CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADE FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO SIMONE APARECIDA ALVES DE SANTANA CAPIVARI - SP 2010 1 -SIMONE APARECIDA ALVES DE SANTANA- A Importância da Comunicação na Execução do Planejamento Estratégico Projeto de Pesquisa do trabalho de Conclusão do Curso apresentado ao Curso de Graduação em Administração da FACECAP/CNEC Capivari. Orientador: Professor Mestre Jorge José Elias CAPIVARI - SP 2010 2 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho ao meu pai, Ivo Alves dos Santos, que infelizmente não está presente para que possa abraçá-lo nem receber seu carinho. Ele com muita dificuldade nos criou e nos ensinou mesmo sem ter uma formação, que o retrabalho é dispensado quando se faz bem feito pela primeira vez. 3 AGRADECIMENTOS Agradeço ao meu Deus que é Fiel para cumprir todas as suas promessas e que mesmo não compreendendo a situação em muitas vezes, sei que ELE tem propósito em tudo na minha vida. À minha família querida que mesmo com minha ausência durante esses quatro anos se alegram comigo nesse momento: Maísa, Marina, Melissa, Murilo meus filhos queridos; ao grande amor da minha vida Lenilson: obrigada, obrigada e obrigada. Um agradecimento especial à minha irmã Márcia Muniz que me incentivou e a voltar pra escola (risos) e acreditou em mim e no meu potencial até mais do que eu. Às minhas irmãs e cunhados, irmãos e cunhadas, minha mãezinha e ao meu pai amado, obrigada. Serei sempre grata a vocês pelo apoio mesmo que inconsciente. Amo vocês. Aos amigos e colegas de sala; faço questão de citar alguns que são especiais: Ângelo Stênico, Carlos Quibao, Adriana Góis, Fernanda Martins, Matheus Pedroso, Larissa Balan, Amanda, Zé Ernani, Andréia Peterlini, Aline, Solange, Fúlvio, Maria Isabel... Aos professores e mestres... Levarei seus ensinamentos pra sempre comigo: Chico, Marcelo, Anderson, Céris, Melaré, Cléver, Diogo, Fernanda, Murilo, Marcelo Mader, Carlinhos, Paulo, Andréa, Daniel, Rita. Um agradecimento especial aos professores Jorge Elias, meu orientador, Marco Armelin e Valdir pelas dicas orientativas e sugestões na definição e construção da pesquisa. Agradeço a todos que de uma maneira ou de outra me ajudaram e contribuíram para o desenvolvimento do trabalho: Valéria, Nivaldo, Andréia Peterlini, Cecília (da biblioteca) e aos demais que no momento não me recordo (me desculpem). Agradeço a todos vocês e por tudo que me deram no decorrer desse curso, seja um apoio, uma dica, um abraço, um sorriso ou lágrimas. Tudo cooperou para meu crescimento e para o meu bem. Espero também ter contribuído com vocês de alguma forma. Um forte abraço a todos, Simone Santana 4 EPÍGRAFE “Se eu tivesse seis horas para derrubar uma árvore, usaria quatro delas para amolar o machado.” (Abrahn Lincon) “Pequenas mudanças podem produzir grandes resultados, mas, frequentemente as áreas de maior alavancagem são as mais óbvias.” (Peter Senge) 5 SANTANA, Simone Aparecida Alves de. A Importância da Comunicação na Execução do Planejamento Estratégico. Projeto de Pesquisa de Monografia de Conclusão de Curso. Curso de Graduação em Administração. Faculdade Cenecista de Capivari – CNEC, 39 páginas, 2010. RESUMO Tanto o Planejamento Estratégico como a Comunicação são ferramentas de fundamental importância para a continuidade e o desenvolvimento de qualquer organização. Com as mudanças aceleradas de um mercado cada vez mais competitivo a organização deve observar as transformações que ocorrem no ambiente em que está inserida para garantir sua permanência e qualidade atendendo às necessidades de seus clientes que por sua vez estão cada vez mais exigentes. A comunicação contribui e muito para o sucesso ou fracasso dessa permanência e aceitação dos serviços e produtos por seus consumidores, por isso se faz necessário tanto quanto o planejamento e deve ser exercida pelos gestores e administradores como insumo estratégico nas organizações do século XXI. Palavras-chave: 1. Planejamento Estratégico. 2. Estratégias. 3. Comunicação. 