Políticas socioeconômicas na Suécia: Ascensão do Estado de BemEstar Social, influências de Gunnar Myrdal e Modelo Rehn-Meidner Autores: Angelo Nieves Fiordelisio; Kleber Yuiti Ansai, - [email protected] Orientadora:Luciana Togeiro de Almeida, -Campus de Araraquara, Faculdade de Ciências e Letras, Ciências Econômicas,PIBIC/CNPq. Palavras-chave: Suécia, Bem-Estar Social, Modelo Rehn-Meidner Introdução A Suécia obteve grande êxito na adoção de políticas socioeconômicas que visavam garantir o quadro de BemEstar Social entre 1950 e 1975. As políticas adotadas nesse período foram influenciadas pelo modelo Rehn-Meidner, que visava combinar estabilidade de preços, pleno emprego, crescimento econômico e equalização da renda por meio de políticas econômicas restritivas e políticas de salário solidário. Tal sucesso se deve, em parte, à atuação do Partido Social Democrata sueco, que contou com a participação de Gunnar Myrdal, um grande pensador econômico e um dos maiores teóricos referentes ao Estado de Bem-Estar Social. Objetivos O objetivo da pesquisa é entender como o Welfare State sueco se desenvolveu, analisando as políticas adotadas no período de 1950 a 1975, o ambiente internacional da época e a História da Suécia, sendo que tentaremos identificar as influências do Modelo R-M e de Gunnar Myrdal, além de outros fatores que contribuíram para o desenvolvimento do país. Além disso, busca-se entender como as políticas econômicas restritivas, as políticas ativas de mercado de trabalho e as políticas de salário solidário se articularam de modo a garantir a estabilidade de preços, o crescimento econômico e a equalização da renda. Material e Métodos Os métodos utilizados são: - Leitura de livros, textos e artigos referentes ao Modelo R-M, ao pensamento de Gunnar Myrdal e à História da Suécia; - Análise teórica, a fim de explicar as propostas de Myrdal e do Modelo R-M, as condições implícitas nelas, os argumentos e os resultados esperados; - Análise histórica, buscando identificar as medidas adotadas antes e durante o período selecionado, suas contribuições e a correlação com as ideias de Myrdal e do Modelo R-M; - Análise quantitativa, a fim de complementar a avaliação acima. Os dados referem-se ao período de 1950 a 2000. As variáveis utilizadas para esta análise são: Taxa de crescimento do PIB; Taxa de desemprego; Taxa de inflação; Distribuição de renda; Custo de vida; Taxa de juros doméstica; Taxa de câmbio; Saldo em transações correntes; Receita, despesa e resultado fiscal; Composição da receita fiscal; Composição dos gastos governamentais; Gastos com bem-estar social. - Uso de um modelo novo-keynesiano para demonstrar que margens de lucros controladas e acordos salariais que respeitam o crescimento da produtividade da economia levam a um equilíbrio de emprego sem inflação; - Uso do modelo de Calmfors e Driffill (1988) para demonstrar que se pode esperar baixo nível de desemprego tanto para estruturas de barganhas centralizadas como descentralizadas. Resultados e discussão XXVII Congresso de Iniciação Científica Nos anos 1930 e 1940, Alva e Gunnar Myrdal elaboraram políticas para promover mudanças estruturais no país. O programa de maior destaque foi o relacionado ao cuidado da criança, pois reverteria a queda populacional, permitiria a formação de uma geração melhor instruída e evitaria futuros problemas. De 1952 a 1969, a Suécia apresentou, simultaneamente, inflação controlada, crescimento econômico e baixo desemprego. Além disto, de 1955 a 1975, a proporção de pessoas que obtinham uma remuneração acima do custo de vida aumentou de 15% para 50% em relação ao total de remunerados, sendo isto visto como uma melhora na distribuição de renda. Somado a isso, o quadro institucional permitiu a coordenação entre os empregadores e empregados, de modo que as margens de lucros das empresas fossem controladas e os acordos salariais respeitassem o crescimento de produtividade da economia, e assim compatibilizar baixa inflação, baixo desemprego, e ganho de produtividade da economia por meio do processo de auto-seleção das firmas mais eficientes. Conclusões As iniciativas do casal Myrdal nos anos 1930 e 1940 foram os primeiros passos para a construção do Welfare State sueco, o que consequentemente favoreceu avanços posteriores. As políticas de Bem-Estar Social na Suécia foram efetivamente implantadas entre 1950 e 1970, de modo a proporcionar crescimento econômico, baixas inflação e distribuição de renda em um quadro institucional que permitiu a coordenação das ações entre empregadores e empregados havendo um apaziguamento das disputas sociais. O Estado sueco, portanto, foi capaz de promover prosperidade econômica, além de prover vários serviços públicos como educação, saúde, habitação e transporte. Agradecimentos Agradeço à professora Luciana Togeiro pela orientação e recomendação, ao CNPq pela bolsa, aos meus amigos e principalmente ao Kleber Ansai pela oportunidade de continuar e concluir o seu projeto de iniciação científica. ___________________ 1 DOSTALER, G.; ETHIER, D.; LEPAGE, L. (Ed.). Gunnar Myrdal and his Works 1. Ed. Montreal: Harvest House Ltd, 1992. 2 ERIXON, L. The Swedish Third Way – An Assessment of the Performance and Validity of the Rehn-Meidner Model. Cambridge Journal of Economics, Oxford, v. 32, n. 3, p. 367 – 393, Maio, 2008. 3 MYRDAL, G. O Estado do Futuro: o Planejamento econômico nos Estados de bem-estar e suas implicações internacionais. 1. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1962. 4 CALMFORS, L; DRIFFILL, J; OECD; Centralization of the bargaining structure and changes in unemployment between the periods 1968-1973 and 1980 – 1985.1988