NOÇÕES DE FARMACOLOGIA

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2012.2
NOÇÕES DE FARMACOLOGIA
Profª Mércia Karla Pina
Noções de Farmacologia
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Medicamentos
Conceito: É toda substância que , introduzida no organismo vai preencher uma finalidade
terapêutica, que pode ser de ação preventiva, curativa ou paliativa. Os medicamentos
podem ser apresentados das seguintes formas:
Sólidos:comprimidos, drágeas, pós, etc;
Líquidos: Xaropes, suspenções, soluções, etc
Gasosos: Oxigênio
Semi-sólidos: Pomada
As vias de administração
Conceito: Chama-se via de administração o local onde o fármaco entra em contato com
oorganismo.
Classificação: As vias de administração podem ser classificadas em:
VIA ENTERAL - oral
- sublingual
- retal
VIA PARENTERAL - intravascular + intravenosa
(Direta) + intra-arterial
- intramuscular
- subcutânea
- intradérmica
- intracardíaca
TÓPICA - dérmica
(Indireta) - conjuntival
OUTRAS - inalatória
- intratecal + peridural
+ subaracnóidea
- intraperitoneal
- intra-articular
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O método de administração de medicamentos depende da rapidez com que se deseja a
ação da droga, da natureza e quantidade da droga a ser administrada das condições do
paciente.
A dose é a quantidade de uma droga, administrados no organismo a fim de produzir
efeitos terapêuticos.
Cuidados gerais na administração de Medicamentos
Todo medicamento deve ser prescrito pelo médico a cada 24 horas;
A prescrição deve ser prescrita e assinada- somente em caso de emergência pode
a enfermagem atender a prescrição verbal, que deverá ser transcrita pelo médico
logo que possível;
Todo medicamento administrado deve ser anotado no prontuário do paciente, bem
como observações sobre intolerância a droga, intoxicação medicamentosa
resultados obtidos;
Só checar a medicação após sua administração;
Verificar se o medicamento esta disponível na unidade, caso contrario, solicita-lo;
Fazer circulo em volta do horário no qual a medicação não foi administrada, ou
colocar F(de falta);
Evitar conversas que impeçam a concentração e induzam a erros durante o
preparo da medicação;
Ter sempre a frente, enquanto prepara o medicamento, o cartão de medicação ou
prescrição médica contendo o nome do paciente, leito, nome do medicamento,
dose prescrita, via de administração, data de prescrição e horário de
administração;
Lavar as mãos;
Ler o rotulo do medicamento, observar seu prazo de validade, cor, aspecto;
Nunca administrar sem rótulo;
Nunca administrar medicamento preparado por outra pessoa;
Nunca administrar medicamento caso haja dúvidas, solicitar esclarecimento ao
Enfermeiro;
Orientar o paciente sobre o procedimento
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Identificar o paciente antes de administrar o medicamento, solicitar que diga o seu
nome completo e certificando-se da exatidão do mesmo, pelo cartão de
medicamento ou prontuário;
Observar a pontualidade da administração;
Nunca tocar a mão em comprimidos, cápsulas, etc.;
Ter sempre o cuidado de limpar com uma gaze à boca do vidro de medicamentos,
antes de guarda-los;
Certificar-se sobre as ordens de controle hídrico, dietas, jejuns suspenções de
medicamentos antes de prepara-los;
Fazer rodizio nos locais de aplicação de medicação parenteral;
Checar no prontuário;
Organizar o material após utilizado, desprezando o contaminado;
Os 9 certos da administração segura de medicamentos: Paciente certo, medicamento certo,
dose certa, via certa, hora certa, tempo certo, validade certa, abordagem certa, registro certo.
ADMINISTRAÇÃO ENTERAL:
Via Oral
Conceito: É a administração de medicamentos pela boca, porém muitas vezes é contra
indicados porque:
O medicamento irrita a mucosa gástrica;
O medicamento interfere na digestão;
O paciente não pode deglutir.
As medicações para administração oral são disponíveis em muitas formas:
Comprimidos,
comprimidos
de
cobertura
entérica,
cápsulas,
xaropes,
elixires,
óleos,líquidos, suspensões, pós e grânulos.( Enfermagem Básica, Ed Reedel, 1999 ).
Via Sublingual
Permite a retenção do fármaco por tempo mais prolongado. Propicia absorção rápidade
pequenas doses de alguns fármacos, devido ao suprimento sanguíneo e a pouca
espessura da mucosa absortiva, permitindo a absorção direta na corrente sanguínea. O
dinitrato de Isossorbida (5mg) é uma medicação administrada via sublingual em casos de
Crise de Angina do Peito, situação de emergência que pode acometer alguns pacientes
durante uma intervenção odontológica. As formas farmacêuticas são geralmente
comprimidos que devem ser dissolvidos inteiramente pela saliva, não devendo ser
deglutidos.
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Via Retal
É utilizada em pacientes que apresentam vômitos, estão inconscientes ou não sabem
deglutir. As formas farmacêuticas empregadas são soluções, suspensões e supositórios.
Suas maiores limitações de uso são incomodidade de administração, possibilidade de
efeitos irritativos para a mucosa e absorção errática devido à pequena superfície
absorvida e incerta retenção no reto.
ADMINISTRAÇÃO PARENTERAL:
O termo parenteral provém do grego “para” (ao lado) e “enteros”(tubo digestivo),
significando a administração de medicamentos “ao lado do tubo digestivo” ou sem utilizar
o trato gastrointestinal. Esta via é indicada para administração de medicamentos a
pacientes inconscientes, com distúrbios gastrointestinais e nos pacientes impossibilitados
de engolir. É indicada ainda quando se espera uma ação mais rápida da droga, na
administração de medicamentos que se tornam ineficientes em contato com o suco
digestivo. A via parenteral consiste na administração de medicamentos através das
seguintes vias:
Vias Diretas:
Injeção Subcutânea:
Uma medicação injetada nos tecidos adiposos (gordura), abaixo da pele, se move mais
rapidamente para a corrente sangüínea do que por via oral. A injeção subcutânea permite
uma administração medicamentosa mais lenta e gradual que a injeção intramuscular, ela
também provoca um mínimo traumatismo tecidual e comporta um pequeno risco de atingir
vasos sanguíneos de grande calibre e nervos. Absorvida principalmente através dos
capilares, as medicações recomendadas para injeção subcutânea incluem soluções
aquosas e suspensões não irritantes contidas em 0,5 a 2,0 ml de líquido.
