Fenômenos de Transporte, Calor e Massa - FTCM Prof.: Dr. Cláudio S. Sartori - EXPERIMENTO 4 – Roteiro Experimental – Relatório 4 Viscosidade Viscosidade INTRODUÇÃO: Ao promover o movimento de uma esfera em um fluido ideal de viscosidade em regime estacionário, as linhas de corrente formam um desenho perfeitamente simétrico em torno da mesma. Haverá uma força de arrastamento viscoso. Jean Louis Poiseuille (1799 – 1869) foi um físico francês que realizou experimentos relacionados à viscosidade de fluidos. Em homenagem a seus trabalhos, denomina-se a unidade de viscosidade como Poise. A Lei de George Stokes da viscosidade estabeleceu a ciência de hidrodinâmica. Realizou trabalho sobre esferas e várias relações de fluxo que variam de mecânicas de onda a resistência viscosa. Estudou o movimento de fluidos incompressíveis, a fricção de fluidos em movimento, e o equilíbrio e movimento de sólidos elásticos. Seus trabalhos na transmissão de ondas acústicas por materiais viscosos é de interesse na Física. Investigando a teoria de onda de luz, nomeou e explicou o fenômeno de fluorescência, e teorizou uma explicação de linhas de Fraunhofer no espectro solar. Ele sugeriu que estes fossem causados através de átomos nas capas exteriores do Sol que absorve certos comprimentos de onda. Porém quando Kirchhoff publicou depois esta explicação aboliram-se quaisquer descobertas anteriores. A seguir analisaremos a força dada pela Lei de Stokes em fluidos viscosos. TEORIA produzir diferenças de velocidade entre lâminas adjacentes. A lâmina adjacente à placa móvel se move junto com ela e a lâmina adjacente à placa imóvel permanece também imóvel. O atrito entre lâminas adjacentes causa dissipação de energia mecânica e é o que causa a viscosidade no líquido. 1 É um fato experimental que o módulo F da força aplicada, necessária para manter o movimento da placa com velocidade de módulo v constante, é diretamente proporcional à área A da placa e ao módulo da velocidade e inversamente proporcional à distância L entre as placas. Assim, podemos escrever: Fv A definindo o chamado coeficiente de viscosidade do fluido, que depende do fluido e da temperatura. No SI, a unidade correspondente é pascal x s e no sistema cgs, o poise, de modo que 1 Pa x s = 10 poise. A tabela abaixo mostra alguns coeficientes de viscosidade. Coeficientes de Viscosidade Líquidos (poise) Glicerina (20 oC) o A viscosidade dos líquidos vem do atrito interno, isto é, das forças de coesão entre moléculas relativamente juntas. Desta maneira, enquanto que a viscosidade dos gases cresce com o aumento da temperatura, nos líquidos ocorre o oposto. Com o aumento da temperatura, aumenta a energia cinética média das moléculas, diminui (em média) o intervalo de tempo que as moléculas passam umas junto das outras, menos efetivas se tornam as forças intermoleculares e menor a viscosidade. Para entender a natureza da viscosidade nos líquidos, suponhamos duas placas sólidas planas, uma sobre a outra, com um fluído contínuo entre elas. Aplicando uma força constante a uma das placas, a experiência mostra que ela é acelerada até atingir uma velocidade constante (chamada velocidade terminal). Se a intensidade da força aplicada for duplicada, por exemplo, a velocidade terminal também duplica. A velocidade terminal é proporcional à força aplicada. Pensando que o líquido entre as placas se separa em lâminas paralelas, o efeito da força aplicada é o de dv dL Água (0 C) 8,3 0,0179 o Gases (10-4 poise) Ar (0 oC) o Ar (20 C) 1,71 1,81 o Água (100 C) 0,0028 Ar (100 C) 2,18 Éter (20 oC) o Mercúrio (20 C) 0,0124 Água (100 oC) 1,32 o 0,0154 CO2 (15 C) 1,45 Os coeficientes de viscosidade dos óleos lubrificantes automotivos são normalmente expressos em SAE. Um óleo cuja viscosidade SAE é 10 a 55 oC, por exemplo, possui viscosidade entre 1,6 e 2,2 poise. Ao definirmos o coeficiente de viscosidade escolhemos o caso em que o fluido, por efeito do movimento de uma das placas, separava-se em camadas muito estreitas, com a camada em contato com cada placa tendo a velocidade desta placa e as camadas intermediárias tendo velocidades que variam linearmente de uma placa para a outra. Tal escoamento é chamado laminar ou lamelar. O cociente = F/A é chamado tensão de cisalhamento. De modo geral: A dv dL mostrando a variação da velocidade das camadas de fluido com a distância à placa parada. Esta expressão representa a chamada lei de Newton para a viscosidade e o fluido para o qual ela é verdadeira é chamado fluido newtoniano. Entretanto, existem fluidos como os que são suspensões de partículas que não seguem esta lei. Por exemplo, o sangue, uma suspensão de partículas com formas características, como discos, no caso das células vermelhas. As partículas têm orientações aleatórias em pequenas velocidades, mas tendem a se orientar a velocidades mais altas, aumentando o fluxo, com a velocidade crescendo mais rapidamente do que a força. pequena, ou o tubo possuir um grande diâmetro, uma grande região central irá fluir com velocidade uniforme. Para um fluido de alta viscosidade a transição acontece ao longo de uma grande distância e em um tubo de pequeno diâmetro a velocidade pode variar através do tubo. Cálculo da Viscosidade em uma esfera: A esfera caindo com velocidade constante, termos a = 0. A segunda Lei de Newton fica: F ma P E Fv Equação de Poiseuille A equação que governa o movimento de um fluido dentro de um tubo é conhecida como equação de Poiseuille. Ela leva em consideração a viscosidade, embora ela realmente só é válida para escoamento não-turbulento (escoamento laminar). O sangue fluindo através dos canais sangüíneo não é exatamente um escoamento laminar. Mas aplicando a equação de Poiseuille para essa situação é uma aproximação razoável em primeira ordem, e leva a implicações interessantes. A equação de Pouiseuille para a taxa de escoamento (volume por unidade de área), Q, é dada por: E Fv P A força viscosa é dada por: Q F 6rv m f g 6rv mg R p 4 8 L onde P1-P2 é a diferença de pressão entre os extremos do tubo, L é o comprimento do tubo, r é o raio do tubo, e h é o coeficiente de viscosidade. Para o sangue, o coeficiente de viscosidade é de cerca de 4 x 10-3 Pa s. A coisa mais importante a ser observada é que a taxa de escoamento é fortemente dependente no raio do tubo: r4. Logo, um decréscimo relativamente pequeno no raio do tubo significa uma drástica diminuição na taxa de escoamento. Diminuindo o raio por um fator 2, diminui o escoamento por um fator 16! Isto é uma boa razão para nos preocuparmos com os níveis de colesterol no sangue, ou qualquer obstrução das artérias. Uma pequena mudança no raio das artérias pode significar um enorme esforço para o coração conseguir bombear a mesma quantidade de sangue pelo corpo. Sob todas as circunstâncias em que se pode checar experimentalmente, a velocidade de um fluido real diminui para zero próximo da superfície de um objeto sólido. Uma pequena camada de fluido próximo às paredes de um tubo possui velocidade zero. A velocidade do fluido aumenta com a distância às paredes do tubo. Se a viscosidade de um fluido for 2 m m eVe Ve mf f mf fVf Vf e 4 Ve R 3 3 Substituindo na equação (1) teremos: 4 3 R g 6 