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INFLAÇÃO: TEMIDA E NÃO ENTENDIDA
Como ela afeta a sociedade
Carlos Eduardo da Costa – ME -383914
Prof. Natal Dolzan Júnior
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Tecnologia em Processos Gerenciais (EMD1651) – Matemática Financeira
16/03/07
RESUMO
O conteúdo demonstra as características da inflação. Como ela surge e é controlada. Mostra os
efeitos provocados pelo descontrole da inflação. Conta a historia da inflação no Brasil e o que foi
feito para controlá-la. Explica os principais índices e institutos que medem e divulgam a taxa de
inflação no Brasil e o que o Governo faz para controlá-la.
Palavra-chave: Inflação; Economia; Índice.
1 INTRODUÇÃO
Um dos índices mais discutidos em todo o mundo, a inflação tem sua origem na economia
de mercado. Está ligada diretamente ao poder de compra do consumidor e no poder do Estado em
controlá-la. Seus efeitos podem ser devastadores em uma economia fraca.
No Brasil, a palavra inflação persegue o brasileiro desde a época da industrialização,
promovida por Jucelino, quando os índices começaram a aumentar e atingir seu ápice na década de
80.
No período atual passamos por uma calmaria, apenas abalada por uma ou outra crise
internacional. Os atuais índices inflacionários medidos pelos institutos oficiais demonstram isso.
2 O QUE É INFLAÇÃO
Em economia, segundo a Griffiths (1981), inflação é a queda do valor de mercado ou de
poder de compra do dinheiro. Isso é equivalente ao aumento no nível geral de preços, que muitas
vezes é estimulado pela lei da oferta e procura. Quanto maior é a procura por um determinado
produto, maior fica seu preço. Analisando o mercado externamente, a inflação se traduz mais por
uma desvalorização da moeda local frente à outra, especialmente o Dólar e agora também ao Euro.
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Outro processo que envolve a inflação é a deflação. Caracterizada pela baixa nos preços de
alguns produtos no mercado. Pode ser gerada pela baixa procura, ou pela maior oferta e menor
demanda. Mas não se pode confundir deflação com desinflação, que é a redução no ritmo da alta
dos preços em um processo inflacionário. Deflação é quando os preços recuam, e a taxa se torna
negativa. Esse processo pode até parecer bom num primeiro momento para a economia, mas isso
acontece porque muitas empresas têm que reduzir os preços para poder vender e isso pode levar
uma empresa a falência.
Mas para Furtado (2007), a inflação não é um fenômeno monetário ou econômico. Sua raiz
está na questão distributiva entre os grupos sociais de uma economia. Ou seja, a inflação de preços
é o meio pelo quais os grupos sociais ligados às atividades produtivas dispõem para ampliar a sua
apropriação do acréscimo de renda criado no processo de crescimento econômico, levando a
economia para novos equilíbrios distributivos entre esses grupos. Se a inflação fosse um efeito
monetário e neutro em relação ao lado real da economia (bens e serviço), sem afetar a distribuição
de renda, o aumento generalizado de preços deveria ocorrer de forma simétrica em todos os setores
da economia e não é isso que acontece.
2.1 EFEITOS DA INFLAÇÃO NA ECONOMIA
Um dos efeitos da inflação, é que se torna mais difícil renegociar alguns preços, contratos e
salários, para valores mais baixos, então com o aumento geral de preços é mais fácil para que os
preços relativos se ajustem. Muitos valores são bastante inflexíveis para baixo, e tendem a subir,
portanto os esforços para manter uma taxa zero de inflação irão punir setores com queda de preços,
lucros e empregos. Esses esforços podem também levar a deflação, que podem ser bastante
destrutivas, estimulando falências e recessão.
A inflação pode também provocar efeitos sobre a estrutura de produção da economia.
Redistribuindo rendas e causando uma desproporção em relação ao volume de demanda para os
vários setores da economia, já que os preços não mudam todos juntos e sim cada um com diferente
intensidade.