A heparina e a insulina, por exemplo, são geralmente administradas via subcutânea. Para
os casos emergências de reação anafilática, pode-se administrar adrenalina 1:1000pm via
subcutânea. Os locais mais comuns de injeção subcutânea são a face externa da porção
superior do braço, face anterior da coxa, tecido frouxo do abdômen inferior, região glútea
e dorso superior. A injeção é realizada através de uma agulha relativamente curta. Ela é
contra-indicada em locais inflamados, edemaciados, cicatrizados ou cobertos por uma
mancha, marca de nascença ou outra lesão. Elas também podem ser contra-indicadas em
pacientes com alteração nos mecanismos de coagulação
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Modo de Aplicação:
- Selecione um local de injeção apropriado;
- Limpe o local da injeção com um chumaço de algodão com álcool, iniciando pelo centro
do local e movendo para fora em movimento circular. Permita que a pele seque sempre
antes de injetar a medicação para evitar uma sensação de picada pela introdução de
álcool nos tecidos subcutâneos; Com a sua mão não dominante, agarre a pele ao redor
do ponto de injeção firmemente para elevar o tecido subcutâneo, formando uma dobra de
gordura de 2,5cm;
- Segurando a seringa com a sua mão dominante, insira a bainha da agulha entre os
dedos anular e mínimo da sua outra mão enquanto agarra a pele ao redor do ponto de
injeção. Puxe para trás a seringa com a sua mão dominante para descobrir a agulha
agarrando a seringa como um lápis. Não toque a agulha;
- Posicione a agulha com o bisel para cima; Insira a agulha rapidamente em um único
movimento. Libere a pele do paciente para evitar a injeção da medicação em um tecido
comprimido e irritar as fibras nervosas;
- Após a injeção, remova a agulha delicadamente (mas de forma rápida) na mesma
angulação utilizada para a inserção;
- Cubra o local com um chumaço de algodão com álcool e massageie delicadamente (a
menos que você tenha injetado uma medicação que contraindique a massagem, como a
heparina e a insulina) para distribuir a medicação e facilitar a absorção.
Agulhas indicadas:10 x 6 / 7 ; 20 x 6; 20 x 7.
Insira a agulha em ângulo de 45 ou 90 graus em relação a superfície epidérmica.
Dependendo do comprimento da agulha e da quantidade de tecido subcutâneo no local.
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Injeção Intradérmica:
Usada principalmente com fins de diagnóstico como em testes para alergia ou
tuberculina, as injeções intradérmicas indicam quantidades pequenas, geralmente 0,5ml
ou menos, dentro das camadas mais externas da pele. Por haver baixa absorção
sistêmica dos agentes injetada via intradérmica, este tipo de injeção é usado
principalmente para produzir um efeito local. A face ventral do antebraço é o local mais
comumente utilizado por ser facilmente acessível e ausentes de pelos.
Modo de Aplicação:
· Limpe a superfície ventral do antebraço, com algodão embebido em álcool, e espere a
pele secar;
· Enquanto segura o antebraço do paciente em sua mão, puxe a pele esticando
com seu polegar;
· Com a sua mão livre, segure a agulha em um ângulo de 15 graus em relação ao
antebraço do paciente, com a bisel da agulha virado para cima;
· Insira a agulha aproximadamente 0,3 abaixo da epiderme em locais a 5 cm de intervalo.
Interrompa quando o bisel da agulha estiver sob a pele e injete o antígeno lentamente.
Você deve encontrar alguma resistência a ao fazer isso e deve ocorrer a formação de um
vergão enquanto você injeta o antígeno;
· Retire a agulha na mesma angulação em que tenha sido inserida.
Injeção Intramuscular:
Injeções Intramusculares depositam a medicação profundamente no tecido
muscular, o qual é bastante vascularizado podendo absorver rapidamente. Esta via de
administração fornece uma ação sistêmica rápida e absorção de doses relativamente
grandes (até 5ml em locais adequados). Pelo fato de possuir uma ação rápida, esta via é
utilizada em quadros de Reação Anafilática, através da administração Intramuscular de
Betametazona ou Dexametasona (Disprospan R ou Decadron R), como conduta
emergencial . As injeções intramusculares são recomendadas para os pacientes não
cooperativos
ou aqueles que não podem tomar a medicação via oral e para as medicações que são
alteradas pelo suco digestivo. Os tecidos musculares possuem poucos nervos sensoriais,
permitindo na injeção uma administração menos dolorosa de medicações irritantes. O
local de uma injeção intramuscular deve ser escolhido cuidadosamente, levando em
consideração o estado físico geral do paciente e a proposta da injeção. As injeções
intramusculares são contra-indicadas em pacientes com mecanismo de coagulação
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prejudicados, em pacientes com doença vascular periférica oclusiva, edema e choque,
porque estas moléstias prejudicam a absorção periférica. Além de não serem
administrado em locais inflamado, edemaciado ou irritado ou ainda em locais com
manchas de nascença, tecido cicatrizado ou outras lesões.
Modo de Aplicação:
· Escolha um local adequado para a injeção. Os músculos glúteos são geralmente
utilizados em adultos sadios, embora o músculo deltóide possa ser utilizado para uma
injeção de pequeno volume (2ml ou menos). Para neonatos e crianças, o músculo vasto
lateral da coxa é mais utilizado porque é geralmente mais desenvolvido e não contem
nervos grandes ou vasos sangüíneoscalibrosos, minimizando o risco de uma lesão grave.
O músculo reto anterior também pode ser utilizado em neonatos, mas geralmente é
contra-indicado em adultos.
