Notícias ISO 9001 medicina LABORATORIAL Órgão Informativo da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial - setembro 2010 - edição 16 - ano 2 Congresso da SBPC/ML em 2011 Florianópolis será a sede do principal evento da Sociedade no ano que vem. Página 5 ANS avalia operadoras Segundo classificação da Agência, menos de 3% alcançaram pontuação mais alta. Página 7 Teste de sangue para detectar câncer Técnica pode identificar a doença precocemente nos casos de câncer de mama e pulmão. Página 7 Norma PALC 2010 Documento inclui item sobre segurança do paciente. Página 8 Detecção de Alzheimer em líquor Marcadores presentes em pacientes com diagnóstico da doença. Página 10 Nanotransporte de medicamentos Partícula desenvolvida na USP pode levar drogas a células cancerosas. Página 15 Sensor para glicose Dispositivo sob a pele monitora níveis de diabético. Página 16 Quanto vale o seu laboratório? Em tempos de fusões, aquisições e incorporações, muitos proprietários e sócios de laboratórios já devem ter se perguntado, pelo menos uma vez, quanto vale a sua empresa. Página 2 Editorial Caros leitores Esta edição inova em sua proposta visual e em seu conteúdo. A partir deste numero teremos uma seção dedicada ao Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos (PALC), da SBPC/ML, e outra que relatará atividades e atos relevantes da Diretoria Executiva em exercício, denominada Canal Direto. Em tudo o mais este veículo permanece com um conteúdo diversificado, abrangendo temas de gestão, pesquisas e avanços na medicina laboratorial e pinceladas de fatos e descobertas curiosas. O destaque desta edição é a reportagem da página 2, que aborda um assunto muito atual para o nosso setor: qual é o valor do seu laboratório? Forte abraço a todos e desfrutem do novo visual. Armando Fonseca - Editor-chefe Site ajuda a entender exames laboratoriais SBPC/ML lança Lab Tests Online BR, com informações para leigos e profissionais de saúde. Página 6 Quanto vale o seu laboratório? Em tempos de fusões, aquisições e incorporações, proprietários e sócios de laboratórios já devem ter se perguntado, pelo menos uma vez, quanto vale a sua empresa. Como é feita a avaliação? Como é calculado o “preço” do laboratório? Quais são os critérios para avaliar a empresa? Foto: divulgação Nesse processo são projetados os resultados futuros. O avaliador procura entender como é o negócio, como ele funciona, quais são as vertentes de crescimento, onde se pode ganhar com as estratégias que serão aplicadas nos próximos anos. “Na avaliação normalmente, usamos a metodologia do fluxo de caixa descontado. Mas também podemos analisar por múltiplos de mercado ou por múltiplos de transações anteriormente realizadas”, diz o administrador de empresas Caetano Fabrini, do Banco BTG Pactual, responsável pela área de fusões e aquisições de empresas de médio porte. Esse é o tema de Caetano Fabrini - Administrador de empresas 02 sua conferência no 44º Congresso da SBPC/ML, dia 17 de setembro. Segundo Fabrini, existem nuances para cada negócio, mas as metodologias podem ser aplicadas a qualquer tipo de empresa. “No fluxo de caixa descontado projetamos os resultados futuros da empresa e descontamos em um valor presente — para encontrar esse valor da companhia. O desconto é feito a uma taxa de mercado que normalmente tenta capturar o custo de oportunidade para aquele investimento.” O avaliador faz a projeção de resultados futuros Segundo Fabrini, custo de oportunidade é quanto o investidor gostaria de obter de retorno para aplicar na compra de ações de uma empresa. Ao tomar esta decisão, ele vai querer um retorno maior do que deixar o dinheiro aplicado em um investimento de menor risco e que seja melhor do que entregálo a um banco. A avaliação por múltiplos de mercado é comparativa. O valor é calculado com base em transações similares recentes de companhias semelhantes àquela que está à venda. A comparação é feita com várias empresas para obter uma amostra grande. Em alguns casos, dependendo do tipo de negócio pode ser difícil encontrar outras companhias para fazer a comparação. Nessa metodologia é empregado o indicador Ebitda. Sigla em inglês de Earning Before I n t e r e s t s , Ta x e s , D e p r e c i a t i o n a n d Amortization, ou, em português, Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Lajida) — esta sigla é menos usada. “O Ebitda mostra o lucro operacional da empresa, quanto ela gera de caixa, não considerando despesas financeiras. Mas ele não capta a essência do negócio. Por exemplo, o indicador não leva em conta as unidades que o laboratório tem. Se a companhia apresenta um crescimento muito grande, isso pode causar distorção no Ebitda”, explica Fabrini. Marca tem influência? Até que ponto a marca ou o nome da empresa tem impacto na avaliação? Será que para o investidor ela pode compensar desvantagens nos resultados ou nas perspectivas financeiras da companhia? Caetano Fabrini diz que o impacto é relativo e, geralmente, baixo e não valoriza o negócio. Embora se saiba que para haver fluxo de caixa é preciso ter uma marca. Ele ressalva que existem marcas excepcionais que apresentam um valor intrínseco ao negócio, não pelo que ela representa mas pelo que permite expandir, com subprodutos, por exemplo. “Mas no ramo de laboratórios eu não vejo praticamente nenhuma empresa que tenha uma marca desse tipo”, afirma. O mesmo ocorre com os imóveis da empresa. Geralmente, eles são necessários para o negócio existir e gerar fluxo de caixa. “Mas não é preciso que o laboratório se localize em um determinado endereço onde o imóvel é caro. Ele pode se mudar para outro lugar, perto dali, em um imóvel mais barato, e isso não vai alterar o valor da empresa.” Responsável por avaliar companhias de médio porte, Caetano Fabrini diz que 90% das empresas que chegam às suas mãos têm origem familiar, como acontece com muitos laboratórios clínicos. “As abordagens podem variar, mas em vários casos recomendamos que se procure profissio- Empresas familiares devem profissionalizar a administração antes de realizar a venda nalizar razoavelmente o quadro de administradores antes de realizar o negócio. Para fazer uma venda é preciso passar por uma auditoria. Se não houver transparência nessa etapa, a venda pode não ser concretizada porque o comprador não se sente seguro nem confortável, ou, então, oferece um valor mais baixo para se proteger”, explica. Em muitos situações o comprador pretende manter o vendedor no negócio durante um determinado tempo. Quando isso acontece, os antigos proprietários precisam se conscientizar que, a partir da efetivação da venda, terão que prestar contas a outras pessoas, que podem ser os próprios compradores, um grupo de investidores ou seus representantes. Esta mudança nem sempre é fácil de assimilar e pode ser traumática para quem passou anos tomando decisões sobre os rumos daquele que já foi o seu negócio. 