FACULDADE CASTELO BRANCO QUÍMICA ORGÂNICA Pesquisa – Qual a aplicação dos isótopos na medicina? Curso: Ciências Biológicas 4º período Professora: Solange Aluna: Claudia Batista da Silva Matrícula: 2006190342 Rio de Janeiro Maio/2008 Isótopos - Diz-se de cada um dos elementos químicos idênticos e que só diferem pelo número da massa atômica. O isótopo radioativo é um isótopo empregado na medicina, no tratamento de certas infecções. Os isótopos, cuja existência foi estabelecida graças aos espectrógrafos de massa, de J.J.Thomson e de F.W.Aston (1912) e pelo estudo das séries radioativas (Soddy e Fajans, 1914), tem átomos cujos núcleos comportam o mesmo número de prótons, mas diferem quanto ao número de nêutrons. Tendo o mesmo número de elétrons periféricos, têm propriedades químicas quase que idênticas e constituem apenas um único elemento. São distinguidos pela colocação do número de massa em cima e à esquerda do símbolo do elemento. Em física nuclear, os diversos isótopos de um mesmo elemento podem ter propriedades muito diferentes. Muitos, obtidos artificialmente, são radioativos; misturados aos átomos naturais, permitem "marcar" as moléculas e seguí-las em suas transformações, do que decorrem numerosas aplicações na indústria e em bioquímica. Os isótopos radioativos que existem na natureza, são chamados de isótopos naturais. O urânio foi o primeiro isótopo natural descoberto (Becquerel 1896), mas a radioatividade natural só foi conhecida dois anos depois (Marie Curie 1898). Hoje, com a evolução da física e das técnicas nucleares, são fabricados isótopos radioativos artificiais em equipamentos especiais, os reatores atômicos e os ciclotrons. A utilização dos isótopos radioativos é freqüente em investigações fisiológicas ou diagnósticos. As substâncias radioativas utilizadas em Medicina Nuclear são chamadas de traçadores porque sua passagem pelo corpo humano pode ser acompanhada externamente por meio de equipamentos especiais. A Medicina Nuclear começou a se esboçar quando Havesy, em 1923, utilizou pela primeira vez, um traçador natural em uma exploração biológica. O passo seguinte aconteceu em 1934 com a aplicação dos isótopos no campo do diagnóstico, quando começaram os primeiros estudos da fisiologia da glândula tireóide, mediante a utilização de isótopos artificiais do iodo. Inicialmente foi utilizado o iodo 128 (I128) e logo a seguir foi usado o iodo 131 (I131). Cinco anos depois a Medicina Nuclear passou a atuar no campo da terapia; isso aconteceu em 1939 quando então ocorreram as primeiras aplicações terapêuticas do iodo 131 ( I131.) no tratamento das doenças tireoidianas. A Medicina Nuclear apareceu como especialidade a partir de 1.940 com o uso do iodo 131 (I131) no diagnóstico e tratamento das doenças da tireóide. Pouco tempo depois o mesmo isótopo do iodo foi usado como método de investigação em hematologia, servindo para medir o volume sangüíneo total, volume plasmático e volume corpuscular, e, para determinar a sobrevida dos glóbulos vermelhos. Aos poucos, a nova especialidade médica, incorporou outros estudos até chegar ao conjunto de procedimentos que são realizados hoje. Em 1952, o termo “Medicina Nuclear” substituiu a denominação de “Medicina Atômica”, que fora o primeiro nome da especialidade. Na história da Medicina Nuclear três cronologias de eventos devem ser examinadas, uma referente ao desenvolvimento dos equipamentos, outra, à geração de isótopos utilizáveis em diagnóstico e terapia e, a terceira, que diz respeito às investigações laboratoriais com traçadores. A partir de 1946 começou o desenvolvimento e também a fabricação de equipamentos especiais para transformar as informações fornecidas pelos traçadores em imagens, com fins diagnósticos, cujo avanço principal data de 1951 quando foi inventado por Reed e Lobby o “scanner” com cristal de iodeto de sódio ou cristal de cintilação (daí o nome cintilografia para as imagens utilizadas em Medicina Nuclear). O ano de 1963 registra novo avanço tecnológico com o aparecimento da câmara de cintilação inventada por Anger, equipamento que, além de dar qualidade às imagens cintilográficas, foi o ponto de partida para os aparelhos atuais de tomografia cintilográfica conhecidos como SPECT (sigla composta das palavras inglesas Single-Photon Emisson Computed Tomography) e o PET (Positron Emisson Tomography). Simultaneamente com a evolução dos equipamentos, desenvolveu-se a rádio-farmácia, especialidade farmacêutica que elabora substâncias utilizadas em Medicina Nuclear, cujo marco histórico ocorreu em 1962, quando apareceram os geradores de Tecnécio 99 metaestável (Tc99m), hoje o isótopo de maior uso na Medicina Nuclear. A fase laboratorial da Medicina Nuclear tomou impulso a partir do ano de 1956 quando começou a evolução dos processos de análises de fluídos orgânicos mediante a utilização de traçadores, técnica conhecida como radio-imuno-análise. Tipos de