· Limpe a pele com algodão e álcool e aguarde a pele secar;
· Com os dedos polegar e indicador da sua mão não dominante, agarre suavemente a
pele do local da injeção;
· Posicione a seringa em um ângulo de 90 graus em relação à epiderme. Insira a agulha
rápida e firmemente através das camadas dérmicas, profundamente até o músculo;
· Após a injeção, remova a agulha em um ângulo de 90 graus;
· Massageie o músculo relaxado para ajudar a distribuir a medicação e ajudar a
promover a absorção. Agulhas indicadas: 25 x 7/8; 30x 7/8
Áreas de injeção subcutânea (locais
pontilhados)
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Injeção Intra-Venosa ou Endovenosa:
É a administração de uma droga diretamente na veia, a fim de obter uma ação
imediata do medicamento. A medicação poderá ser administrada em qualquer veia
periférica acessível, mas com preferência para:
 Dobra do Cotovelo: Basílica, Mediana e Cefálica;
 Antebraço;
 Dorso das mãos.
A medicação poderá ser administrada ainda em veias profundas, por meio de
cateteres endovenosos introduzidos por punção ou flebotomia ( HORTA et al, 1973 ). Esta
via é utilizada em casos de emergência na qual o paciente se encontra inconsciente,
como por exemplo, nos casos de Crise Hipoglicêmica, onde a conduta seria a
administração de Glicose 50% por via intra-venosa
Modo de aplicação:
· Após o preparo da medicação, pedir ao paciente para abrir e fechar a mão diversas
vezes, com o braço voltado para baixo (para melhorar a visualização das veias);
· Escolher a veia, garrotear sem compressão exagerada, acima do local escolhido;
· Pedir ao paciente para fechar a mão e manter o braço imóvel;
· Fazer uma antissepsia ampla no sentido de baixo para cima;
· Expelir todo o ar da seringa; com a mão esquerda, esticar a pele, fixar a veia e segurar o
algodão embebido em álcool;
· Colocar o bisel voltado para cima, segurar o canhão da agulha com o dedo indicador da
mão direita, e a seringa com os demais dedos;
· Introduzir a agulha e após o refluxo de sangue na seringa, pedir para o paciente abrir a
mão, e com a mão esquerda retirar o garrote;
· Administrar a medicação, retirar a agulha e comprimir com algodão embebido no álcool,
sem massagear.
Observações importantes:
- A solução deve ser cristalina, não oleosa e não conter flocos em suspensão;
- Retirar todo ar da seringa, para não deixar entrar ar na circulação;
- Aplicar lentamente, observando as reações do paciente;
- Verificar se a agulha permanece na veia durante a aplicação;
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- Retirar a agulha na presença de hematoma, infiltração ou dor. A nova picada deverá ser
em
outro
local,
de
preferência
em
outro
membro
Acima podemos observar
os CATETER JELCO INTRAVENOSO PERIFÉRICO, cada um tem a sua numeração e se
apresentam de forma decrescente, as numerações mais usadas são 18, 22, 24 quanto
mais aumenta a numeração mais finos são.
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osSCALPS que se utiliza em
medicações rápidas e também se apresentam em ordem decrescente, quanto maior é o
numero mais fino será.
Via Respiratória ou inalatória
Estendendo-se desde a mucosa nasal até os alvéolos, pode ser usada para
obtenção de efeitos locais ou sistêmicos. Os medicamentos são administrados por
inalação, estando sob a forma de gás ou contidas em pequenas partículas líquidas ou
sólidas, geradas por nebulização ou aerossóis. As maiores vantagens desta via consistem
em administração de pequenas doses para rápida ação e minimização de efeitos
adversos sistêmicos. A Crise Asmática, quadro que acomete pacientes com Sistema
Respiratório comprometido, requer a administração do Bromidrato de Fenoterol, nome
comercial Berotec R diluídos em Soro Fisiológico ou água, feitos através de inalação com
oxigênio, como conduta emergencial
Via Conjuntival e Geniturinária:
São usualmente empregadas para obtenção de efeitos locais. As formas
farmacêuticas incluem soluções, comprimidos ou óvulos vaginais, geléias, cremes e
pomadas.
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TIPOS DE SOLUÇÕES FISIOLOGICAS
Indicação Medica: Desidratação isotônica de origem diversa.
As soluções utilizadas são compostas por soluto (composto químico) e solvente (diluente
em geral água destilada). É soluções utilizadas para reposição de líquidos, reposição
eletrolítica emeio de diluição.
Solução Fisiológica de Cloreto de Sódio
Composição: Cloreto de Sódio e Água destilada.
Indicação Medica: Veículo de medicamentos, reposição de líquidos e eletrólitos.
Solução Fisiológica de Ringer
Composição: Cloreto de Sódio, Cloreto de Potássio, Cloreto de Cálcio e Água Destilada.
Indicação Medica: Diluição de medicamentos, alcalose metabólica, reposição de líquidos
e eletrólitos.
Solução Fisiológica de Ringer com Lactato
Composição: Lactato de Sódio, Cloreto de Sódio, Cloreto de Potássio, Cloreto de Cálcio
e Água destilada.
Indicação Medica: Reposição hídrica com PH normal ou próxima de acidose, reposição
de líquido e eletrólitos.
Solução de Lactato de Sódio
Composição: Lactato de sódio e água destilada.
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Indicação Medica: Acidose metabólica de varias origens, uremia, toxicose e
incompatibilidade transfusional.
Solução de Bicarbonato de sódio
Composição: Bicarbonato de Sódio e Água destilada.
Indicação Medica: Acidose metabólica, insuficiência renal aguda e crônica, diabetes
mellitus, intoxicação exógena, choque, diarréia, acidose na insuficiência hepática, asma
brônquica refratária.
Solução de Glicose 5% e 10%
Composição: Glicose e água destilada.
Indicação Medica: Diluição de medicamentos, oferta de calorias, desidratação inicial,
pós-operatório, diarréia infantil, toxicose.
Solução de Glicose 50%
Composição: Glicose e água destilada.
Indicação Medica: Edemas, intoxicações graves, crise de hipoglicemia, insuficiência
cardíaca e renal, uremia, edema cerebral.
Solução de Frutose
Composição: Frutose e água destilada.
Indicação Medica: Na terapia parenteral de energia na insuficiência renal, diabéticas e
reidratação.
Solução de Manitol
Composição: Manitol e água destilada.
