PALC Os cinco passos para o profissional higienizar as mãos. Página 8 USP contra a aids Universidade recebe verba para desenvolver antirretroviral. Página 10 Fiocruz combate malária Fundação desenvolve medicamento mais eficiente. Página 10 Risco cardíaco Teste de sangue ajuda na prevenção. Página 11 Quantos somos? Pesquisa de Assistência MédicoSanitária do IBGE mostra o número de laboratórios no Brasil. Página 2 UFRJ x câncer Nova opção de tratamento combate doença na tireoide. Página 12 Infecção hospitalar Teste rápido para sífilis Kit produzido por Bio-Manguinhos vai fornecer resultado em 15 minutos, com eficácia superior a 90%. Página 16 Sistema especial de iluminação ataca superbactérias. Página 15 Editorial Proteínas em movimento Espanha cria banco de dados com milhares de vídeos. Página 19 Medicamentos Anvisa mostra influência da indústria farmacêutica no SUS. Página 20 Recadastramento Última chance: médicos devem procurar o CRM de seu estado. Página 21 Prezados leitores Para o editorial desta edição que encerra 2010 é preciso destacar pontos não explicitados na Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária, do IBGE, muito bem apresentada na reportagem que começa na página 2. No mês de novembro, a imprensa nacional deu ampla cobertura aos dados desse importante trabalho que, esperamos, mantenha regularidade e periodicidade o mais curta possível, dado a rapidez com que os números se alteram no segmento da saúde no Brasil. As notícias veiculadas concentraram-se no número de leitos, hospitais, leitos de UTI, equipamentos de tomografia, de ressonância magnética e outros itens. Mas um setor de assistência à saúde, que responde por quase 20 mil unidades de atendimento no Brasil, e que influencia em cerca de 70% as decisões propedêuticas e terapêuticas foi, digamos, sublimado pelos noticiários. Para que tais dados tão importantes apurados pelo IBGE, instituição de orgulho nacional, viessem a público foi preciso que o Notícias - Medicina Laboratorial desse a ênfase necessária. Essas informações veiculadas pelo jornal da SBPC/ML são importantes para servirem de referência à formação profissional que nossa atividade necessita, à intensidade dos investimentos financeiros e sua distribuição geográfica e a tudo que contribua com as políticas públicas de acesso da população ainda desassistida de exames laboratoriais de caráter preventivo, preditivo, diagnóstico e monitoramento terapêutico. Leiam com atenção a reportagem e observem os dados mostrados nas tabelas. Vocês vão se surpreender com “nossos” números. Um feliz fim de 2010 e um ano novinho com esperanças renovadas. Armando Fonseca - Editor-chefe Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária apresenta dados que interessam ao setor de diagnóstico laboratorial A Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária (AMS) 2009, realizada pelo IBGE e divulgada em novembro, informa que, no ano passado, existiam 16.657 laboratórios de análises clínicas no país e 5.854 de anatomia patológica/citologia. Esses números incluem laboratórios que estão em hospitais, clínicas e outros estabelecimentos de saúde com ou sem internação. A última pesquisa desse tipo foi em 2005. Naquela ocasião os laboratórios não foram computados separadamente, mas considerados no total de serviços de apoio diagnóstico. A AMS 2009 mostra quantos laboratórios prestam serviços somente a particulares (incluindo planos de saúde), quantos atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e quantos têm os dois tipos de atendimento. Os dados se sobrepõem porque muitos estabelecimentos enquadram-se em mais de uma dessas situações (tabela ao lado).O quadro da página 3 apresenta o número de laboratórios por unidade da federação (UF), segundo o tipo de atendimento. 2 Laboratórios de análises clínicas e anatomia patológica/citologia no Brasil Obs: Total = Público (SUS) + Privado Tipo de atendimento Total Público Análises clínicas 16.657 Anatomia patológica / citologia 5.854 Privado Privado/SUS 4.917 11.740 5.468 1.300 4.554 1.973 (SUS) Laboratórios de análises clínicas por região geográfica 1596 1313 6488 4548 2712 CO N NE S SE (vacinas), as análises clínicas estão em primeiro lugar nos setores público (4.917) e privado (11.740). Anatomia patológica/citologia aparece em sexto no segmento privado (4.554) e em décimo no setor público (1.300), atrás de serviços como eletrocardiografia, ultrassonografia, fisioterapia/reabilitação, radiologia, fonoaudiologia e psicoterapia. Laboratórios de anatomia patológica/citologia por região geográfica 653 386 2641 1360 CO N NE S SE 814 O IBGE pesquisou os estabelecimentos de saúde públicos que têm CNPJ próprio ou da mantenedora, os privados com CNPJ próprio ou da mantenedora e os que estão registrados como Pessoa Jurídica (têm CNPJ). Nos públicos, foram considerados os estabelecimentos que têm instalações físicas destinadas exclusivamente a ações na área da saúde. Nos privados, a pesquisa considerou os que têm pelo menos um funcionário pertencente à empresa, independentemente do número de profissionais de saúde (terceirizados ou não) que trabalham no local. A AMS 2009 informa o número de estabelecimentos que ofereciam também, ou exclusivamente, Serviços de Apoio Diagnóstico (SAD) ou Apoio à Diagnose e Terapia (SADT), segundo os serviços mais realizados. Não considerando imunização Outro dado da pesquisa é o número de estabelecimentos somente de SAD e SADT em cada região geográfica do país e o tipo de atendimento (SUS, privado e privado/SUS). Como na tabela da página 2, os dados se sobrepõem porque muitos enquadram-se em mais de uma dessas situações. Em 2009, a maioria dos laboratórios concentrava-se na Região Sudeste A tabela abaixo também mostra que, em 2009, do total de estabelecimentos que realizavam exclusivamente SAD e SADT, 17.526 (90,8%) faziam atendimento privado e 1.768 (9,2%) atendiam pacientes do SUS. Desses, 6.148 atendiam pacientes particulares e também mantinham convênio com o sistema público. Estabelecimentos exclusivamente SAD/SADT por região e tipo de atendimento Obs: Total = Público (SUS) + Privado Total Público (SUS) Privado Privado/SUS Brasil 19.294 1.768 17.526 6.148 Norte 837 102 735 272 Nordeste 3813 517 3.296 1.209 Sudeste 8.545 740 7.805 2.181 Sul 4.265 170 4.095 1.996 Centro-Oeste 1.834 239 1.595 490 3 Perfil da saúde no Brasil A pesquisa AMS 2009 do IBGE procura apresentar uma visão dos serviços de saúde no país. O número de laboratórios é uma parte das informações disponíveis. A realização da AMS 2009 foi antecipada na edição de outubro do ano passado do Notícias - Medicina Laboratorial. O IBGE mostra o total de estabelecimentos de saúde no Brasil. Destes, ele informa o número dos que estavam em atividade, os desativados – parados, mas com possibilidade de reabertura –, os extintos e