Radiação comumente empregados na medicina Tipo de Radiação Fontes mais comuns Energia aproximada (no uso) Profundidade de penetração aproximada no Ar Tecido Chumbo Raios Alfa (4He2+) Rádio-226 Radônio-222 Polônio-210 5 MeV 4cm 0,05 mm 0 Raios Beta (e-) Trítio Estrôncio-90 Iodo-131 Carbono-14 0,01 a 0,02 MeV 0,3 a 6 cm 0,06 a 4 mm 0,005 a 0,3 mm Raios Gama (fótons) Cobalto-60 Césio-137 produtos do decaimento do Rádio-226 Tecnécio-99m 1 MeV 400 cm 50 cm 30 cm 90 a 250 keV 120 a 240 m 30 cm 1,5 mm Raios X (fótons) Radioterapia Na medicina, um exemplo de aplicação de tecnologia nuclear é a radioterapia, técnica que consiste na utilização de fontes de radiação para tratamento de tumores. Radiofármacos são isótopos de elementos radioativos utilizados com a finalidade de diagnóstico, terapia e pesquisa. Possuem diversas aplicações: o o o o diagnóstico e acompanhamento terapêutico no combate ao câncer; avaliações neurológicas e cardiológicas; análise de disfunções cérebro-vasculares; estudo do metabolismo cerebral nas doenças de Parkinson, Alzheimer e Tourettes. Radiofármacos Tipos de Radiofármacos utilizados: Isótopo 3H Trítio (hidrogênio-3) Principais usos Determinação do conteúdo de água no corpo Varredura do cérebro com tomografia de emissão positrônica transversa (PET) para traçar o caminho da glucose. 11C Carbono-11 14C Carbono-14 Ensaios de radioimunidade. 24Na Sódio-24 Detecção de constrições e obstruções do sistema circulatório. 32P Fósforo-32 Detecção de tumores oculares, câncer de pele, ou tumores pós-cirúrgicos. 51Cr Cromo-51 Diagnóstico de albumina, tamanho e forma do baço, desordens gastrointestinais. 59Fe Ferro-59 Mal função das juntas ósseas, diagnóstico de anemias 60Co Cobalto-60 Tratamento do câncer. 67Ga Gálio-67 75Se Selênio-75 81mKr Criptônio81m Varredura do corpo inteiro para tumores. Varredura do pâncreas Varredura da ventilação no pulmão. 85Sr 99mTc 131I 197Hg Estrôncio-85 Varredura dos ossos para doenças, incluindo câncer. Tecnécio99m Um dos mais utilizados: diagnóstico do cérebro, ossos, fígado, rins, músculos e varredura de todo o corpo. Iodo-131 Mercúrio197 Diagnóstico de mal funcionamento da glândula tireóide, tratamento do hipertireoidismo e câncer tireoidal. Varredura dos rins. Radioisótopos O radioisótopo ideal para uso de diagnóstico deveria possuir algumas qualidades: emitir partículas gama, pois estas têm um grande poder de penetração, e podem sair do organismo; não emitir, preferencialmente, partículas alfa ou beta; o tempo de meia-vida deve ser ideal: nem tão curto, que não possa ser detectado a tempo, nem tão longo, onde atividade ainda existiria após o diagnóstico. Felizmente, a natureza nos presenteou com um isótopo que atende a quase todas as necessidades: o tecnécio-99m, 99mTc. A letra m corresponde a metaestável: o isótopo pode perder alguma energia e se tornar estável. É isto o que ocorre: o átomo 99mTc emite uma partícula gama e se torna o átomo 99 Tc, estável: Tc 99m Tc + 99 A energia da radiação emitida pelo 99mTc é idealmente correta, e o t1/2 é de 6 horas. O isótopo é largamente empregado na varredura dos rins, fígado, bexiga, cérebro e pulmões. Este isótopo tem substituído um grande número de outros radioisótopos menos ideais, e a demanda para a produção do 99mTc é muito grande, o que tornou o seu preço bastante alto. A imagem obtida pelo fotoscan com 99mTc, após injeção intravenosa, revela que não há perfurações no pulmão direito. Utilidade e Risco A importância deste tipo de exames têm aumentado recentemente. A principal limitação à maior utilização da medicina nuclear é o custo. No entanto é impossivel observar muitos processos fisiológicos de forma não invasiva sem a Medicina Nuclear. A quantidade de radiação que o paciente recebe num exame de medicina nuclear é menor que a radiação recebida numa radiografia ou numa Tomografia Axial Computadorizada. A quantidade de substância estranha é normalmente tão baixa que não há perigo de interferir significativamente com os processos fisiológicos normais. Os casos mais graves são muitas vezes os casos de hipersensibilidade (alergia) com choque anafilático do doente em reação ao agente químico estranho. A radioesterilização é outra tecnologia importante, com as seguintes aplicações na medicina: radiação de produtos sangüíneos destinados a transplantes, prevenindo possíveis rejeições; esterilização de tecidos humanos destinados a implantes; esterilização de válvulas cardíacas, rejeitos biomédicos, dispositivos contraceptivos intra-uterinos, preservativos masculinos e outros produtos e materiais descartáveis; Instrumentos cirúrgicos e produtos médico-farmacêuticos utilizam a radioesterelização. Radioesterilização Bibliografia: http://www.cnen.gov.br/ensino/aplic-soc.asp http://br.geocities.com/radioativa_br/pagina24.htm http://medicinanuclear-santamaria.com.br/historico1.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina_nuclear