Apresentação de Caso Clínico LEMDAP

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Apresentação de Caso Clínico
L.E.M.D.A.P.
CARDOSO, Michel¹; DELFINO, Gabriel Felipe Lima¹; NEGRETTI,
Fábio²
¹Acadêmico do curso de Medicina da Unioeste
²Professor de Anatomia e Fisiologia Patológica da Unioeste
Identificação
Nome: R. R.
Idade: 53 anos
Sexo: feminino
Naturalidade: Santa Catarina
Residência atual: Cascavel
Grau de instrução: 2º grau completo
Profissão: doceira
H.D.A.
A paciente procurou um posto de saúde,
primeiramente em 02/10/06, para controle
ginecológico normal. Em 10/02/07 foi ao
posto com queixa de leucorréia crônica.
Numa consulta em 29/04/2008 a paciente
relatou que vinha tendo há algum tempo
sangramento quase diário (metrorragia).
H.P.P.
Relatou possuir H.A.S. e diabetes do tipo 2.
Apresenta quadro de obesidade. Negou
tabagismo e etilismo, e afirmou ser
sedentária. Não tem filhos (G0 e P0).
Hipóteses Diagnósticas
• Atrofia do endométrio
• Hiperplasia (Neoplasia intra-epitelial
endometrial)
• Polipose endometrial
• Ciclo anovulatório
• Terapia por reposição de estrogênio
• Vaginite causada por T. vaginalis
• Endometriose
• Adenomiose
• Tumor de células granulosas (foliculares)
Exames Físicos
Massa corpórea: 100 kg
P.A.: 140/90 mmHg
Altura: 165 cm
Após exame ginecológico de Papanicolaou foi
constatada uma massa tumoral intra-epitelial
Exames Complementares
• Na ultra-sonografia transvaginal foi
observado o útero medindo 9,7 x 5,9 x 5,0
cm (normal: 7,5 x 5,0 x 2,0 cm) com
volume de 150,5 cm³ (normal: 20 – 70
cm³). O endométrio foi visualizado com
uma espessura de 24 mm (no final da fase
secretora o endométrio normal mede de 4
a 5 mm).
Exames Complementares
Bacterioscopia de secreção vaginal
Exame a fresco
Ausência de parasitas
Polimorfonucleares
+
Cel. Epiteliais Pavimentosas
+
Bastonetes Gram negativos
++
Bastonetes Gram positivos
-
Cocos Gram Positivos
-
Gardnerella sp.
-
Leveduras
-
Leptotrix
-
Laudo Anatomopatológico 1
Material recebido: endométrio (por curetagem
simples).
Macroscopia: material recebido consiste de
múltiplos fragmentos irregulares de tecido
pardacento, elástico, granuloso e
homogêneo misturados a fragmentos
hemáticos.
Laudo Anatomopatológico 1
Microscopia: fragmentos de endométrio,
representativo de camadas basal e funcional
com neoplasia epitelial maligna, constituída por
células que arranjam-se em formações
tubulares, com calibres variados, com áreas
com arranjo papilífero. Na maioria dos campos
analisados observam-se áreas sólidas (6-50% G2). As células em sua maioria apresentam
citoplasma eosinófilo, núcleos apresentando
grande variação de tamanho e forma, nucléolos
presentes, mitoses presentes, porém em
quantidade moderada.
Conclusão 1
Adenocarcinoma endometrióide,
moderadamente diferenciado, com
ausência de infiltração angiovascular e
presença de extensas áreas de necrose.
Possível caso de câncer de endométrio
estrogênio-dependente
Extensas áreas de necrose
Laudo Anatomopatológico 2
Material recebido: linfonodos, útero, tubas e
ovários (após a histerectomia de Werthein)
Útero: possui massa de 160 g (normal: 90g),
mede 9,0 x 8,0 x 5,0 cm. Preenchendo
toda a cavidade uterina, que mede 6,7 cm,
há uma tumoração esbranquiçada, friável
com focos hemorágicos. O tumor não
ultrapassa a serosa.
As tubas, ovários e linfonodos estão
aumentados
Conclusão 2
• Adenocarcinoma endometrióide pouco
diferenciado, com nível de invasão miometrial.
Presença de infiltração vascular e de êmbolos
angiolinfáticos.
• Adenomiose e hiperplasia simples sem atipias
• Ausência de infiltração nas tubas e ovários, e
ausência de metástases nos linfonodos.
Estadiamento TNM: IC (pT1c, pN0,pMx)
Possível caso de câncer de endométrio
estrogênio-independente
Adenocarcinoma endometrióide pouco diferenciado, com
nível de invasão miometrial
Presença de infiltração vascular e de êmbolos
angiolinfáticos
Adenomiose e hiperplasia simples sem atipias
Imuno-histoquímica
Painel Realizado
Anticorpos
Clone
Resultado
Receptor de estrógeno
SP1
Negativo
Receptor de progesterona
PgR636
Negativo
Diagnóstico: adenocarcinoma
endometrióide estrogênio-independente
O endométrio
MOORE, Keith L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia Clínica. 7ª ed. pg. 26. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
O endométrio
MOORE, Keith L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia Clínica. 7ª ed. pg. 26. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
Ciclo menstrual: a fase proliferativa
e o câncer de endométrio
O ciclo menstrual é dividido em 4 fases:
• Fase menstrual;
• Fase proliferativa (estrogênica ou folicular);
• Fase secretora (ou progestacional);
• Fase isquêmica.
