diferenciais. Inaugurou no dia 22 de dezembro de 2012, mais uma loja Supermercado Wanderbox. Um espaço moderno, confortável, organizado pronto para atender a população do bairro Rodolfo Teófilo e adjacências. São 1500 metros quadrados de variedades, com seções e mix de produtos diferenciados e colaboradores treinados para oferecer o melhor em termos de atendimento. Loja toda refrigerada para hortifrutigranjeiros, balcão para frios, padaria, expositor para churrasco, adega para bebidas, vitrine para recepção, balcões para sushi, fast food, empório e estacionamento interno e externo. No capítulo seguinte será apresentado o resultado da pesquisa. 41 5 RESULTADOS DA PESQUISA O universo desse trabalho de pesquisa foi baseado no estudo de caso realizado no Supermercado Wanderbox (loja 3), de acordo com Bertucci (2008, p.53), “o estudo de caso possibilita uma análise mais sistêmica das situações encontradas e estimula a identificação de novas situações”. A coleta dos dados foi realizada por meio de questionários aplicados com funcionários da empresa estudada no dia 21 de novembro de 2013. De acordo com Marconi e Lakatos (2003, p.165), é a “etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, afim de se efetuar a coleta dos dados previstos. Refletindo o objetivo principal desse trabalho de pesquisa que é analisar a gestão de estoque no Supermercado Wanderbox localizado no município de Fortaleza – CE, segue a análise da coleta de dados: 42 1. A gestão de estoque é importante para o supermercado? Pode-se notar que dentre as pessoa pesquisadas 67% responderam que concorda totalmente que a gestão de estoque é importante para o supermercado, justificando que com o gerenciamento do estoque para poder avaliar o poder de venda e a efetuação da compra. Já 33% concordam parcialmente que o gerenciamento do estoque é importante, demonstrando alguma dúvida com relação a eficiência dos processos de gestão de estoque. De um modo geral 100% das pessoas pesquisadas opinaram positivamente sobre a importância do gerenciamento do estoque, o que mostra o conhecimento dos participantes sobre o tema. Gráfico 1. A gestão do estoque é importante para o supermercado? não tenho opinião formada sobre esse assunto 0% discordo completamente 0% discordo parcialmente 0% concordo parcialmente 33% concordo totalmente 67% Fonte: Pesquisa realizada pelo autor. 43 2. Qual a forma de planejamento de estoque é realizado pela empresa? No setor de frios do supermercado segundo o pesquisado não tem um planejamento de estoque não definido. No setor de Bazar, FVL (frios, verduras e legumes) e Descartáveis não existe planejamento. Segundo a colaboradora do setor financeiro o planejamento é realizado a partir do comparativo de venda. Segundo o colaborador de T.I (tecnologia da informação), é contado todos os itens para saber o estoque padrão da empresa. De acordo com o colaborador do setor de devolução o planejamento é realizado através do estoque mínimo. E por fim o gerente do supermercado afirma que o planejamento é feito pelo sistema e pela consulta comparativa no depósito. Gráfico 2. Qual a forma de planejamento de estoque é realizado pela empresa? não definido não existe planejamento comparativo de venda contado todos o itens para saber o estoque estoque mínimo consulta comparativa no depósito 17% 16% 17% 16% 17% 17% Fonte: Pesquisa realizada pelo autor. 3. Que forma de controle de estoque é realizado na empresa? Pelo que foi constatado das respostas em relação a forma de controle de estoque, 50% dos entrevistados responderam que o controle é realizado de forma visual. Demonstrando que alguns setores do supermercado não utiliza um sistema, enquanto que 33% responderam que a empresa usa um sistema de informatização próprio e 17% afirmaram que o supermercado utiliza outras formas de controle de estoque. 44 Gráfico 3. Que forma de controle de estoque é realizado na empresa? Forma visual Forma planilha manual Forma planilha eletrônica Sistema de informatização próprio Outros 17% 50% 33% 0% 0% Fonte: Pesquisa realizada pelo autor. 