ROMANTISMO E IDEALISMO (Século XIX)

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ROMANTISMO E IDEALISMO
(Século XIX)
 O Idealismo alemão sofreu forte influência, na sua fase inicial, do
Romantismo, movimento cultural que se manifestou na Arte, na
Literatura e na Filosofia. No seu ponto culminante, com o otimismo
racionalista de Hegel, o Idealismo rompeu com o Romantismo.
 O Romantismo foi uma reação ao racionalismo extremado, nascido
com o Iluminismo, que pretendia estabelecer um domínio absoluto
da natureza e um controle total da sociedade, através da razão.
 Os pensadores românticos viam na uniformização e na mecanização,
nascidas com o mundo industrial, uma ameaça para a expressão do
humanismo e para a individualidade dos sentimentos.
ROMANTISMO E IDEALISMO
(Século XIX)
 O Romantismo denunciava as tensões
sociais e as desigualdades geradas
pela sociedade urbano-industrial
e o embrutecimento dos homens.
 Numa atitude de resistência
às mudanças, o romantismo
resgatava o folclore e a tradição
cultural, com forte tendência ao
conservadorismo.
ROMANTISMO E IDEALISMO
(Século XIX)
 Os escritores da época do romantismo retomaram uma concepção
mística e emotiva de Deus, que falaria ao coração dos homens,
em oposição ao deísmo racionalizado dos filósofos iluministas.
 Os românticos viam a natureza como uma força vital que resiste à
racionalização tecnológica. Exaltavam e idealizavam a vida natural,
em contraste com a vida regulada pela máquina e pelo relógio.
 Entre os principais escritores e pensadores ligados ao romantismo
na Alemanha, na passagem do século XVIII para o XIX, destacam-se:
Friederich Schlegel, Johann von Schiller e Wolfgang von Goethe.
ROMANTISMO E IDEALISMO
(Século XIX)
 O Romantismo valorizava a intuição, a criatividade, a inventividade,
a sensibilidade, as emoções, o amor, a paixão, a liberdade individual,
o espírito de aventura e a fantasia. Em síntese: a subjetividade.
 Ao privilegiarem a sensibilidade e a
subjetividade, os intelectuais do
Romantismo colocaram, especialmente,
esse aspecto do homem no centro da
sua visão de mundo e das suas
concepções filosóficas.
O IDEALISMO ALEMÃO
(Século XIX)
 O Romantismo teve como desdobramento, no plano filosófico, uma
forte tendência ao idealismo. Entretanto, a vertente filosófica do
movimento romântico era, obviamente, mais racionalista.
 Uma doutrina ou concepção filosófica é considerada idealista quando
parte do pressuposto de que, no processo do conhecimento, o sujeito tem papel
mais importante do que o objeto.
 Os pensadores idealistas entendem que, em última instância, tudo
que o sujeito pode conhecer, com certeza, são suas próprias ideias, suas
representações do mundo, sua consciência.
O IDEALISMO ALEMÃO
(Século XIX)
 Pensadores da antigos, como Platão, e modernos, como Descartes,
formularam concepções filosóficas idealistas, mas foram as ideias
de Kant que serviram de base para os filósofos idealistas alemães.
 Segundo os filósofos idealistas, a existência do “eu”, como princípio
da consciência, é a condição fundamental para que possa ocorrer o
processo do conhecimento.
 A existência de um “eu” pensante, de acordo com os idealistas, é o
que torna possível e, ao mesmo tempo, dá forma ao conhecimento.
 Principais representantes do idealismo: Fichte, Schelling e Hegel.
O IDEALISMO ALEMÃO
(Século XIX)
JOHANN GOTTLIEB FICHTE (1726-1814)
 Obras: “Sobre o conceito de doutrina da ciência”
“Crítica de toda a revelação”
 O “Eu” é o princípio da consciência e, portanto, é também princípio
criador da realidade. A realidade objetiva é somente um produto do
espírito humano, que já traz em si as concepções lógicas do mundo.
 Se o mundo só reflete as estruturas lógicas do pensamento, tudo
que é exterior ao sujeito é somente um “não-Eu”, criado por ele.
O IDEALISMO ALEMÃO
(Século XIX)
FRIEDERICH SCHELLING (1775-1854)
 Obras:
“Do eu como princípio da Filosofia”
“Idealismo transcendental”
 Schelling, discípulo de Fichte afirma que existe um “princípio único”,
entendido como uma inteligência superior e exterior ao Eu, que rege
todas as coisas do universo.
 Essa inteligência se manifestaria em todas as coisas do mundo. No
homem, ela se manifesta no seu nível mais elevado, ou seja, aquilo
que chamamos de razão.
O IDEALISMO ALEMÃO
(Século XIX)
G. W. FRIEDERICH HEGEL (1770-1831)
 Elaborou um sistema filosófico de extraordinária abrangência, capaz
de abarcar a realidade com um todo, nos seus mais variados aspectos.
 Algumas obras:
“Fenomenologia do Espírito”
“Lições sobre a História da Filosofia”
“Princípios da Filosofia do Direito”
O IDEALISMO ALEMÃO
(Século XIX)
G. W. FRIEDERICH HEGEL (1770-1831)
 Hegel foi o expoente da filosofia idealista alemã. Representa, também
o ponto culminante do otimismo racionalista, que havia surgido entre
os filósofos do movimento iluminista, no século XVIII.
