PF – 4o H14/SP Esta prova contém um total de T B 10 questões. 10.11.2010 PF - INSTRUÇÕES: Esta prova segue o Termo de Compromisso com a Integridade Acadêmica. Verifique se sua prova está completa. Em caso de dúvida, chame o responsável. Preencha corretamente todos os dados solicitados no cartão de respostas. Cartões com rasuras ou incompletos serão invalidados. Utilize os espaços em branco para rascunho. Duração da prova: 50 minutos. Guarde esta prova, pois ela poderá ser utilizada como material de aula. Questões com crédito de vestibular podem ser sido alteradas em sua redação ou dados. Boa prova! 01) (PUC-PR) A Conjuração Baiana (1798) diferenciou-se da Conjuração Mineira (1789), entre outros aspectos, porque aquela: a) envolveu a alta burguesia da sociedade do Nordeste; b) pretendia a revogação da política fiscal do Marquês de Pombal; c) aglutinou a oficialidade brasileira insatisfeita com seu soldo; d) teve um caráter popular, com preocupações sobretudo sociais; e) ficou também conhecida como “revolta dos marinheiros”; 02) (FUVEST) “(...) quando o príncipe regente português, D. João, chegou de malas e bagagens para residir no Brasil, houve um grande alvoroço na cidade do Rio de Janeiro. Afinal era a própria encarnação do rei (...) que aqui desembarcava. D. João não precisou, porém, caminhar muito para alojar-se. Logo em frente ao cais estava localizado o Palácio dos Vice-Reis.” (Lilia Schwarcz. As barbas do imperador) O significado da chegada de D. João ao Rio de Janeiro pode ser resumido como: a) decorrência da loucura da rainha Dona Maria I, que não conseguia se impor no contexto político europeu; b) fruto das derrotas militares sofridas pelos portugueses ante os exércitos britânicos e de Napoleão Bonaparte; c) inversão da relação entre metrópole e colônia, já que a sede política do império passaria do centro para a periferia; d) alteração da relação política entre monarcas e vice-reis, pois estes passaram a controlar o mando a partir das colônias; e) imposição do comércio britânico, que precisava do deslocamento do eixo político para conseguir isenções alfandegárias; 03) (FUVEST) A invasão da Península Ibérica pelas forças de Napoleão Bonaparte levou a Coroa portuguesa, apoiada pela Inglaterra, a deixar Lisboa e instalar-se no Rio de Janeiro. Tal decisão teve desdobramentos notáveis para o Brasil. Entre eles, a) a chegada ao Brasil do futuro líder da independência, a extinção do tráfico negreiro e a criação das primeiras escolas primárias; b) o surgimento das primeiras indústrias, muitas transformações arquitetônicas no Rio de Janeiro e a primeira Constituição do Brasil; c) o fim dos privilégios mercantilistas portugueses, o nascimento das universidades e algumas mudanças nas relações entre senhores e escravos; d) a abertura dos portos brasileiros a outras nações, a assinatura de acordos comerciais favoráveis aos ingleses e a instalação da Imprensa Régia; e) a elevação do Brasil à categoria de Reino Unido, a abertura de estradas de ferro ligando o litoral fluminense ao porto do Rio e a introdução do plantio do café; 04) (FUVEST) Em 1694, uma expedição chefiada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho foi encarregada pelo governo metropolitano de destruir o quilombo de Palmares. Isto se deu porque: a) os paulistas, excluídos do circuito da produção colonial centrada no Nordeste, queriam aí estabelecer pontos de comércio, sendo impedidos pelos quilombos; b) os paulistas tinham prática na perseguição de índios, os quais aliados aos negros de Palmares ameaçavam o governo com movimentos milenaristas; c) o quilombo desestabilizava o grande contingente escravo existente no Nordeste, ameaçando a continuidade da produção açucareira e da dominação colonial; d) os senhores de engenhos temiam que os quilombolas, que haviam atraídos brancos e mestiços pobres, organizassem um movimento de independência da colônia; e) os aldeamentos de escravos rebeldes incitavam os colonos à revolta contra a metrópole visando trazer novamente o Nordeste para o domínio holandês; 05) Considere as seguintes afirmativas sobre a expansão da Reforma Religiosa: I. II. III. IV. Os protestantismos espalharam-se por toda a Europa, mas não chegaram a tornar-se dominantes entre os cristãos. De maneira geral, o domínio católico foi preservado no norte da Europa, enquanto no sul prevaleceram os movimentos protestantes. Em fins do século XVI, a Inglaterra, a Suécia e a Holanda destacavam-se como principais potências protestantes. Em fins do século XVI, a França, a Áustria e a Espanha destacavam-se como principais potências católicas. a) todas são verdadeiras; b) apenas I, II e IV são verdadeiras; c) apenas I, III e IV são verdadeiras; d) apenas II, III e IV são verdadeiras; e) todas são falsas; Utilize o texto abaixo para responder a questão 06: Os decretos De reformatione proibiram a acumulação de vários benefícios eclesiásticos nas mãos do mesmo clérigo; impuseram a residência aos bispos e condenaram a simonia. O casamento dos sacerdotes, encarado favoravelmente pelos delegados franceses, continuou a ser proibido, assim como a vida mundana dos eclesiásticos. Um decreto muito importante confiou a seminários diocesanos a formação dos padres seculares, até então a cargo das universidades, das escolas capitulares, dos conventos e de um ou outro eclesiástico. O papa foi, por outro lado, encarregado de preparar a edição dos livros sagrados e do Index dos livros proibidos. Graças à reforma católica, a Igreja romana conseguiu quebrar o avanço protestante e extirpar a heresia em certos países, designadamente na Polônia e na Alemanha meridional. Mais segura de sua doutrina, expandiu-se também nos territórios recém-descobertos. Acompanhou passo a passo a descoberta dos novos territórios. CARL GRIMBERG História Universal Santiago: Editora Azul, 1989 (volume