03 Muitas novidades Nesta edição inauguramos um canal direto com você, leitor, associado, amigo da SBPC/ML. Todos os meses aqui serão comunicados fatos importantes da nossa Sociedade e de interesse da comunidade laboratorial, abrindo espaço para ouvir sugestões para temas de nosso dia a dia como também para o jornal. Nessa estreia gostaria de destacar três assuntos. Primeiro, o novo projeto gráfico e apresentação do Notícias - Medicina Laboratorial, mais moderno e dinâmico, sem prejuízo do conteúdo, que continua diversificado e atual. Este jornal é um veículo importante de notícias de nossa área e que busca trazer as novidades de uma forma leve e de agradável leitura. Canal direto O segundo destaque é o lançamento do Lab Tests Online BR (ou LTO, como é chamado por nós), site que será uma referência para a população leiga e para profissionais de saúde que procuram informações sobre exames laboratoriais e patologias relacionadas. O LTO é a versão brasileira do site desenvolvido originalmente pela prestigiada American Association for Clinical Chemistry (AACC), que o licencia também para mais 11 países. Somando todos os lugares onde está em operação, Lab Tests Online já alcançou a marca de 3 milhões de acessos por mês, o que demonstra o alto grau de importância para quem procura informação técnica acessível e de forma clara. O terceiro destaque, e igualmente importante, é também um lançamento: o livro Gestão da Fase Pré-analítica - Recomendações da SBPC/ML, apresentado no 44º Congresso. Fruto de um esforço conjunto de vários especialistas e com o apoio de empresas ligadas à área pré-analítica, essa obra inova pelo seu conteúdo conciso e prático e também pelo formato em fascículos que torna sua atualização fácil e dinâmica. Foi planejada para ser uma referência e fonte de consulta constante por profissionais de diagnóstico laboratorial e bibliografia obrigatória para todos as pessoas que atuam em nossa área. Sua publicação segue a trilha aberta pela bemsucedida Recomendações da SBPC/ML para coleta de sangue venoso, que já está na segunda edição, revista e atualizada. Temos, em setembro, a oportunidade de nos ver em nosso congresso no Rio. Com certeza será uma felicidade rever amigos e colegas. Voltamos a conversar no próximo mês. Até lá. Carlos Ballarati - Presidente da SBPC/ML Biênio 2010/2011 Conheça a diretoria Executiva do biênio 2010/2011 Presidente: Diretor Científico: Diretor de Comunicação: Carlos Alberto Franco Ballarati Nairo Massakazu Sumita Luiz Eduardo Rodrigues Martins [email protected] [email protected] [email protected] Vice-presidente: Vice-diretor Científico: Diretor de Acreditação: Ismar Venâncio Barbosa Murilo Rezende Melo Wilson Shcolnik [email protected] [email protected] [email protected] Diretor Administrativo: Diretora Financeira: Diretor de Defesa de Classe: César Alex de Oliveira Galoro Leila Sampaio Rodrigues Paulo Sérgio Roffe Azevedo [email protected] [email protected] [email protected] Vice-diretor Administrativo: Vice-diretora Financeira: Presidente do Conselho de Ex-presidentes: Rubens Hemb Natasha Slhessarenko Alvaro Martins [email protected] [email protected] [email protected] Agenda da SBPC/ML 27 de outubro Curso a distância - Transmissão pela Internet Novidades no diagnóstico e acompanhamento do diabetes mellitus Álvaro Pulchinelli - Médico patologista clínico 24 de novembro Curso a distância - Transmissão pela Internet Avaliação microbiológica da urina em crianças e adultos Antonia Maria Machado - Médica patologista clínica 31 de outubro a 2 de novembro Curso de auditor interno PALC 29 de novembro a 3 de dezembro Curso de auditor externo PALC Belém - PA Rio de Janeiro - RJ 2 de novembro Jornada de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial de Belém 15 de dezembro Curso a distância - Transmissão pela Internet Utilização eficaz e segura de testes laboratoriais remotos (Point-of-care) Belém - PA Carlos Alberto Ballarati - Médico patologista clínico A programação é preliminar. Datas, temas e nomes dos palestrantes podem ser alterados por motivos operacionais. Congresso da SBPC/ML tem apoio de IFCC e WASPaLM O 44º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial conta com o apoio oficial da International Federation of Clinical Chemistry and Laboratory Medicine (IFCC) e World Association of Societies of Pathology and Laboratory Medicine (WASPaLM), duas instituições de renome no setor de diagnóstico laboratorial. No site da IFCC, o 44º Congresso da SBPC/ML foi incluído no calendário de eventos que recebem o apoio da instituição (“Events with IFCC Auspices”). A WASPaLM divulga o congresso brasileiro na seção de notícias (www.waspalm.org). A IFCC nasceu em 1952, a partir da sugestão do professor E. J. King, da Royal Postgraduate Medical School, de Londres. Ele propôs que as sociedades nacionais de química clínica se organizassem em uma instituição internacional. Em julho daquele ano, no 2º Congresso Internacional de Bioquímica, em Paris, foi criada a International Association of Clinical Biochemists. A atual denominação passou a a ser adotada oficialmente três anos depois. A WA S P a L M c o m e ç o u c o m o International Society of Clinical Pathology, fundada em setembro de 1947, em Paris, instituição que reuniria sociedades nacionais de patologia, anatomia patológica, hematologia, microbiologia e suas subespecialidades. No entanto, a tradução do termo em inglês clinical pathology para outros idiomas não tinha a mesma abrangência. Em 1969, o nome foi alterado para World Association of (Anatomical and Clinical) Pathology Societies - WAPS. A denominação atual foi adotada em 1999, no Congresso Mundial de Patologia Clínica, realizado pela SBPC/ML em São Paulo. Congresso de 2011 será em Florianópolis A capital de Santa Catarina será a sede do 45º Congresso Brasileiro de Pa t o l o g i a C l í n i c a / M e d i c i n a Laboratorial. O evento vai acontecer de 16 a 19 de agosto de 2011, no CentroSul — Centro de Convenções de Florianópolis. O local conta com espaço para exposições no andar térreo com 7,2 mil metros quadrados de área total. No pavimento superior há salas e auditórios com capacidade entre 30 e 460 pessoas. O auditório principal tem mais de 2,5 mil lugares. Além disso, como possui paredes moduladas, pode ser transformado com rapidez em ambientes menores. O presidente do 45º Congresso da SBPC/ML será o médico patologista clínico João Nílson Zunino, que presidiu a Sociedade entre 1989 e 1993. Florianópolis é uma velha conhecida dos congressos da SBPC/ML porque já recebeu os eventos de 2000 e 2004. Simpática, hospitaleira e com muitas atrações, a capital catarinense é sempre garantia de um bom congresso. CFM não restringe viagem patrocinada de médico O Conselho Federal de Medicina (CFM) desistiu de fazer uma resolução para restringir a ida de médicos a eventos científicos com o patrocínio da indústria farmacêutica. Caso a proposta, divulgada em junho, entrasse em vigor, o médico que a desrespeitasse estaria sujeito a punições. Diante das fortes reações contrárias por parte de médicos e do setor de promoção de eventos, o CFM decidiu negociar com o segmento farmacêutico para elaborar um termo de ajustamento de conduta. O objetivo é evitar viagens patrocinadas de médicos sem interesse científico. O assunto