Intervenção Psicossocial A Psicossociologia constitui-se em uma área da Psicologia que privilegia estudos relacionados à relação entre indivíduo e sociedade com enfoque prático na intervenção institucional e grupal. Sob diferentes abordagens pode-se trabalhar com a intervenção . Cada abordagem elegerá, de acordo com seus pressupostos teóricos, sua forma de enxergar o comportamento social humano e de pesquisálo. Desta forma a metodologia utilizada acompanhará a abordagem de origem. Historicamente, considera-se fatos e instituições, como importantes no surgimento da Psicossociologia; Temas em Psicossociologia O impacto que um indivíduo exerce em outro; O impacto que um grupo exerce nos seus integrantes; O impacto que os integrantes exercem nos grupos a que pertencem; O impacto que um grupo exerce em outro; Teoria dos papéis Parte do pressuposto que pessoas são: Integrantes de grupos e organizações, Representam papéis; Ocupam posições distintas; Cada posição acarreta um papel; Grupos formalizam normas como papéis; Pessoas tendem a atender as expectativas de papéis; Os integrantes de um grupo tendem a avaliar o desempenho de papéis de cada indivíduo para avaliar sua conformidade. PAPEL NO NÍVEL INDIVIDUAL O papel é definido como o conjunto de condutas normais requeridas de um sujeito quando ele tem dado estatuto social; as convenientes a tal idade, tal sexo, tal posição familiar, profissional, política, etc. PAPEL NO NÍVEL SOCIAL em relação à sociedade em geral, Papéis institucionais e funcionais dentro de grupos e de organizações onde o indivíduo age segundo sua posição específica e segundo a dos outros membros, tendo com eles, relações claramente diferenciadas. Teoria do reforço Parte da premissa de que o comportamento social é governado por acontecimentos externos. As pessoas deixam de ter determinado comportamento se ele é acompanhado de algo desagradável ou pela remoção de algo agradável. Condicionamento por Reforço qualquer resultado favorável que resulta de uma resposta, ele fortalece a resposta, aumenta a probabilidade de que ela se repita. As respostas que não forem reforçadas tendem a desaparecer. Teoria da aprendizagem social imitação e modelo Como sabemos, os principais reforçadores que mantêm o comportamento individual implicam no comportamento de diversas pessoas. Todos nós ouvimos críticas e percebemos sinais de que o comportamento emitido não está sendo reforçado, provavelmente não foi reforçado no passado e não o será no futuro. Se analisarmos a situação e identificarmos quem pode liberar reforçadores, a alternativa talvez seja a aceitação desses fatos e a mudança de metas. Se em vez de criticarmos, sorrirmos, precisaremos analisar: quem está sorridente está reforçando e vai reforçar (será?) o comportamento recém-emitido. Autoridade que sorri é agradável (está reforçando) ou vai criticar (retirar reforçadores)? Segundo Ferster et al. (1968/1977), ao se lidar com pessoas por períodos curtos, o efeito esperado do sorriso se mantém. No entanto, a pessoa que tem uma história de ser aversivamente controlada, distinguirá entre os estímulos correlacionados com verdadeiras condições reforçadoras e aquelas que são irrelevantes (Ferster et al., 1968/1977, p. 203). Pode-se acrescentar que essa pessoa que foi aversivamente controlada, aprende discriminações sutis sobre os comportamentos dos outros, sabendo identificar mudanças mínimas que significam pareamentos com punições ou críticas. Aprenderá a ler com muita acurácia a ironia, a manipulação, de forma que possa evitar um comportamento observável, inadequado socialmente e que reforce as fofocas existentes sobre um padrão estranho ... Essa análise precisa ser feita na terapia, pelo terapeuta, a partir da interação estabelecida entre ele e o cliente. É necessário também verificar o quanto a pessoa manipula e também é manipulada. A análise detalhada do que o cliente sente e faz pode auxiliar para uma vida mais confortável. Teoria da troca social presume que os indivíduos têm liberdade de escolha e escolhem aquela mais reforçadora; Limitações da Teoria do reforço indivíduo é mais visto como reagindo aos estímulos ambientais do que com base no pensamento imaginativo e criativo. Teoria Cognitiva parte da premissa que as atividades mentais do indivíduo, denominados processos cognitivos, são importantes determinantes do comportamento social. Esses processos cognitivos incluem a percepção, a lembrança, o julgamento, a resolução de problemas e a tomada de decisões. Não nega a