IX) 06) De acordo com o texto, podemos associar às iniciativas da Contra-Reforma: a) a expansão do catolicismo em paralelo às conquistas ultramarinas ibéricas, notadamente por meio da conversão das sociedades nativas americanas; b) especialmente com o Concílio de Trento (1545-1563), uma política de reconhecimento das igrejas protestantes e uma aliança contra a expansão turca (muçulmana) na Europa; c) o nascimento de novas ordens religiosas (como os anglicanos), resultado do choque entre os católicos e jesuítas (principal grupo protestante surgido nessa época); d) medidas como o Index – lista das obras de leitura recomendada aos católicos – que procuravam usar a mesma arma dos protestantes (a imprensa) a favor do catolicismo; e) a condenação de todas as formas de poder e hierarquia no interior do catolicismo, levando ao esvaziamento da Igreja Católica como instituição supranacional e seu retorno à simples noção de comunidade de fiéis; 07) Sobre as Guerras de Religião na Europa (séculos XVI-XVII), podemos afirmar: a) tiveram causas religiosas e sociais, não envolvendo questões políticas; b) seus episódios mais graves (e sangrentos) ocorreram na Espanha, na Suíça e na Bélgica; c) derrotado pela reação católica na Guerra dos Trinta Anos, o movimento protestante sobreviveu apenas na América, na região que daria origem aos Estados Unidos; d) representaram também um conflito de caráter político, opondo os principais estados europeus ao poderio da Inglaterra dos Stuart; e) no caso francês, as disputas entre católicos e huguenotes combinaram-se à crise de sucessão da dinastia Valois, levando à Guerra dos Três Henriques; 08) (UFPR). “O ser senhor de engenho é título a que muitos aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado por muitos”. Essa frase de João Antônio Andreoni (conhecido como Antonil), escrita no seu livro Cultura e Opulência do Brasil por suas drogas e minas, refere-se aos: a) proprietários das terras que formavam a aristocracia agrária, de grande poder econômico e político; b) ricos comerciantes que lidavam com os negócios de exportação e importação; c) lavradores assalariados que plantavam a cana-de-açúcar; d) trabalhadores livres dos engenhos: artesãos, barqueiros, capatazes; e) grandes proprietários das fábricas de manufaturas têxteis; 09) (UFPR). “A introdução de novos africanos no Brasil não aumenta a nossa população e só serve de obstar a nossa indústria. Apesar de entrarem no Brasil perto de quarenta mil escravos anualmente, o aumento desta classe é nulo, ou de muito pouca monta: quase tudo morre ou de miséria ou de desesperação, e todavia custaram imensos cabedais. [...] Os senhores que possuem escravos vivem, em grandíssima parte, na inércia, pois não se vêem, precisados pela fome ou pobreza, a aperfeiçoar sua indústria ou melhorar sua lavoura. [...] Ainda quando os estrangeiros pobres venham estabelecer-se no país, em pouco tempo deixam de trabalhar na terra com seus próprios braços e, logo que podem ter dois ou três escravos, entregam-se à vadiação e desleixo.” (ANDRADA E SILVA, José Bonifácio de. Representação à Assembléia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil sobre a Escravatura, de 1823. In: DOLHNIKOF, Miriam. José Bonifácio de Andrada e Silva: Projetos para o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 56–57.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o abolicionismo no Brasil, é correto afirmar que nas duas primeiras décadas do século XIX: a) o movimento abolicionista consolidava uma articulação de partidos políticos em prol da libertação dos africanos e da sua inserção na sociedade brasileira como trabalhadores livres para a agricultura e para a indústria. b) as elites dirigentes estavam plenamente convencidas da necessidade da abolição do tráfico negreiro para defender o sistema escravista das pressões empreendidas pelo movimento humanitário internacional. c) alguns setores sociais pretendiam promover o progresso econômico do Brasil com base na indústria e viam os negros como obstáculo a esse desenvolvimento, na medida em que eles não tinham qualquer aptidão para o trabalho naquele setor. d) as elites dirigentes do Brasil estavam convencidas de que a abolição da escravidão ocorreria mais cedo ou mais tarde e era necessário, portanto, substituir o escravo pelo trabalhador livre. e) alguns integrantes da elite dominante passaram a compreender a escravidão como um problema que dificultava o progresso nacional, já que a sua manutenção desestimulava novos empreendimentos econômicos. 10) (UFPR). A chegada da Família Real e da Corte Portuguesa ao Rio de Janeiro em 1808 introduziu grandes mudanças na sociedade brasileira. Os grandes proprietários rurais e negociantes aglutinaram-se ainda mais do que antes ao redor da Família Real. Isso permitiu que, no contexto da independência (1822), alguns fenômenos permanecessem. Tendo em vista esses processos, considere as seguintes afirmativas: 1. A escravidão foi mantida, sem que os poucos questionamentos a ela conseguissem prevalecer nem nos projetos de Independência, nem na elaboração de um projeto de Constituição em 1823, nem ainda na Constituição outorgada em 1824. 2. O fim do laço colonial formal com Portugal permitiu a intensificação da relação de dependência frente à Inglaterra. 3. A escravidão atingiu seu auge no Brasil imediatamente após a Independência, ao mesmo tempo em que as negociações internacionais pelo reconhecimento desta última levaram à tentativa de supressão do tráfico de escravos africanos em 1830. 4. O apoio inglês à manutenção da escravidão e do tráfico de escravos permitiu que o cativeiro permanecesse no Brasil até 1888. Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa 2 é verdadeira. b) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. e) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.