será debatido por uma comissão formada por representantes do CFM, indústria farmacêutica, Conselho Federal de Farmácia e Anvisa. Fontes: Saúde Business Web e jornal O Estado de S.Paulo Foto: Clix/Stock.xchng 05 médica ao paciente, mas servir como uma fonte de auxílio a profissionais e ao público leigo. É uma prestação de serviços absolutamente gratuita, adaptada às nossas características culturais e de atendimento pelos laboratórios. Ele é mantido e atualizado por médicos patologistas clínicos”, acrescenta. Atualização constante “A medicina laboratorial é uma especialidade muito dinâmica, com grande quantidade de informações geradas a cada dia”, diz o vice-diretor Científico da SBPC/ML e membro do corpo editorial do Lab Tests Online BR, Murilo Melo. “O maior desafio é manter o site atualizado e relevante.” Ele acrescenta que esse trabalho compreende a inclusão de novos testes, estados clínicos, doenças, verbetes no glossário, notícias e diversas outras informações. As atualizações são debatidas em reuniões do corpo editorial de todos os países que têm versões do site. No caso do Brasil, muitos exames apresentam adequações à nossa realidade. SBPC/ML lança versão brasileira do site Lab Tests Online Após superar a marca de 3 milhões de acessos mensais, no total dos 12 países em que está operando, o site Lab Tests Online entra no ar também no Brasil (www.labtestsonline.org.br), por iniciativa da SBPC/ML, com patrocínio da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL). Desenvolvido em 2001 pela American Association for Clinical Chemistry (AACC), respeitada instituição dos EUA, Lab Tests Online é uma fonte de informações importante para o público leigo compreender os exames laboratoriais e as doenças e estados clínicos relacionados. Também é uma forma de os profissionais de saúde manterem-se em dia com a medicina diagnóstica. Com a versão lançada pela SBPC/ML, Lab Tests Online BR, o Brasil passa a integrar um grupo que reúne 11 países, além dos EUA: Austrália, Alemanha, China, Espanha, França, Grécia, Hungria, Itália, Polônia, Reino Unido e República Checa. Estão em fase de desenvolvimento os sites de Portugal, Romênia e Turquia. Lab Tests Online BR foi apresentado aos jornalistas em 31 de agosto, na sede da Associação Médica Brasileira, em São Paulo. O lançamento oficial ficou reservado para 14 de setembro, no 44º Congresso da SBPC/ML, no Rio de Janeiro. “A intenção é difundir o conhecimento científico ao público leigo e profissionais de saúde. O site usa linguagem compreensível e é uma fonte de informações segura e correta sobre exames laboratoriais”, diz o presidente da SBPC/ML, Carlos Ballarati. Para o ex-presidente da Sociedade e membro do corpo editorial do Lab Tests Online BR, Alvaro Martins, o site preenche uma lacuna no setor porque faltam informações qualificadas e sem interesse comercial sobre exames e como se preparar antes de ir ao laboratório, por exemplo. “Lab Tests Online BR não pretende substituir a prescrição 06 Ao ser lançado, Lab Tests Online BR ainda apresenta páginas em inglês. Isso acontece porque elas estão em fase de tradução. É um processo permanente porque o site é dinâmico para acompanhar a evolução da própria medicina. Ideia amadurecida A proposta de lançar o Lab Tests Online no Brasil nasceu no congresso de 2008 da AACC. Naquela ocasião, começaram os entendimentos com os desenvolvedores e com a CBDL. O contrato com a AACC foi assinado em janeiro deste ano. Em seguida, foi iniciado o trabalho de tradução do site original, sua adequação à realidade brasileira e inclusão do conteúdo em português. “Os motivos que levaram a AACC a criar o site são semelhantes aos de outros países: informar o público sobre exames laboratoriais”, diz o produtor executivo do Lab Tests Online nos EUA, George Linzer. Ele explica que só o site americano tem cerca de 2 milhões de acessos por mês. A tendência é crescer naquele país e nos outros. “Isso acontece também porque vem aumentando o número de pessoas com acesso à Internet em todo o mundo. É maior nos EUA, em parte, porque temos mais usuários”, justifica. No primeiro semestre de 2010 foram contabilizados 12 milhões de acessos ao site norte-americano e 700 mil no do Reino Unido. A expectativa também é favorável para o Brasil devido à procura da população por informações sobre saúde. Segundo um levantamento do Centro de Estudos sobre Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic), 39% das 63 milhões de pessoas que usaram a Internet no país queriam se informar sobre saúde. “O brasileiro adora a Internet, o que já é um ponto positivo para acreditarmos que o site também será muito bem aceito por aqui”, diz a presidente da CBDL, Liliana Perez. “Nossa intenção é oferecer informações de qualidade que realmente ajudem a quem as procura, com o suporte de uma sociedade médica com 66 anos de existência, que congrega a experiência de seus especialistas”, conclui Carlos Ballarati. Segundo ANS, maioria das operadoras tem desempenho entre médio e ruim A avaliação de desempenho das operadoras de planos de saúde feita pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostra resultados desanimadores referentes a 2009. Apenas 23 (2,3%) das 989 empresas que atuam na área médicohospitalar (não inclui odontologia) alcançaram a faixa mais alta da a v a l i a ç ã o d o Pr o g r a m a d e Qualificação da Saúde Suplementar. A classificação é estabelecida pelo Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), que considera 30 indicadores. A pontuação é distribuída por cinco faixas entre 0 e 1. As operadoras que apresentaram melhor desempenho (0,8 a 1) têm 16,1% dos 41,6 milhões de beneficiários de planos de saúde. Nas duas faixas mais baixas (0 a 0,19 e 0,2 a 0,39) ficaram 392 empresas, responsáveis por 11,3% dos usuários. Na faixa intermediária (0,4 a 0,59) ficaram 35,2% das operadoras, que representam 29,3% dos beneficiários. Logo acima, mas abaixo do topo, classificaram-se 22,9% das empresas com IDSS entre 0,6 e 0,79. Seu número de clientes corresponde a 43,4% do total. No cálculo do IDSS são considerados indicadores de atenção à saúde, situação econômica e financeira, infraestrutura e satisfação dos usuários. Segundo a Agência, esse índice foi criado para ajudar os usuários de planos de saúde a ter mais informações para escolher uma operadora. Fontes: Imprensa da ANS e Folha Online Teste de sangue para detecção precoce de câncer A Universidade de Nottingham (www.nottingham.ac.uk), no Reino Unido, desenvolveu uma técnica que reproduz as proteínas de câncer que desencadeiam a resposta do organismo à doença. O método se baseia na tecnologia de biomarcadores imunológicos. também indicam que em mais da metade das pacientes a doença poderia ser detectada até quatro anos antes, quando começaram a ser coletadas amostras de sangue. O trabalho é coordenado pelo médico John Robertson, professor de Cirurgia da Faculdade de Medicina e Ciências da Saúde de Nottingham. Um estudo feito pela Clínica Mayo, dos EUA, mostrou resultados semelhantes com sangue coletado de pacientes com câncer de pulmão que já haviam realizado