Indicação Medica: Na função renal, pré-operatório, pós- trauma, intoxicação exógena,
nefropatias crônicas descompensadas, incompatibilidade transfunsional, bloqueio renal no
queimado, edema cerebral e edema de origem cardíaca e renal.
Solução Glicofisiologica
Composição: Glicose, Cloreto de Sódio e água destilada.
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Heparinização
Conceito: Dispositivo intravenoso heparinizado é a manutenção de um dispositivo
intravenosos em uma veia periférica, através de uma substancia anticoagulante para
evitar obstrução da mesma.
Vantagens: Evitar punções múltiplas, trazendo desconforto e ansiedade ao paciente;
Favorecer o movimento do paciente; Favorecer uma maior durabilidade da veia; diminuir o
risco de sobrecarga Hídrica.
Material: bandeja contendo:
Material para punção da veia periférica
Seringa com heparina diluída
Seringa com 5 ml de água destilada.
O
uso
do
Calor
ou
Frio
para
o
alívio
da
dor
A aplicação do calor ou do frio são recursos valiosos na prática da fisioterapia. As terapias
usando o calor (termoterapia) e usando o frio (crioterapia) não levam à cura de nenhuma
enfermidade, porém são instrumentos importantes que auxiliam no tratamento de várias
patologias ortopédicas e neurológicas. São recursos sintomáticos, que quando aplicados
adequadamente, reduzem o espasmo muscular e a sintomatologia dolorosa, preparando
a região afetada para a aplicação das técnicas terapeuticas.
Calor/Frio
Há vários tipos de distúrbios onde o calor e o frio produzem efeitos semelhantes. O
espasmo muscular que acompanha a hérnia de disco, lombalgias, cervicalgias, e
problemas articulares pode ser reduzido por esses dois processos.
Calor
Efeitos Terapêuticos do Calor:
1. Alivia a dor.
2. Aumenta a flexibilidade dos tecidos músculo-tendíneos.
3. Diminui a rigidez das articulações.
4. Melhora o espasmo muscular.
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5. Melhora a circulação.
A aplicação do calor, promove alteração das propriedades físicas dos tecidos que
compõem os tendões, cápsulas articulares e cicatrizes, melhorando suas respostas ao
alongamento.
Contra-indicação
Não aquecer regiões do corpo que estiverem anestesiadas, edemaciadas, inflamadas,
feridas com sangramento, em áreas onde haja tumores, sobre os testículos, sobre o
abdome de gestantes ou em áreas do corpo de pessoas inconscientes.
Técnica de Tratamento
O tratamento domiciliar pelo calor deve ocorrer na freqüência de 3 vezes ao dia, durante
20 a 30 minutos, usando bolsas quentes nos locais a serem tratados.
Frio
Efeitos Terapêuticos do Frio:
1. Diminui o espasmo muscular.
2. Alivia a dor.
3. Nos traumatismos (entorses, contusões, distensões musculares, etc.), previne o
edema e diminui as reações inflamatórias.
Para se ter um efeito mais efetivo, o resfriamento deve ser aplicado imediatamente após o
trauma, antes que o edema esteja formado.
Técnica de Tratamento
O tratamento pelo uso do frio deve ser feito com bolsas geladas durante 10 minutos, no
local da dor, 3 vezes ao dia.
O uso de calor é contra-indicado nos casos de traumatismo porque aumenta o edema.
O uso dofrioé contra-indicado nos casos de artrite porque aumenta a rigidez articular.
Nestes casos é preferível usar calor.
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Tricotomia
É a retirada de pelos através da raspagem da pele ou do couro cabeludo.
Indicações
Preparo para cirurgias;
Preparo para exames especializados;
Preparo pré- parto
Antes de instalar a venóclise, em áreas de grande pilosidade.
NORMAS
01 - A tricotomia deve ser realizada no máximo duas horas antes da cirurgia;
02 - Ao realizar a tricotomia deve-se iniciar em direção ao crescimento dos pelos;
03 - Só se realiza tricotomia quando esta estiver prescrita pelo medico responsável pelo
paciente;
04 - Apos a tricotomia encaminhar o paciente para o banho de aspersão com P.V.P.I.
degermante ou clorohexidina, se indicada;
Material
Gazes limpas,
Cuba rim ou redonda,
Sabonete ou sabão liquida,
Aparelho para tricotomia tipo descartável,
Luvas de procedimento,
Saco plástico (sanito).
CURATIVOS
A pele constitui uma barreira mecânica de proteção ao corpo, além de participar da termo
regulação, da excreção de água e eletrólitos e das percepções táteis de pressão, dor e
temperatura. Ela apresenta três camadas: epiderme, derme e tecido conjuntivo
subcutâneo. Qualquer interrupção na continuidade da pele representa uma ferida. As
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feridas podem variar em espessura, pois algumas lesam a pele apenas superficialmente e
outras podem até atingir tecidos profundos. A cicatrização da ferida consiste na
restauração da continuidade. O tratamento de uma ferida e a assepsia cuidadosa têm
como objetivo evitar ou diminuir os riscos de complicações decorrentes, bem como
facilitar o processo de cicatrização. A preocupação com os curativos das feridas é antiga
e vários agentes podem ser utilizados, no entanto é fundamental uma análise detalhada
da ferida para a escolha do curativo adequado.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
As feridas podem ser classificadas de três formas diferentes: de acordo com a maneira
como foram produzidas, de acordo com o grau de contaminação e de acordo com o
comprometimento tecidual.
Quanto ao mecanismo de lesão as feridas podem ser descritas como incisas,
contusas, lacerantes ou perfurantes.
As feridas incisas ou cirúrgicas são aquelas produzidas por um instrumento cortante.
As feridas limpas geralmente são fechadas por suturas.
As feridas contusas são produzidas por objeto rombo e são caracterizadas por
traumatismo das partes moles, hemorragia e edema.
As feridas laceradas são aquelas com margens irregulares como as produzidas por vidro
ou arame farpado.
As feridas perfurantes são caracterizadas por pequenas aberturas na pele. Um exemplo
são as feridas feitas por bala ou ponta de faca.
