PF – 4o H14/SP Esta prova contém um total de T A 10 questões. 10.11.2010 PF - INSTRUÇÕES: Esta prova segue o Termo de Compromisso com a Integridade Acadêmica. Verifique se sua prova está completa. Em caso de dúvida, chame o responsável. Preencha corretamente todos os dados solicitados no cartão de respostas. Cartões com rasuras ou incompletos serão invalidados. Utilize os espaços em branco para rascunho. Duração da prova: 50 minutos. Guarde esta prova, pois ela poderá ser utilizada como material de aula. Questões com crédito de vestibular podem ser sido alteradas em sua redação ou dados. Boa prova! 01) (FUVEST) “(...) quando o príncipe regente português, D. João, chegou de malas e bagagens para residir no Brasil, houve um grande alvoroço na cidade do Rio de Janeiro. Afinal era a própria encarnação do rei (...) que aqui desembarcava. D. João não precisou, porém, caminhar muito para alojar-se. Logo em frente ao cais estava localizado o Palácio dos Vice-Reis.” (Lilia Schwarcz. As barbas do imperador) O significado da chegada de D. João ao Rio de Janeiro pode ser resumido como: a) decorrência da loucura da rainha Dona Maria I, que não conseguia se impor no contexto político europeu. b) fruto das derrotas militares sofridas pelos portugueses ante os exércitos britânicos e de Napoleão Bonaparte. c) inversão da relação entre metrópole e colônia, já que a sede política do império passaria do centro para a periferia. d) alteração da relação política entre monarcas e vice-reis, pois estes passaram a controlar o mando a partir das colônias. e) imposição do comércio britânico, que precisava do deslocamento do eixo político para conseguir isenções alfandegárias. 02) (UFMG-adaptada) A abertura dos portos do Brasil, logo após a chegada de Dom João VI, foi responsável pela entrada no país de uma grande quantidade de mercadorias inglesas, que passaram a dominar o mercado brasileiro. Essa situação decorreu: a) da assinatura de tratados com a Inglaterra, que permitiram a importação desses produtos. b) da estrutura industrial brasileira, que se baseava na produção de alimentos e tecidos. c) da montagem de uma rede ferroviária, que facilitou a distribuição dos produtos ingleses no mercado brasileiro. d) do desenvolvimento urbano acentuado, que acarretou o aumento da demanda por produtos sofisticados. e) da clara estratégia da família real portuguesa em europeizar sua principal colônia. 03) (FUVEST) Em 1694, uma expedição chefiada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho foi encarregada pelo governo metropolitano de destruir o quilombo de Palmares. Isto se deu porque: a) os paulistas, excluídos do circuito da produção colonial centrada no Nordeste, queriam aí estabelecer pontos de comércio, sendo impedidos pelos quilombos. b) os paulistas tinham prática na perseguição de índios, os quais aliados aos negros de Palmares ameaçavam o governo com movimentos milenaristas. c) o quilombo desestabilizava o grande contingente escravo existente no Nordeste, ameaçando a continuidade da produção açucareira e da dominação colonial. d) os senhores de engenhos temiam que os quilombolas, que haviam atraídos brancos e mestiços pobres, organizassem um movimento de independência da colônia. e) os aldeamentos de escravos rebeldes incitavam os colonos à revolta contra a metrópole visando trazer novamente o Nordeste para o domínio holandês. 04) (PUC-PR) A Conjuração Baiana (1798) diferenciou-se da Conjuração Mineira (1789), entre outros aspectos, porque aquela: a) envolveu a alta burguesia da sociedade do Nordeste. b) pretendia a revogação da política fiscal do Marquês de Pombal. c) aglutinou a oficialidade brasileira insatisfeita com seu soldo. d) teve um caráter popular, com preocupações sobretudo sociais. e) ficou também conhecida como “revolta dos marinheiros”. 05) Considere as seguintes afirmativas sobre a expansão da Reforma Religiosa: I. II. III. IV. Os protestantismos espalharam-se por toda a Europa, mas não chegaram a tornar-se dominantes entre os cristãos. De maneira geral, o domínio católico foi preservado no norte da Europa, enquanto no sul prevaleceram os movimentos protestantes. Em fins do século XVI, a Inglaterra, a Suécia e a Holanda destacavam-se como principais potências protestantes. Em fins do século XVI, a França, a Áustria e a Espanha destacavam-se como principais potências católicas. a) todas são verdadeiras; b) apenas I, III e IV são verdadeiras; c) apenas I, II e IV são verdadeiras; d) apenas II, III e IV são verdadeiras; e) todas são falsas; Utilize o texto abaixo para responder a questão 06: Os decretos De reformatione proibiram a acumulação de vários benefícios eclesiásticos nas mãos do mesmo clérigo; impuseram a residência aos bispos e condenaram a simonia. O casamento dos sacerdotes, encarado favoravelmente pelos delegados franceses, continuou a ser proibido, assim como a vida mundana dos eclesiásticos. Um decreto muito importante confiou a seminários diocesanos a formação dos padres seculares, até então a cargo das universidades, das escolas capitulares, dos conventos e de um ou outro eclesiástico. O papa foi, por outro lado, encarregado de preparar a edição dos livros sagrados e do Index dos livros proibidos. Graças à reforma católica, a Igreja romana conseguiu quebrar o avanço protestante e extirpar a heresia em certos países, designadamente na Polônia e na Alemanha meridional. Mais segura de sua doutrina, expandiu-se também nos territórios recém-descobertos. Acompanhou passo a passo a descoberta dos novos territórios. CARL GRIMBERG História Universal Santiago: Editora Azul, 1989 (volume IX) 06) De acordo com o texto, podemos associar às iniciativas da Contra-Reforma: a) especialmente com o Concílio de Trento (1545-1563), uma política de reconhecimento das igrejas protestantes e uma aliança contra a expansão turca (muçulmana) na Europa; b) o nascimento de novas ordens religiosas (como os anglicanos), resultado do choque entre os católicos e jesuítas (principal grupo protestante surgido nessa época); c) medidas como o Index – lista das obras de leitura recomendada aos católicos – que procuravam usar a mesma arma dos protestantes (a imprensa) a favor do catolicismo; d) a condenação de todas as formas de poder e hierarquia no interior do catolicismo, levando ao esvaziamento da Igreja Católica como instituição supranacional e seu retorno à simples noção de comunidade de fiéis; e) a expansão do catolicismo em paralelo às conquistas ultramarinas ibéricas, notadamente por meio da conversão das sociedades nativas americanas; 07) Sobre as Guerras de Religião na Europa (séculos XVI-XVII), podemos afirmar: a) no caso francês, as disputas entre católicos e huguenotes combinaram-se à crise de sucessão da dinastia Valois, levando à Guerra dos Três Henriques; b) tiveram causas religiosas e sociais, não envolvendo questões políticas; c) seus episódios mais graves (e sangrentos) ocorreram na Espanha, na Suíça e na Bélgica; d) derrotado pela reação católica na Guerra dos Trinta Anos, o movimento protestante sobreviveu apenas na América, na região que daria origem aos Estados Unidos; e) representaram também um conflito de caráter político, opondo os principais estados europeus ao poderio da Inglaterra dos Stuart; 08) (UFPR). A chegada da Família Real e da Corte Portuguesa ao Rio de Janeiro em 1808 introduziu grandes mudanças na sociedade brasileira. Os grandes proprietários rurais e negociantes aglutinaram-se ainda mais do que antes ao redor da Família Real. Isso permitiu que, no contexto da independência (1822), alguns fenômenos permanecessem. Tendo em vista esses processos, considere as seguintes afirmativas: 1. A escravidão foi mantida, sem que os poucos questionamentos a ela conseguissem prevalecer nem nos projetos de Independência, nem na elaboração de um projeto de Constituição em 1823, nem ainda na Constituição outorgada em 1824. 2. O fim do laço colonial formal com Portugal permitiu a intensificação da relação de dependência frente à Inglaterra. 3. A escravidão atingiu seu auge no Brasil imediatamente após a Independência, ao mesmo tempo em que as negociações internacionais pelo reconhecimento desta última levaram à tentativa de supressão do tráfico de escravos africanos em 1830. 4. O apoio inglês à manutenção da escravidão e do tráfico de escravos permitiu que o cativeiro permanecesse no Brasil até 1888. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. b) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. d) Somente a afirmativa 2 é verdadeira. e) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. 09) (UFPR). “O ser senhor de engenho é título a que muitos aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado por muitos”. Essa frase de João Antônio Andreoni (conhecido como Antonil), escrita no seu livro Cultura e Opulência do Brasil por suas drogas e minas, refere-se aos: a) lavradores assalariados que plantavam a cana-de-açúcar. b) ricos comerciantes que lidavam com os negócios de exportação e importação. c) proprietários das terras que formavam a aristocracia agrária, de grande poder econômico e político. d) trabalhadores livres dos engenhos: artesãos, barqueiros, capatazes. e) grandes proprietários das fábricas de manufaturas têxteis. 10) (UFPR). “A introdução de novos africanos no Brasil não aumenta a nossa população e só serve de obstar a nossa indústria. Apesar de entrarem no Brasil perto de quarenta mil escravos anualmente, o aumento desta classe é nulo, ou de muito pouca monta: quase tudo morre ou de miséria ou de desesperação, e todavia custaram imensos cabedais. [...] Os senhores que possuem escravos vivem, em grandíssima parte, na inércia, pois não se vêem, precisados pela fome ou pobreza, a aperfeiçoar sua indústria ou melhorar sua lavoura. [...] Ainda quando os estrangeiros pobres venham estabelecer-se no país, em pouco tempo deixam de trabalhar na terra com seus próprios braços e, logo que podem ter dois ou três escravos, entregam-se à vadiação e desleixo.” (ANDRADA E SILVA, José Bonifácio de. Representação à Assembléia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil sobre a Escravatura, de 1823. In: DOLHNIKOF, Miriam. José Bonifácio de Andrada e Silva: Projetos para o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 56–57.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o abolicionismo no Brasil, é correto afirmar que nas duas primeiras décadas do século XIX: a) o movimento abolicionista consolidava uma articulação de partidos políticos em prol da libertação dos africanos e da sua inserção na sociedade brasileira como trabalhadores livres para a agricultura e para a indústria. b) as elites dirigentes estavam plenamente convencidas da necessidade da abolição do tráfico negreiro para defender o sistema escravista das pressões empreendidas pelo movimento humanitário internacional. c) alguns setores sociais pretendiam promover o progresso econômico do Brasil com base na indústria e viam os negros como obstáculo a esse desenvolvimento, na medida em que eles não tinham qualquer aptidão para o trabalho naquele setor. d) alguns integrantes da elite dominante passaram a compreender a escravidão como um problema que dificultava o progresso nacional, já que a sua manutenção desestimulava novos empreendimentos econômicos. e) as elites dirigentes do Brasil estavam convencidas de que a abolição da escravidão ocorreria mais cedo ou mais tarde e era necessário, portanto, substituir o escravo pelo trabalhador livre.