II Colóquio Filosofia e Literatura: fronteiras de 18 a 21 de outubro de 2010 Filosofia e arte no Idealismo Alemão Prof. Dr. Oliver Tolle∗ O propósito do presente trabalho é mostrar, a título de apresentação à disciplina do curso de especialização em Filosofia e Literatura da UFS, como estão articuladas a filosofia e a literatura em dois autores: o jovem Herder e o Hegel da maturidade. De certo modo, eles são dois extremos na história da filosofia da arte alemã do assim chamado Idealismo Alemão. 1. Para o primeiro, a arte é a expressão mais elevada do conhecimento humano; para o segundo, a arte é apenas o primeiro estágio do desenvolvimento do espírito. Contudo, esses dois autores, nos momentos mencionados de suas vidas, têm em comum a adesão ao que hoje se chama comumente de autonomia da obra de arte. Ou seja, eles consideram que a arte, quando cumpre adequadamente com a sua função, produz um conhecimento claro a partir de um suporte material ou sensível. A obra de arte fala diretamente ao espírito humano por meio dos seus órgãos dos sentidos. Para eles, a arte portanto não é o lugar da especulação racional, mas da experiência sensível direta da concretude do mundo e da efetividade. 2. Duas obras literárias de Goethe, o romance Os sofrimentos do jovem Werther e o drama Fausto, servirão de apóio para a nossa investigação. Exemplar do movimento Tempestade e Ímpeto, o Werther é um exemplo da exigência do retorno à sensibilidade que caracteriza o pensamento do jovem Herder. O Fausto, ao contrário, pode ser lido como o embate entre uma razão que fracassa em sua tentativa de domínio sobre a realidade. 3. Por fim, será feita menção a ∗ Professor Adjunto do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Sergipe (UFS). 18 II Colóquio Filosofia e Literatura: fronteiras de 18 a 21 de outubro de 2010 alguns momentos da recepção da filosofia da arte do Idealismo Alemão, particularmente na obra de Dilthey e Croce. 19