 Como os idealistas, Hegel afirma que a Razão ou Espírito é inteligência
superior, que se realiza e se concretiza na História dos homens.
 A filosofia hegeliana entende a realidade como Espírito, o que significa
que, além de coisa (substância), ela é também sujeito(consciência).
O IDEALISMO ALEMÃO
(Século XIX)
G. W. FRIEDERICH HEGEL (1770-1831)
 Para Hegel, a realidade é Espírito e, portanto, tem vida própria. Deve
ser entendida como um processo que se apresenta num movimento
dialético, isto é, se realiza em momentos sucessivos e contraditórios.
 A dialética hegeliana resgata a concepção de Heráclito, que entende a
realidade como fluxo incessante, como mudança permanente.
 A transformação constante do mundo resulta de uma contradição que
está presente em todas as coisas que existem (ser e não-ser).
O IDEALISMO ALEMÃO
(Século XIX)
G. W. FRIEDERICH HEGEL (1770-1831)
 A realidade é dinâmica e, no seu desenvolvimento, apresenta etapas
que se contradizem, sem que o processo perca sua unidade.
 A superação das contradições leva a uma nova etapa e a uma nova
realidade contraditória, num crescimento e superação constantes.
 O movimento da realidade se daria, então, numa espiral em que estão
presentes a contradição ou conflito e o progresso ou evolução.
O IDEALISMO ALEMÃO
(Século XIX)
G. W. FRIEDERICH HEGEL (1770-1831)
 Na concepção hegeliana, o movimento dialético do real ou Espírito se
processa em três etapas: a tese (afirmação), a antítese (negação) e a
síntese (superação).
 O primeiro momento é o do “ser em si”
 O segundo é o do ser outro, “ser fora de si”.
 O terceiro é o do retorno, enriquecido ou
ampliado, do “ser para si”
O IDEALISMO ALEMÃO
(Século XIX)
G. W. FRIEDERICH HEGEL (1770-1831)
 O sistema filosófico hegeliano permite abarcar o real como um todo
racional, e permite pensar, simultaneamente, as manifestações da
natureza e a sociedade.
 A filosofia de Hegel conseguiu harmonizar subjetividade e objetividade,
a realidade material com o mundo espiritual.
 A concepção hegeliana rompeu com a visão romântica do mundo, que
exaltava e divinizava a natureza, afirmando a absoluta superioridade do
Espírito, que se realiza na história dos homens, por meio da liberdade.
O IDEALISMO ALEMÃO
(Século XIX)
G. W. FRIEDERICH HEGEL (1770-1831)
 Segundo a concepção hegeliana, existem três instâncias do Espírito:
 Espírito subjetivo: se refere à pessoa e à consciência individual.
 Espírito objetivo: se refere às instituições e costumes historicamente
produzidos pelo homem.
 Espírito absoluto: se manifesta na arte, na religião e na filosofia, como
espírito superior, que compreende a si mesmo.
O IDEALISMO ALEMÃO
(Século XIX)
G. W. FRIEDERICH HEGEL (1770-1831)
 Segundo Hegel, a História é o desdobramento do Espírito objetivo no
tempo. Ele é a realização da liberdade na sociedade e se manifesta no
direito e na ética, englobando a família, a sociedade e o Estado.
 O Estado político, na concepção de Hegel, é o momento mais elevado
do Espírito objetivo. Para Hegel, o indivíduo somente tem existência
enquanto membro do Estado.
 A História, na filosofia hegeliana, é a contínua evolução da ideia de
liberdade que se realiza num plano racional.
O IDEALISMO ALEMÃO
(Século XIX)
G. W. FRIEDERICH HEGEL (1770-1831)
 De acordo com a teoria hegeliana, os conflitos, guerras, injustiças e
outras mazelas do mundo devem ser entendidas como contradições,
inevitáveis e até necessárias para que possa haver o progresso.
 Os momentos negativos funcionariam como antíteses, indispensáveis,
ao movimento dialético em que se desenrola a História.
 A filosofia de Hegel serviu para justificar a ordem vigente, pois, para
ele, todas as coisas que acontecem, mesmo as ruins, fazem parte de
um plano racional e têm um motivo para ocorrerem.
O IDEALISMO ALEMÃO
(Século XIX)
ARTHUR SCHOPENHAUER (1788-1860)
 Obra:
“O mundo como vontade e representação”
 Schopenhauer criticou Hegel que, para ele, seria um oportunista ou
acadêmico mercenário que transformou a Filosofia em instrumento
para justificar o Estado autoritário prussiano e, assim, se beneficiar.
 Para contestar o otimismo racionalista hegeliano, ele retomou ideias
de Kant e negou a possibilidade de um saber absoluto ou mesmo a
existência de uma realidade absoluta.
O IDEALISMO ALEMÃO
(Século XIX)
ARTHUR SCHOPENHAUER (1788-1860)
 Para Schopenhauer o mundo é representação porque tudo que ele
inclui ou pode incluir é inevitavelmente dependente do sujeito. Para
existir o conhecimento do mundo é preciso, antes, existir o sujeito.
 A filosofia de Schopenhauer tem uma visão pessimista do homem e
da vida. O ser humano seria essencialmente vontade, o que o levaria
a desejar sempre mais, produzindo uma insatisfação permanente.
 Nessa vontade insaciável, que anima o homem (e todas as coisas da
natureza) estaria a origem de todos os males e de todo sofrimento.
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