Outro efeito negativo pode ser a hiperinflação. Geralmente quando a inflação é resultado
de políticas governamentais para aumentar a disponibilidade de moeda, a contribuição do governo
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para um ambiente inflacionário é vista como uma taxa sobre a moeda em circulação. Com o
aumento da inflação, aumenta esse peso sobre o dinheiro em circulação, isso por sua vez promove
um aumento da velocidade de circulação do dinheiro, o que por sua vez reforça o processo
inflacionário em um ciclo vicioso que pode levar a hiperinflação.
Por conta destes efeitos negativos causados pela inflação, os bancos centrais costumam
definir a estabilidade de preços como m objetivo primordial de suas políticas, como uma inflação
perceptível, mas baixa, como ideal. Uma forma de controlar os preços é a taxa de juros, quanto
maior é a taxa de juros, menos dinheiro circula no mercado, o que diminui a capacidade de compra
da população. Consequentemente, a inflação não sobe.
3 INFLAÇÃO NO BRASIL
Segundo pesquisa realizada por Batié e Escudero (2007), a inflação começou a ser medida
no Brasil no ano de 1920. O modelo utilizado na época era o europeu, que já era utilizado desde
1400, e era calculada pela Fazenda Nacional. Porém, os dados não refletiam a realidade brasileira,
pois o calculo era feito levando por base os gastos de uma família de classe média, o que na época
era minoria. Com a criação da Lei do Salário Mínimo, em 1936, o calculo foi reformulado e passou
a ser calculado pela Fundação Getulio Vargas, que até hoje mede a inflação. Nesse período foi
criada uma cesta de consumo que incluía vários produtos de consumo essencial para o brasileiro.
A partir de 1945 a economia brasileira se tornou estável com uma taxa de 3% ao ano. Com
a fase de crescimento econômico e industrialização promovida pelo então presidente Jucelino
Kubichek nos anos 60, os índices aumentaram. As greves e o período de incerteza política elevaram
a inflação para 90% ao ano. Durante todo regime militar a inflação se manteve alta, porém com o
poder autoritário da ditadura, as taxas eram manipuladas e sofriam alterações para poder baixar os
índices, portanto os dados do período não são confiáveis.
O período pós-ditadura (1980) foi sem dúvida o mais turbulento de toda a historia.
Segundo Bueno (1984 p. 71):
O condutor da recessão é o ministro do Planejamento, Delfim Netto, que para
colocar a economia no fundo do poço apertou violentamente o crédito, permitiu
que as taxas de juros disparassem [...] e principalmente fez cortes drásticos nos
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investimento públicos. Do alto de seu cinismo e arrogância Delfim diz que a
recessão é a única saída possível para combater a inflação e resolver os problemas
da balança comercial [...].
Os famosos planos Bresser, Cruzado e Collor tentaram controlar a inflação que depois da
redemocratização passou de 72,53% em 1986, para incríveis 1.972,91% em 1989. A classe média
nesse período foi a mais afetada que chegou ater suas poupanças bloqueadas por um tempo no
governo Collor.
Passado o impeachment do presidente Collor, o então ministro da fazenda Fernando
Henrique Cardoso, anunciou mais um plano econômico, o Plano Real. O índice da inflação caiu de
916,43% em 1994, para 22,41% em 1995 (Veja GRÁFICO 1). Desde o lançamento do Plano Real,
a taxa da inflação se mantém praticamente estável, tirando os sobressaltos provocados por crises
internacionais. Segundo Batié e Escudero (2007), para manter a inflação num patamar aceitável,
(Veja GRÁFICO 2), o Banco Central usa desde 1999 a chamada Meta de Inflação. Trata-se de uma
taxa que é estabelecida para o ano. O governo precisa trilhar caminhos durante o ano para alcançar
essa meta e mostrar credibilidade perante o mercado internacional, que está sujeito a fortes crises.
Mostrar que a inflação está controlada garante investimentos externos e blinda a economia durante
uma crise internacional, onde o capital é retirado dos países emergentes e aplicado em economias
estáveis.