tomografias. Os anticorpos foram identificados até cinco anos antes do câncer ser diagnosticado. Os primeiros resultados foram obtidos a partir de amostras de sangue de mulheres com câncer de mama e outras que pertencem a grupo de risco da doença e se submeteram à mamografia anual. Por causa dos resultados obtidos, a universidade decidiu criar um centro de excelência de autoimunidade em câncer para incentivar pesquisas nessa área e o desenvolvimento de tecnologias de apoio. Além de identificar os anticorpos no sangue de mulheres que desenvolveram câncer de mama, os resultados Fontes: Labmedica.es AlphaGalileo e Risco de epidemia de dengue Segundo o Ministério da Saúde, 19 estados apresentam risco alto ou muito alto de epidemia de dengue para o próximo verão. Os casos mais graves são Amazonas, Amapá, Maranhão, Ceará, Pi a u í , B a h i a , Pa r a í b a , Pernambuco, Sergipe e Rio de Janeiro. Em seguida estão Pará, Tocantins, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Mato Grosso, São Paulo e Alagoas. Fonte: Ministério da Saúde Genéricos devem crescer até 15% É a expectativa dos fabricantes de medicamentos genéricos devido ao fim da vigência de patentes. O mercado de genéricos movimenta R$ 5 bilhões atualmente. Os laboratórios querem alcançar a meta de R$ 1 bilhão a curto prazo. Fonte: jornal O Dia Doenças tropicais A Organização Pan-americana de Saúde (Opas) alerta que os países precisam dar mais atenção às doenças tropicais. Os programas de imunização devem ser mantidos e reforçados de acordo com a situação epidemiológica local. O objetivo é reduzir em 95%, até 2015, a mortalidade principalmente em pneumonia e hepatites virais. Fonte: Agência Notisa 07 PALC será divulgado em revistas de sociedades médicas A Comissão de Acreditação de Laboratórios Clínicos da SBPC/ML aprovou a campanha de divulgação do Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos (PALC) em publicações de sociedades de especialidade médica. Inicialmente, a campanha consiste na inserção de anúncio que mostra a importância do médico recomendar laboratórios que participam do Programa da SBPC/ML. A chamada principal é “Só prescreva laboratórios acreditados pelo PALC. Você garante precisão nas suas decisões médicas e segurança para seus pacientes”. O texto da peça publicitária também informa que um exame preciso contribui para um diagnóstico correto e proporciona tratamento eficaz para o paciente. Baseado no atendimento a padrões técnicos internacionais, o PALC monitora do começo ao fim o processo laboratorial. “Assegure-se que os laboratórios que você recomenda possuem este selo. Ele é garantia de bons resultados para você e para seus pacientes”, conclui o anúncio da campanha. Norma PALC 2010 inclui segurança do paciente PALC O Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos (PALC), da SBPC/ML, lança sua Norma versão 2010 com um capítulo específico sobre gestão dos riscos e da segurança do paciente. Esses requisitos serão auditados em caráter educativo até outubro de 2011, quando passarão a ser efetivamente cobrados aos laboratórios que participam do programa. “Ao incorporar esses requisitos, a Norma PALC segue uma tendência mundial” , diz o diretor de Acreditação da SBPC/ML, Wilson Shcolnik. Ele conta que a segurança do paciente tem recebido atenção especial de várias entidades nacionais e internacionais nos últimos anos, principalmente depois que foi publicado, nos EUA, em 2000, o documento To err is human (Errar é humano). Estimou-se que de 44 mil a 98 mil mortes anuais ocorreram em consequência de eventos adversos nas instituições de saúde daquele país. Em 2002, a Organização Mundial de Saúde alertou a todos os países sobre a importância que esse tema merece. “Sabemos que as principais causas de erros laboratoriais estão na fase pré-analítica, sobre a qual os laboratórios detêm menor controle. Felizmente, o número de eventos adversos causados por esses erros é pequeno. No entanto, não podemos subestimá-los pois o laboratório não é um organismo isolado e tem um papel a cumprir na cadeia de assistência à saúde”, explica Shcolnik. Ele acrescenta que as boas práticas e os requisitos de acreditação auxiliam muito na prevenção de erros. “Atualmente já podemos observar padrões e requisitos relacionados a este tema nas normas mais utilizadas em acreditação de serviços de saúde”, afirma o diretor da SBPC/ML. A Norma PALC 2010 é um dos capítulos do livro Gestão da Fase Pré-analítica Recomendações da SBPC/ML, lançado dia 15 de setembro, no 44º Congresso, no Rio de Janeiro. Detecção precoce de Alzheimer em líquor Uma “assinatura” formada por três biomarcadores no líquido cefalorraquiano está presente em 90% dos pacientes com diagnóstico de Alzheimer e em mais de 1/3 de adultos idosos sem problemas de memória. É o que mostra um estudo liderado por Geert De Meyer, PhD da Universidade de Ghent (www.ugent.be/en), na Bélgica. Foram examinadas amostras de líquido cefalorraquiano de 114 adultos idosos sem dificuldades cognitivas, 200 com problemas leves e 102 com diagnóstico confirmado da doença. Os pesquisadores mediram a concentração das proteínas betaamiloide e tau, associadas ao surgimento de Alzheimer. Ao verificar a precisão desses marcadores descobriram que estavam presentes em 90% dos indivíduos com diagnóstico confirmado. “A presença de sinais de Alzheimer em mais de 1/3 do pacientes com cognição normal sugere que a patologia está ativa e pode ser detectada muito antes do que imaginávamos”, diz De Meyer. Os marcadores estavam em 90% dos pacientes confirmados com Alzheimer Os resultados sugerem que pessoas sem problemas cognitivos mas que apresentam os marcadores fazem parte de um grupo de risco para a doença. O artigo Diagnosis-Independent Alzheimer Disease Biomarker Signature in Cognitively Normal O mesmo padrão aparecia nas amos- Elderly People foi publicado na edição tras de 72% dos indivíduos com leve on line de agosto de 2010 da revista deterioração cognitiva e em 36% Archives of Neurology. daqueles que apresentavam atividade Fonte: Universidade de Ghent cerebral normal. Estudo sugere oferecer estatinas em lanchonetes As estatinas reduzem a quantidade de Estatinas podem reduzir o risco de ataque cardíaco colesterol LDL no sangue e ajudam a reduzir os riscos de doenças cardiovasculares. Um dos autores do estudo, o médico Darrel Francis, explica 10 que essa ação das estatinas é suficiente para contrabalançar os efeitos de se ingerir um cheeseburguer e um milkshake. “As estatinas não cortam todos os efeitos nocivos à saúde desse tipo de alimento e de frituras. Portanto, é melhor evitá-los. A partir da probabilidade do indivíduo sofrer um ataque cardíaco, o uso de estatina pode reduzir esse risco na proporção equivalente à que aumenta quando se consome uma refeição de fast food”, explica Francis. O artigo Can a statin neutralise the cardiovascular risk of unhealthy dietary choices? foi publicado na edição de agosto do American Journal of Cardiology. Fonte: Colégio Imperial de Londres Foto: divulgação Os bares e lanchonetes poderiam fornecer aos clientes, sem custo, suplementos