6 SUMÁRIO Introdução 10 Capítulo 1 Apresentação do Trabalho 11 1.1 Caracterização do Problema 11 1.2 Justificativa 11 1.3 Relevância 12 1.4 Objetivos 12 1.5 Estrutura do Trabalho 12 1.6 Metodologia 13 Capítulo 2 Planejamento Estratégico e Estratégia 14 2.1 Conceito de Planejamento Estratégico 14 2.2 Conceito de Estratégia 15 2.3 Evolução do Planejamento Estratégico 17 2.4 Porque Planejar 19 2.4.1 Missão 20 2.4.2 Visão 20 2.4.3 Valores 20 2.5 Cenários 21 2.6 Análise SWOT 21 2.7 As Cinco Forças Competitivas de Porter 21 2.8 As Estratégias Genéricas de Porter 22 2.9 Ferramentas de Mensuração e Controle do P E 23 2.9.1 BSC – Balanced Scorecard 23 2.9.2 Ciclo PDCA 26 Capítulo 3 Comunicação 27 3.1 A Comunicação e sua Importância 27 3.2 Os Elementos do Processo de Comunicação 28 3.3 Comunicação e Estatégia 29 3.4 Comunicação Empresarial - CEMP 32 3.4.1 Endomarketing 33 3.4.2 Fluxo das Comunicações 34 3.4.3 Redes e Canais de Comunicação 35 3.5 Comunicação e a Tecnologia 35 Considerações Finais 37 Referências Bibliográficas 39 7 LISTA DOS QUADROS E FIGURAS Quadro 01 Tipos Básicos de Estratégias Quadro 02 As Cinco Forças Competitivas de Porter Quadro 03 As Principais Estratégias das Organizações Quadro 04 Exemplo de um Placar Balanceado Figura 05 Ciclo PDCA 17 22 23 25 26 8 INTRODUÇÃO Este trabalho pretende mostrar que a comunicação e a disseminação da informação dentro das organizações são ferramentas indispensáveis para o desenvolvimento e cumprimento das ações e estratégias do Planejamento Estratégico. Há pouco tempo a comunicação passou a ser vista como ferramenta importante no desenvolvimento das atividades organizacionais. Foi por volta dos anos 90 mais especificamente que a comunicação ganhou força e importante reconhecimento como insumo estratégico dentro das empresas sendo vinculada ao negócio de forma mais abrangente deixando de ser um conjunto de atividades fragmentadas para se tornar um processo integrado com seus stakholders (BUENO, 2003). As organizações enfrentam hoje mudanças velozes e profundas transformações no cenário político, econômico, cultural e tecnológico e ainda tem que atender à um público cada vez mais conscientes de seus direitos e exigentes quanto à qualidades dos produtos e serviços. A Comunicação por sua vez traz sua contribuição como ferramenta importante no desenvolvimento e cumprimento do Planejamento Estratégico das organizações que percebem sua relevância como fator de sucesso ou fracasso no mercado atual. Segundo Coelho (1997) citado por Vitorino (2007) alguns motivos pelos quais as pessoas e equipes não assimilem a estratégia a atos do cotidiano, podem ser entre outros, um processo de comunicação confuso, ambíguo, cifrado e objetivo não especificado. Daí dá-se a importância de uma comunicação clara, objetiva e simples para que todos os envolvidos possam contribuir para o bom desempenho das estratégias traçadas pelos gestores da organização. 10 CAPÍTULO 1 – APRESENTAÇÃO DO TRABALHO 1.1 Caracterização do Problema A falta de comunicação gera conflitos desnecessários dentro de uma equipe ou organização. Para que um Planejamento Estratégico seja conduzido de maneira eficaz é importante que as pessoas desde a alta gerência até aos colaboradores operacionais “falem a mesma língua”. No entanto, quando as informações se perdem ao longo do caminho ou ficam subentendidas aos envolvidos não é possível desempenhar com êxito as ações planejadas. 1.2 Justificativa Pergunta Problema: Qual a importância da comunicação para desenvolvimento e execução das estratégias? A escolha do tema se deu pela compreensão da importância da comunicação no ambiente organizacional, sendo hoje vista como ferramenta importante no processo de produção e construção da imagem de uma organização perante a sociedade e o mercado em que está inserida. Considerando que uma organização deve se atentar às mudanças do mercado quanto aos produtos e serviços, concorrência, fornecedores, tecnologia, responsabilidade social, legislações, etc. eis a importância em utilizar a comunicação e a informação como ferramenta de modo eficaz para a minimização e ou antecipação de problemas futuros no desenvolvimento e cumprimento do Planejamento Estratégico. Sob esse aspecto o presente trabalho se justifica pela extrema importância do tema Comunicação nas Organizações e sua importância para a perfeita implementação e execução do processo de planejamento estratégico. O tema justifica-se ainda, pela escassez de publicações sobre a comunicação no âmbito do Planejamento Estratégico. 11 1.3 Relevância Considerando as mudanças tecnológicas, as informações e forças externas que influenciam nas tomadas de decisões e como conduzir tudo isto de forma que todos assimilem a sua importante participação na cadeia produtiva contribuindo para a permanência e crescimento da organização no mercado, a comunicação por sua vez dá sua contribuição nas organizações do século XXI. O planejamento envolve um modo de pensar, que envolve indagações e questionamentos (Oliveira, 2005), antecedendo a decisão à ação e por ser caracteristicamente complexo, as informações devem ser claras, de modo que os colaboradores da organização compreendam seu papel nesse planejamento contribuindo para o seu sucesso. 