4. A empresa utiliza algum sistema de informação no gerenciamento do estoque? Pelas respostas obtidas nesta questão, 50% responderam “sim” e 50% responderam “não”. Os que responderam “sim” justificaram dizendo que é utilizado o programa (software específico para o varejo) RMS. Enquanto que os outros 50% relataram que no setor onde trabalham não se tem nenhum sistema. Gráfico 4. A empresa utiliza algum sistema de informação no gerenciamento do estoque? sim 50% Fonte: Pesquisa realizada pelo autor. não 50% 45 5. O supermercado utiliza algum sistema de informação no gerenciamento de compras?Qual o objetivo do uso de sistema de informação para o supermercado? Ficou constatado que 83% das pessoas responderam “sim” que em seus setores é utilizado um sistema de informação RMS na compra de mercadorias e 17% das pessoas responderam “não”, que no setor de Bazar, FVL, Descartáveis não utiliza sistema de informação. De acordo com as respostas, os pesquisados entendem que o objetivo do sistema de informação é importante para o controle de entrada e saída de mercadorias, ter uma maior segurança no momento das compras. Gráfico 5. O supermercado utiliza algum sistema de informação no gerenciamento de compras? Qual o objetivo do uso de sistema de informação para o supermercado? sim não 17% 83% Fonte: Pesquisa realizada pelo autor. 6. Acontecem discrepâncias no gerenciamento de estoque da empresa? O gráfico 6 mostra que das pessoas 83% das pessoas pesquisadas responderam que existem discrepâncias no gerenciamento de estoque, mencionam que alguns produtos no estoque físico não estão no sistema dificultando muito para o setor de compras, também há compra excessiva de mercadorias, acontece de produtos desaparecem de dentro do estoque. E 17% das pessoas responderam que não há discrepâncias no gerenciamento. 46 Gráfico 6. Acontecem discrepâncias no gerenciamento de estoque da empresa? sim não 17% 83% Fonte: Pesquisa realizada pelo autor. 7. O supermercado busca reduzir seus custos de estocagem de material através do gerenciamento do estoque? Com relação ao gráfico 7, a maioria das pessoas pesquisadas entende que o supermercado busca reduzir seus custos de estocagem através do gerenciamento do estoque. Para as pessoas que responderam 83% concordam totalmente, que o supermercado busca reduzir seus custos de estocagem de material através do gerenciamento do estoque. Enquanto que 17% responderam que discorda completamente. Mas a conclusão que se chega é a avaliação positiva nesse quesito. 47 Gráfico 7. O supermercado busca reduzir seus custos de estocagem de material através do gerenciamento do estoque? discordo completamente discordo parcialmente não tenho opinião formada concordo parcialmente concordo totalmente 0% 0% 17% 0% 83% Fonte: Pesquisa realizada pelo autor. 8. Qual o tipo de estoque que o supermercado adota? O gráfico 8 mostra que 67% das pessoas responderam que o supermercado utiliza o estoque mínimo, enquanto que 33% disseram que a empresa o estoque médio. Significa que para alguns departamentos é utilizado o estoque mínimo, ou seja, a maioria dos departamentos do supermercado utiliza esse tipo de estoque. Gráfico 8. Qual o tipo de estoque que o supermercado adota? Estoque mínimo Estoque médio Estoque máximo 0% 0% 33% 67% Fonte: Pesquisa realizada pelo autor. Outro 48 9. Qual a posição de custos com o estoque do supermercado? Nessa questão 34% das pessoas pesquisadas consideram que os custos com estoque do supermercado são mais altos, 33% responderam que os custos são equilibrados e 33% disseram que não sabem. Gráfico 9.Qual a posição de custos com o estoque do supermercado? São muito baixos São mais altos São equilibrados Não sabe 0% 33% 34% 33% Fonte: Pesquisa realizada pelo autor. 10. Qual a posição de custos no setor de compra do supermercado? Com relação ao gráfico 10 nota-se que maioria não sabe informar o quanto a posição de custos do setor de compras representando 50%, os que consideram que os custo são equilibrados totaliza 33% e os que acham que são mais altos representa 17% dos pesquisados. Gráfico 10. Qual a posição de custos no setor de compra do supermercado? São muito baixos São mais altos São equilibrados 0% 17% 50% 33% Fonte: Pesquisa realizada pelo autor. Não sabe 49 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esse trabalho de pesquisa, obteve todas as respostas referentes à sua problemática e também os objetivos que foram apresentados no mesmo. No que se refere à administração foi analisado que a gestão de estoque é muito importante para o supermercado, mas há discrepâncias em seu gerenciamento, pois o sistema de informação utilizado na empresa, o RMS, mesmo sendo utilizado, pela maior parte da rede varejista, e sendo indicado pelo setor como o mais adequado, não está abrangendo todos os setores da empresa. O que se sugere é tornar todos os setores do supermercado informatizados dentro do mesmo sistema utilizado na organização, fazendo com que haja uma uniformidade no gerenciamento dos seus estoques. Em