à base de estatinas para tentar neutralizar eventuais danos ao coração provocados pelas comidas gordurosas servidas nesses locais. Esta é a sugestão de pesquisadores do Colégio Imperial de Londres (www.imperial.ac.uk), do Reino Unido. Ele destaca que estudos comprovam uma ligação entre as gorduras ingeridas e os níveis de colesterol e o risco de problemas cardiovasculares. Segundo Francis, há evidências que as gorduras trans, encontradas em grandes quantidades nas comidas de lanchonetes e que fazem parte da dieta ocidental, aumentam os riscos de problemas cardíacos. Darrel Francis - Um dos autores do estudo Estudo sugere que cérebro pode ocultar HIV Um estudo sobre HIV realizado na Universidade de Gothemburgo (www.gu.se), na Suécia, verificou que 10% de 70 pacientes analisados mostraram traços do vírus no líquor, mas não no sangue. “O tratamento antiretroviral no cérebro é complicado devido a diversos fatores, particularmente porque há uma barreira protetora que interfere na ação dos medicamentos. Por isso, o cérebro pode agir como um reservatório onde o tratamento será menos eficaz”, explica Arvid Edén, um dos autores e pesquisador do Instituto de Biomedicina da Academia de Sahlgrenska da universidade. Segundo a equipe, esse estudo sugere que as terapias geralmente adotadas contra o HIV não conseguem impedir os efeitos do vírus no cérebro. Mas eles esclarecem que ainda não está claro que as ações residuais de pequenas quantidades do vírus no líquor, em alguns dos pacientes, representam risco de futuras complicações. “Acredito ser necessário considerar os efeitos no cérebro no desenvolvimento de novas drogas e estratégias de tratamentos para infecção por HIV”, conclui Edén. O artigo HIV Persistence and Viral Reservoirs pode ser lido no arquivo eletrônico da universidade, em http://gupea.ub.gu.se/handle/2077/ 22187. Fontes: Medica.de e Universidade de Gothemburgo Exame de urina pode identificar autismo É possível descobrir se uma criança é autista procurando em sua urina os subprodutos de bactérias intestinais e os processos metabólicos do corpo. É o que sugere o estudo feito no Colégjo Imperial de Londres (www3.imperial.ac.uk), no Reino Unido. Os autores explicam que indivíduos com autismo apresentam problemas gastrointestinais e constituição diferente de bactérias no intestino. Segundo os pesquisadores, essas alterações bioquímicas são compatíveis com algumas das anormalidades conhecidas da microflora intestinal encontrada em indivíduos autistas e nas alterações gastrointestinais relacionadas. “O tratamento precoce pode fazer muita diferença no desenvolvimento da criança autista. Um teste de urina que identifique o problema logo no começo será muito útil para o Usando espectroscopia de ressonân- médico”, diz um dos autores, o cia magnética, foi analisada a urina professor Jeremy Nicholson, PhD do de três grupos de crianças com idade Colégio Imperial de Londres. entre três e nove anos. Os grupos O artigo Urinary Metabolic eram formados por 39 crianças com Phenotyping Differentiates Children diagnóstico anterior de autismo, 28 with Autism from Their Unaffected irmãos saudáveis de autistas, e 34 Siblings and Age-Matched Controls crianças sem autismo e sem parenfoi publicado na edição de 25 de tesco com a doença. março de 2010 do Journal of Os autistas apresentavam aumento Proteome Research. na excreção de ácido nicotínico, Fonte: Labmedica.es níveis altos de taurina urinária e baixos de glutamato urinário. 12 O DNA, seus incríveis números e seus segredos Paulo Cesar Naoum* O DNA existe por um único motivo – criar mais DNA. Em cada célula do nosso organismo, o filamento estendido de DNA chega a ter cerca de 2 metros. Se você imaginar que em nosso corpo há perto de 10 trilhões de células, você terá uma ideia da enormidade de DNA que possuímos. Assim, se todo o seu DNA fosse emendado em um único filamento, seria tão comprido que se estenderia da Terra à Lua, ida e volta, várias vezes. Pudera, você é proprietário de 20 milhões de quilômetros de DNA. Seu corpo, em suma, é uma máquina de produzir DNA e sem ele você não conseguiria viver. Mas o próprio DNA, apesar de ser considerado “a base da vida”, não está vivo. Ao contrário de qualquer outra molécula, ele é, por assim dizer, “inanimado”. Não é reativo e quimicamente inerte. Por essas razões pode ser recuperado de restos de sangue, de sêmen, ou de pele secos há muito tempo — milhares de anos, até. Diante dessas informações é possível concluir que todo ser vivo é um aprimoramento de um plano original único formado por átomos de carbono, hidrogênio, nitrogênio e oxigênio. Esses átomos conseguiram formar uma molécula inerte, mas capaz de originar vida, há quase 4 bilhões de anos. Como seres humanos, somos apenas o resultado de um aumento do plano original que sofreu seguidos ajustes, adaptações, modificações e reformulações providenciais. Nesse processo de adaptação certamente a molécula que mais trabalhou em nosso organismo foi o DNA. Milhares de “pedaços” dele ao longo desses bilhões de anos foram se especializando em produzir proteínas e enzimas. Esses “pedaços”, que representam apenas 3% dos 2 metros de DNA que possuímos, são conhecidos cientificamente por “genes”. Não é por acaso que a palavra “gene” vem de “gênesis”, que significa “o início”. Esses genes foram se especializando ao longo de bilhões de anos até que há cerca de 70 milhões de anos surgiram os nossos ancestrais, denominados hominídeos. Os hominídeos foram se transformando e crescendo em tamanho até que surgiu a espécie humana, por volta de 2,5 milhões de anos. Você já imaginou quantas vezes nossos genes tiveram de se modificar para se adaptar ao meio ambiente, às diferentes alimentações, ao clima, às infecções etc, dentro do processo evolutivo da espécie humana? Os mais recentes estudos mostram que cada célula do nosso corpo tem cerca de 25 mil genes distribuídos nos 23 pares de cromossomos formados pelos quase dois metros do filamento estendido do DNA. Em média, cada gene produz quatro diferentes tipos de proteínas. Portanto acredita-se que cada ser humano tem cerca de 100 mil proteínas. Diante dessa breve apresentação, faço cinco perguntas e eu mesmo escrevo as respostas, que estão fundamentadas na literatura científica: 1) Das 100 mil proteínas que acreditamos existir no nosso corpo, quantas delas você imagina que seu médico conhece? R: Um médico bem informado é capaz de listar entre 20 e 30 proteínas. 2) Das 100 mil proteínas que acreditamos possuir, quantas delas podem ser analisadas na rotina de um laboratório clínico? R: Um bom laboratório dispõe a analisar, em média, 10 a 20 proteínas diferentes. Somando todas as pesquisas em todo o mundo, os laboratórios de pesquisas científicas conseguiram desvendar apenas sete mil proteínas do nosso corpo. 3: Você sabia que entre os 25 mil genes conhecidos, muitos deles estão relacionados com doenças, virtudes, comportamentos etc? Como se explicam as funções desses genes? R: Doenças, comportamentos e virtudes, por exemplo, dependem da qualidade dos genes e do meio ambiente em que cada um de nós estamos inseridos. Há genes excepcionalmente bem formados, outros que são defeituosos desde o nascimento e há, também, os que tornam-se defeituosos durante a vida. Estes últimos, muitas vezes tornam-se defeituosos pela influência do meio ambiente. 