1.4 Objetivos Os objetivos deste trabalho são: • Evidenciar que a participação de todos depende de uma comunicação clara e objetiva para a realização das tarefas; • Mostrar que é o envolvimento da equipe que irá atingir os objetivos propostos pelos estrategistas; • Evidenciar a necessidade da comunicação entre os níveis hierárquicos da organização; • Mostrar que a comunicação é principal ferramenta na execução das estratégias estabelecidas. 1.5 Estrutura do Trabalho O trabalho está organizado em três capítulos e considerações finais. No primeiro capítulo encontra-se a caracterização do problema, justificativa, objetivo, relevância, estrutura do trabalho e metodologia. No segundo capítulo é apresentada uma revisão bibliográfica com o objetivo de fornecer a teoria pertinente ao assunto do Planejamento Estratégico, estratégias e sua evolução. 12 O terceiro capítulo trata da comunicação em si, seu processo, relevância e bibliografia pertinente à comunicação. Procura responder a pergunta problema e é o assunto principal deste trabalho. A conclusão do trabalho traz de forma sucinta a compreensão do assunto e do tema levantado. 1.6 Metodologia Este trabalho trata-se de um estudo do tipo exploratório realizado através de uma Revisão Bibliográfica e foram utilizadas bibliografias relativas ao Planejamento Estratégico e Comunicação Organizacional e tem como objetivo mostrar que Planejamento Estratégico e Comunicação caminham juntas e são essenciais nas tomadas de decisões. Foram utilizados como principal fonte de dados leitura de livros, artigos da Internet. No que se trata do Planejamento Estratégico as fontes foram disponibilizadas na biblioteca da Instituição de Ensino Superior - CNEC. Em ausência da bibliografia sobre Comunicação Organizacional foi buscado e encontrado com o auxílio de colaboradores em outras Instituições de Ensino Superior. Em leituras realizadas de livros e artigos foram identificados alguns autores chave em Comunicação como Maria Alzira Pimenta, Wilson da Costa Bueno, Gaudêncio Torquato e Paulo Nassar, e Ansof, Porter, Chiavenato, Norton e Kaplan em Planejamento Estratégico. Alguns artigos como da Revista HSM e artigos de Internet foram úteis na formação do conceito da importância da comunicação organizacional. A metodologia utilizada foi a qualitativa e os conceitos foram fundamentados a partir de material já elaborado constituído principalmente de livros. Segundo Gil, (1999) a principal vantagem da pesquisa bibliográfica está em permitir a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que poderia pesquisar diretamente especialmente quando o problema requer dados muitos dispersos pelo espaço. Por isso, este trabalho é caracterizado como Revisão Bibliográfica. 13 CAPÍTULO 03 - COMUNICAÇÃO 3.1 A Comunicação e sua Importância Segundo Pimenta (2000) comunicação em sua origem quer dizer tornar comum, isto é fazer com que uma idéia seja compreendida e captada por outras pessoas. Tendo assumido um papel importante e sendo um diferencial para as organizações do século XXI tem sido cada vez mais valorizada no meio empresarial. Bueno (2003) afirma que a comunicação empresarial deixou de ser vista como uma atividade que pode ser descartada ou relegada em segundo plano em momentos de crise ou de carência de recursos para se firmar como insumo estratégico que tanto uma empresa como outra entidade utiliza para fidelizar o cliente, sensibilizar multiplicadores de opinião ou interagir com a comunidade. É basicamente ágil e interativa graças à utilização intensiva de novas tecnologias proporcionando instantaneidade de resposta e ampliada troca de informações e experiências, embora requer cuidados se não for bem administrada por representar uma ameaça à organização pela rapidez da circulação de informações negativas via Internet. Para Medeiros (2010) a comunicação deve ser concebida de forma holística, sendo uma ferramenta estratégica de suporte administrativo em todos os setores da organização. Vidigal (2010) afirma que um bom sistema de comunicação é o que fará com que todos na empresa, trabalhe na mesma direção concentrando seus esforços para o alcance dos mesmos objetivos e isso mostrará ao público externo qual é a função da organização na sociedade. De acordo com as afirmações citadas pode - se dizer que a comunicação nas organizações é essencial para que as estratégias traçadas possam ser executadas pelos envolvidos tanto diretamente (funcionários) como indiretamente (stakeholders). A comunicação deve ser atual acompanhando as mudanças bruscas do mercado; precisa conciliar duas vertentes da empresa, a institucional e a mercadológica de modo a garantir ao mesmo tempo o compromisso da empresa perante a sociedade e a obtenção de resultados favoráveis. Para isso a 14 comunicação deve ser clara, objetiva evitando distorções e ruídos para que todos sintam confiança e satisfação tanto internamente como externamente atuando como um diferencial de competitividade (BUENO, 2003). 