rv e 3 2 f R 3 g 3 rv e 3 f f f 4 3 R g 3 2 3 R g 3 e 2R 3 g 9rv 0 e 2R 3 g 9Rv 0 2 2 e f R g 9 v Fenômenos de Transporte, Calor e Massa - FTCM Prof.: Dr. Cláudio S. Sartori - EXPERIMENTO 4 – Roteiro Experimental – Relatório 4 Viscosidade R: Raio da esfera. v: Velocidade terminal. OBJETIVOS: Determinar a viscosidade dinâmica () de um fluido ( glicerina ou óleo de rícino ). Sistemas de Unidades: M.Kg.S: 1 [ Pa ] = 1 [ N / m2 ] onde : 1 [ N ] = [ 1 Kg * m / s2 ] C. G. S.: 1 [ ba ] = 1 [ din / cm2 ] M.Kgf.S.: 1 [ Kgf / m2 ] Outras unidades: 1 atmosfera normal ( 1 atN ) = 760 mm de Hg = 1,033 Kgf / cm2 = 1 atmosfera física. 1 atmosfera técnica ( 1 atT ) = 736 mm de Hg = 1,0 Kgf / cm2 = 0,968 atN = 10 m.c.a. 1 Kpa = 1000 Pa e 1 Mpa = 1000000 Pa 1 ” = 2,54 cm 1 ’ = 1 pé = 12 ” 1 jarda = 1 jd = 3 pé = 3 ’ 1 jd = 91,44 cm 1 pé = 30,48 cm 1 libra = 1 lb = 0,45359 Kg 1 litro = 1l = 10-3 m3 C. G. S. : 1 [ poise ] = [ g / cm * s ] H O 1 cmg 10 3 3 2 Hg 13,6 cmg 13,6.10 3 kg m3 3 kg m3 ; ; g 9,81 sm2 (esfera) = 7,80 [ kg / dm3 ] (glicerina) = 1260 [ kg /m3 ] g = 9,80 [ m /s2 ] ( óleode rícino ) = 967 [ kg / m3 ]. DADOS: Exemplos de Viscosidade - these may help you get a feel for the cP Hydrogen @20°C 0.008 6 cP Benzyl ether @ 20°C 5.33 cP Ammonia @ 20°C 0.009 82 cP Glycol @ 20°C 19.9 cP Water vapor @100°C 0.125 5 Soya bean oil @ 20°C 69.3 cP Air @ 18°C 0.018 2 cP Olive oil @ 20°C 84.0 cP Argon @ 20°C 0.022 17 cP Light machine oil @ 20°C 102 cP Air @ 229°C 0.026 38 cP Heavy machine oil @ 20°C 233 cP Neon @ 20°C 0.031 11 cP Caster oil @ 20°C 986 cP Liquid air @ -192.3°C 0.173 cP Glycerin @ 20°C 1,490 cP Ether @ 20°C 0.233 cP Pancake syrup @ 20°C 2,500 cP Water @ 99°C 0.2848 cP Honey @ 20°C 10,000 cP Chloroform@ 20°C 0.58 cP Chocolate syrup @ 20°C 25,000 cP Methyl alcohol@ 20°C 0.597 cP Ketchup @ 20°C 50,000 cP Benzene @ 20°C 0.652 cP Peanut butter @ 20°C 250,000 cP Water @ 20°C 1.002 cP Tar or pitch @ 20°C 30,000,000,000 cP Ethyl alcohol @ 20°C 1.2 cP Soda Glass @ 575°C 1,000,000,000,0 00,000 cP Mercury @ 20°C 1.554 cP MATERIAIS NECESSÁRIOS: 1) Tubos transparentes com os fluidos. 2) Esferas metálicas de vários diâmetros ( cinco diâmetros diferentes ). 3 3) Instrumentos : trena, cronômetro, paquímetro e termômetro. Módulo hidráulico. 3) Meça com o cronômetro o tempo de percurso entre as marcas nos tubos com os fluidos. CÁLCULOS 1) v 4) Medir as distâncias entre as marcas nos tubos percorridas pelas esferas para se determinar as velocidades vt para os vários diâmetros. L , onde: t 5) Tabela Experimental: L = comprimento entre as marcas nos tubos. t = tempo gasto para percorrer o comprimento L. 2) Esfera Diâmetro D(mm) Raio R=D/20(cm) Tempo t (s) v (cm/s) (Po) 2 R2 g e f 9 v Média e desvio padrão populacional: N i 1 N i 1 4 5 2. Garcez: pág. 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 47, 48, 96, 97. 3. Bastos: pág. 233, 234, 235, 236, 237, 253, 255. N 4. Tabelas de conversão. (Escrito em geral com 1 ou 2 algarismos significativos para o erro) 5. Tabelas do PRO - TEC ( Projetista de Máquinas ). 3) CRONÔMETRO : 6. Manual de Medição de Vazão - Gerard Delmée - págs.107,108,...,117,470. 100 divisões --------- 60 s x = 60 s * 1 / http://www.if.ufrj.br/teaching/fis2/hidrodinamica/viscosidad e.html x = 0,6 s http://www.ufsm.br/gef/VisLiq.htm 100 1 divisão cada divisão --------- xs CONCLUSÕES: 6 1. Sears: pág. 187, 188, 189, 190, 191, 192. 2 Erro associado à média: Resultado: 3 BIBLIOGRAFIA: N i 2 i N 1 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL: 1) Medir os diâmetros das esferas (cinco esferas). 2) Lançar as esferas no fluido. 2