aqueles que estavam em atividade parcial – funcionavam mas tinham pelo menos uma atividade paralisada ou desativada. Foram pesquisados estabelecimentos como postos e centros de saúde; clínicas e postos de assistência médica; pronto-socorros; unidades mistas; hospitais civis e militares; unidades de complementação diagnóstica e/ou terapêutica; clínicas odontológicas, radiológicas e de reabilitação; e laboratórios clínicos. Não foram incluídos consultórios particulares mantidos por médicos, psicólogos e outros profissionais de saúde autônomos que não se enquadram nos tipos mencionados antes. Também não foram pesquisados estabelecimentos como ambulatórios e gabinetes médicos ou dentários A pesquisa do IBGE apresenta um panorama dos serviços de saúde no Brasil em 2009. de rede escolar que atendem somente alunos e funcionários, de empresas particulares e públicas exclusivos para os empregados; ambulatórios médicos que fazem exclusivamente exames de capacitação (como clínicas de exames de vista para o Departamento de Trânsito); instituições de pesquisa e ensino que não atendem pacientes regularmente; e serviços de saúde criados para campanhas provisórias. Postos de trabalho A Pesquisa AMS 2009 mostra a evolução do número de postos de trabalho na área da saúde em geral, sem especificar a atividade ou tipo de estabelecimento em que os profissionais atuam. Em relação a 2005, quando foi realizada a pesquisa anterior, a oferta de vagas para nível superior cresceu 26,9% até 2009. Nesse período, passou de 870.361 para 1.104.340. O aumento foi mais acentuado na região Norte (42%). Nas outras regiões, ficou entre 21,8% e 28,3%. Em 2009, os médicos eram a maioria entre os profissionais de nível superior, com 57,6% (636 mil), seguidos de enfermeiros, 163 mil (14,8%). Do total de postos de trabalho de nível superior, a região Sudeste ocupava o primeiro lugar, em 2009, com 51,4% (567.707), seguida de Nordeste, 4 com 21,4% (236.397), Sul, 15,2% (167.466), Centro-Oeste, com 77.185 (7%), e Norte, 55.505 (5%) (gráfico abaixo). Postos de trabalho de nível superior por região geográfica 5% 15% 7% 51% 21% CO N NE S SE Laboratórios de análises clínicas e anatomia patológica/citologia em estabelecimentos de saúde, com e sem internação, por tipo de atendimento Obs: Total = Público + Privado A coluna "Privado/SUS" refere-se aos laboratórios que fazem atendimento particular mas também atendem pacientes do SUS. Análises clínicas Anatomia patológica/citologia UF Total Público Privado Privado/SUS Total Público Privado Privado/SUS AC 50 27 23 4 12 4 8 1 AL 167 77 90 55 84 24 60 41 AM 215 141 74 32 33 16 17 6 AP 50 29 21 2 9 4 5 1 BA 1387 344 1043 420 439 96 343 156 CE 564 266 298 125 155 64 91 41 DF 111 29 82 13 85 13 72 9 ES 445 86 359 161 115 15 100 42 GO 808 205 603 358 407 48 359 207 MA 388 218 170 87 135 54 81 44 MG 2603 969 1634 872 743 189 554 280 MS 323 92 231 49 75 18 57 18 MT 354 144 210 80 86 36 50 28 PA 538 213 325 157 201 55 146 65 PB 485 188 297 84 104 41 63 19 PE 649 202 447 140 203 64 139 41 PI 318 98 220 134 88 27 61 41 PR 864 190 674 399 286 39 247 130 RJ 1173 255 918 273 672 99 573 170 RN 398 177 221 77 99 37 62 32 RO 272 106 166 54 55 14 41 19 RR 47 30 17 3 13 4 9 3 RS 1141 128 1013 677 308 39 269 162 SC 707 94 613 459 220 39 181 106 SE 192 57 135 94 53 14 39 24 SP 2267 490 1777 618 1111 233 878 261 TO 141 62 79 47 63 14 49 26 5 Balanço de fim de ano A cada final de ano é uma tradição analisarmos o que passou e o que fizemos, com o objetivo de melhorar nossa vida pessoal e profissional nos 12 meses que vêm pela frente, sempre com a expectativa que sejam melhores que aqueles que ficaram para trás. O primeiro ano de gestão da atual Diretoria da SBPC/ML foi marcado por grandes conquistas e novidades. Em primeiro lugar, destaco nosso 44º Congresso, realizado no Rio de Janeiro após sete anos sem acontecer na Cidade Maravilhosa. O sucesso foi total, sob todos os aspectos. Canal direto No congresso lançamos o livro Gestão da Fase Préanalítica - Recomendações da SBPC/ML, publicação de referência para o mercado que inova também em seu formato de fichário para poder ser atualizado com novos capítulos que serão lançados em 2011, de modo a tornar-se uma obra completa e de fácil consulta. Os que não estiveram presentes no congresso do Rio, onde o livro foi distribuído, podem encontrá-lo na Biblioteca Digital SBPC/ML onde está disponível gratuitamente para download. Ainda na área de publicações, apresentamos no congresso o novo jornal Notícias - Medicina Laboratorial, com projeto gráfico moderno e leitura agradável, sem perder a qualidade do conteúdo. Outro destaque – e igualmente bem sucedido – foi o lançamento do portal Lab Tests Online BR, que oferece ao público leigo informações confiáveis e sem viés comercial de exames laboratoriais, além de ser uma importante fonte de consulta e de atualização para os profissionais do setor. Esse sucesso não poderia ser possível sem a importante parceria firmada com a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), que viabilizou economicamente o lançamento do portal. O PALC também trouxe novidades, como o lançamento da versão 2010 de sua Norma, que apresenta um capítulo específico sobre gestão dos riscos e da segurança do paciente. Com isso, o PALC mais uma vez mostra seu pioneirismo ao ser o primeiro programa brasileiro de acreditação laboratorial a incluir esse tema em seus requisitos. No apagar das luzes de 2010 o PALC realizou mais um curso de formação de auditor externo da qualidade. Após cinco dias seguidos de aulas, com uma programação puxada, os alunos foram submetidos a uma avaliação para serem escolhidos os novos auditores do Programa da SBPC/ML. Os aprovados continuarão sendo avaliados nas auditorias que realizarão sob supervisão nos meses seguintes. No começo deste texto mencionamos as conquistas desta gestão. É importante destacar que essas conquistas são resultado do trabalho de diretorias anteriores que se dedicaram a fazer da SBPC/ML uma sociedade científica difusora do saber e do conhecimento, além de ser uma referência entre profissionais e organizações na área da saúde e, especificamente, na medicina laboratorial. Para todos vocês, um feliz 2011! Carlos Ballarati Presidente da SBPC/ML Biênio 2010/2011 Conheça a Diretoria Executiva do biênio 2010/2011 Presidente: Diretor Científico: Diretor de Comunicação: Carlos Alberto Franco Ballarati Nairo Massakazu Sumita Luiz Eduardo Rodrigues Martins [email protected] [email protected] [email protected] Vice-presidente: Vice-diretor Científico: Diretor de Acreditação: Ismar Venâncio Barbosa Murilo Rezende Melo Wilson Shcolnik [email protected] [email protected] [email protected] Diretor Administrativo: Diretora Financeira: Diretor de Defesa de Classe: César Alex de Oliveira Galoro Leila Sampaio Rodrigues