Quanto ao grau de contaminação, as feridas podem ser limpas, limpascontaminadas, contaminadas ou sujas e infectadas.
Feridas limpas são aquelas que não apresentam inflamação e em que não são atingidos
os tratos respiratório, digestivo, genital ou urinário.
Feridas limpas-contaminadas são aquelas nas quais os tratos respiratório, alimentar ou
urinário são atingidos, porém em condições controladas.
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As feridas contaminadas incluem feridas acidentais, recentes e abertas e cirurgias em
que a técnica asséptica não foi respeitada devidamente.
Feridas infectadas ou sujas são aquelas nas quais os microorganismos já estavam
presentes antes da lesão.
FISIOLOGIA: CICATRIZAÇÃO DAS FERIDAS
Vários processos celulares contínuos contribuem para a restauração da ferida:
regeneração celular, proliferação celular e produção de colágeno. A resposta do tecido às
lesões passa por três estágios parcialmente sobrepostos:
o
fase inflamatória ou exsudativa;
o
fase proliferativa ou regenerativa;
o
fasereparativa ou de maturação.
I) FASE INFLAMATÓRIA OU EXSUDATIVA Dura cerca de 72 horas e corresponde à
ativação do sistema de coagulação sangüínea e à liberação de vários mediadores, tais
como fator de ativação de plaquetas, fator de crescimento, serotonina, adrenalina e
fatores do complemento entre outros. Nesta fase a ferida pode apresentar edema,
vermelhidão e dor.
II) FASE PROLIFERATIVA OU REGENERATIVA Pode durar de 1 a 14 dias e se
caracteriza pela formação do tecido de granulação. Nesta fase o colágeno é o principal
componente do tecido conjuntivo reposto, por isso a vitamina C auxilia muito nesse
processo metabólico da cicatrização da ferida.
III) FASE REPARATIVA OU DE MATURAÇÃO Durante esta última fase da cicatrização a
densidade celular e a vascularização da ferida diminuem, enquanto há maturação das
fibras colágenas. Nesta fase ocorre uma remodelação do tecido cicatricial formado na
fase anterior. O alinhamento das fibras é reorganizado a fim de aumentar a resistência do
tecido e diminuir aespessura da cicatriz, reduzindo a deformidade. Esta fase tem início no
terceiro dia e pode durar até seis meses.
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO
A maneira pela qual uma ferida é fechada ou " deixada" fechar é essencial para o
processo de cicatrização. Existem três formas pelas quais uma ferida pode cicatrizar que
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dependem da quantidade de tecido perdido ou danificado e da presença ou não de
infecção, são elas:
Primeira intenção
Segunda intenção
Terceira intenção
Primeira intenção( união primária ) - este tipo de cicatrização ocorre quando as bordas
da ferida são apostas ou aproximadas, havendo perda mínima de tecido, ausência de
infecção e edema mínimo. Quando as feridas cicatrizam-se por primeira intenção, a
formação de tecido de granulação não é visível.
Segunda intenção (granulação ) - Neste tipo de cicatrização ocorre perda excessiva de
tecido e presença de infecção. O processo de reparo, neste caso, é mais complicado e
demorado. Esse método de reparo é também denominado cicatrização por granulação,
pois no abscesso formam-se brotos minúsculos chamados granulações.
Terceira intenção (sutura secundária ) - caso uma ferida não tenha sido suturada
inicialmente ou as suras se romperam e a ferida tem que ser novamente suturada. Isso é
feito pelo cirurgião que, após a drenagem do material, promove a aproximação das
bordas.
FATORES QUE INFLUENCIAM A CICATRIZAÇÃO DAS FERIDAS
I) Perfusão de Tecidos e OxigenaçãoDoenças que alteram o fluxo sangüíneo normal
podem afetar a distribuição dos nutrientes das células, assim como a dos componentes
do sistema imune do corpo. Essas condições prejudicam a capacidade do organismo em
transportar células de defesa e antibióticos administrados, o que dificulta o processo de
cicatrização. O fumo reduz a hemoglobina funcional e leva à disfunção pulmonar o que
reduz a aporte de oxigênio para as células e dificulta a cura da ferida.
II) Localização da FeridaFeridas em áreas mais vascularizadas e em áreas de menor
mobilidade e tensão cicatrizam mais rapidamente do aquelas em áreas menos irrigadas
ou áreas de tensão ou mobilidade (como cotovelos, nádegas, joelhos).
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III) Corpo Estranho na FeridaImplantes de silicone, válvulas cardíacas artificiais, material
de curativo ou qualquer outro corpo estranho pode retardar o processo de cicatrização,
por serem inertes.
IV) Corpo Estranho na FeridaOs corticosteróides, os quimioterápicos e os radioterápicos
podem reduzir a cicatrização de feridas, pois diminuem a resposta imune normal à lesão.
Eles podem interferir na síntese protéica ou divisão celular, agindo, diretamente na
produção de colágeno. Além disso podem tornar a cicatriz mais frágil, aumentando a
atividade da colagenase.
Deve-se também evitar o uso de antimicrobianos nas feridas.
V) Nutrição Uma deficiência nutricional pode dificultar a cicatrização, pois deprime o
sistema imune e diminui a qualidade e a síntese de tecido de reparação. As carências de
proteína e de vitamina C são as mais importantes pois afetam diretamente a síntese do
colágeno.
VI) Hemorragia O acúmulo de sangue propicia o acúmulo de células mortas que
precisam ser removidas, bem como o surgimento de hematomas e isquemia. Isso provoca
dor e lentifica o processo de cicatrização.
VII) Edema e Obstrução LinfáticaDificultam a cicatrização pois diminuem o fluxo
sangüíneo e o metabolismo do tecido, facilitando o acúmulo de catabólitos e produzindo
inflamação.
VIII) Infecção A infecção é definida como uma concentração bacteriana superior a 10 5.
Colonização da ferida não deve ser confundida com infecção. A colonização ocorre
quando a ferida é mantida livre de tecido necrótico e/ ou material estranho e é controlada
pela ação de neutrófilos e macrófagos.Já a infecção ocorre quando há uma alta
concentração bacteriana, tecido local comprometido (escara, necrose ou corpo estranho)
é comprometimento generalizado do paciente.
