Matriz de atividade individual - Moodle

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Matriz de atividade individual*
Módulo: Básico
Título: Fita de Möbius
Aluno: Daniel Massita Tonolli
Disciplina: Psicologia Organizacional
Atividade: Atividade Individual
Turma: 30
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Introdução:
Assim, por princípio1, creio útil situar o leitor no contexto desse ensaio. A presente
obra tem por objetivo retratar alguns aspectos da Psicossociologia.
A Psicossociologia é uma soma de duas áreas de estudo: a Sociologia e a
Psicologia. Previamente já deixo ganchos para amarrar o texto no futuro: a
Psicossociologia precisa ser abordada de uma forma interdisciplinar. Daí, temos
como principal fator a complexidade da matéria de nosso estudo.
A Sociologia pode ser abordada de duas formas distintas: classicamente ou
contemporaneamente. A Clássica vê o indivíduo como parte de uma unidade maior
– a sociedade, ignora suas individualidades e vê o indivíduo como produto de um
determinismo social. Já a Contemporânea observa a sociedade como um conjunto
de instituições, processos de socialização. Também leva em conta a subjetividade
individual e a capacidade do indivíduo de agir e modificar o meio (Nasciutti, 1996,
p. 2)2.
A Psicologia cuida da vida psíquica do indivíduo – consciente e inconsciente.
Considera também o subjetivo, estruturas psíquicas profundas, representações
inconscientes (mecanismos de defesa, projeções, afetos, pulsões) e conscientes
(atitude, comportamento real, identidade pessoal, social). Cobre o indivíduo e suas
ações a partir de diversas vertentes (psicodinâmica, cognitiva, comportamental)3.
“Nesse sentido podem ser chamados de sociolingüistas todos aqueles que
entendem por língua um veículo de comunicação, de informação e de expressão
entre os indivíduos da espécie humana” (Tarallo, 2006, p. 7) 4. Sendo assim,
chamaremos de psicossociólogo aquele que entende a relação entre o indivíduo e o
social como objeto de seu estudo. Assim, trabalharemos como tal pesquisador, e
abordaremos a psicossociologia per si.
Relações entre o indivíduo e o social
“O pensamento e o sentimento [...] permanecem sempre, mesmo dentro da esfera
do eu [...], submetidos de algum modo a uma norma” (Jaeger, 2001, p. 150)5.
Assim o é a relação do indivíduo inserido no social. Tal como um tijolo em uma
parede6.
O social é da ordem do coletivo, ou seja, é uma entidade que extrapola a idéia do
indivíduo, mas ainda assim é composta por essa unidade. Possui um sistema
E para alívio do leitor já aviso previamente: não utilizarei linguagem rebuscada – tentarei ao máximo
valer-me de um léxico simples e exemplificado. Dessa forma, mantenho uma harmonia entre a
simplicidade e o entendimento.
Além disso, através do texto metalingüístico, ajudo a reforçar o entendimento. Se eu sempre achei
psicologia algo chato, foi por não gostar da hermeticidade do assunto. Logo, as "tiradas" autorais são
fundações, colunas e vigas que apoiarão a estrutura do assunto acadêmico. Dessa forma, há uma maior
interação entre o texto e a matéria do texto, trazendo o objeto para mais perto do leitor e
conseqüentemente do seu entendimento.
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Utilizarei esse texto com muita freqüência, já que é um resumo esquemático da matéria do módulo 2.
De certo, podemos retirar trechos do texto e encontrá-los no material do curso. Sendo assim, tomarei
esse texto como referência principal.
NASCIUTTI, Jacyara C. Rochael. Reflexões sobre o espaço da Psicossociologia. In: Documenta Eicos,
1996, nº 7.
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Não aprofundarei esse tópico, já que não nos vem ao caso. Para mais informações, checar o material
do curso: Psicologia Organizacional – Módulo 2 – Unidade 1.
4
TARALO, Fernando. A Pesquisa Sociolingüística. São Paulo: Ática, 2006.
5
JAEGER, Werner Wilhelm. Paidéia: a formação do homem grego. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes,
2001.
6
http://www2.pol.org.br/publicacoes/video_play_dvd05.cfm
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simbólico atravessado por uma ideologia e compõe um imaginário que
continuamente se constrói (Nasciutti, 1996, p. 1) 7. Ora, então podemos considerar
que o social não atua somente no comportamento pessoal, mas também faz parte
dele.