4) Cite dois exemplos: um de gene defeituoso e outro de qualidade excepcional. R: O primeiro exemplo é com referência ao vício pela cocaína. No cromossomo 11 de nossas células existe um gene especializado em produzir proteínas para compor o canal da vesícula receptora dos neurônios que recebem a substância neurotransmissora, naturalmente produzida por nosso organismo, conhecida por dopamina. Caso uma pessoa tenha um defeito no DNA do gene que produz essas proteínas, alterando, por exemplo, o seu diâmetro, haverá menos absorção de dopamina e, consequentemente, a “sobra” desse neurotransmissor entre os neurônios induz a um grau de euforia que dura um tempo maior que o normal. Pessoas com esse defeito e que fazem uso de cocaína têm a manifestação da euforia de forma desproporcional, pois alguns componentes químicos da droga possuem a capacidade de “entupir” os canais – já, por si, defeituosos. Assim, haverá uma excessiva “sobra” de dopamina entre os neurônios, fato que provoca a mudança de humor e a agressividade de forma prolongada. Isso poderia explicar porque alguns viciados cometem crimes e outros apenas se satisfazem do momento de forma “prazerosa”. O segundo exemplo se refere ao DNA da virtude auditiva e que motiva o aparecimento de gênios musicais (Mozart, Beethoven, Jimi Hendrix, entre outros) ou dos mateiros que são capazes de ouvir o rastejar de uma cobra há mais de 20 metros de distância. Todos nós temos no cromossomo 10 um gene que produz proteínas que vão compor as células capilares da cóclea do ouvido médio. Essas células, quando formadas com qualidades excepcionais, estimulam os sensores das vibrações sonoras. Esta é a razão pela qual pouquíssimas pessoas têm a capacidade de ouvir um som, distingui-lo e guardá-lo na memória por muitos e muitos anos. 5) O que mais o DNA pode explicar? R: O estudo do DNA que compõe os genes explica, ainda, o câncer, Alzheimer, resistência física, obesidade, diabetes, doenças do coração, anemias hereditárias, hemofilias, maldade, entre outros. Entretanto, é necessário esclarecer que todas essas e outras relações com o DNA estão no início do seu entendimento. A tecnologia disponível para o avanço sobre os conhecimentos do DNA se desenvolveu muito mais rápido do que o conhecimento que se tem atualmente para entender o DNA. Apesar disso, nesses próximos dez anos muitos conceitos genéticos, médicos, biológicos e filosóficos serão modificados e atualizados. Para que esse processo ocorra de forma adequada é importante que os estudiosos proporcionem informações sensatas e responsáveis aos leitores interessados. *O autor é membro do Comitê Multidisciplinar do 44º Congresso da SBPC/ML, biomédico, professor titular pela UNESP, ex-assessor da OMS e diretor da Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto (SP). 13 17 Diferenças genéticas afetam defesas contra meningite Um estudo sobre meningite e septicemia causadas pela bactéria meningocócica sugere que essas doenças ocorrem principalmente em i n d i v í d u o s c o m d e te r m i n a d a conformação genética. Pesquisadores do Colégio Imperial de Londres (www.imperial.ac.uk), no Reino Unido, compararam as informações genéticas de 1.500 pessoas que desenvolveram meningite meningocócica com as de 5 mil indivíduos saudáveis do grupo controle. entender o porquê desse pequeno grupo apresentar a doença, enquanto outros permanecem imunes”, diz o professor Michael Levin, um dos autores do estudo. As variações identificadas no estudo referiam-se a genes do fator H e às proteínas relacionadas. Estas regulam as atividades do sistema imunológico que reconhecem e atacam bactérias invasoras. Normalmente, o Fator H e as proteínas não causam danos às células do corpo, mas a bactéria pode confunForam analisadas as diferenças no di-los de modo que eles não a genoma de cada pessoa dos dois reconheçam como invasora. grupos. Os resultados revelaram que O artigo Genome-wide association os indivíduos com a doença possuíam study identifies variants in the CFH marcadores genéticos em diversos region associated with host suscepgenes que participam do combate às tibility to meningococcal disease foi bactérias invasoras. publicado na edição de 8 de agosto “Embora muitas pessoas tenham a de 2010 da revista Nature Genetics. bactéria, apenas uma em cada 40 mil Fontes: Medica.de e Colégio desenvolve a meningite meningocóImperial de Londres cica. Nosso estudo vai ajudar a OMS alerta contra bactérias superresistentes A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou um alerta sobre o aumento da resistência aos antimicrobianos — capacidade dos micro-organismos resistirem a ação de antibióticos. Essa condição já é considerada um problema global de saúde pública porque põe em risco o controle de muitas doenças infecciosas. Desde 2004, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) coordena a Rede de Resistência Microbiana , que se dedica a estudar e propor medidas para combater o problema. A Agência é assessorada pelo Comitê Técnico Assessor para Uso Racional de A n t i m i c r o b i a n o s e Re s i s t ê n c i a Microbiana (Curarem). O patologista clínico Eduardo Emery representa a O artigo Emergence of a new antibiotic SBPC/ML no Curarem. resistance mechanism in India, Pakistan, and the UK: a molecular, biological, and epidemiological study, publicado na edição de 11 de agosto do The Lancet Infectious Diseases, relata a descoberta de um gene que permite a alguns tipos de bactérias tornarem-se resistentes à maioria dos antibióticos existentes. Os autores fazem um alerta para a resistência antimicrobiana. Um gene favorece resistência a antimicrobianos A OMS recomenda que os países implantem medidas para conter ou reduzir a infecção hospitalar de forma a limitar a propagação de bactérias multirresistentes, além de reforçar a política nacional sobre o uso adequado de antibióticos. 