relação ao planejamento é realizado anualmente, mas ficou constatado que não há um planejamento adequado, pois o mesmo não é realizado em todas as áreas da empresa. É necessário que ocorra um planejamento de forma contínua e também que seja estendido para os setores, onde não existe o mesmo. .Chegou-se a conclusão, que a gestão de estoque no Supermercado Wanderbox não é eficiente, pois existem alguns produtos que ainda não se encontram cadastrados no sistema de informação da empresa, dificultando a tarefa do setor de compras, como também, acarretando altos custos a administração, ao planejamento e ao controle de estoques. E por fim, o controle dos recursos materiais é realizado através do sistema de informação, pois atualmente, o supermercado utiliza-se de vários tipos de estoques, dependendo do setor do supermercado, foi comprovado que a maioria utilizam-se do estoque mínimo e, outros poucos, utilizam-se o estoque médio. Mas com a utilização de somente um tipo de estoque, iria facilitar no planejamento e seu controle, pois um planejamento e controle de estoque ideal, diminui os custos e as despesas gerados pelo supermercado . Sobre trabalhos de pesquisas futuras, cabe um estudo aprofundado em relação ao planejamento da empresa e uma melhor aplicabilidade dos sistemas de informação. 50 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Vilamar; PINHEIRO, Jeovath. A Força dos Supermercados Cearenses: Revista Supermercadista. 4ªed. Fortaleza: Brasileira, 2013. ALMEIDA, Célio Mauro Placer Rodrigues de; SCHLÜTER, Mauro Roberto. Estratégia logística. Curitiba: Iesde, 2012. ALT, Paulo Renato Campos; MARTINS, Petrônio Garcia. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 2ªed. São Paulo: Saraiva 2006. AYRES, Antonio de Pádua Salmeron. Gestão de Logística e Operações. Curitiba: Iesde, 2009 BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/Logística Empresarial. 5ªed. Porto Alegre: Bookman, 2004. BALLOU, Ronald H. Tradução: YOSHIZAKI, Hugo T. Y. Logística Empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. 1ªed. São Paulo: Atlas, 2012. BARAT, Josef. (org.). Logística e transporte no processo de globalização: oportunidades para o Brasil. 1ª ed. São Paulo: UNESP, 2007. BARBOSA, Rogério; BEZERRA, Eloisa; DOS SANTOS, Felipe. O Impacto do Varejo Moderno na Economia Cearense: Revista de Desenvolvimento do Ceará – IPECE nº1, outubro de 2010. BRASIL, Agência. Atividade do comércio cresce 1,7%. Disponível em: http://www.cnews.com.br/cnews/noticias/45210/atividade do comercio cresce 17. Data de publicação: 08/11/2013. Data de acesso: 08/11/2013. BERTUCCI, Janete Lara de Oliveira. Metodologia Básica para Elaboração de Trabalhos de Conclusão de Curso: ênfase na elaboração de TCC de pósgraduação. São Paulo: Atlas, 2008. BOWERSOX, Donald J; COOPER, M. Bixby; CLOSS, David J. Gestão Logística de Cadeias de Suprimentos. São Paulo: Atlas, 2006. BOWERSOX, Donald J; CLOSS, David J. Tradução: Equipe do Centro de Estudos em Logística e DAS NEVES, Adalberto Ferreira. Logística Empresarial. 1ªed. São Paulo: Atlas, 2009. CAMAROTTO, Márcio Roberto. Gestão de atacado e varejo. Curitiba: Iesde, 2009. CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: estratégia, planejamento e operações. São Paulo: Prentice Hall, 2011. 51 CHRISTOPHER, Martin. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. 2ªed. São Paulo: Thompson Pioneira Learning, 2007. COSTA, Fábio. J.C.Leal. Introdução à Administração de Materiais em Sistemas Informatizados. São Paulo: Editco, 2002. DAUD, Miguel; RABELLO, Walter. Marketing de varejo: como incrementar resultados com a prestação de serviços. Porto Alegre: Bookman, 2007. FERNANDES, Kleber dos Santos. Logística: fundamentos e processos. 1ªed. Curitiba: Iesde, 2012. FRANCISCHINI, Paulino G; GURGEL, Floriano do Amaral. Administração de Materiais e do Patrimônio. 1ª ed. São Paulo: Thompson Pioneira Learning, 2004. FLEURY, Paulo Fernando; WANKE, Peter; FIGUEIREDO, Kleber Fossati. (org.). Logística Empresarial: A Perspectiva Brasileira. 1ªed. 15ª reimpressão São Paulo: Atlas, 2012. FLEURY, Paulo Fernando. Artigo: O Sistema de Processamento de Pedidos e a Gestão do Ciclo do Pedido. Publicada no dia 10/09/2003 no sítio: http://www.ilos.com.br/web/index.php?option=com_content&view=article&id=1001%3 Aartigos-o-sistema-de-processamento-de-pedidos-e-a-gestao-do-ciclo-dopedido&catid=4&Itemid=182&lang=br. Data de acesso: 09/11/2013. GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. (org.). Métodos de Pesquisa. 