3.2 Os Elementos do Processo de Comunicação De acordo com Mendes e Junqueira (1999) com os elementos da comunicação apresentados a seguir, pode-se entender que o objetivo do comunicador é estabelecer uma comunhão com o receptor. Podemos definir a comunicação como a transmissão de informações e o seu entendimento por meio do uso de símbolos comuns. Este símbolo comum pode ser verbal ou não. Segundo Chaves et al (2006) e LIMA (2010) os elementos fundamentais no processo da comunicação são: • Comunicador /Emissor - é um elemento com idéias, intenções, informações e propósitos de comunicação. O emissor é componente que emite uma mensagem para o receptor. • Codificação – Lima definiu como: “É o processo que possibilita ao comunicador traduzir suas idéias em um conjunto sistemático de símbolos, ou seja, uma forma que expressa o propósito do comunicador. A forma mais utilizada de codificação é a linguagem, pois por meio dela conseguimos expressar nossos pensamentos e intenções” (LIMA, 2010 acesso: http://www.ogerente.com.br/novo/colunas_ler.php?canal=15&canallocal=47& canalsub2=152&id=781) • Mensagem – é o resultado do processo de codificação e o propósito do comunicador é expresso por meio dela, significa conteúdo, aquilo que é dito, escrito ou transmitido por símbolos ou sinais. “Não muito óbvias, entretanto, são as mensagens chamadas não explícitas, as quais podem ser expressas por meio do silêncio ou da falta de atividade em uma determinada situação. Estas mensagens podem ser transmitidas através da expressão facial, do tom de voz ou até mesmo do movimento do corpo”. (LIMA, 2010 acesso: http://www.ogerente.com.br/novo/colunas_ler.php?canal=15&canallocal=47& canalsub2=152&id=781) • Decodificador / Receptor – no sentido de se completar o processo de comunicação, a mensagem deve ser decodificada pelo receptor. O receptor é o destinatário da mensagem que recebe e interpreta (decodifica) a informação em termos de suas experiências anteriores e de suas referências. 15 “O propósito do comunicador é que sua mensagem, depois de decodificada, seja interpretada como sendo o seu pensamento original. Isto demonstra que a mensagem deve ser orientada para o receptor” (LIMA, 2010 acesso: http://www.ogerente.com.br/novo/colunas_ler.php?canal=15&canallocal=47&canalsu b2=152&id=781) • Feedback / Realimentação – é a informação que o emissor obtém da reação do receptor à sua mensagem e serve para avaliar se seu pensamento original foi decodificado. Sem o feedback não dá pra saber se a mensagem sofreu alteração se foi recebida ou compreendida. Para Lima (2010) a comunicação de mão única é aquela que não permite a realimentação receptor comunicador. Esse tipo de comunicação pode aumentar a distorção entre o que se queria comunicar e o que realmente foi recebido ou entendido. A comunicação e mão dupla, por exemplo, é aquela que acontece nas conversas face a face através de respostas direta, sinais e expressões faciais demonstrando descontentamento ou entendimento. • Ruído – é tudo aquilo que afeta e interfere na transmissão da mensagem. Ele pode ocorrer em qualquer parte do processo de comunicação. Pode ser erros de escrita, ou de interpretação, a distância entre o receptor e o emissor, erros de sinais eletrônicos, siglas ou códigos não familiares a todos, etc. Os ruídos podem alem de alterar a mensagem pode ocasionar terríveis transtornos, prejuízos e atrasos dos resultados. (CHAVES et al, 2006; LIMA 2010). 3.3 Comunicação e Estratégia Como dito no capítulo anterior, o processo de planejar segundo Oliveira (2005) envolve um modo de pensar e consequentemente envolve indagações e questionamentos sobre o que fazer, como, quando, quanto, para quem, porque, por quem e onde. Isto quer dizer comunicar aos envolvidos os objetivos e as propostas da organização para traçarem meios e atingi-los e isso provoca modificações em pessoas, tecnologia e sistemas. Citando Tilles (1963 p.114) citado por Oliveira (2005) o executivo deve considerar alguns aspectos quando estiver desenvolvendo e implantando uma estratégia. Uma delas é que a estratégia deve identificar-se com os profissionais da empresa, isto não quer dizer que ela deverá sempre estar escrita ou documentada, 16 mas deverá ser entendida através de outros meios de comunicação; devem ser consistentes