Paulo Sérgio Roffe Azevedo [email protected] [email protected] [email protected] Vice-diretor Administrativo: Vice-diretora Financeira: Presidente do Conselho de Ex-presidentes: Rubens Hemb Natasha Slhessarenko Alvaro Martins [email protected] [email protected] [email protected] Agenda da SBPC/ML 2011 - 16 a 19 de agosto 45º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica Medicina Laboratorial Centro de Convenções de Florianópolis - CentroSul Florianópolis - SC Mais informações: www.sbpc.org.br 7 Cinco passos para higienizar as mãos A conscientização dos profissionais de saúde para a importância de higienizar as mãos é alvo de campanha mundial liderada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Abaixo, reproduzimos o conteúdo de material de divulgação distribuído no Brasil, com apoio da World Alliance Pacient Safety, Organização Pan-americana de Saúde, Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária. com o paciente 1 Antes do contato Higienize as mãos antes 2 de entrar em contato com o paciente. 4 3 Antes da realização de procedimento asséptico Higienize as mãos imediatamente antes da realização de qualquer procedimento asséptico. Após contato com o paciente Após risco de exposição a fluidos corporais Higienize as mãos imediatamente após risco de exposição a fluidos corporais (e após a remoção de luvas). Higienize as mãos após contato com o paciente, com as superfícies e objetos próximos a ele e ao sair do ambiente de assistência ao paciente. 5 Após contato com as áreas próximas ao paciente Higienize as mãos após tocar qualquer objeto, mobília e outras superfícies nas proximidades do paciente mesmo sem ter tido contato com o ele. PALC faz curso de auditores externos Entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro aconteceu o Curso de Formação de Auditores Externos da Qualidade Norma PALC 2010, do Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos da SBPC/ML. Durante os cinco dias, os participantes submeteram-se a uma programação puxada, com aulas das 8h às 18h30. Além da parte teórica houve discussão de casos e trabalhos em grupo. PALC Os instrutores foram a gerente Técnica do PALC, Carla Chaves e as auditoras Derliane Oliveira, Claudia Meira, Luisane Oliveira e Paula Távora (na foto, junto com os alunos). A turma era formada por 16 profissionais das cidades de Aparecida de Goiânia (GO), Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Manaus, Petrópolis (RJ), Rio de Janeiro, Sabará (MG), Santa Maria e São Leopoldo (RS) e São Paulo. “Cerca de 20% dos exames realizados no país por mês são feitos por laboratórios acreditados pelo PALC. Uma das grandes diferenças do Programa da SBPC/ML em relação a outras certificadoras está na formação de seus auditores externos, que se reflete na confiança depositada pelos laboratórios”, diz o diretor de Acreditação da SBPC/ML, Wilson Shcolnik. Ele lembra que existem requisitos para participar do curso como, por exemplo, ter experiência comprovada de pelo menos cinco anos na área e ser profissional habilitado legalmente para exercer a responsabilidade técnica de laboratórios clínicos. O curso reuniu profissionais de laboratórios acreditados pelo PALC e não acreditados. “Fui picado pelo mosquito da qualidade há cerca de 1,5 ano, quando me tornei gerente da qualidade”, diz Fernando Miranda, de Belo Horizonte, que trabalha há seis anos em laboratório. Inês Murai, de Curitiba, conta que o laboratório no qual trabalha há 25 anos tem PALC. Ela, que está há oito na área da qualidade, quer tornar-se auditora externa do Programa da SBPC/ML para ampliar seus conhecimentos e disseminá-los a outros colaboradores. “O curso é muito importante porque podemos conhecer melhor a Norma PALC”, acrescenta a paranaense. Belém recebe Jornada e curso do PALC Entre os dias 31 de outubro e 2 de novembro a SBPC/ML realizou a 1ª Jornada de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial de Belém e o Curso de Formação de Auditor Interno da Qualidade - Norma PALC 2010. Aos que não conseguiram participar por falta de vagas, a SBPC/ML explica que é necessário limitar o número de participantes para não prejudicar a qualidade das aulas e o desempenho do grupo. A Jornada, que aconteceu no dia 2, contou com mais de 100 participantes, o que demonstra o interesse dos profissionais da região em se atualizar e adquirir novas informações sobre a atividade. Os alunos do curso tiveram aulas sobre o processo de acreditação, auditorias da qualidade, gestão do sistema da qualidade, controle de documentos e registros, de não conformidades, da fase pré-analítica, de equipamentos, de pessoal e de garantia da qualidade, entre outros temas. Os palestrantes apresentaram conferências sobre temas como urinálise, risco cardiovascular, infecções da corrente sanguínea, doença renal crônica, analisadores hematológicos, resistência bacteriana e anemias. O curso do PALC começou no dia 31 e durou três dias, com lotação máxima - 50 pessoas (foto). Como era de se esperar, todas as vagas foram preenchidas logo no início do período das inscrições. Homenagem a patologista clínico Na cerimônia, ele recebeu do presidente da Associação, Dario Feres, uma placa alusiva à sua escolha como “Médico do Ano”. A votação foi unânime. Jacob Sessim é associado da SBPC/ML desde 1977. Sua participação no Conselho Fiscal da Sociedade começou na diretoria do período 1987/1989. Reconhecimento internacional Foto: divulgação O médico patologista clínico Jacob Sessim (na foto, à direita), membro do Conselho Fiscal da SBPC/ML, foi homenageado no dia 28 de outubro pela Associação Médica de São João de Meriti (AMSJM), no estado do Rio de Janeiro. O médico patologista clínico e ex-presidente da SBPC/ML Mario Flavio Paes e Alcantara recebeu da Associação Latino-americana de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (Alapac/ML) o título de Doctor Honoris Causa por sua dedicação à especialidade no continente e no mundo e sua atuação como delegado da Alapac/ML junto à Associação Mundial das Sociedades de Patologia e Medicina Laboratorial (WASPaLM, na sigla em inglês). A homenagem aconteceu no 20º Congresso da Alapac/ML, realizado em novembro, na cidade de Quito, Equador. Foto: divulgação Associado da SBPC/ML desde 1969, o patologista clínico foi presidente da SBPC/ML de 1981 a 1983. Membro da diretoria da Alapac/ML desde 1982, foi seu presidente de 1992 a 1994. Em 2003, foi eleito Diretor para a América Latina da WASPaLM, cargo em que permaneceu por seis anos representando os interesses do continente. Atualmente, na associação mundial é membro do Secretariado para Educação da Patologia nos Países em Desenvolvimento. Também participou da organização de cursos de acreditação, para os quais obteve financiamento, realizados no Uruguai, Peru, Cuba e Equador. 