IX) Idade do PacienteO envelhecimento torna os tecidos menos elásticos e menos
resistentes o que dificulta a cura de uma ferida.
X) Hiperatividade do PacienteA hiperatividade dificulta a aproximação das bordas da
ferida. O repouso favorece a cicatrização.
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TÉCNICAS DE CURATIVOS, CICATRIZAÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO
Um bom curativo começa com uma boa preparação do carro de curativos. Este deve ser
completamente limpo. Deve-se verificar a validade de todo o material a ser utilizado.
Quando houver suspeita sobre a esterilidade do material que deve ser estéril, este deve
ser considerado não estéril e ser descartado. Deve verificar ainda se os pacotes estão
bem lacrados e dobrados corretamente.
O próximo passo é um preparo adequado do paciente. Este deve ser avisado previamente
que o curativo será trocado, sendo a troca um procedimento simples e que pode causar
pequeno desconforto. Os curativos não devem ser trocados no horário das refeições. Se o
paciente estiver numa enfermaria, deve-se usar cortinas para garantir a privacidade do
paciente. Este deve ser informado da melhora da ferida. Esse métodos melhoram a
colaboração do paciente durante a troca do curativo, que será mais rápida e eficiente.
A lavação das mãos com água e sabão, que deve ser feita antes e depois de cada
curativo. O instrumental a ser utilizado deve ser esterilizado; deve ser composto de pelo
menos uma pinça anatômica, duas hemostáticas e um pacote de gazina; e toda a
manipulação deve ser feita através de pinças e gazes, evitando o contato direto e
conseqüentemente menor risco de infecção.
Deve ser feita uma limpeza da pele adjacente à ferida, utilizando uma solução que
contenha sabão, para desengordurar a área, o que removerá alguns patógenos e vai
também melhorar a fixação do curativo à pele. A limpeza deve ser feita da área menos
contaminada para a área mais contaminada, evitando-se movimentos de vaivém Nas
feridas cirúrgicas, a área mais contaminada é a pele localizada ao redor da ferida,
enquanto que nas feridas infectadas a área mais contaminada é a do interior da ferida.
Deve-se remover as crostas e os detritos com cuidado; lavar a ferida com soro fisiológico
em jato, ou com PVPI aquoso (em feridas infectadas, quando houver sujidade e no local
de inserção dos cateteres centrais); por fim fixar o curativo com atadura ou esparadrapo.
Em certos locais o esparadrapo não deve ser utilizado, devido à mobilidade (articulações),
presença de pêlos (couro cabeludo) ou secreções. Nesses locais deve-se utilizar
ataduras. Esta vede ser colocada de maneira que não afrouxe nem comprima em
demasia. O enfaixamento dos membros deve iniciar-se da região dista para a proximal e
não deve trazer nenhum tipo de desconforto ao paciente.
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O esparadrapo deve ser inicialmente colocado sobre o centro do curativo e, então,
pressionando suavemente para baixo em ambas as direções. Com isso evita-se o
tracionamento excessivo da pele e futuras lesões.
O esparadrapo deve ser fixado sobre uma área limpa, isenta de pêlos, desengordurada e
seca; deve-se pincelar a pele com tintura de benjoim antes de colocar o esparadrapo. As
bordas do esparadrapo devem ultrapassar a borda livre do curativo em 3 a 5 cm; a
aderência do curativo à pele deve ser completa e sem dobras. Nas articulações o
esparadrapo deve ser colocado em ângulos retos, em direção ao movimento.
Durante a execução do curativo, as pinças devem estar com as pontas para baixo,
prevenindo a contaminação; deve-se usar cada gaze uma só vez e evitar conversar
durante o procedimento técnico.
Os procedimentos para realização do curativo, devem ser estabelecidos de acordo com a
função do curativo e o grau de contaminação do local.
Obedecendo as características acima descritas, existem os seguintes tipos de curativos
padronizados:
CURATIVO LIMPO
Ferida limpa e fechada
o curativo limpo e seco deve ser mantido oclusivo por 24 horas.
após este período, a incisão pode ser exposta e lavada com água e sabão.
utilizar PVP-I tópico somente para ablação dos pontos.
CURATIVO COM DRENO
O curativo do dreno deve ser realizado separado do da incisão e o primeiro a ser
realizado será sempre o do local menos contaminado.
O curativo com drenos deve ser mantido limpo e seco. Isto significa que o número
de trocas está diretamente relacionado com a quantidade de drenagem.
Se houver incisão limpa e fechada, o curativo deve ser mantido oclusivo por 24
horas e após este período poderá permanecer exposta e lavada com água e
sabão.
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Sistemas de drenagem aberta (p.e. penrose ou tubulares), devem ser mantidos
ocluídos com bolsa estéril ou com gaze estéril por 72 horas. Após este período, a
manutenção da bolsa estéril fica a critério médico.
Alfinetes não são indicados como meio de evitar mobilização dos drenos penrose,
pois enferrujam facilmente e propiciam a colonização do local.
A mobilização do dreno fica a critério médico.
Os drenos de sistema aberto devem ser protegidos durante o banho.
CURATIVO CONTAMINADO
Estas normas são para feridas infectadas e feridas abertas ou com perda de substância,
com ou sem infecção. Por estarem abertas, estas lesões são altamente susceptíveis à
contaminação exógena.
O curativo deve ser oclusivo e mantido limpo e seco.
O número de trocas do curativo está diretamente relacionado à quantidade de
drenagem, devendo ser trocado sempre que úmido para evitar colonização.
O curativo deve ser protegido durante o banho.
A limpeza da ferida deve ser mecânica com solução fisiológica estéril.
A anti-sepsia deve ser realizada com PVP-I tópico.
As soluções anti-sépticasdegermantes são contra-indicadas em feridas abertas,
pois os tensoativos afetam a permeabilidade das membranas celulares, produzem
hemólise e são absorvidos pelas proteínas, interferindo prejudicialmente no
processo cicatricial.
Gaze vaselinada estéril é recomendada nos casos em que há necessidade de
prevenir aderência nos tecidos.
