o fisioterapeuta no tratamento de ferida

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Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 1ª Região
CREFITO - 1
Parecer sobre a atuação do fisioterapeuta no tratamento de feridas
Natal, 22 de agosto de 2013.
Uma ferida crônica gera um problema de saúde complexo para um indivíduo e
pode levar a complicações, tais como: comprometimentos da função e das estruturas
corporais, restrições nas atividades e na participação social, necessidade de assistência
ao longo da vida, depressão, infecção, má nutrição e perda de peso, depleção proteica,
fibrose tecidual, perda de membros e até a morte. A cada ano, mais de 5 milhões de
pessoas nos Estados Unidos recebem tratamento para feridas crônicas a um custo de
bilhões de dólares, tornando este tipo de ferida um dos desafios mais caros em saúde
pública (O’SULLIVAN e SCHIMTZ, 2010).
Recomenda-se que a equipe que cuida de feridas seja composta por médico,
enfermeiro, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, nutricionista e assistente social. Existe
também a possibilidade de indicação a outros profissionais de assistência à saúde, caso
seja necessário (O’SULLIVAN e SCHIMTZ, 2010).
Dentro desta equipe, o fisioterapeuta trata de distúrbios integumentares que
envolvem a epiderme, a derme, a hipoderme ou regiões abaixo dela, em ossos, tendões,
músculos e órgãos expostos. Para que a cicatrização ocorra, a intervenção para
distúrbios do integumento deve facilitar a homeostase local e regional dos sistemas
vascular e linfático (O’SULLIVAN e SCHIMTZ, 2010).
Por isso, o profissional fisioterapeuta tem importância desde a prevenção até a
reabilitação de um paciente com úlceras, pois o mesmo oferece ferramentas capazes de
minimizar tal problema. É de fundamental importância que o fisioterapeuta e a equipe
fortaleçam técnicas de ensino-aprendizagem para que os pacientes aprendam a controlar
os fatores que podem ajudar no processo de cicatrização, tais como dieta, glicemia,
controle da pressão arterial, fatores externos que provocam agressão ao tecido lesionado,
além de outros fatores (JORGE, 2008).
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R. Henrique Dias, 303 (Boa Vista) – Recife/PE – CEP 50070-140
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Segundo uma revisão bibliográfica realizada por Gonzalez et al. (2008) onde eles
relataram a atuação da Fisioterapia na insuficiência venosa crônica, as técnicas
fisioterapêuticas mais utilizadas nestes pacientes foram a drenagem linfática manual, a
massagem superficial e profunda, a cinesioterapia, priorizando os exercícios de
fortalecimento da musculatura da panturrilha, a hidroterapia, a eletroterapia e a LASER
(Amplificação da Luz pela Emissão Estimulada da Radiação).
O LASER terapêutico é estudado mundialmente e uma das razões da popularidade
desse tipo de recurso está relacionada ao baixo custo do equipamento e a objetividade e
simplicidade dos procedimentos clínicos a que se destina (LOPES, 2001). Além disso, foi
observado o uso difundido do LASER de baixa intensidade na prática clínica no
tratamento de feridas, onde 62% dos casos responderam positivamente a esta forma de
tratamento (BAXTER, 1991).
A terapêutica que emprega o LASER apresenta efeitos notáveis sobre a
remodelação de tecidos cicatriciais, ocasionando redução do edema, do processo
inflamatório, aumento da fagocitose, da síntese de colágeno e da epitelização. A radiação
ainda estimula a proliferação de fibroblastos, sua modificação a miofibroblastos, a
produção de colágeno, a produção de ATP, acréscimo na atividade dos linfócitos com
consequente efeito antibacteriano, e melhora na vascularização (MARCOM e ANDRÉ,
2005; BUERGER et al., 2004).
Muitas feridas não cicatrizam devido ao processo de inflamação crônica e
geralmente são extremamente dolorosas. O LASER promove um excelente efeito
analgésico e anti-inflamatório. Ele age nos mecanismos causadores da inflamação e da
dor inibindo-os. Assim há uma grande melhora dos sintomas e da lesão (ESTOMACARE,
2013).
Especialistas em supervisão de feridas concordam que os princípios básicos da
cicatrização de feridas úmidas incluem cobrir a ferida com uma barreira (curativo oclusivo)
que preserve um nível de hidratação adequado; limitar a perda de líquido da superfície da
ferida enquanto houver o curativo; permitir trocas gasosas; manter a integridade ao redor
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da ferida; controlar exsudações intensas; e remover o curativo quando o exsudato
começar a vazar nas bordas (O’SULLIVAN e SCHIMTZ, 2010).
Portanto, diante do exposto, reitera-se a importância da atuação do fisioterapeuta
no tratamento de feridas, como membro integrante de uma equipe multidisciplinar. E, uma
vez inserido nesta equipe, para realizar a aplicação do LASER (um dos principais
recursos utilizados para facilitar a cicatrização das feridas) faz-se necessário abrir o
curativo que porventura o paciente já possua, para expor o leito da ferida ao tratamento.
Tal fato, não caracteriza, de forma alguma, exercício indevido de outras profissões,
uma vez que a abertura de curativos não é ato privativo de qualquer área, além de ser
prática corriqueira e natural dos profissionais da equipe multidisciplinar, bem como do
próprio paciente e de seus cuidadores.
Sendo assim, primando pelo bom senso e entendimento entre a equipe, visando o
bem comum, que é a recuperação dos pacientes, almeja-se que o ato de abrir um curativo
para poder aplicar qualquer recurso fisioterapêutico não seja considerado desrespeito ou
invasão às demais profissões da área da saúde.
Atenciosamente,
Adriana Jussara de Oliveira Brandão1,2
Denise Dal’Ava Augusto1,2
1 – Mestre em Fisioterapia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
2 – Professora e Supervisora de Estágio na área de Fisioterapia em Angiologia do Centro Universitário do
Rio Grande do Norte.
Referências:
O’SULLIVAN, S. B.; SCHMITZ, T. J. Fisioterapia: Avaliação e Tratamento. 5. ed. São
Paulo: Manole, 2010.
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