Por exemplo, as pessoas compõem um imaginário da sociedade, digamos, apenas
para figurar, que se espera do estado proteção. A nossa idéia de proteção se molda
de acordo com a nossa visão e consciência da nessecidade de proteção (simbólico),
diante dos fatores externos, que constantemente moldam nosso conceito inicial
(construção contínua). Também devemos levar em consideração nosso desejo por
proteção, e desse desejo interno, acabamos por externalizar essa vontade. Uma
consciência dessa necessidade poderá fomentar ações para se obter mais
segurança do estado. Essa nova “demanda” por segurança moverá novas opiniões
acerca da segurança, influenciando de volta o indivíduo, agora em um vetor oposto
(do social para o individual). Assim, o social reflete características pessoais
profundas na sociedade.
Doravante, o “interno” e o “externo” perfazem um determinismo (conceituando-se)
“Determinismo – Consiste na convicção de que todos os fenômenos, tanto
os naturais quanto os psíquicos, estão ligados entre si por conexões
necessárias e dependentes da lei de causa-efeito, excluindo qualquer
explicação que introduza as noções de acaso.”
(Nicola, 2005, p. 35)8 de mão dupla entre a unidade e o conjunto. Façamos um
paralelo entre o individual e o social.
Relações interpessoais, regidas pelo símbolo social, também sofrem exigências
pulsionais individuais. Freud alerta para influência dos fatores profundos da psyché
(gr. Ψυχή) - o medo da morte ou castração, sexualidade e desejos – como
elementos estruturantes da civilização (Nasciutti, 1996, p. 1) 9.
Portanto, é necessário que algo balize as características individuais de pulsões: a
renúncia das pulsões agressivas e sexuais são exemplos de aplicação dessa
adequação. Então, os sitemas sociais simbólicos permitem ao homem um acesso à
ordem, co-existência de pulsões variadas: o social é regulado por processos
psicossociais que sobrepõem-se à problemática psíquica do sujeito (Nasciutti, 1996,
p. 1-2)10.
Cf. nota 2.
Cf. NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: Das origens à idade moderna. São Paulo: Globo,
2005.
9
Cf. nota 2.
10
Cf. nota 2.
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Complexidade do viver coletivo
Em uma condição pré-social não teríamos progresso nem história. A ver:
“Se por acaso fazia alguma descoberta, não podia comunicá-la a ninguém
uma vez que ele não reconhecia nem mesmo os filhos. A arte morria com o
inventor; não havia nem educação nem progresso, as gerações
multiplicavam-se inutilmente e, posto que todos partiam sempre do mesmo
ponto, os séculos passavam e permanecia intacta a rudeza das idades
primitivas; a espécie já era velha e o homem ainda continuava criança...”
(Nicola, 2005, p. 310)11.
Ademais, de acordo com o excerto acima, logo percebemos uma existência do
social que é anterior ao do indivíduo. É assim que se pode “evoluir”12 (por falta de
melhor palavra) de um estágio social anterior para um posterior, reafirmando a
dinâmica (ou seja, a não estagnação, a constante mudança do meio social),
determinada pelo individual e novamente determinando o indivíduo, nessa ação-ereação.
Pois bem, notamos aqui um ponto conceitual importante para a psicossociologia. O
conceito do “eu” e a sua formação passam pela necessidade e desejo de um
“outro”. Assim, temos um sentimento de reconhecimento, e torna-se verossímil
assumir características que nos distingüem uns dos outros. A partir da nossa
diferença, assumindo uma identidade específica, reconhecemos no outro nossas
diferenças e garantimos assim uma possibilidade estrutural para um fator social –
isto é, a consciência de um ponto em comum (nesse caso, a dependência do outro).
Ora, logo temos uma sentença lógica: A
B, onde: A representa o “eu” e B
representa o “outro”. Disso, temos que o “eu” [só existe] se e somente se [existe]
o “outro”.
Além dessa complexidade lógica-formal, concernente ao conceito da nossa matéria,
temos também um problema exterior ao âmbito formal. Trata-se da necessidade de
abordamos nosso objeto de estudo através de um prisma interdisciplinar. Sendo o
indivíduo e a sociedade frutos de determinantes de diferentes ordens e sendo
ambos atores sociais, que influenciam e são influenciados, face a um contexto
social que os precedem, faz-se necessário uma instrumentação multifacetada para
uma análise psicossocial. Por isso, diferentes disciplinas precisam se articular para
averiguar o psicossocial em foco.
