Análise do Efeito do Desequilíbrio entre Fases sobre a Estabilidade de Tensão a partir do Método do Ponto de Máximo Carregamento Bruci P. Cabrera Universidade Estadual do Oeste do Paraná, UNIOESTE, PR 1. Objetivos A Geração Distribuída (GD) diz respeito a pequenas unidades geradoras que se ligam ao sistema de distribuição, e, portanto, localizamse perto dos consumidores. Estes geradores têm por característica da própria natureza operar com carregamento de forma desequilibrada entre as fases. Esse trabalho tem por objetivo o estudo da estabilidade de tensão de um sistema-teste trifásico implementado no ATP por SALIM (2010), onde será analisada sua curva P-V para a determinação do ponto de máximo carregamento como indicativo da instabilidade de tensão. 2. Métodos e Procedimentos Inicialmente, um sistema que consiste de um gerador conectado a uma carga é modelado de forma detalhada no Alternative Transients Program. Será analisado o comportamento do sistema adicionando uma carga trifásica equilibrada, incrementá-la gradualmente em etapas de 19,044 Ohms (correspondente a 1 p.u. com as bases adotadas), puramente resistiva, até que se encontre o ponto de máximo carregamento (PMC). De forma a analisar o efeito do desequilíbrio, este sistema é reconfigurado desequilibrando a carga entre suas fases, e, analogamente, determina-se o novo ponto de máximo carregamento. Por fim, analisa-se a relação entre o desequilíbrio e a maior ou menor capacidade do sistema a receber cargas do SEE. 3. Resultados A análise é realizada sobre cargas equilibradas e desequilibradas entre as fases do gerador síncrono, de maneira a obter uma relação entre o desequilíbrio e PMC (ponto de instabilidade de tensão) do sistema. Tem-se que a tensão da máquina síncrona é de 11270 Volts, então as medições terão esse valor como base. O PMC encontrado para o sistema equilibrado e para o desequilibrado tendeu a ser muito próximo, em torno de 1,55p.u. Na Figura 1 é mostrada a curva P-V de um sistema com um desequilíbrio de 30% entre as fases. Figura 1: Sistema com Cargas Desequilibradas em 30% 4. Conclusões Assim, baseado nesta análise, não se espera que ocorram problemas de instabilidade de tensão neste sistema elétrico com cargas inferiores a 190,44 Ohms. Percebe-se, adicionalmente, que inicialmente a tensão tem seu máximo para 19,044 Ohms. Verifica-se, também, que tanto o sistema equilibrado quanto desequilibrado possui uma resposta semelhante em relação ao PMC encontrado. Sintetizado, evidencia-se que não se espera que o desequilíbrio entre fases seja um fator determinante para a ocorrência de instabilidade de tensão nesse sistema. 5. Referências Bibliográficas [1] Kundur, P., Power System Stability and Control. New York: McGraw-Hill, 1994. [2] Monticelli A., Fluxo de Carga em Redes de Energia Elétrica. São Paulo, 1983. [3] Salim, Rodrigo Hartein. Avaliação do impacto de controladores de amortecimento na qualidade de energia elétrica em sistemas de distribuição com inserção de cogeração.Tese de doutorado(Pós – graduação em Engenharia Elétrica) – Universidade de São Paulo – USP. São Carlos, 2010.