com o ambiente da empresa, com os pontos fortes internos, objetivos, políticas, recursos e valores pessoais dos executivos e empregados entre outras. Oliveira (2005) ainda cita Hobbs e Heeany (1977 p.08) que adverte que ao se implantar uma estratégia, cinco pontos precisam ser atendidos: • Antes de designar estratégias ambiciosas, deve estar certo que não haverá sobrecarga funcional; • Conter as ondas de choque de estratégias; • Dedicar atenção pessoal a importantes questões de integração entre o centro de resultados com outros componentes da empresa; • Não dissolver a equipe de planejamento até que se tenha identificado as estratégias e ações que serão seguidas do começo ao fim; • Comunicar de cima para baixo e não apenas de baixo para cima porque as decisões estratégicas afetam todas as unidades organizacionais dentro da empresa. Citando Cerqueira (1999), quando há compreensão do comprometimento da equipe há atitudes, isto é há sinergia do comprometimento onde o foco de um é o foco de todos, onde a soma das partes é maior que o todo, pois há uma contribuição individual que enriquece o processo de desenvolvimento da estratégia. Nota-se que a comunicação entre as partes fará com que a “roda gire”. Primeiro a organização precisa saber criteriosamente qual a sua missão no mercado e sua visão, para então definir seus objetivos e suas estratégias tendo como base seus valores morais e éticos. A comunicação começa aí, primeiro nos principais envolvidos, isto é os gestores e executivos e depois pelos demais dentro da organização até o consumidor final para então recomeçar esse ciclo. Afinal é assim que o Planejamento Estratégico se comporta; traça as estratégias e as executa tendo em mente o melhor cenário no futuro. È necessário o acompanhamento e avaliação contínua por meio de um sistema de informação gerencial eficaz, o que exige uma equipe coesa, segundo Ferreira, Silva, Souza, Rigueiro e Miranda (2005). Quando não se atinge o objetivo, o Planejamento bem como as estratégias devem ser reformuladas para que os recursos de que a organização dispõe sejam 17 melhores empregados. Os recursos e capacidades internos poderão direcionar a escolha da estratégia, HSM (2006). Ainda segundo o artigo da revista HSM (2006)... “Tais capacidades internas-principalmente as humanas são muito importantes e, geral, pouco valorizadas pelos estrategistas. A estratégia só vai ser bem sucedida se tiver o apoio das pessoas certas e de outras fontes; estas devem estar alinhadas corretamente com a estratégia. (...) estratégia é mais que um projeto para conseguir mais clientes, diz respeito também a associar atividades da empresa em uma cadeia cujos elos se apóiam mutuamente e são eficazes em evitar imitações (...) precisa criar um alinhamento entre as pessoas e as atividades a organização e sua estratégia. Alinhamento é um estado no quais todos os funcionários de todos os níveis entendem a estratégia e qual papel devem exercer para fazer com que ela funcione”.(HSM Management Update nº30 – Março 2006). Podemos perceber que a administração estratégica é complexa por envolver em sua estrutura pessoas de todos os níveis de uma organização. Embora muitas pessoas possam ter características em comum, mas significantemente são diferentes em seus valores, crenças, motivações e objetivos e isso faz com que a administração estratégica se empenhe ao máximo para fazer com elas cumpram a missão que foi proposta pela organização sendo eficientes e eficazes. Porter (2010) afirma o quanto é importante o processo de comunicação dentro das organizações e como é difícil a compreensão das estratégias. “(...) Para implementar a estratégia com sucesso, é preciso, antes de mais nada, haver clareza a respeito do que estratégia realmente é e do que queremos dizer com estratégia [...] Eu acho que um dos maiores pesadelos da estratégia é conseguir que todos na organização tenham um entendimento comum a respeito da estratégia. Isso nos leva a uma área crucial, que é a comunicação. (...) Trata-se de providenciar para que grande número de pessoas na organização entenda a estratégia. Elas têm de entender quem é o público alvo, quais necessidades a empresa quer satisfazer, qual é seu diferencial, como ela visa oferecer algo diferente, como se compara com as rivais. Não é apenas a alta gerência que precisa conhecer a estratégia; a pessoa que faz contatos de vendas precisa conhecê-la; o atendente do call center precisa conhecê-la; o sujeito que está no laboratório tentando desenvolver o próximo produto da empresa precisa conhece-la. O CEO e o líder têm uma responsabilidade especial nisso. O CEO tem de estar sempre repetindo: “Nós somos isto. Nosso diferencial é este. Estamos tentando nos destacar assim”. Também deve assegurar que as métricas utilizadas digam respeito especificamente a sua estratégia, ou seja, que não sejam métricas genéricas, do tipo que qualquer empresa possa utilizar” (PORTER,2010 HSM Managemente, Jan-Fev 2010, p. 22). Com essa análise segundo Porter (2010) pode-se confirmar que o processo de comunicação é essencial para o desenvolvimento das estratégias e deve ser contínuo, claro e acessível a todos os envolvidos numa organização para que haja êxito no alcance dos objetivos pretendidos. 