O Sr. MÁRIO DE OLIVEIRA (PSC-MG) pronuncia o seguinte discurso: Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, 8 de abril é o Dia Mundial de Combate ao Câncer, e eu quero aproveitar a oportunidade para dizer algumas palavras sobre esse mal que, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), vai vitimar 75 milhões de pessoas, com 13 milhões de óbitos anuais, até 2030. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que mais de 1 milhão de novos casos serão registrados até 2013. O câncer recebeu tal nome por provocar tumores que, com suas ramificações, assumem a aparência de um caranguejo. Trata-se de uma denominação genérica para o conjunto de mais de cem enfermidades cuja característica comum é o crescimento desordenado de células que invadem tecidos e órgãos e podem se espalhar para outras regiões do corpo. Essas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de 2 tumores, como resultado do acúmulo de células cancerosas. Segundo especialistas, 80% dos casos de câncer estão relacionados ao estilo de vida, o que significa que a aquisição de hábitos saudáveis pode reduzir drasticamente a probabilidade de se desenvolver a doença. Entre os fatores de risco, merecem destaque o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, o sedentarismo, uma dieta pobre em frutas e legumes e a obesidade. O mais danoso destes fatores é, sem dúvidas, o tabagismo, responsável por quase um terço dos tipos de câncer, principalmente os de pulmão, de boca, laringe, esôfago, estômago e bexiga. E os números do tabagismo no mundo são alarmantes. A OMS estima que, a cada dia, 100 mil crianças tornam-se fumantes em todo o planeta. Merece aplausos, pois, medida adotada recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que retirou do mercado os cigarros com aditivos que lhes conferem sabor e aroma. É uma providência das mais 3 louváveis, pois sabemos que esses são os tipos de cigarros preferidos pelos jovens que se iniciam no tabagismo. Durante muito tempo o câncer foi considerado uma doença dos países ricos. Há cerca de quatro décadas, porém, esse padrão começou a mudar, e hoje a maior parte do ônus global do câncer pode ser atribuído aos países pobres e em desenvolvimento. O Brasil apresenta incidência de câncer entre média e alta. Na comparação internacional, o País está acima da média, mas registra números inferiores aos de países de primeiro mundo como Estados Unidos, Canadá e países europeus, que têm população mais envelhecida e mais exposta a fatores de risco como o tabagismo. A diferença é que, enquanto nos países ricos o paciente tem sobrevida de 12 a 16 anos, em razão do diagnóstico precoce e da sofisticação dos procedimentos de tratamento desenvolvimento, adotados, como ultrapassa os quatro anos. em países pobres e em o Brasil, esse tempo não 4 O diagnóstico precoce é uma das mais poderosas armas no combate a esse mal, e daí a importância das campanhas de prevenção e esclarecimento. Hoje, segundo o Inca, mais de 50% dos tipos da doença já podem ser curados, desde que tratados nos estágios iniciais. O tipo mais comum de câncer no Brasil é o tumor de pele não-melanoma, que apresenta altos percentuais de cura se detectado precocemente. Outro tipo de câncer que pode ser facilmente detectado ainda nos estágios iniciais por meio de um simples exame de rotina é o câncer de colo de útero. Infelizmente, no entanto, ainda é grande o número de mulheres brasileiras que morrem em decorrência do câncer de colo do útero, e elas se concentram nas regiões mais pobres do País. Enquanto, no Brasil, a incidência do câncer de mama é superior à do câncer de colo de útero, na região Norte a situação se inverte, o que evidencia a falta de acesso a exames básicos nessa região do País. 5 Senhor Presidente, nobres Colegas, quanto mais a sociedade é informada e esclarecida sobre os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer e os procedimentos que permitem sua detecção precoce e tratamento, mais bem aparelhados nos tornamos para enfrentar esta terrível enfermidade, que tanta dor e sofrimento causa a um imenso número de indivíduos e de famílias no mundo inteiro. Essa a importância de reflexões como a que ora suscitamos nesta Casa como forma de assinalar o Dia Mundial de Combate ao Câncer. Acreditamos que nós, parlamentares, temos uma enorme responsabilidade na formulação de políticas públicas de saúde e de educação que efetivamente contribuam para a redução significativa dos óbitos por câncer no nosso país. Obrigado.