3.1 QUEM MEDE A INFLAÇÃO NO BRASIL
Atualmente quatro institutos de pesquisa medem a inflação no Brasil.
A Fundação Getulio Vargas (FGV) é a mais antiga. Ela calcula três índices: Índice Geral
de Preços do Mercado (IGP-M); Índice Geral de Preço ao Mercado nos primeiro 10 dias de cada
mês (IGP-10); Indice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que diferem entre si
apenas pelo período de coleta de dados. Todos são calculados com base nos indicadores: Índice de
Preços no Atacado (IPA); Índice de Preços ao Consumidor (IPC); Índice Nacional do Custo da
Construção (INCC), que representam 60%, 30% e 10% respectivamente, em cada um dos índices.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é o órgão responsavel pelo cálculo
do índice de inflação usado pelo governo. Portanto é o índice oficial do Brasil. Ele calcula o Índice
de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA). E também o Índice Nacional de Preços as Consumidor
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(INPC). Ambos são calculados com dados coletados nas regiões de Rio de Janeiro, Porto alegre,
Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Goiânia, Distrito Federal e Curitiba.
A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), está ligada a Universidade de São
Paulo, e é responsável pelo índice de inflação da capital paulista, servindo de base para todo o
Brasil. É conhecido como Índice de Preço ao Consumidor do Município de São Paulo (IPC).
O Departamento Intersindical de Estudos Estatísticas e Socioeconômicas (DIEESE) se
difere das outras por incluir, além dos itens essenciais, os gastos com recreação, cultura e lazer. O
Índice de Custo de Vida (ICV) é medida entre os grupos de três classes de renda: um a três salários
mínimos; um a cinco salários mínimos; e um a trinta salários mínimos.
4 CONCLUSÃO
A relação entre taxa de inflação baixa e crescimento econômico é muito grande.
Crescimento econômico significa mais emprego e aumento do poder de compra da população.
Aumento de compra da população significa aumento da taxa de inflação. Então estamos em circulo
vicioso? Sim. Mas que tem e pode ser controlado e administrado pelos governos. Os governos do
mundo devem procurar um ponto de equilíbrio para manter a inflação baixa e aumentar o
crescimento econômico. Um desafio enfrentado pela maioria dos paises, especialmente do Brasil.
Países emergentes estão mais sujeitos as alterações e crises econômicas internacionais.
Inflação talvez seja o termo do dicionário de economia que a população mais conheça. O
brasileiro já sofreu muito com taxas astronômicas, onde os preços literalmente aumentavam todos
os dias. Hoje passamos por uma calmaria, mas que é muito criticada pelos empresários, que
condenam a alta dos juros para controlar a inflação, o que gera um crescimento muito pequeno da
economia. Esse ponto de equilíbrio o Brasil ainda não encontrou.
REFERÊNCIAS
BATIE, Elisa; ESCUDEIRO, Camila. Imes Explica: O que é inflação, e como ela afeta o seu bolso.
Disponível em: <http://www.imesexplica.com.br/0412inflacao_abre.asp>. Acesso em: 28 fev. 2007.
BUENO, Ricardo. Porque os Preços Sobem no Brasil: Uma explanação para o povo. 2. ed.
Petrópolis: Vozes, 1984
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FURTADO, Celso M. Formação Econômica do Brasil. 34. ed. São Paulo: Companhias das Letras,
2007.
GRIFFITHS, Brians. Inflação: O Preço da Prosperidade. São Paulo: Novos Umbrais, 1981.
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ANEXOS
2477,15
1972,91
1620,97
1119,09
980,13
916,43
472,69
363,37
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
22,41
9,56
1995
1996
GRÁFICO 1 – Porcentagem da Inflação 1987 até 1996
FONTE: IBGE
12,53
9,3
8,94
7,67
7,6
5,97
5,22
5,69
4,03
1,66
1997
1998
1999
2000
2001
2002
GRÁFICO 2 – Porcentagem da Inflação 1997 até 2006
FONTE: IBGE
2003
2004
2005
2006
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