18 3.4 Comunicação Empresarial – CEMP Pimenta (2000) caracterizou a Comunicação Empresarial: “(...) como o somatório de todas as atividades de comunicação da empresa envolvendo métodos e técnicas de relações públicas, assessoria de imprensa, lobby, propaganda, promoções, pesquisa, endomarketing e marqueting” (Pimenta, 2000 p. 59). As atividades da CEMP para Pimenta (2000) devem fundamentalmente estar articulada com o Planejamento Estratégico tendo por objetivos: • A construção da imagem da empresa que está atrelada ao produto (preço, qualidade, durabilidade, relacionamento com o consumidor – atendimento, assistência técnica); • Adequação dos trabalhadores ao aumento da competição no mercado – desenvolvimento de valores e técnicas; • Atender as exigências dos consumidores mais conscientes de seus direitos – o consumidor precisa ser ouvido e respeitado; • Defenderem interesses junto ao governo e políticos (lobby), • Encaminhar questões sindicais e relacionadas à preservação do meio ambiente, etc. Nassar (1995) estabelece uma relação da imagem da organização com a comunicação que ela exerce no âmbito social e econômico. “A sociedade e o mercado consumidor tornaram-se bastante hostis às ”empresas analfabetas”, que não aprenderam a escrever, ouvir, falar, se expressar e principalmente dialogar no ambiente onde atuam”. (Nassar, Figueiredo, 1995p. 12). Para Nassar (1995) a comunicação entre a empresa e a sociedade, os consumidores, os colaboradores, outras autoridades e o governo se tornaram parte da fórmula do produto que ela fabrica. Segundo Pimenta (2000) a cultura da organização é fundamental para que a comunicação interna e externa seja compreendida. Com a globalização da economia e a unificação dos mercados a comunicação organizacional sofreu grande influência, pois aproximaram os clientes, as culturas e reduziu o tempo entre as negociações. Por isso a comunicação se tornou essencial na compreensão desses fatores em atender as necessidades do mercado considerando seus hábitos, linguagem, valores e crenças. Um administrador deve tomar sempre o 19 cuidado de não se tornar etnocêntrico, isto é, julgar a cultura de outros tendo a sua como padrão, explica a autora. Citando Bueno (2003) a comunicação empresarial é o espelho da cultura e reflete, necessariamente, os valores da organização que e se orienta no mesmo sentido. Segundo Pimenta (2000) a comunicação poderá ser mais eficiente se a cultura da empresa for mais aberta e participativa com uma estrutura horizontal e descentralizada, o que não ocorre em uma estrutura hierárquica e centralizada e com uma cultura organizacional fechada. “A comunicação dentro da organização contribui para a definição e concretização de metas e objetivos, além de possibilitar a integração e o equilíbrio entre seus componentes (departamentos, áreas, etc.). A partir do sistema de comunicação criado internamente, a empresa interage com três grandes sistemas: o sócio-político, o econômico-industrial e o microclima interno [...]”. (Pimenta, 2000 p. 48). 3.4.1 Endomarketing Considerando a estrutura tradicional das organizações como burocrática, técnica e racional notar-se-á que não há espaço para sentimentos e emoções como citou Pimenta (2000) e isso impede que os trabalhadores expressem maior participação e engajamento resultando uma diminuição da motivação e consequentemente comprometendo o processo produtivo. Segundo a autora qualquer objetivo só será alcançado quando a comunicação promover a integração de um espírito de trabalho em equipe e permitir a expressão de seus valores, desejos e conflitos confrontado-os uns com os outros. Sabe-se que o fator humano é fundamental para o sucesso ou fracasso de qualquer processo produtivo. “Endomarketing envolve ações de marketing para o público interno ressaltando a importância do trabalhador no processo produtivo e o respeito como ser humano, com potencialidades e dificuldades. (...) Alguns requisitos para a implantação de um programa de Endomarketing: • Bom senso para admitir que há problemas; • Reconhecer a importância do funcionário na solução de problemas; • Informar o funcionário sobre tudo que acontece na empresa; • Ser persistente e determinado; • Avaliar constantemente o processo com os envolvidos, redirecionando se necessário; • Enfrentar os conflitos e as resistências naturais e eventuais; • Ter e demonstrar honestidade de propósitos (produção com qualidade)”. (Pimenta, 2000 p. 81 e 82). 