1ª ed. Porto Alegre: UFRG, 2009. GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2009. HARRISON, Jeffrey S. tradução: DA ROCHA, Luciana de Oliveira. Administração estratégica de recursos e relacionamentos. Porto Alegre: Bookman, 2005. LANDI, Ana Cláudia; RATTO, Luiz. O trabalho no supermercado: setores, funções e carreira profissional. Rio de Janeiro, 2003. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 2003. MATTAR, Fauze Najib. Administração de varejo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. MORAIS, Giovanni Araújo. Normas Regulamentadoras Comentadas. 8ª ed. Vol. 2. Rio de Janeiro: Gerenciamento Verde Consultoria, 2011. OLIVEIRA, Edna Maria Ramos de. Revista Nosso Setor Ceará: A Logística bem administrada contribui para o alcance dos resultados empresariais. nº 22. Fortaleza: Rede Brasil de Negócios, 2013. OLIVEIRA, Roberto Nascimento Azevedo de. Gestão estratégica de marcas próprias. 2ª ed. atualizada. Rio de Janeiro: Brasport, 2008. 52 PAOLESCHI, Bruno. Almoxarifado e Gestão de Estoques. 1ª ed. São Paulo: Erica, 2012. PEREIRA, Agnaldo Santos. Finanças corporativas. Curitiba: Iesde, 2009. POZO, Hamílton. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais: Uma Abordagem Logística. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2004. RUIZ, João Álvaro. Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2008. SEBRAE. Compras conjuntas facilitam o acesso a fornecedores. Disponível em: http://www.sebrae.com.br/setor/comercio-varejista/gestao-do-varejo/fornecedores/630compras-conjuntas-facilitam-acesso-a-fornecedores/BIA_630. Data de acesso:25/11/2013. SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 4ª ed. rev. atual. Florianópolis: UFSC, 2005. SIQUEIRA, João Paulo Lara de. Gestão de Produção e Operações. Curitiba: Iesde, 2009. SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert; BETTS, Alan. Tradução: OLIVEIRA, Sandra de. Gerenciamento de Operações e de Processos: Princípios e Prática de Impacto Estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2008. TADEU, Hugo Ferreira Braga. (org.). Gestão de Estoques: fundamentos, modelos matemáticos e melhores práticas aplicadas. São Paulo: Cengage Learnig, 2010. VIEIRA, Hélio Flávio. Gestão de estoques e operações industriais. Curitiba: Iesde, 2009. YIN, Robert. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. 3ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. 53 ANEXO Questionário aplicado no Supermercado Wanderbox na cidade de Fortaleza – CE. Supermercado Wanderbox loja 3 Data de inauguração: 22 de dezembro de 2012 Rua Professor Costa Mendes Número de funcionários: Questionário 1. A Gestão de Estoque é importante para o supermercado? ( ) discordo completamente; ( ) discordo parcialmente; ( ) não tenho opinião formada ou não se aplica ao supermercado; ( ) concordo parcialmente; ( ) concordo totalmente. Por que? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 2. Qual a forma de planejamento de estoque é realizado pela empresa? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 3. Que forma de controle de estoque é realizado na empresa? ( ) forma visual ( ) forma planilha manual ( ) forma planilha eletrônica ( ) sistema de informatização próprio 54 ( ) outros______________________ 4. A empresa utiliza algum sistema de informação no gerenciamento do estoque? ( ) sim ( ) não Se a resposta for sim, qual é o sistema de informação? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 5. O supermercado utiliza algum sistema de informação no gerenciamento das compras? Qual o objetivo do uso de sistema de informação para o supermercado? ( ) sim ( ) não ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 6. Acontecem discrepâncias no gerenciamento do estoque da empresa? ( ) sim ( ) não Se a resposta for sim, qual? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 7. O supermercado busca reduzir seus custos de estocagem de material através do gerenciamento do estoque? ( ) discordo completamente; ( ) discordo parcialmente; ( ) não tenho opinião formada ou não se aplica no supermercado; ( ) concordo parcialmente; 55 ( ) concordo totalmente. 8. Qual o tipo de estoque que o supermercado adota? ( ) estoque mínimo; ( ) estoque médio; ( ) estoque máximo. ( ) outro. Qual? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 9. Qual a posição de custos com o estoque do supermercado? ( ) são muito baixos; ( ) são mais altos; ( ) são equilibrados; ( ) não sabe. 10. Qual a posição de custos no setor de compra do supermercado? ( ) são muito baixos; ( ) são mais altos; ( ) são equilibrados; ( ) não sabe.