14 Segundo a Anvisa, entre 2006 e 2008, as notificações relativas às infecções de corrente sanguínea enviadas pelos hospitais no período somaram 5.406 micro-organismos. A maior prevalência foi de Staphylococcus aureus. Fontes: OMS e Anvisa USP desenvolve nanotransporte de medicamentos Uma partícula com dimensões nanométricas (1nm = 1 milionésimo de mm) que pode transportar medicamentos para células cancerosas e tecidos de órgãos transplantados foi desenvolvida na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCM-USP). A pesquisa começou em 1995 com o objetivo de criar uma versão artificial da lipoproteína de baixa densidade (LDL, na sigla em inglês), que concentra mais de 70% do colesterol presente no sangue. Batizada com a sigla LDE, a partícula nanométrica é uma LDL artificial formada por um envoltório de fosfolípedes e um núcleo de colesterol. Ao se chocar com lipoproteínas naturais, a LDE recebe partes proteicas, Apo E, que passam a fazer parte dela. Segundo o professor Raul Cavalcante Maranhão, que lidera a pesquisa, devido à maior afinidade da Apo E com o receptor, a LDE liga-se a ele com mais força do que faz a própria LDL. Recentemente, a equipe descobriu que a mesma técnica pode ser aplicada no tratamento da aterosclerose. “É a primeira vez que se trata o efeito base da aterosclerose. Até agora, a doença era tratada com remédios para hipertensão, que atingem os efeitos mas não a doença”, disse Maranhão em entrevista à Agência Fapesp. A partícula nanométrica é uma versão artificial da LDL “Com essa descoberta, decidimos injetar uma droga na LDE para que atingisse diretamente o câncer, pois as demais células têm muito poucos receptores para a proteína”, explica o professor. Ele acrescenta que seria impossível fazer isso com a LDL. O estudo foi apresentado na 25ª Reunião da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), em 28 de agosto de 2010, em Águas de Lindoia (SP). Fonte: Agência Fapesp Sensor sob a pele mede níveis de glicose Uma equipe do Departamento de Bioengenharia da Universidade da Califórnia em San Diego — UCSD (www.be.ucsd.edu), nos EUA, desenvolveu um medidor de glicose implantado sob a pele do paciente que envia os dados para um pequeno receptor sem fio, do tamanho de um celular, colocado à distância, no qual são gravadas as informações para serem analisadas depois pelo médico. O dispositivo pode ser usado por diabéticos dos tipos 1 e 2. O sensor tem a forma de um botão e mede 3,8 cm de diâmetro por 1,5 cm de espessura. Uma reação química realizada pela enzima oxidase faz o oxigênio existente nos tecidos ser consumido na proporção da glicose presente. O sensor compara o oxigênio consumido com uma medida de referência. O valor encontrado reflete a concentração de glicose no sangue do indivíduo. Segundo um dos pesquisadores, o professor de bioengenharia David Gough, da UCSD, o aparelho já foi testado com sucesso em dois porcos, um saudável e outro diabético, durante 222 e 520 dias, respectivamente, sem interromper o fluxo de informações. A pesquisa foi apresentada no artigo Function of an Implanted Tissue Glucose Sensor for More than 1 Year in Animals, publicado na capa da edição de 28 de julho de 2010 da revista Science Translational Medicine. O sensor envia os dados para um receptor sem fio fora do paciente Fontes: Prontuário de Notícias e UCSD “Agora, queremos fazer testes em humanos, o que deve acontecer nos próximos meses”, conta Gough. “Famílias com crianças diabéticas podem ter um alarme no receptor, que será acionado se a glicose atingir níveis perigosos, por exemplo, durante uma hipoglicemia noturna”, acrescenta. Descoberta coinfecção por HIV-1 e HIV-2 no Brasil Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) (www.fiocruz.br/ioc), da Fundação Oswaldo Cruz (foto), identificaram a presença no Brasil de coinfecção de HIV-1 e 2 em 15 amostras coletadas em diversos estados. “Este é um trabalho que vem sendo desenvolvido há alguns anos e, agora, conseguimos chegar a um resultado bastante robusto”, diz a líder da pesquisa Ana Carolina Vicente, chefe do Laboratório de Genética Molecular de Micro-organismos do IOC. Os autores explicam que o HIV-2 é resistente aos antirretrovirais do tipo não-nucleosídeos. Apesar de responder muito bem à classe dos inibidores de proteases, nos casos de infecção pelo HIV-2 a resposta costuma ter duração pequena e algumas mutações de multirresistência são selecionadas rapidamente. O estudo foi apresentado no 2º Congresso de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro. Fonte: Comunicação/Instituto Oswaldo Cruz Segundo o estudo, todos os testes disponíveis hoje no Brasil, laboratoriais ou do tipo rápido, têm sensibilidade para identificar o HIV e tipar o HIV-1, mas não indicam de forma específica se o tipo 2 está presente. 16 Foto: divulgação Fiocruz Foram analisadas amostras de sangue que na primeira etapa de testagem para HIV apresentaram resultados que indicavam a presença dos dois vírus. Como não há no Brasil reagentes específicos para o HIV-2, a equipe usou testes moleculares e imunológicos ainda restritos a pesquisas. Frio pode aumentar risco de infarto É o que sugere um estudo feito na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (www.lshtm.ac.uk), no Reino Unido. A queda de 1ºC na temperatura externa em um dia esteve associada ao registro de mais 200 infartos do miocárdio em relação à média anual naquele país. Foram analisados dados de 84 mil pacientes admitidos com infarto em hospitais entre 2003 e 2006, na Inglaterra e País de Gales, e comparados com temperaturas diárias das regiões em que moravam. O estudo levou em conta poluição do ar, episódios de gripe, sazonalidades e tendências de longo prazo. O aumento do risco de infarto — 2% acima do normal — foi observado em até duas semanas após a exposição a temperaturas mais baixas. Os pesquisadores dizem que isso é relevante em um país onde ocorrem cerca de 146 mil infartos por ano. Uma pequena elevação tem impacto significativo. “Pessoas entre 75 e 84 anos, e indivíduos com histórico de doenças cardiovasculares aparentemente estão mais vulneráveis aos efeitos das reduções de temperatura”, diz o autor principal Krishnan Bhaskaran. Ele explica que não foi observado aumento de episódios de infartos em temperaturas mais elevadas. No entanto, esclarece que até mesmo no verão o Reino Unido não costuma apresentar temperaturas muito altas em relação a outras regiões do mundo. O artigo Short term effects of temperature on risk of myocardial infarction in England and Wales: time series regression analysis of the Myocardial Ischaemia National Audit Project registry foi publicado na edição de 10 de agosto de 2010 do British Medical Journal. Fonte: Agência Fapesp No rastro de bactérias flageladas Pesquisadores brasileiros descobriram uma via de ativação da enzima Óxido Nítrico Sintase Induzida (iNOS, na sigla em inglês), ativada a partir do reconhecimento da flagelina — proteína que compõe o flagelo de bactérias móveis — pelos receptores da imunidade inata, os inflamassomas. mento inato da flagelina pelos receptores do tipo Toll — família de proteínas transmembrânicas que fazem parte do sistema imunológico inato e são responsáveis por reconhecer várias estruturas-padrão de patógenos, entre eles, a flagelina — com os receptores citosólicos do tipo inflamassomas, também capazes de reconhecer a flagelina. Essa via tem relação com o controle de bactérias flageladas, atribuindo aos inflamassomas um mecanismo efetor até então desconhecido. A pesquisa foi realizada por equipes do Departamento de Ciências Biológicas e do Centro de Terapia Celular e Molecular (CTC-Mol), da Universidade Federal de São Paulo — Unifesp (www.unifesp.br), e dos Departamentos de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas e de Biologia Celular da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo — USP (www.usp.br). “Os inflamassomas são receptores citosólicos descobertos recentemente e de grande interesse por terem 18 relação com a ativação de processos inflamatórios”, disse a autora principal do artigo Karina Bortoluci, da