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IMPRESSO ESPECIAL
CONTRATO
N.º 050200271-9/2001
ECT/DR/RJ
Sociedade Brasileira
de Patologia Clínica
Medicina Laboratorial
nº 42
Março / 2008
Indicadores mostram desempenho do laboratório
O uso de indicadores vem se tornando uma prática em diversas empresas de diferentes setores da economia. São dados numéricos que auxiliam a compreender o desempenho e o funcionamento de cada setor ou
processo da organização. Quando são medidos de forma adequada e sistemática e bem interpretados os
indicadores apresentam informações importantes que ajudam a administração a tomar decisões que
afetam o funcionamento da empresa e a implantar mudanças com rapidez e maior segurança.
O Programa de Indicadores Laboratoriais é uma iniciativa pioneira no setor de laboratórios clínicos. O Programa foi desenvolvido através de parceria da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) com a empresa ControlLab. Ele produz dados objetivos que permitem ao administrador,
por exemplo, identificar pontos fortes e fracos da empresa, oportunidades para melhorar seu desempenho e
estabelecer estratégias de crescimento.
Nesta edição, Gestão Estratégica em Medicina Laboratorial entrevista a coordenadora da Qualidade do
Laboratório Santa Luzia (SC), Ivana Pereima. Ela explica qual é a importância do Programa de Indicadores
para os laboratórios e como eles podem participar. Ivana é farmacêutica e auditora do Programa de
Acreditação de Laboratórios Clínicos (PALC) da SBPC/ML.
Leia a entrevista completa na página 2.
A vontade de se preparar tem que ser maior que a vontade de vencer
As empresas de pequeno porte conseguem competir
com as grandes organizações e se firmar no mercado? O que elas precisam fazer para conseguir isso?
Neste artigo, o consultor de vendas, motivação, gestão e recursos humanos Gilclér Regina mostra que
os pequenos podem levar vantagem sobre os “gigantes” porque apresentam uma estrutura menor, menos
burocrática e mais veloz.
Presidente da GEAC Desenvolvimento de Talentos,
Gilclér ilustra o artigo com a história de Davi e Golias
e com casos verídicos, como o da Rede Wal Mart.
Leia o artigo completo na página 5.
Gestão Estratégica em Medicina Laboratorial - Foto: divulgação
Indicadores mostram
desempenho no laboratório
O Programa de Indicadores Laboratoriais é uma ferramenta de gestão
desenvolvida através de parceria
entre a Sociedade Brasileira de
Patologia Clínica / Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e a empresa ControlLab
para estimular a melhoria contínua nos
processos laboratoriais. Seu objetivo é contribuir para o aumento da produtividade,
da lucratividade do setor e melhorar
resultados operacionais.
Uma das principais características do
Programa é a comparação das melhores
práticas e a geração de dados objetivos,
por meio de indicadores mercadológicos,
administrativos e técnicos, que possibilitem
ao gestor do laboratório monitorar o desempenho do seu negócio; avaliar os seus
processos; identificar pontos fortes e fracos; identificar oportunidades de melhoria;
desenvolver estratégias para crescimento
e práticas eficazes; e melhorar resultados
operacionais.
Uma vez por ano é realizado o Fórum de
Indicadores Laboratoriais, quando são
discutidas ferramentas de monitoramento
de resultados e feita a avaliação do Programa. O Fórum ocorre durante o Congresso
Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina
Laboratorial.
Nesta entrevista, a coordenadora da Qualidade do Laboratório Santa Luzia (SC),
Ivana Pereima, conta qual é a importância
do Programa para os laboratórios e como
eles podem participar. Ivana é farmacêutica
e auditora do Programa de Acreditação de
Laboratórios Clínicos (PALC) da SBPC/ML.
- Gestão Estratégica em Medicina Laboratorial
Ivana Pereima
Para o laboratório, qual é a importância de participar
do programa?
O Programa de Indicadores Laboratoriais é capaz de apresentar o comportamento do laboratório em relação a outros e,
assim, decisões baseadas em fatos podem ser conduzidas.
O programa estimula a discussão de conceitos e a importância do melhor uso dos indicadores, além de estimular a
prática de estratégias já adotadas e a troca de experiências.
Também se pode ajudar a avaliar o programa e contribuir
para sua ampliação.
A participação no programa implica alterar a rotina
e processos no laboratório, inclusive as atividades
dos colaboradores?
Não. O ideal é que a compilação dos dados não venha
a interromper as atividades regulares do laboratório. A participação inicial pode ser parcial, ou seja, apenas alguns
indicadores do programa são respondidos, com base nos
dados disponíveis pelo laboratório. Paulatinamente o laboratório se familiariza com o programa e procura se adequar,
pois o descritivo, a fórmula, a unidade e o formato de cada
indicador, além de um comentário a respeito são fornecidos
pelo provedor do programa, facilitando muito o entendimento
e aplicação. Dessa forma, o laboratório evolui em termos
de participação em número de indicadores oferecidos para
comparação ao longo do tempo.