Exemplos do cotidiano
Doravante todo o baú de referências conceituais feito até aqui, não haveria melhor
momento para exemplificar e aplicar a psicossociologia.
Trataremos então do uso da psicossociologia para analisar um grupo. Deve-se
dirigir o estudo para encontrar fatores internos e externos de influências, papéis
dos membros, poderes, identidades, contexto, história, determinantes etc.
Um estereótipo em formato de case pode ser usado.
Imaginemos uma organização que deseja escanear sua instituição. Essa empresa
poderá começar traçando uma estrutura individual de cada membro analisado.
Assim, é possível coletar dados sobre suas identidades, personalidades, caráter etc.
Depois, pode-se analisar uma camada externa, ou seja, como a empresa influencia
essas pessoas. O contexto histórico anterior aos membros (cultura rígida,
impessoalidade, abuso de poder – são exemplos). A posição atual da empresa, seus
Cf. nota 8.
Alusão clara ao texto visto na matéria e na discussão de Psicologia Organizacional.
Cf. RAL, José M. Tous. Origem e natureza dos traços de personalidade. Disponível em:
<http://www.fafich.ufmg.br/~ladi/OrigensNaturezaAplicacoesTracosPersonalidade.pdf>. Acesso em: 17
nov. 2005.
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costumes, sua hierarquia, seus ideais (objetivos da empresa com relação ao seu
quadro de pessoal): são todos esses dados que montarão uma estrutura social (ou
seja, a parede composta por tijolos).
Podemos sobrepôr essas duas camadas e traçar perfis típicos. Daí, uma análise
extra-disciplinar (econômica, gerencial, ética) poderá identificar padrões e
características dessa empresa. Pois bem, reconhecida a situação atual dessa
organização, pode-se tirar conclusões e operar ações modificadoras, visando
melhoria no contexto social e individual. Esse é apenas um exemplo dos usos da
psicossociologia em uma instituição (aqui, objeto mais próximo dos nossos
interesses). Afinal, uma empresa deve promover o seu crescimento e como uma
empresa é composta de pessoas, também deve existir um crescimento pessoal.
Assim, produz valor em mais de um aspecto uma boa aplicação da psicossociologia,
nesse nosso simples exemplo.
Conclusão
Advento de todo esse overview acerca da psicossociologia, prefiro abster-me de
conclusões moralísticas. Aponto então a utilidade dessa matéria, tanto para um uso
institucional quanto para um uso mais amplo, trazendo luz às nossas vidas com
esse conhecimento, permitindo-nos enxergar com outros olhos algo que costuma
passar despercebido.
E preferindo abster-me de moralidade, profilaxia, defesa da matéria ou diatribe
contra a inércia letárgica típica da mente humana, que recusa-se à ter por nota a
condição humana, ignorando a aurífera fímbria da alfombra basiléica que assenta a
compreensão humana acerca de si, em capacidade verossímil e condizente com sua
superioridade sobre os seres, tenho findo a facilidade da língua, e nessa acre
conclusão, árida e seca, dura e quebradiça, deixo um pensamento mais suave e
brando.
A relação do indivíduo com o social é tal qual a interação entre o estudo do
universo e o estudo das partículas sub-atômicas. Que do pequeno, temos o grande,
que para entendimento, curva-se novamente sobre o ínfimo. Nesse infinito de
condições, o finito é delimitado por nós, de acordo com o nosso desejo. Assim, para
entender o universo, precisamos entender o átomo, e esse perfaz imagens do
universo. Termino com a imagem do átomo, distante, que ao aproximar-se,
encontramos órbitas de elétrons, e quando mais interno, mais partículas novas... E
dessas novas partículas, quanto mais adentramos, maior o vazio, e a escuridão... E
ao viajar nessa escuridão, logo surgem pequenos pontos, vaga-lumes na noite, e
estes mostram-se estrelas, conglomerados de galáxias, e universos. Assim o é o
infinito, que curva-se um sobre o outro. Também será assim a compreensão
humana.13
Referências bibliográficas
Vide notas.
*Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de
raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática.
Baseado em uma imagem encantadora, Disponível em:
< http://www.youtube.com/watch?v=LyzIau5dBao >, acesso ao < 14/09/2009 >. Também idéia geral
que pode ser lida em:
HAWKING, Stephen W. Uma breve história do tempo: do big bang aos buracos negros. 2. ed. Rio de
Janeiro: Rocco, 1988.
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