9 USP vai desenvolver droga contra a Aids A USP de Ribeirão Preto (SP) vai receber R$ 9,85 milhões para desenvolver e produzir medicamentos. Um deles é o antirretroviral tenofovir, que compõe o coquetel anti-HIV. A verba para este é R$ 4,8 milhões e destina-se à Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Segundo um dos membros da pesquisa na universidade, o professor Giuliano Cesar Clososki, a patente do medicamento deve expirar em breve. Até lá, a USP pretende viabilizar a fabricação em escala industrial, em parceria com uma indústria farmacêutica. Os recursos são da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Além desse projeto, a instituição vai liberar R$ 1,8 milhão para a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto desenvolver uma droga para imunoterapia de pacientes com HIV. Mais R$ 1,6 milhão será destinado a uma pesquisa sobre o uso farmacêutico do óleo da copaíba, e R$ 1,4 milhão será empregado na avaliação de um anti-inflamatório. A Finep ainda aprovou recursos para pesquisas do Hospital das Clínicas de São Paulo, da Unicamp e das universidades federais de São Paulo, Goiás, Pernambuco e Santa Catarina. Fonte: jornal Folha de S.Paulo Fiocruz desenvolve novo medicamento contra a malária O sal híbrido Mefas promete ser mais eficiente no combate a malária, com a vantagem de não apresentar efeitos colaterais provocados pelo tratamento usado atualmente, o ASMQ, dose combinada de artesunato e mefloquina, recomendado pela OMS. Resultante da combinação dessas duas substâncias, o Mefas está sendo desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fiocruz (Farmanguinhos). Mesmo quando utilizado em dose 100 vezes maior que a necessária, o sal híbrido causou menos efeitos colaterais do que o artesunato e mefloquina usados separadamente ou sob a forma do ASMQ. Em testes feitos em animais, o Mefas mostrou que pode curar a doença com metade da dose desses medicamentos. “Espera-se também que haja uma redução no custo de desenvolvimento e produção do medicamento, tendo em vista que as dificuldades técnicas poderão ser minimizadas pela utilização de apenas um IFA – insumo farmacêutico ativo –, o que não ocorre no ASMQ, no qual são utilizados dois IFAs”, explica a pesquisadora Núbia Boechat, que coordena o trabalho. Agora, é preciso encontrar uma empresa farmacêutica ou instituição que financie os estudos finais até obter o produto registrado. Fontes: Agência Fapesp e Agência Fiocruz de Notícias Relatório sobre bancos de sangue umbilical A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou o primeiro relatório sobre Bancos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário para Uso Autólogo. Esses serviços fazem coleta, testagem, processamento, armazenamento, liberação e transporte de Células Progenitoras Hematopoéticas (CPH) provenientes de sangue de cordão umbilical e placentário. As CPH, ou células-tronco hematopóéticas, são células primitivas que têm a capacidade de autorrenovação e diferenciação em diversos tipos de células. No Brasil, 10 existem dois tipos de bancos de sangue de cordão. Os serviços para uso alogênico não-aparentado (BSCUP) são mantidos pelo poder público. Nestes, o sangue armazenado é proveniente de doações e poderá ser utilizado por qualquer pessoa que necessite, inclusive pelo próprio doador, desde que haja compatibilidade e o sangue estiver disponível. Já os bancos para uso autólogo (BSCUPA) são instituições privadas que possuem autorização exclusivamente para armazenar unidades que serão utilizadas pelo próprio paciente. O relatório aponta que existem, em todo o país, 15 bancos do tipo BSCUPA: um no Centro-Oeste, dois no Sul, três no Nordeste e nove no Sudeste. Entre 2003 e 2009, foram armazenadas nesses bancos 34.136 unidades de CPH para uso autólogo. O primeiro balanço mostrou, ainda, que muitos bancos enviam informações incompletas. Por isso, a Agência estuda a implantação de uma planilha padronizada e explicativa para facilitar o preenchimento e informar os prazos de envio das informações. O relatório está no site da Anvisa: www.anvisa.gov.br . Fonte: Imprensa da Anvisa Alguns motores intracelulares trabalham melhor sozinhos Um estudo da Universidade de Rice (www.rice.edu), nos EUA, mostra que as cinesinas – proteínas que atuam como motores intracelulares que se locomovem usando microtúbulos como trilhos – trabalham melhor sozinhas do que em pares. Há algum tempo são investigadas as propriedades mecânicas individuais dessas proteínas, mas esta é a primeira vez que se consegue estudá-las trabalhando em conjunto. professor assistente de bioengenharia em Rice. fracos que as cinesinas, podem funcionar melhor em grupo. O estudo mostra que duas cinesinas devem permanecer próximas uma da outra para atuarem de forma eficaz, mas sem estarem ligadas. Do contrário, uma delas tende a assumir toda a carga. O artigo Two Kinesins Transport Cargo Primarily via the Action of One Motor: Implications for Intracellular Transport foi publicado na edição on line de 3 de novembro de 2010 do Biophysical Journal. Os pesquisadores acreditam que outras classes de motores intracelulares, que são um pouco mais Fontes: Science Daily e Universidade de Rice O transporte intracelular ganhou importância nos últimos anos porque descobriu-se que avarias nesse sistema estão relacionadas a doenças neurodegenerativas, como a esclerose lateral amiotrófica (ELA) e a doença de Huntington. “Sabemos que alguns desses motores estão atrelados à maioria das cargas. Então, entender como eles funcionam bem juntos, ou não funcionam, é a chave para uma melhor compreensão do sistema de transporte intracelular”, diz o pesquisador chefe, Michael Diehl, Teste de sangue ajuda a prever risco cardíaco Uma equipe da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland em Baltimore (www.umaryland.edu), nos EUA, desenvolveu um teste que ajuda a prever com antecedência os riscos de problemas cardíacos em pessoas sem sintomas. O método, que ainda não está disponível comercialmente, mede a troponina T em indivíduos aparentemente saudáveis em níveis dez vezes mais baixos do que se consegue atualmente. “Quanto maior o nível de troponina, maior é o risco de falha cardíaca e de morte em dez a 15 anos”, explica o médico Christopher deFilippi, autor principal do estudo. O trabalho baseou-se no projeto Cardiovascular Health Study (CHS), feito nos EUA desde 1989, que estudou cerca de 4 mil pessoas com 65 anos ou mais que não estavam hospitalizadas, sem sintomas de falha cardíaca e sem doença aguda. As amostras, coletadas ao longo dos anos, foram preservadas em condições especiais. Com isso, os pesquisadores de Maryland puderam analisá-las usando técnicas modernas. O estudo também mostrou que os níveis de troponina variam com o tempo, para mais ou para menos, com correspondente variação do risco cardíaco. O artigo Association of serial measures of cardiac troponin T using a sensitive assay with incident heart failure and cardiovascular mortality in community dwelling older adults foi publicado na edição on line de 15 de novembro de 2010 do The Journal of American M e d i c a l Association (JAMA). F o n t e : Science Daily O estudo não considera os novos tratamentos, como o uso de estatinas, que podem alterar os valores preditivos dos níveis de troponina. 