20 Como podemos ver o objetivo da aplicação do endomarketing traz como resultado a satisfação e motivação do público interno promovendo um ambiente produtivo na organização. Nassar (1995) afirma ainda que é inaceitável que se preocupe mais com a comunicação externa (eventos de publicidade e propaganda) que com a comunicação interna. Os trabalhadores devem saber qual a filosofia da organização onde atuam para que se cumpra a meta estabelecida e passem para o consumidor e para a sociedade a imagem que se deseja, pois são eles que constroem a marca da empresa. 3.4.2 Fluxo das Comunicações Segundo Pimenta (2000) os fluxos das comunicações determinam o caminho percorrido pelas mensagens desde emissor até o receptor. O fluxo poderá ser vertical ou horizontal. O fluxo vertical pode ser descendente – geralmente são as instruções, diretivas, procedimentos, metas, etc e saem dos cargos de níveis hierárquicos maiores para os de níveis menores. Quanto maior for o espaço entre o emissor e receptor nesse caso, maior será a chance de dispersão de informação ou a interferência de ruídos e distorções. O fluxo vertical também pode ser ascendente – geralmente são anseios, expectativas, resultados, sugestões... e saem dos cargos de níveis hierárquicos inferiores para os superiores. Uma das dificuldades é a tendência dos funcionários informarem somente o que consideram que seus superiores desejam saber (PIMENTA, 2000). O fluxo na direção horizontal é a circulação da informação de forma lateral, ou seja entre os funcionários ou entre os grupos do mesmo nível hierárquico e incluem as mesmas mensagens dos outros dois tipos de fluxos. Uma das dificuldades acontece quando algum dos grupos retém uma informação importante para controlar outro grupo (PIMENTA, 2000). 3.4.3 Redes e Canais de Comunicação 21 Pimenta (2000) cita dois tipos de rede de comunicação: a formal e a informal. A formal é onde veicula as mensagens oficiais e legitimadas pela organização utilizando os canais formais, a informal é conhecida como Rádio Peão ou Rádio Corredor. Segundo a autora se trata de uma rede complexa, informal e muito eficiente pela qual circulam as mais variadas informações, notícias e rumores de interesse dos funcionários, independente de sua hierarquia, formação profissional ou status. Para minimizar as especulações e os efeitos negativos quanto à imagem da organização o administrador deve se assegurar que os funcionários estão recebendo as informações suficientes e honestas sempre. Rego (1986) cita os canais ou veículos mais usados como instrumentos de comunicação na organização. São eles: Visuais: • Escritos – instruções e ordens escritas, circulares, cartas pessoais, manuais, quadros de avisos, boletins, panfletos, jornais e revistas, relatórios de atividades, formulários, e-mail; • Pictográficos – pinturas, fotografias, desenhos, diagramas, mapas; • Escritos – pictográficos – cartazes, filmes mudos com legenda, gráficos, diplomas e certificados; • Simbólicos – luzes, bandeiras, flâmulas, insígnias. Auditivos: • Diretos – conversas, entrevistas, reuniões, conferências; • Indiretos – telefone, rádio, intercomunicadores automáticos, autofalantes; • Simbólicos – sirenes, apitos e buzinas, sinos, outros sinais. Audivisuais: • Filmes; • Demonstrações; • Vídeo. (REGO, 1986, p. 65) • Esses são canais mais comuns utilizados pelas organizações para veiculação e disseminação de informações. 3.4 A Comunicação e a Tecnologia A introdução de novas tecnologias no dia a dia das organizações tem provocado mudanças formidáveis no processo de gestão e no processo comunicacional pela agilidade e interatividade que ela resulta. O que era novo logo se torna obsoleto as organizações ainda encontram dificuldade para se adaptar às novas mídias, com formatos e linguagens ainda insuficientemente explorados, mas aos poucos vão descobrindo formas de conviver com elas (BUENO, 2003). 