Produção dos hormônios esteróides femininos
KIERSZENBAUM, Abraham L. Histologia e Biologia Celular: uma introdução à patologia. 2ª ed. pg. 631. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
Ciclo Menstrual
KIERSZENBAUM, Abraham L. Histologia e Biologia Celular: uma introdução à patologia. 2ª ed. pg. 631. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
KIERSZENBAUM, Abraham L. Histologia e Biologia Celular: uma introdução à patologia. 2ª ed. pg. 631. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
Endométrio na fase proliferativa
Endométrio na fase secretora
KIERSZENBAUM, Abraham L. Histologia e Biologia Celular: uma introdução à patologia. 2ª ed. pg. 631. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
Endométrio proliferativo normal
http://anatpat.unicamp.br/lamgin6.html
Endométrio proliferativo normal
Endométrio secretor normal
http://anatpat.unicamp.br/lamgin8.html
http://anatpat.unicamp.br/lamgin6.html
Endométrio proliferativo normal
Endométrio secretor normal
http://anatpat.unicamp.br/lamgin6.html
http://anatpat.unicamp.br/lamgin8.html
Câncer do endométrio
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3% de todos os cânceres da mulher;
7º câncer que mais acomete as mulheres, vindo atrás de (1º) pele,
(2º) mama, (3º) colo do útero, (4º) cólon e reto, (5º) traquéia,
brônquio e pulmão, e (6º) estômago;
De todos os tumores da genitália feminina, 11% são do corpo
uterino e destes, 90% são representados pelo câncer do
endométrio;
• O câncer do endométrio é doença que ocorre
basicamente em mulheres após a menopausa. O papel
do estrogênio no desenvolvimento da maioria destes
tipos de cânceres foi estabelecido claramente; qualquer
fator que aumente a exposição ao estrogênio sem
oposição aumenta o risco de câncer endometrial.
Câncer do endométrio
• É mais freqüente em mulheres na sexta e sétima
décadas de vida, na idade média de 60 anos; 75% dos
casos ocorrem em mulheres com mais de 50 anos de
idade. Aproximadamente 90% das mulheres com
carcinoma de endométrio apresentam hemorragia
(menorragia) e/ou corrimentos vaginais (leucorréia)
como suas únicas queixas clínicas.
• Os leiomiomas uterinos nunca devem ser aceitos como
a causa de hemorragia na pós-menopausa.
Defeito no gene PTEN
•
Os estrógenos não contra-balançados aumentam a produção
natural da proteína PTEN nas glândulas endometriais.
•
Na ausência de PTEN, as células tornam-se mais sensíveis à
estimulação pelos estrógenos.
Câncer de endométrio estrogêniodependente
• Mulheres na perimenopausa;
• Exposição a estrogênio (endógeno ou
exógeno) sem oposição;
• O endométrio hiperplásico evolui para
carcinoma;
• Tumores moderadamente diferenciados;
• Associado à inativação do gene PTEN;
• Prognóstico mais favorável.
Câncer de endométrio estrogênioindependente
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•
Sem associação à hiperplasia endometrial;
Pouco diferenciados;
Mulheres em pós-menopausa e magras;
Associado a mutações do gene p53;
Prognóstico ruim.
Fatores de risco para câncer de
endométrio
BEREK, Jonathan S.; ADASHI, Eli Y.; HILLARD, Paula A. Novak – Tratado de Ginecologia. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
Hiperplasia do endométrio
• Sem atipias
• Atípica
Hiperplasia não atípica
http://anatpat.unicamp.br/lamgin9.html
http://anatpat.unicamp.br/lamgin9.html
Hiperplasia atípica
KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul K.; FAUSTO, Nelson. Robbins & Cotran,
Patologia: bases patológicas das doenças. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
http://anatpat.unicamp.br/lamgin9.html
Referências
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MOORE, Keith L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia Clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul K.; FAUSTO, Nelson. Robbins & Cotran, Patologia: bases patológicas das doenças. 7
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
KIERSZENBAUM, Abraham L. Histologia e Biologia Celular: uma introdução à patologia. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2008.
JÚNIOR, Naidilton Lantyer Cordeiro de Araújo; ATHANAZIO, Daniel Abensur. Terapia de reposição hormonal e o
câncer de endométrio. Cadernos de Saúde Pública, v.23 , n.11. Rio de Janeiro, nov. 2007.
BEREK, Jonathan S.; ADASHI, Eli Y.; HILLARD, Paula A. Novak – Tratado de Ginecologia. 12 ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de Fisiologia Médica. 11 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
Disponível em: <http://anatpat.unicamp.br/indexalfa.html>. Acessado em: 29/03/2009.
Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/PTEN_(gene)>. Acessado em: 11/04/2009.
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