11 PCR identifica tuberculose em até 1 hora Pesquisadores da Agência de Proteção da Saúde do Reino Unido – HPA, na sigla em inglês (www.hpa.org.uk) – desenvolveram um teste molecular tão sensível como o tradicional, capas de detectar o Mycobacterium tuberculosis em uma hora. A técnica utiliza a reação em cadeia da polimerase (PCR) para identificar uma pequena região do DNA da bactéria. PCR é um técnica de biologia molecular que amplifica e gera milhões de cópias de uma determinada sequência do DNA. sis. A doença ressurgiu recentemente nos países desenvolvidos devido à resistência que as cepas adquiriram aos medicamentos. Os resultados do trabalho Prospects for new molecular diagnostic and typing approaches foram apresentados dia 15 de setembro de 2010 na convenção anual da HPA, realizada na Universidade de Warwick, no Reino Unido. Fontes: HPA e OMS Segundo os autores, o método consegue detectar quantidades muito pequenas da bactéria. O teste tradicional de escarro pode demorar várias semanas para fornecer o resultado. Nesse período, há risco do paciente infectar muitas outras pessoas. “Como o novo teste apresenta um resultado rápido, o tratamento pode ser iniciado imediatamente, o que representa um grande avanço”, comemora a autora principal, a médica Catherine Arnold, chefe da Unidade de Genômica da HPA. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 1/3 da população mundial é portadora da M. tuberculo- Foto: divulgação UFRJ desenvolve tratamento contra câncer de tireoide 12 Pesquisadores do Programa de Oncobiologia e médicos endocrinologistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) criaram uma alternativa para aperfeiçoar o tratamento utilizado em pacientes com câncer na tireoide. de câncer, o que exige reposição dos hormônios produzidos pela glândula. Mas há casos em que as reposições hormonais criam problemas em outras áreas do corpo e afetam a qualidade de vida do paciente. Para a pesquisadora é necessário impedir a progressão do tumor para aliviar as “Desenvolvemos estudos relacionacomplicações e aumentar a sobrevidos a novas opções terapêuticas para da do paciente. os pacientes que apresentam carcinoma avançado da tireoide. “Esse tratamento oferece principalUtilizamos ácido retinoico na tenta- mente o aumento nas chances de tiva de aumentar a reposta dos sobrevida do paciente com câncer na pacientes à radioiodoterapia. tireoide”, diz a pesquisadora. Iniciamos novos protocolos com a Ela explica que pacientes com associação de drogas nos pacientes carcinoma avançado na tireoide já que não responderam ao ácido recebem essa medicação como retinoico isoladamente”, explica a protocolo experimental no Instituto professora Denise Pires de Carvalho Nacional do Câncer e hospital da (foto), pesquisadora do programa de UFRJ, e em outros estados, com Oncobiologia e diretora do Instituto resultados positivos. de Biofísica Carlos Chagas Filho Fonte: Olhar Vital/UFRJ (IBCCF), da UFRJ. A retirada da tireoide ocorre na maioria dos pacientes com esse tipo A culpa é da hemoglobina A sepse grave, que se caracteriza por queda repentina da pressão sanguínea e perda progressiva das funções de órgãos vitais após infecção, é uma das causas de morte mais comuns em UTIs em todo o mundo. A taxa de mortalidade varia de 30% a 70%, mesmo nas melhores condições médicas. Uma equipe do Instituto Gulbenkian de Ciência - IGC (www.igc.gulbenkian.pt), de Portugal, descobriu que o grupo heme, liberado pelos glóbulos vermelhos durante uma infecção, é responsável pela perda de funções dos órgãos. Os pesquisadores também encontraram uma forma eficaz de neutralizar o efeito tóxico do grupo heme através da molécula hemopoxina, encontrada no organismo. da Fiocruz. Eles verificaram que entre pacientes de UTIs com sepse grave, os que morreram tinham nível baixo de hemopoxina circulante, comparado com os que sobreviveram. O artigo A central role for free heme in the pathogenesis of severe sepsis foi publicado na edição on line de 29 de setembro de 2010 de Science Translational Medicine. Fontes: AlphaGalileo e IGC A equipe, liderada pelo PhD Miguel Soares, descobriu que a hemoglobina é o principal responsável por essa reação. Ela está associada a quatro moléculas, os grupos heme, cada um dos quais tem um átomo de ferro que captura o oxigênio. No desenvolvimento da sepse, a hemoglobina é liberada dos glóbulos vermelhos e os grupos heme, agora livres na circulação, tornam-se tóxicos. Eles podem, então, prejudicar vários órgãos, afetar a sua função e levar o paciente à morte. A pesquisa contou com o apoio de uma equipe internacional, da qual fez parte o brasileiro Fernando Bozza, Pele transformada em sangue Pesquisadores da Universidade McMaster (www.mcmaster.ca), do Canadá (foto), transformaram fibroblastos de tecido conjuntivo diretamente em geradores de sangue. A técnica foi repetida várias vezes durante dois anos usando pele de jovens, adultos e idosos para comprovar se ela funciona independentemente da idade do doador. Isso foi conseguido sem precisar passar por um estágio intermediário, pluripotente, em que podem dar origem a outros tipos de células humanas. A equipe usou o fator de transcrição OCT4 junto com um tratamento específico com citocinas (proteínas ou peptídeos que podem ser produzidos por diversas células) para gerar, em laboratório, progenitores capazes de dar origem a uma ampla gama de células sanguíneas maduras. Os autores acreditam que essa técnica ajudará a desenvolver fontes de células para aplicações clínicas. No futuro, pacientes que precisarem de sangue para cirurgia, tratamento de câncer, anemia ou outra condição poderão ser capazes de ter o sangue criado a partir de células de sua própria pele. O grupo avalia que os testes clínicos começarão em 2012. O artigo Direct conversion of human fibroblasts to multilineage blood “Agora que aprendemos o processo, progenitors foi publicado na edição on vamos trabalhar para poder criar line de 7 de novembro de 2011 da outros tipos de células humanas a revista Nature. partir da pele”, diz Mick Bhatia, diretor Fontes: Agência Fapesp e Universidade científico do Instituto de Pesquisas em McMaster Células Tronco e Câncer da universidade e um dos autores do trabalho. 