Unifesp, à Agência Fapesp. Ela acrescenta que até agora a literatura não apresentava referências à ativação da enzima iNOS pelos inflamassomas. O estudo descobriu a participação de dois membros da família dos receptores citosólicos do tipo NOD: Ipaf e Naip5. Eles ativam uma via dependente da protease caspase-1, que ativa a iNOS. O trabalho começou com uma tentativa de comparar o reconheci- “Queríamos saber se a resposta era diferente quando esses receptores distintos reconheciam a flagelina. Quando fomos avaliar a ação da enzima iNOS, esperávamos que ela só fosse ativada pela flagelina por fora da célula, através dos conhecidos receptores do tipo Toll. Mas vimos que a flagelina por dentro da célula também conseguia ativar a enzima”, contou Bortoluci. O artigo A novel pathway for inducible nitric oxide synthase (iNOS) activation through inflammasomes foi publicado na edição on line de agosto de 2010 do Journal of Biological Chemistry. Fonte: Agência Fapesp Estudo reforça importância da vitamina D Um estudo da Universidade de Oxford (www.ox.ac.uk), no Reino Unido, mostra que a vitamina D influencia diretamente mais de 200 genes. Segundo os pesquisadores, a carência dessa vitamina aumenta os riscos de desenvolver muitas doenças. associados à suscetibilidade a problemas no sistema imunológico. Além disso, os pesquisadores descobriram que a vitamina tem grande influência na atividade de 229 genes, entre eles os que estão relacionados à esclerose múltipla, diabetes tipo 1 e doença de Crohn, que afeta o intestino. Através de sequenciamento genético, eles criaram um mapa das ligações dos receptores de vitamina D em todo o genoma humano. O receptor é uma proteína ativada pela própria vitamina que, por sua vez, liga-se ao DNA e influencia as proteínas feitas a partir do código genético. “Suplementos de vitamina D para grávidas e recém-nascidos são importantes para que as crianças tenham um crescimento saudável”, afirma o autor principal do estudo Sreeram Ramagopalan, de Oxford. Foram identificados 2,776 mil pontos de ligação para o receptor, concentrados próximos a genes que estão Segundo a equipe, estima-se que existem 1 bilhão de pessoas no mundo com carência de vitamina D, provoca- da por exposição insuficiente ao sol ou alimentação pobre em nutrientes. O artigo A Chip-seq defined genomewide map of vitamin D receptor binding: associations with disease and evolution foi publicado na edição on line de 23 de agosto de 2010 da revista Genome Research. Fonte: Agência Fapesp Notificação compulsória tem mais doenças O Ministério da Saúde ampliou a Lista de Doenças de Notificação Compulsória (LNC). Agora fazem parte sífilis adquirida; esquistossomose; síndrome do corrimento uretral masculino; acidentes com animais peçonhentos, como cobras, escorpiões e aranhas; atendimento antirrábico decorrente de ataques de cães, gatos e morcegos; e intoxicações exógenas por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos e metais pesados. Com essas inclusões, a LNC passa a ter 44 doenças, agravos e eventos de importância para a saúde pública de abrangência nacional que devem ser informadas pelas autoridades sanitárias nos municípios e estados ao Sistema Nacional de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). ções, responsabilidades e atribuições dos profissionais e serviços de saúde. As informações estão na Portaria 2472, que segue recomendações do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), de 2005. O documento tem, ainda, definições de termos estabelecidos pelo RSI e informações sobre os fluxos, critérios para as notifica- Segundo Carla Domingues, diretora adjunta do Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério, o aperfeiçoamento da notificação de doenças, agravos e eventos de importância para a saúde pública permite às esferas de governo federal, estadual e municipal monitorar e auxiliar no planejamento das ações de prevenção de controle, avaliar tendências e impacto das intervenções e indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas. A Portaria foi publicada no Diário Oficial da União de 1º de setembro. Fonte: Ministério da Saúde Notícias medicina LABORATORIAL Sociedade Brasileira de Patologia Clínica Medicina Laboratorial Rua Dois de Dezembro, 78 sala 909 CEP 22220-040 - Rio de Janeiro - RJ Tel. (21) 3077-1400 Fax (21) 2205-3386 [email protected] http://www.sbpc.org.br 20 Presidente 2010/2011 Carlos Ballarati Diretor de Comunicação Luiz Eduardo Martins Editor-chefe Armando Fonseca Jornal da SBPC/ML - Periodicidade mensal Conselho Editorial Adagmar Andriolo Alvaro Martins Carlos Senne Elimar Antônio Bittar João Nilson Zunino José Carlos Lima Marilene Melo Mário Flávio Alcântara Ulysses Moraes de Oliveira Wilson Shcolnik Jornalista responsável Roberto Duarte Reg. Prof. RJ 23830JP Assinaturas & Publicidade Ana Karina [email protected] Criação e diagramação Rodrigo Paiva Impressão Grafitto Gráfica Ltda. CRMs debatem cursos de medicina Os participantes do 2º Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina de 2010 (ENCM) foram unânimes sobre a necessidade de avaliar os estudantes durante todo o curso e não apenas em uma prova após a formatura. O encontro foi dia 10 de setembro, em Brasília. Fonte: Imprensa do CFM Combate à tuberculose recebe verba de US$ 3 milhões O programa de combate à tuberculose vai receber ao longo de três anos 3 milhões de dólares repassados pela Fundação Gates, dos EUA. A verba será usada no controle e prevenção da doença no país para oferecer tratamento mais moderno e desenvolver pesquisas para diagnóstico, além de servir como exemplo para outros países em desenvolvimento. Fonte: Ministério da Saúde Livro conta a vida de Zerbini Famoso por fazer o primeiro transplante de coração na América Latina, o médico Euryclides de Jesus Zerbini tem sua vida contada em livro pela médica Yvonne Capuano, presidente da Academia de Medicina de São Paulo. Idealizador do Instituto do Coração, em São Paulo, Zerbini introduziu e aperfeiçoou técnicas como a cirurgia a céu aberto e a da cirurgia por hipotermia, onde se diminui a temperatura corpórea do paciente e o coração para por alguns minutos. Nascido em 1912, na cidade de Guaratinguetá (SP), Zerbini morreu em 1993, aos 81 anos de idade. Até pouco antes de sua morte ainda operava e apresentava palestras e conferências. Fonte: Imprensa da AMB CLASSIFICADOS TÉCNICO EM PATOLOGIA CLÍNICA FORMAÇÃO COMPLETA EM TÉCNICO E M PAT O L O G I A C L Í N I C A . NECESSÁRIO SÓLIDA EXPERIÊNCIA NA ÁREA (2 ANOS). PRÁTICA EM ANÁLISES DE LÂMINAS DE TIPOS DIVERSOS (SANGUE, URINA, FEZES E T C ) , C O L E TA D E S A N G U E , ESTERILIZAÇÃO DE MATERIAIS. CURRÍ[email protected] [email protected] RIO DE JANEIRO/RIO DE JANEIRO CARLOS (21) 2599-7219 SELECTRA XL E SELECTRA II VENDO OS EQUIPAMENTS DESCRITOS ACIMA EM PLENO FUNCIONAMENTO E BOM ESTADO DE CONSERVAÇÃO. [email protected] PETROPOLIS- RJ DR. DOMINGOS BAFFI 2499657050 TÉCNICA PATOLOGIA CLÍNICA FORMADA HÁ 25 ANOS COM LARGA EXPERIÊNCIA EM URGÊNCIA HOPITALAR, PROCURA PLANTÕES EM ESCALA 12X36HS. 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