22 A TI ou TIC como é chamada a Tecnologia da Informação e Comunicação tem sido ao longo do tempo cada vez mais utilizada como instrumento para diversos fins dentro da organização como o BSC, por exemplo, (ROSSETTI; MORALES, 2007). É usada como ferramenta de comunicação e gestão empresarial, de modo que organizações e pessoas se mantenham operantes e competitivas nos mercados em que atuam (...) é cada vez mais intensa a percepção de que a tecnologia d informação e comunicação não pode ser dissociada de qualquer atividade, como importante instrumento de apoio incorporação do conhecimento como principal agregador de valor aos produtos, processos e serviços entregues aos seus clientes (ROSSETTI; MORALES, 2007). A Internet potencializa ao extremo este contato entre as organizações e seus stakeholders pela oferta de espaços de relacionamentos como sites, intranet, chats, newletters, lista de discussão, etc. (BUENO, 2003). 23 CONSIDERAÇÕES FINAIS Através da pesquisa realizada conclui-se que tanto o Planejamento Estratégico como a Comunicação estão intimamente ligadas, pois para que uma estratégia seja formulada, desenvolvida e transmitida é necessário uma comunicação eficiente. Entendendo que a organização funciona como um sistema onde os setores estão inter-relacionados e que um contribui com o outro para que se atinja o objetivo principal tem-se a comunicação como o canal que unirá todos os processos viabilizando a escolha das estratégias. A comunicação deixou de ser vista como secundária e isolada, embora muitos ainda acreditam que seja, e passou ser tipificada como insumo estratégico pelas organizações, pois integra conhecimento, aprendizagem, novas culturas, negociações e consequentemente resultados. Por isso faz-se necessário a clareza das informações na construção das estratégias e sua transmissão para que haja cumplicidade de todos os envolvidos na execução desse processo. A comunicação empresarial precisa conciliar duas vertentes, a institucional e a mercadológica garantindo ao mesmo tempo o reforço da imagem da empresa comprometida com a cidadania e obtenção de resultados. Sabe-se que não é fácil envolver pessoas, tecnologias e objetivos tendo em vistas as aceleradas mudanças que ocorrem hoje no mercado e no mundo por isso se faz necessário um planejamento flexível e avaliação contínua considerando o ambiente que a organização está inserida bem como as ameaças e oportunidades que ele venha oferecer. A qualidade da comunicação vai depender da cultura que a empresa adota e isto está intrinsecamente ligada aos executivos e principais responsáveis pela organização sendo como um espelho refletindo os seus valores. As transformações decorrentes da globalização têm aproximado cada vez mais as pessoas e os mercados e isso tem mudado a maneira de uma organização se comunicar com seus consumidores, fornecedores e concorrência. O avanço da tecnologia trouxe agilidade e interatividade entre as empresas e seus clientes que estão cada vez mais exigentes e conscientes de seus direitos forçando as organizações a criar canais específicos de relacionamentos para cada tipo de público que lhe interessar. 24 Com essa pesquisa pode-se afirmar que a pergunta problema: Como deve ser a comunicação e qual a importância no desenvolvimento das estratégias? foi respondida e que os objetivos pretendidos foram alcançados mostrando que o modo de se comunicar em uma organização é de extrema importância pois fará com que a equipe se envolva para atingir os objetivos e isso em todos os níveis hierárquicos da empresa, embora não seja fácil fazer com que todos assimilem a estratégia traçada por ser o ser humano complexo por natureza, mas a comunicação clara, objetiva e participativa trará uma cumplicidade entre as pessoas envolvidas e os recursos de que a empresa dispõe para realizar sua ações estratégicas. Conclui-se que a comunicação organizacional tem um papel fundamental na execução do Planejamento Estratégico garantindo a sobrevivência do empreendimento no mercado. 25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Livros ANSOFF, Igor; MCDONNELL, Edward J. Implantando a Administração Estratégica Editora Atlas, 1993. BUENO, Wilson da Costa. Comunicação Empresarial: teoria e pesquisa. Barueri, SP. Editora Manole, 2003. CERQUEIRA, Wilson. Endomarketing: educação e cultura para a qualidade. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark, 1999. CHAVES, Lúcio Edi; SILVEIRA NETO, Fernando Henrique da PECH, Gerson; CARNEIRO, Margareth Fabiola dos Santos. Gerenciamento da Comunicação em Projetos. Rio de Janeiro. Editora FGV, 2006. CHIAVENATTO, Idalberto; SAPIRO, Arão. Planejamento Estratégico – Fundamentos e aplicação – da intenção aos resultados. Rio de Janeiro. Editora Elsevier, 2003. GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de pesquisa social. São Paulo. Editora Atlas, 1999. KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. 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