14 Luz combate infecção hospitalar Um sistema de iluminação que pode matar superbactérias (foto) foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de S t r a t h c l y d e e m G l a s g o w volveram uma variação na (www.strath.ac.uk), Escócia. tonalidade da luz que permite Os testes clínicos mostraram que usá-la na iluminação ambiente consegue-se reduzir considera- dos hospitais. velmente a contaminação no ar e “O comprimento de onda de luz em superfícies expostas, em usado mata os patógenos e é ambientes hospitalares, onde há inofensivo aos seres humanos, o presença de Staphylococcus que significa que será possível aureus resistente à metilcilina fazer desinfecções contínuas de (MRSA) e Clostridium difficile. UTIs e salas de isolamento”, diz O dispositivo usa um facho de luz HINS – sigla em inglês de “Espectro Visível de Alta Intensidade”. As moléculas que contêm as bactérias são estimuladas pela luz, o que provoca uma reação química mortal a elas. um dos autores do estudo, o microbiologista John Anderson. O artigo Environmental decontamination of a hospital isolation room using high-intensity narrow-spectrum light foi publicado na edição de novemSegundo os pesquisadores, os bro de 2010 do The Journal of efeitos são notados até mesmo Hospital Infection. nos locais alcançados somente F o n t e s : S c i e n c e D a i l y e por luz refletida. Eles desen- Universidade de Strathclyde Países testam em bloco antirretroviral O Brasil e mais seis países começam a testar em bloco, em 2011, o ritonavir termoestável, variação do antirretroviral tradicional que tem a vantagem de não precisar ser guardado em geladeira. O medicamento usa matériaprima da China e de laboratórios particulares brasileiros e foi desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz com uma nova tecnologia. “É um esforço conjunto. Uma vez verificada a segurança do produto, o Brasil repassará a tecnologia para os demais países do bloco”, diz a consultora do Ministério da Saúde e coordenadora do projeto do desenvolvimento da droga, Eloan Pinheiro. Além de ser mais fácil de conservar, a droga pode ser combinada com outros medica- mentos, segundo o diretor do Departamento de Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco. O governo brasileiro gasta por ano R$ 11,45 milhões na compra do remédio, atualmente usado por 38.650 pacientes. “A tendência é que a indicação do medicamento aumente nos próximos anos”, acrescenta Greco. Os países envolvidos no teste compõem uma rede de cooperação tecnológica em aids que procura desenvolver e testar medicamentos, kits de diagnóstico e outros produtos importantes para o tratamento contra a doença. A rede de cooperação tecnológica é formada pelo Brasil, Tailândia, Rússia, Ucrânia, Argentina, Cuba e China. Foto: divulgação Novas infecções por HIV caíram 20% em dez anos É o que informa relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). Em 2009, foram registrados 2,6 milhões de novos casos contra 3,1 milhões em 1999. O documento mostra também que, entre os jovens, a taxa de prevalência do HIV caiu em mais de 25% nos 15 países mais severamente afetados pelo vírus. De acordo com o Unaids, a redução se deu em razão da adesão dos jovens a práticas sexuais mais seguras. Fonte: Agência Brasil Obesidade nos jovens preocupa deputados Tramitam na Câmara dos Deputados pelo menos 15 projetos relacionados à obesidade e à promoção da alimentação saudável em crianças e jovens. Um deles prevê a criação de uma Política Nacional de Combate à Obesidade Infantil, com princípios e diretrizes para ações voltadas para educação nutricional e segurança nutricional da população e a obrigatoriedade da divulgação de advertência sobre o risco de obesidade em embalagens de produtos altamente calóricos. Fonte: Agência Câmara 480 mil novos casos de câncer Esta é a estimativa para o ano de 2010, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Os tipos de tumor mais frequentes nos homens são os de pele (não melanoma), próstata e pulmão. Nas mulheres, os mais diagnosticados são os de pele (não melanoma), mama e colo do útero. A pesquisa do instituto foi feita em 17 cidades brasileiras, de 2000 a 2005. Fonte: Agência Brasil Fonte: jornal O Estado de S.Paulo 15 Camundongo recebe células T humanas Segundo o professor Thomas Blankenstein (foto), que coordena o trabalho, o sistema imunológico tem limitações para combater células de tumores e não consegue diferenciálas das células “saudáveis”. Para contornar essa condição, foi usado um processo no qual, No timo são desativadas as células T que identificam as estruturas do próprio organismo e poupadas as que reconhecem os “invasores”. Foto: Maj Britt Hansen Em uma experiência realizada no Centro de Medicina Molecular Max-Delbrück de Berlim ( w w w. m d c - b e r l i n . d e ) , n a Alemanha, um camundongo transgênico recebeu um repertório de células T humanas. Elas têm receptores na superfície que reconhecem invasores para que o sistema imunológico os combata. As células também identificam as proteínas “estranhas” ao corpo, de modo que o organismo não ataque suas próprias proteínas. em mamíferos, células T imaturas do sistema imunológico, que ainda não possuem receptores, deslocam-se para o timo, onde seus genes são “rearrumados”, e tornam-se maduras automaticamente. “Os receptores das células T no camundongo reconhecem as tumorais como invasoras. Em humanos, os receptores não são tão eficientes porque o organismo os destrói para que ataquem suas próprias estruturas. Só permanecem as células T com receptores menos eficientes”, explica Blankenstein. O artigo Transgenic mice with a diverse human T cell antigen receptor repertoire foi publicado na edição de setembro de 2010 de Nature Medicine. Fontes: Medica.com e MDC Teste rápido para sífilis a doença congênita pode se manifestar provocando de anemias a deformidades ósseas e dificuldades cognitivas. Antonio Gomes Pinto, gerente do Programa de Reativos para Diagnóstico de Bio-Manguinhos, explica que os testes disponíveis no mercado - como VDRL, RPR, FTA-ABS ou Elisa - dependem, em O teste vai usar a Dual Path Platform boa medida, da qualidade dos (DPP), que reúne dois tipos de exames técnicos e dos laboratórios em uma mesma plataforma tecnoló- responsáveis pelo exame. gica. A solução é resultado do desen“Os resultados podem variar se não volvimento conjunto entre uma forem obedecidos os mínimos empresa dos EUA e Biomanguinhos, detalhes da técnica de execução, e através de um contrato de transfemuitas vezes não são confiáveis.” rência de tecnologia. O novo exame será oferecido na Segundo estudos de 2004, cerca forma de um kit prático que de 1,6% das gestantes no Brasil dispensa treinamento complexo tinham sífilis. Dessas, 0,4% seria para ser usado. portadora do HIV. Fontes: Agência de Notícias da Cerca de 40% das crianças infectaFiocruz e jornal O Estado de das com sífilis morrem ainda no S.Paulo útero ou prematuras. Nas demais, 