Análise operacional do carregamento de toras de Eucalyptus Gustavo Henrique Stein1; Érico Daniel R. Guerreiro2; José C. Caraschi1 1 Faculdade de Engenharia Industrial Madeireira/UNESP, SP; 2FATEC, SP Objetivos O objetivo deste trabalho é analisar a operação de carregamento de toras de Eucalyptus no transporte florestal secundário. Métodos Por tratar-se de situação comum e típica, na qual o pesquisador possui pouco controle sobre os acontecimentos e deseja-se avaliar fenômenos em seu contexto, indica-se o estudo de caso como metodologia de pesquisa. [1] Para a coleta de tempos de carregamento utilizou-se do método de estudo de tempos e movimentos, por tempo contínuo, para um erro de 5%. O carregamento das toras nos caminhões foi por realizado por três carregadores florestais: dois Hyundai Robex 210 LC-7 e um Caterpillar sem modelo especificado. Foram utilizados documentos internos da empresa para avaliar a ocupação dos veículos empregados no transporte. Resultados A quantidade de média diária de madeira transportada, no período e sistema estudados, foi de 2.894 t e 3.740,87 m³. A frota de veículos durante o período de estudo apresentava, em média, 7 bitrens, 4 tritrens e 9 rodotrens. As capacidades dos veículos utilizados e os dados de ocupação média dos veículos com relação ao peso e ao volume pode ser vista na Tabela 1, observa-se ocupação abaixo do possível em todos os casos. É preciso definir métodos mais eficazes para realizar a tarefa. Os tempos analisados foram divididos nas seguintes etapas: espera, carregamento, amarração e limpeza da carga. Observaram-se esperas em 13 dos 31 carregamentos observados, geralmente, quando as composições chegavam em grupos. A Tabela 2 apresenta os tempos médios das atividades distribuídos de acordo com a composição veicular utilizada. Observase que juntas, espera, amarração e limpeza somam mais tempo operacional que a atividade de carregamento propriamente dita. Tabela 1: Ocupação média dos veículos Transportado Capacidade Composição Peso, t V, (m3) Peso, t V, m3 Bitrem 29,7 38,60 35,6 89,00 Tritem 39,9 51,97 47,5 120,0 Rodotrem 40,8 52,55 47,2 140,0 Tabela 2: Tempos médios de operação distribuídos de acordo com a composição veicular Tempo (s) Atividades Bitrem Tritem Rodotrem 399,1 399,1 399,1 Espera (22%) (18%) (17%) 613,4 822,3 843,3 Carregamento (34%) (36%) (37%) Amarração e 770,3 1034,7 1059,0 limpeza (43%) (46%) (46%) Conclusões Verificou-se que a espera anterior aos carregamentos decorre da formação de comboios realizada por alguns motoristas, pois como os caminhões esperam para deslocar-se em grupo, chegam juntos para carregar e descarregar, gerando problemas de espera e ociosidade. A baixa ocupação de carga dos veículos, de 83% para os bitrens, 84% para os tritrens e 86% para os rodotrens são fruto da variação na densidade da madeira, da dificuldade de obter uma correta distribuição da carga e da falta de parâmetros para definir a quantidade de carga colocada nos veículos, pois o controle é visual e feito pela experiência dos trabalhadores. Para a melhoria do sistema sugere a criação de um sistema no qual os implementos são transportados por caminhões, mas desacoplados deles para a movimentação e carregamento, com o intuito de diminuir o investimento necessário em veículos e aumentar o rendimento operacional dos veículos. Sugere-se o desenvolvimento de um sistema capaz de medir a carga nos eixos do caminhão durante o carregamento para aumentar a ocupação dos veículos. Referências Bibliográficas [1] Yin; R.K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2001.