Em feridas com drenagem purulenta deve ser coletada cultura semanal (swab),
para monitorização microbiológica.
CONCEITOS DO CURATIVO
É um meio que consiste na limpeza e aplicação de uma cobertura estéril em uma ferida,
quando necessário, com finalidade de promover a rápida cicatrização e prevenir
contaminação e infecção.
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1. Objetivos:
Tratar e prevenir infecções; eliminar os fatores desfavoráveis que retardam a cicatrização
e prolongam a convalescência, aumentando os custos do tratamento; diminuir infecções
cruzadas, através de técnicas e procedimentos corretos
2. Finalidades:
Remover corpos estranhos
Reaproximar bordas separadas
Proteger a ferida contra contaminação e infecções
Promover hemostasia
Preencher espaço morto e evitar a formação de sero-hematomas
Favorecer a aplicação de medicação tópica
Fazer desbridamento mecânico e remover tecido necrótico
Reduzir o edema
Absorver exsudato e edema
Manter a umidade da superfície da ferida
Fornecer isolamento térmico
Proteger a cicatrização da ferida
Limitar a movimentação dos tecidos em torno da ferida
Dar conforto psicológico
Diminuir a intensidade da dor.
Para que se faça a escolha de um curativo adequado é essencial uma avaliação criteriosa
da ferida. Essa análise deve incluir : condições físicas, idade e medicamentos; localização
anatômica da ferida; forma, tamanho, profundidade , bordas, presença de tecido de
granulação, presença e quantidade de tecido necrótico e presença de drenagem na
ferida.
CONCEITOS NOS TIPOS DE CURATIVOS
O tipo de curativo varia com a natureza, a localização e o tamanho da ferida. Em alguns
casos é necessária compressão; em outros, lavagem com soluções fisiológicas ou antisépticos. Alguns exigem imobilização com faixas elásticas ou mesmo gesso. Nos
curativos de orifícios de drenagem de fístulas entéricas, a proteção da pele sã em torno
da ferida é o objetivo principal. A seleção de um curativo é feita com base em suas
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propriedades físicas de proteção e manutenção de medicamentos e/ou enzimas em
contato com a ferida. Ainda não surgiu o curativo ideal, mas um curativo bem feito pode
resultar em uma cicatrização melhor, tanto estática como funcional
Semi-OclusivoEste tipo de curativo é absorvente e comumente é utilizado em feridas
cirúrgicas. Ele tem várias vantagens
permite a exposição da ferida ao ar;
absorve exsudato da ferida;
isola o exsudato da pele saudável adjacente
OclusivoNão permite a passagem de ar ou fluidos, seno uma barreira contra bactérias.
Tem como vantagens:
vedar a ferida, a fim de impedir pneumotórax;
impede a perda de fluidos
promove o isolamento térmico e de terminações nervosas
impede a formação de crostas
Compressivo
É utilizado para reduzir o fluxo sangüíneo, ou promover estase, e ajudar na aproximação
das extremidades do ferimento.
Sutura com fita adesiva
Após limpeza da ferida, as bordas do tecido seccionado são unidas e fixa-se a fita
adesiva, Este tipo de curativo é apropriado para cortes superficiais e de pequena
extensão.
Curativos Abertos
São realizados em ferimentos descobertos e que não tem necessidade de serem
ocluídos. Algumas feridas cirúrgicas (após 24 horas), cortes pequenos ou escoriações,
queimaduras etc. são exemplos deste tipo de curativo.
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CONCEITOS NA CLASSIFICAÇÃO DOS CURATIVOS
Os curativos são classificados de acordo com suas características e propriedades.
Curativos mais usados:
I) AlginatosSão sais de polímero natural, a ácido algínico, derivado da alga marrom.
Suas fibras têm a capacidade de absorver a exsudação de feridas e convertê-las em gel.
Sua capacidade de absorção é muito superior à do gel tradicional.
A) Características:
conseguem absorver até 20 vezes o seu peso em fluidos – uma gaze absorve
apenas de 3 a 4 vezes o seu peso.
Promovem ambientes úmidos, favoráveis à cicatrização – o gel se amolda ao
contorno da ferida;
auxiliam o desbridamento e ajudam a proteger o tecido novo;
fazem o desbridamentoautolítico do tecido macio ou crosta, mas não desbridam a
ferida com excesso de tecido necrótico;
propiciam a hemostase em feridas hemorrágicas;
reduzem as trocas de curativos, são fáceis de aplicar e remover e preenchem o
espaço morto.
B) Indicações
Os alginatostem as seguinte indicações: 1 úlceras de pressão de estágios II a IV; 2
úlceras venosas; 3 feridas cirúrgicas ; 4 úlceras de diabetes ; 5 queimaduras ; 6
escoriações e lacerações e escaras.
Antes de aplicar o curativo com alginatos, deve-se lavar a ferida com soro fisiológico.
Secar a pele ao redor, mas não secar o leito da ferida. Adequar o curativo ao tamanho da
ferida e aparar, quando necessário. Cobrir o alginato como curativo adequado e fixar no
local. Não deixar por mais de sete dias. Trocar quando o exsudato atingir o curativo
secundário. Limpar a ferida com soro fisiológico 0,9% antes de aplicar um novo curativo.
O curativo com alginatos pode ser usado em feridas infectadas, desde que seja trocado
pelo menos uma vez ao dia, enquanto a infecção estiver presente. A freqüência da troca
do curativo deve ser avaliada de acordo com a evolução da ferida.
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II)Hidrocolóide
Formado por uma placa de espuma de poliuretano e /ou partículas de polímero que vão
constituir os grânulos ou pasta e uma matriz adesiva de polímeros elastoméricos, na qual
estão imersos três hidrocolóides (gelatina, pectina e carboximetil-celulose sódica).