16 Foto: Peter Ilicciev - Fiocruz Imagens O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz (BioManguinhos) produzirá um teste para detectar sífilis em 15 minutos, com eficácia superior a 90%. O objetivo principal é diminuir os casos da doença congênita, que atinge cerca de 12 mil crianças todos os a n os, se gu n do o Ministério da Saúde. Técnica usa chip para diagnóstico de câncer Uma parceria internacional, batizada de Projeto Miracle (www.miracle-fp7.eu), reúne 14 universidades, institutos de pesquisa e empresas da Europa para desenvolver um lab-on-a-chip para localizar, contar e genotipar células tumorais que se disseminam na corrente sanguínea. A tecnologia lab-on-a-chip consiste de um dispositivo que reúne uma ou várias funções de um laboratório clínico em um único chip, mede de poucos milímetros a alguns centímetros quadrados e processa pequenos volumes de fluidos, podendo chegar a picolitros (1 pL = 1 trilionésimo de litro). Para determinar o genótipo, o dispositivo do Miracle extrai o RNA Bélgica, que participa do projeto, o uso da tecnologia lab-on-a-chip aumenta a rapidez do processo e diminui os custos porque integra muitas etapas que seriam necessárias caso o trabalho fosse realizado em um laboratório clínico tradicional mensageiro (RNAm) das células. Vários marcadores relacionados ao câncer serão amplificados pela técnica de multiplex (MLPA) e detectados por sensores eletroquímicos. Segundo informações do Centro Interuniversitário de Microeletrônica - IMEC (www2.imec.be/be_en), da Neste, a análise para detectar células tumorais pode levar mais de um dia. O método desenvolvido pelo Projeto Miracle promete revolucionar o diagnóstico e acompanhamento de pacientes com câncer. Fontes: LabMedica.es, IMEC e Projeto Miracle Amostra de sangue determina idade Uma técnica desenvolvida por um grupo do Centro Médico da Universidade de Rotterdam ( w w w. e r a s m u s m c . n l ) , n a Holanda, permite estimar a idade do indivíduo a partir de uma amostra de sangue. Esse método pode ser aplicado para identificar criminosos ou suas vítimas. Circles. O número dessas moléculas diminui em uma taxa constante com o aumento da idade. “Quantificamos o número de sjTRECs no DNA total extraído de uma pequena amostra de sangue e usamos um gene de referência que não se altera com a idade para compensar a “Os métodos convencionais que quantidade total de DNA na existem para determinar a amostra”, explica Kayser. idade baseiam-se na análise de Os resultados permitem estidentes, ossos ou outras partes mar a idade com uma variação do corpo. O nosso teste é de até nove anos. Segundo simples e muito sensível”, diz Kayser, essa precisão é maior Manfred Kayser, um dos autores. que a dos testes usados hoje em Seu método emprega células T dia que se baseiam em DNA para do sistema imunológico. Estas determinar a idade. usam seus receptores para O artigo Estimating human age identificar organismos invasofrom T-cell DNA rearrangeres. A diversidade de receptoments foi publicado na edição res é obtida por um rearranjo on line de 23 de novembro de específico do DNA das células T, 2010 da revista Current processo que produz pequenas Biology. moléculas circulares de DNA “sj TRECs”, sigla em inglês de Fonte: ScienceDaily signal joint TCR Excision 18 Banco de dados tem vídeos de proteínas Depois de quatro anos de cálculos intensos no supercomputador MareNostrum, do Centro de Supercomputação de Barcelona, pesquisadores do instituto de pesquisas daquela cidade, IRB Barcelona (www.irbbarcelona.org), na Espanha, montaram o MoDEL, banco de dados com mais de 1,7 mil proteínas que permite vê-las “em movimento”. O objetivo é ajudar nas pesquisas sobre proteínas e de novos medicamentos. “Os estudos atuais trabalham com as proteínas estáticas e perde-se muito tempo procurando descobrir as falhas das terapias com novos fármacos porque usa-se um cenário que não é o real pois as proteínas são dinâmicas. O MoDEL tem de 10 mil a 100 mil fotos por proteína, o que permite observar o movimento de suas estruturas e estudá-las com mais precisão”, explica Modesto Orozc, que coordena o trabalho. Ele diz que o MoDEL possui em seu acervo 30% das estruturas de proteínas humanas que têm potencial para uso em pesquisas de medicamentos. O objetivo é crescer mais ainda para que, em até três anos, chegue a ter 80% das proteínas de interesse farmacêutico. O artigo MoDEL (Molecular Dynamics Extended Library): A Database of Atomistic Molecular Dynamics Trajectories foi publicado na edição de 10 de novembro de 2010 da revista Structure. Fontes: Science Daily e IRB Barcelona 250 milhões de diabéticos no mundo É o que mostra relatório da OMS. A estimativa é que haverá 380 milhões, em 2025, se não forem adotadas políticas eficientes de prevenção. No Brasil, existem 10 milhões de pessoas com a doença. Destes, 7,6 milhões têm o tipo 2. Segundo o Ministério da Saúde, o número dos portadores desse tipo de diabetes equivale a 5,8% da população com mais de 18 anos. O maior número de pessoas com o tipo 2 está na Região Sudeste, cerca de 3,5 milhões de pessoas, sendo 2,06 milhões somente no estado de São Paulo. Fonte: Agência Brasil Pesquisa mostra influência da propaganda de medicamentos Nem o SUS escapa das ações de marketing da indústria farmacêutica. É o que mostra uma pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em parceria com instituições de ensino superior de 15 cidades. O objetivo foi obter um diagnóstico de como está a promoção de medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde do SUS, segundo explica a gerente geral de Monitoramento e Fiscalização de Propaganda da Anvisa, Maria José Delgado Fagundes. “As informações irão subsidiar tanto as ações de monitoramento, fiscalização e regulação da propaganda quanto as estratégias para fortalecer a racionalidade na aquisição, dispensação e uso de medicamentos nas unidades básicas de saúde”, diz. Dentre os médicos e dentistas das UBS, 41,3% afirmaram receber visitas de representantes de medicamentos em seu local de trabalho, sendo que essas podem ocorrer mensalmente (60,9%), quinzenalmente (14,5%), semanalmente (16,4%) ou diariamente (8,2%). A indústria também age sobre os gestores. Segundo a pesquisa, 75% dos entrevistados recebem representantes da indústria que ofertam brindes e impressos sobre os medicamentos. A frequência destas visitas é, na maioria das vezes, mensal. Entre os dispensadores – responsáveis pelas farmácias das UBS –, 70,4% não são farmacêuticos. Desses, 57,9% são da área da enfermagem (enfermeiro, técnico de enfermagem e auxiliar de enfermagem), o que viola a legislação e constitui exercício ilegal da profissão farmacêutica. Os resultados da pesquisa estão no site da Anvisa (www.anvisa.gov.br). Fonte: Anvisa Queda nos níveis de hemoglobina pode indicar