Como funciona o programa?
O programa é on line; funciona na área de acesso exclusivo
para clientes do sistema da ControlLab. Ela é responsável por
três etapas: a de coleta de dados de cada laboratório; em
seguida, da análise estatística dos dados; e, por último, pela
emissão dos relatórios, com a elaboração de um resumo,
tabelas e gráficos comparativos.
Para cada indicador há um descritivo que auxilia o laboratório a entender o que ele significa, os dados que devem
ser coletados e os cálculos que devem ser feitos.
O laboratório é responsável por outras duas etapas:
a primeira é após a revisão
dos dados gerados nas plaPara cada
nilhas de cálculos, os quais
indicador há
devem ser enviados on line
para a ControlLab. A segunuma descrição
da, refere-se à análise crítica
do seu
dos dados reportados nos
relatórios emitidos pela Consignificado
trolLab, essencial no processo
de tomada de decisão, que
necessita de um referencial,
um padrão de excelência que
permita a determinação de metas consistentes para estimar
o sucesso ou insucesso dos resultados alcançados.
Como conseguir o engajamento da equipe de
modo que o laboratório participe efetivamente do
programa?
Em primeiro lugar, é importante que um profissional do
laboratório seja eleito para coordenar essa atividade e fazer
com que toda a equipe perceba a importância de avaliar
indicadores de desempenho com base em referencial de
mercado real. Em seguida,
compartilhar o entendimento
com a equipe que o uso de
indicadores é essencial no
O programa
processo de tomada de decié aberto a
são. E, por último, estabelecer
melhorias das metas reais,
laboratórios
que naturalmente se tornam
de qualquer
mais exigentes com o tempo,
à medida que o laboratório
tamanho
avalia seus resultados.
A participação no programa pode variar conforme
o tamanho do laboratório e o número de postos de
coleta que ele tem?
A participação é única, independente do tamanho do
laboratório, pois o programa não é em módulos. O que
pode haver são inscrições independentes para cada unidade técnica e isto só ocorrerá para laboratórios com filiais
e unidades hospitalares. Contudo, esta é uma opção do
laboratório, conforme a sua estratégia.
Indicadores que fazem parte do Programa
Acidente e Contaminação
- Acidente com pérfuro-cortante
- Contaminação de hemocultura
Cliente
- Atraso de resultados
- Sucesso na comunicação de resultados
alarmantes
Coleta
- Coleta própria ambulatorial
- Coleta própria hospitalar
- Coleta domiciliar/home care
- Coleta de terceiros
- Coleta de franquia
Entrega de laudo
- Eletrônico - e-mail
- Eletrônico - website
- Impresso entregue em casa
- Impresso retirado no laboratório
- Telefone ou fax
Glosa
- Glosa geral
- Glosa por convênio
Laudo não retirado
Pessoal
- Horas trabalhadas
- Absenteísmo
- Rotatividade geral
- Rotatividade da recepção
Treinamento
- Treinamento geral
- Treinamento interno
Produtividade
- Pessoal geral
- Pessoal técnico
- Pessoal faturamento
- Pessoal de recepção
- Coletador próprio
- Coletador franqueado
- Área Patologia/Citopatologia
Público
- Exames por paciente
- Exames por paciente particular
- Exames por paciente de convênio
- Exames por paciente do sistema público
Recoleta
- Recoleta geral
- Recoleta por material impróprio
- Recoleta para confirmação
- Recoleta por acidente
- Recoletas diversas
Ticket médio
Terceirização
Volume de exames
- Exames particulares
- Exames de convênio
- Exames do sistema público
Mais informações:
http://www.controllab.com.br/#indicadores
Gestão Estratégica em Medicina Laboratorial - - Gestão Estratégica em Medicina Laboratorial
A vontade de se preparar tem que
ser maior que a vontade de vencer
Foto: divulgação
Nos meus tempos de menino a propaganda
da Atlantic, uma companhia pequena de
petróleo em relação às demais do mercado,
dizia: “Quem não é o maior tem que ser o
melhor”. Entretanto, eu coloquei um “pode”
no lugar do “tem”, isto para não ser radical
e dizer que para ser bom, só mesmo sendo
pequeno.
Gilclér Regina*
Nos dias atuais vemos muitas empresas pequenas participando da lista das melhores empresas para se trabalhar, publicada anualmente pelas revistas Você S.A, Exame e Época, via empresa de consultoria e pesquisa
Great Place to Work, que utiliza uma metodologia consagrada em 29 países.
Hoje, empresas pequenas já são multinacionais com raízes fincadas nos mais longínquos rincões deste
planeta.
A pergunta mais comum que se faz é a seguinte: como é a competitividade da micro e pequena empresa?
Como competir com as grandes estruturas?
Certa vez, quem deu a dica foi Jack Welch, o grande executivo do final do século 20. Ele disse: “Quero ver a
General Electric com a sua competitividade somada à velocidade de uma pequena empresa”.