Apresenta-se sob três formas:
placa de poliuretano
pasta
grânulos
A placa de poliuretano, a pasta e os grânulos conferem ao curativo a propriedade de atuar
como uma barreira oclusiva frente aos gases, líquidos e bactérias. Promovem proteção
mecânica à ferida. Ao entrarem em contato com o exsudato da ferida, absorvem e
convertem a estrutura em gel. Esse gel apresenta um pH ligeiramente ácido, com caráter
bacteriostático. A presença do hidrocolóide cria um meio úmido que facilita a cicatrização
e o umedecimento das terminações nervosas levando a um alívio da dor. Ele acelera a
reepitelização e evita as possíveis lesões dos tecidos nas trocas de curativos. Também
estimula a ação de enzimas desbridantes do organismo e facilita o desenvolvimento do
tecido de granulação.
III) Placa de Poliuretano
prevenção de escara de decúbito;
úlceras de decúbito – estágios I e II;
úlceras com estase venosa;
úlceras arteriais e diabéticas;
queimaduras;
feridas sem infecção; e
abrasões e esfolados superficiais.
Placa: é utilizada em feridas não-infectadas profundas e altamente exsudativas.
A) Cuidados na sua Utilização:
Devem ser observados os seguinte cuidados em relação ao hidrocolóide:
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Antes de aplicar o curativo, lavar a ferida com soro fisiológico 0,9%;
O tamanho do curativo deve se adequar à ferida; e
A freqüência da troca deve ser avaliada acordo com a evolução da ferida, podendo
permanecer por até sete dias.
BIOFILLBioFill age com rapidez nos diversos tratamentos de lesões cutâneas como
queimaduras, úlceras isquêmicas, áreas doadoras de enxertos, cortes profundos, entre
outros. A película protege a região afetada como um verdadeiro substituto da pele,
possibilitando a formação da pele natural do paciente.
Os curativos tradicionais não são uma barreira bacteriana eficaz e necessitam de trocas
diárias - quando arrancados acabam por remover a pele em formação. O BioFill não
precisa ser trocado, desde que não haja contaminação. O produto é uma eficiente barreira
bacteriana, possibilitando a recuperação da área afetada sem interrupções criando um
meio ambiente ideal para a regeneração da pele.
No Brasil já existem vários trabalhos médicos publicados a respeito da utilização do
produto com sucesso, que podem ser encontrados na RBC - Revista Brasileira de
cirurgia.
Requer poucos cuidados :
BioFill é extremamente fino e flexível. Uma vez aplicado no ferimento, permite com
facilidade que você vista suas roupas sem incômodo algum
BioFill adere firmemente à pele, permitindo que o paciente possa executar tarefas
diárias sem problema de perder a aderência.
paciente pode até mesmo tomar banho com o BioFill, desde que não haja contato
direto com a água.
Caso, ao tomar banho, o BioFill fique úmido, pode secá-lo logo em seguida com o
uso de um simples secador de cabelo ou o calor de uma lâmpada.
Casos em que o Biofill age com eficácia (Indicações)
Úlceras crônicas em pé diabético
Úlceras Isquêmica
Queimaduras de 2º grau
Queimaduras de 3º grau
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Área doadora de enxerto
Dermoabrasão/Peelling
O BioFill não tem contra-indicações, podendo ser aplicado pelo próprio paciente em casa.
É indicado para qualquer caso de lesão da pele, inclusive nas úlceras isquêmicas e em
queimaduras. Nos casos de queimaduras de terceiro grau muito extensas, o produto pode
ser usado para preparar o leito destas queimaduras para receberem enxertos de pele do
próprio paciente, além de ser utilizado nas áreas doadoras dos enxertos.
A estrutura de microfibra de celulose que isola a ferida do meio, possibilita o crescimento
natural da pele do paciente e consequentemente a cicatrização da ferida em curto espaço
de tempo em relação aos tratamentos convencionais.
Mesmo em arranhões comuns, o BioFill pode ser usado como protetor da área afetada. A
pele irá se regenerar deixando o mínimo de cicatriz.
Modo de aplicação
Observe rigorosamente todas as medidas de assepsia da área afetada, quando
necessário desbride o ferimento retirando os tecidos desvitalizados. Só então retire
BioFill da embalagem.
Coloque BioFill sobre a lesão. A película deverá recobrir toda a área cruenta em
aproximadamente 1 centímetro além de sua borda.
Em casos onde seja necessário o uso de duas ou mais unidades de BioFill,
sobreponha com margem de 1 centímetro uma película sobre a outra.
Para obter completa aderência de BioFill, à lesão, remova eventuais bolhas de ar e
secreções que ali permaneçam, através de suave compressão com gaze
umedecida em soro fisiológico.
Após obter completa aderência de BioFill à área cruenta, recorte as bordas livres
da película.
É importante que o paciente permaneça em repouso por 20 a 30 minutos, para que
a película fique seca.
Kit de curativo
Pacote de curativo (pinças: 1 anatômica, 1 dente de rato, 1 Kelly, 1 Kocher), 1 tesoura.
Com 3 pinças: 1 anatômica, 1 dente de rato, 1 Kelly.
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Bibliografia
AYLIFFE, G. A. J et. al. Controle de Infecção Hospitalar. Livraria e editora RevinterLtda,
3.ed. 1998.
CORRÊA, G. M. &Chinellato, l. E. M. Manual Prático para Procedimentos de
Enfermagem
KOCH, Rossi M. et. al. Técnicas Básicas de Enfermagem. 14ª edição. Ed Florence, 1996,
p 88-92.
Manual do Técnico e do Auxiliar de Enfermagem. 6a edição. Ed. AB, p. 109-111, 1999.
MUSSI, Nair Miyamoto et. al. Técnicas Fundamentais de Enfermagem, Ed. Atheneu,
1995, p. 93-95.
POTTER, P. A.; PERRY, A. G.; Grande Tratado De Enfermagem Prática
Hospitalar. SP. Santos, 2002.
SANTOS,P.E.V & VIANA, P.D ; Fundamentos e práticas para Estágio em Enfermagem.
2005
SMELTZER, S. O.; Bare, B. G.(E.d.) – Brunner &Suddarth: ; Tratado de
Enfermagem Médico-Cirurgica; 10ª Ed. Rio de Janeiro; Editora Guanabara
Koogan. 2005
VEIGA, Débora de Azevedo; CROSSETTI, Maria das Graças Oliveira. Manual de
Técnicas de Enfermagem, 7a edição. Ed Sagra - DC Luzaatto, p. 101-105.
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