câncer colorretal A variação a longo prazo nos níveis de hemoglobina no sangue pode mostrar um sangramento gastrointestinal sutil que indica, precocemente, o surgimento de câncer colorretal. Um estudo da Escola de Saúde Pública da Universidade de Tel Aviv (www.tau.ac.il), em Israel, comparou 1.074 casos de pacientes entre 45 e 75 anos que desenvolveram essa doença e tinham níveis normais de hemoglobina, com indivíduos sadios. No estudo retrospectivo, os pesquisadores analisaram os dados das amostras de sangue dos participantes em um período de dez anos. Descobriram que a redução contínua, em um longo período, pode indicar o início do câncer. Mesmo que os níveis de hemoglobina possam variar em cada indivíduo como resultado do envelhecimento, eles encontraram uma tendência definida nos participantes do estudo que apresentaram câncer colorretal. Aproximadamente quatro anos antes do diagnóstico, as amostras de sangue começaram a mostrar uma redução contínua nos níveis de hemoglobina, em uma taxa superior a 0,28 g/dL a cada seis meses. “É importante observar a tendência de redução para cada paciente. Se uma pessoa apresenta uma diminuição constante em relação a seus níveis médios, pode ser um sinal de preocupação”, alerta o médico e autor principal do estudo Inbal Goldshtein. O artigo Variations in hemoglobin before colorectal cancer diagnosis foi publicado na edição de julho de 2010 do European Journal of Cancer Prevention. Fonte: Labmedica.es Notícias medicina LABORATORIAL Sociedade Brasileira de Patologia Clínica Medicina Laboratorial Rua Dois de Dezembro, 78 sala 909 CEP 22220-040 - Rio de Janeiro - RJ Tel. (21) 3077-1400 Fax (21) 2205-3386 [email protected] http://www.sbpc.org.br 20 Presidente 2010/2011 Carlos Ballarati Diretor de Comunicação Luiz Eduardo Martins Editor-chefe Armando Fonseca Jornal da SBPC/ML - Periodicidade mensal Conselho Editorial Adagmar Andriolo Alvaro Martins Carlos Senne Elimar Antônio Bittar João Nilson Zunino José Carlos Lima Marilene Melo Mário Flávio Alcântara Ulysses Moraes de Oliveira Wilson Shcolnik Jornalista responsável Roberto Duarte Reg. Prof. RJ 23830JP Assinaturas & Publicidade Ana Karina [email protected] Criação e diagramação Rodrigo Paiva Impressão Grafitto Gráfica Ltda. Técnica não invasiva calcula níveis de glicose no sangue Essa técnica não invasiva mede a concentração de glicose no líquido intersticial e não no sangue. Ela fornece em poucos segundos e em alta resolução informações químicas e da estrutura de muitos materiais, compostos orgânicos e inorgânicos. Dez voluntários participaram do estudo. Cada um ingeriu uma solução rica em glicose. Foram colhidas amostras de sangue a cada dez minutos para o teste de tolerância à glicose, e também realizada a medição por espectrometria Raman em seus antebraços a cada cinco minutos (foto). Foi usado um algoritmo para correlacionar os resultados obtidos em cada método. Segundo os pesquisadores, os valores obtidos pela técnica Raman foram de 15% a 30% mais precisos. Foto: Patrick Gillooly / MIT Um estudo do Instituto Tecnológico de Massachussets MIT (web.mit.edu), nos EUA, comparou a medição dos níveis de glicose no sangue realizada pelo teste de tolerância à glicose com o uso de espectroscopia Raman. No entanto, os níveis de glicose no tecido intersticial demoram mais tempo que no sangue para mostrar um aumento correspondente. Em média, leva de cinco a dez minutos após os voluntários terem ingerido a solução rica em glicose. A espectroscopia Raman usa a dispersão de luz monocromática, geralmente laser, que se situa no espectro visível ao olho humano, perto do infravermelho ou do ultravioleta. O artigo Accurate Spectroscopic Calibration for Noninvasive Glucose Monitoring by Modeling the Physiological Glucose Dynamics foi publicado na edição on line de 24 de junho de 2010 na revista Analytical Chemistry Fontes: Labmedica.es e MIT Mais uma chance para quem não se recadastrou Os médicos que perderam o prazo para o recadastramento obrigatório pela Internet ainda podem fazê-lo diretamente na sede do Conselho Regional de seu estado ou na delegacia do CRM mais próxima. Mas é preciso marcar uma data para fazer isso. Reembolso de servidores públicos mais segura contra fraudes. A atualização permitirá também definir o perfil do médico brasileiro, indicando suas características (idade, gênero, local de trabalho, qualificações e área de atuação, entre outras), dados importantes para auxiliar pesquisas e estudos estatísticos para traçar as O formulário eletrônico esteve necessidades da categoria e disponível por dois anos no site desenvolver estratégias para do CFM. O médico recadastrado enfrentar os principais desafios. está apto a receber a nova Carteira de Identidade Médica, Fonte: Imprensa do CFM O governo federal vai reembolsar os servidores públicos federais – ativos, aposentados ou pensionistas – que contratarem planos de saúde privados. O ressarcimento será feito nos limites definidos em dezembro de 2009. Os valores variam de R$ 72 a R$ 129 por beneficiário, conforme a faixa salarial e a idade do titular do plano de saúde. Fonte: Agência Brasil Protocolo e diretrizes terapêuticas A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 7445/10, do Senado, que define protocolo clínico de referência para a assistência terapêutica integral do SUS, prevista na Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/90). De acordo com a proposta, esse procedimento envolve o fornecimento de medicamentos e a terapia do paciente, em casa, ambulatório ou hospital. Fonte: Agência Câmara Navio de assistência hospitalar Em novembro, foi entregue à Marinha o Navio de Assistência Hospitalar (NasH) Soares de Meirelles que fará atendimento médico e dentário à população ribeirinha da Amazônia e ajudará a Defesa Civil em situações de catástrofes. A tripulação será composta por 44 militares. Fonte: Agência Brasil 21 CLASSIFICADOS VENDA DE EQUIPAMENTO DE HEMATOLOGIA AUTOMATIZADO. VENDO 1(UM) EQUIPAMENTO DE HEMATOLOGIA AUTOMATIZADO DE 16 PARÂMETROS, MARCA AVL, CONTAGEM POR IMPEDÂNCIA COM SISTEMA DE PRÉ-DILUIÇÃO PARA PEQUENOS VOLUMES DE AMOSTRA, ÚNICO PROPRIETÁRIO, COM MANUTENÇÃO EM DIA. PREÇO A COMBINAR. [email protected] BARRA DO PIRAÍ - RJ. DR.MARCELO GANEM (24)2443-2895 VENDA DE APARELHO MININEPH THE BINDING SITE APARELHO DE NEFELOMETRIA COM DOIS ACESSÓRIOS (PIPETA E IMPRESSORA); POUQUÍSSIMO USO. [email protected] FORTALEZA ROSELI CALLADO (85) 9987-2101 V E N D E - S E L A B O R AT Ó R I O D E ANÁLISES CLÍNICAS VENDO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS EM LUCAS DO RIO VERDE (40.000 HAB) - MATO GROSSO. ÓTIMA OPORTUNIDADE! CIDADE EM CRESCIMENTO (EMPRESAS COMO A SADIA, ALÉM DA FERROVIA OESTE/LESTE), INFRAESTRUTURA NOVA, APARELHOS REVISADOS. MOTIVO: MUDANÇA. 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