Penso que a grande dica é que o pequeno, com menos burocracia, pode ser mais veloz, sair na frente, decidir
mais rápido, ser mais criativo... A burocracia mata a meta! Porém, é preciso
acreditar mais no próprio potencial.
Uma versão bem humorada da história
de Israel vendo aquele gigante gritaram:
derrotá-lo”. Davi, menino mirrado, pega
grande que será impossível errar”. O
Acreditar que mesmo pequeno, muifinanciamentos, sem estrutura e diante
pode parecer presunção que diante de
Mas essa fé é o ingrediente número um
A pequena
empresa pode
ser mais
rápida nas
decisões
de Davi e Golias conta que os soldados
“Ele é tão grande que é impossível
um estilingue e diz: “A cabeça dele é tão
resto da história todos nós sabemos.
tas vezes remando contra a maré, sem
de um mercado cada vez mais exigente
tantas incertezas pode-se prosperar.
do sucesso.
Quando pensamos no modelo americano de vida, do sonho americano, logo estamos imaginando carrões,
iates, mansões. Na prática, a grande maioria dos milionários de lá são empresários de pequenos negócios que
trabalham duro, poupam, mudam de carro a cada quatro anos, não são consu-mistas e tem foco no trabalho.
Gestão Estratégica em Medicina Laboratorial - Vivemos numa sociedade onde todo mundo quer ser o primeiro. E o primeiro pensamento é que para ser bom
tem que ser grande. Ouvi de um publicitário que não dá para assistir à segunda melhor novela para depois de
oito meses descobrir que a primeira era melhor mesmo. Gente assim só assiste a um canal!
Em nossa cultura, quem ganha prata chora, porque o sentimento é de derrota. Aliás, neste caso perdeu mesmo. Mas deveria olhar todo o caminho que foi percorrido até ali. Essa foi a vitória.
Ser pequeno é apenas o inicio. Se você ler a história de Sam Walton, o fundador da Rede Wal Mart, o maior
faturamento do planeta, fechando 2007 com 300 bilhões de dólares, verá que ele iniciou seu pequeno negócio
numa pequena cidade e assim permaneceu por muito tempo. O seu lema era: “O cliente pode demitir todos de
uma empresa, do alto executivo para baixo, simplesmente gastando seu dinheiro em outro lugar”.
Para ser grande entendo que o maior passo é pensar como “grande”, ter atitude de “grande”, motivação de
grandes proporções. O caminho passa por ver o que todo mundo vê. Mas enxergar diferente! Quando vemos
pessoas se destacando, construindo uma “estrada de campeões”, precisamos observar que essas pessoas estão
fazendo aquilo que outros não quiseram fazer.
O perigo não é pensar “grande” e não conseguir. O perigo é pensar “pequeno” e conseguir.
Penso também que as micro e pequenas empresas podem se destacar em equilíbrio, em regularidade, em
continuidade.
É preciso
observar o
que outros
não quiseram
fazer
A vontade de se preparar tem que ser maior que a vontade de vencer. O que o pequeno pode fazer para triunfar? O caminho é entender a mescla de disciplina com entusiasmo como a ponte entre os sonhos e a realidade.
O preço a pagar é muito treinamento e estudo.
Já ouvi muita gente dizer assim: “Mas como? Vou treinar e depois a concorrência leva”. Sinto dizer, mas o
caminho é esse mesmo e os riscos também. Isso sempre vai acontecer. Mas também é o caminho que leva ao
sucesso - 82% das maiores empresas do mundo vieram do absolutamente nada.
Esquecendo aqui qualquer paixão pelo seu time, veja o exemplo do Internacional de Porto Alegre. Contrariando a lógica, foi campeão mundial em cima do Barcelona, um dos clubes mais ricos do mundo com um time
recheado de estrelas globais. Alguém aí lembra do Davi?
Construir o futuro, um pequeno negócio que amanhã será um grande sucesso, acima de toda e qualquer tecnologia, fazer a diferença real está nas pessoas fiéis e comprometidas, na escolha e formação das equipes, na
identificação das pessoas certas para os lugares certos. E isso não é privilégio só de grandes empresas.
O que motiva as pessoas a fazer o que fazem? O que motiva o mundo são as pessoas. Mas o que motiva as
pessoas é a paixão, é sentir-se útil e comprometido com o negócio, seja pequeno ou grande. O maior desafio
é não se acomodar.
*Consultor de vendas, motivação, gestão e recursos humanos e presidente da GEAC Desenvolvimento de Talentos,
www.ceag.com.br.
Gestão Estratégica em Medicina Laboratorial
Jornal da SBPC/ML - Periodicidade mensal
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Presidente 2008/2009
Alvaro Martins
Criação, Arte e Diagramação
Design To Ltda
Diretor de Comunicação
Murilo Rezende Melo
Jornalista responsável
Roberto Duarte - Reg. Prof. RJ 23830JP
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