importância dos estímulos externos, mas acredita que o vinculo entre o externo e o interno é realizado pelo indivíduo que não apenas interpreta ativamente o significado dos estímulos mas também escolhe as ações a serem realizadas em resposta aos estímulos. Estrutura e esquemas cognitivos: qualquer forma de organização entre cognições e crenças. Como as cognições de uma pessoas estão inter-relacionadas, o modo como estão estruturadas e organizadas na memória e o modo como afetam o julgamento de uma pessoa. Críticas Às vezes considerada simplista na forma de ver fenômenos complexos; Fenômenos cognitivos não são diretamente observáveis; Teoria da interação simbólica Enfatiza, principalmente, a interação do indivíduo com a sociedade; A natureza humana e a ordem social são produtos da comunicação simbólica entre pessoas; As pessoas podem comunicar-se com sucesso à medida que atribuem significados semelhantes aos objetos; Há uma ênfase na relação eu-outro e viceversa; Bordieu em um texto intitulado ‘O Mundo ou a Casa às Avessas’ descreve com minúcia a forma de organização social dos Kabilas. Referenciarei- me nele para tratar do conceito de habitus nesse autor. Os Kabilas estabelecem uma relação estreita entre organização do espaço, especificamente, da casa onde moram e forma de funcionamento simbólico e social. Simbolicamente, o espaço da casa é rigorosamente dividido e organizado. Tipos de objetos, lugar em que eles se encontram, lugar onde as pessoas dormem...etc. Tudo tem um sentido, um significado quanto à utilização de determinado espaço, tanto por objetos quanto por pessoas. Como são interessantes as descrições, pena não podermos citar todas, apesar de se fazer necessário citar muitas. O interior da casa Kabila tem a forma de um retângulo dividido em duas partes, num terço de seu comprimento, por uma meia parede com aberturas: a maior, elevada cerca de 50 centímetros de altura, coberta por uma camada se argila negra e por excremento de vaca, que as mulheres alisam com uma pedra, e é reservada aos humanos, a menor, pavimentada de lajes, é ocupada pelos animais. Uma porta de duas folhas permite o acesso às duas peças. Sobre a mureta de separação ficam, de um lado, pequenos vasos de argila ou cestos nos quais se conservam as provisões destinadas ao consumo imediato- figos, farinha, legumes- e, do outro, perto da porta, os jarros de água. Acima do estábulo, há um jirau no qual se acumulam, ao lado das ferramentas de todo o tipo, a palha e o feno destinados à alimentação dos animais, e onde, com freqüência, dormem as mulheres e as crianças, especialmente no inverno (...) Na parede frente à porta, comumente chamada de tasga, assim como a parede da fachada exterior que dá para o pátio, ou de parede do tear, ou de parede do tear, ou de parede da frente (fica-se frente a ela ao entrar), fica o tear. A parede oposta à da porta, é chamada de parede da obscuridade, ou do sono, ou da jovem, ou do túmulo. (...) A divisão do espaço também simboliza a diferença entre homens e mulheres, principalmente, quanto a divisão para o trabalho: mulheres realizam o trabalho de dentro da casa e homens realizam o trabalho de fora da casa. Os homens cuidam da parte de fora da casa e as mulheres da parte de dentro. Sem dúvida, que o aspecto mais importante a ser abordado é a relação entre a organização do espaço e a divisão do trabalho. O trabalho a ser feito por cada um, homem e mulher é cuidadosamente dividido, respeitando simbolicamente as regras da divisão, especialmente, dentro/fora. Ela representa desde a sua construção até os mínimos detalhes da decoração o que cada um deve fazer, como e quando. Bordieu chama a casa deles de principal recurso simbólico dos Kabilas. Críticas Enfatiza o pensamento racional; Prioriza o outro na formação da personalidade; o consenso e cooperação minimizando conflitos. Psicanálise Tanto como método quanto como teoria; Teoria da evolução Localiza as raízes do comportamento social humano em nossos genes, vinculando o biológico ao social; Intervenção Psicossocial, método clínico de pesquisa e de construção teórica Origens: Escola de Chicago (cidade como laboratório); Kurt Lewin: pesquisa-ação; Trabalho desenvolvido por Jaques Eliot; influenciado por Melaine Klein; França; Brasil: UFMG, André Levy, Pagés etc O posicionamento clínico Posicionamento global em relação ao outro, mas também em relação ao saber e sua elaboração; Articulação entre pesquisa e prática; Intervenção de um lado, pedido de outro; Abordagem de um sujeito, ou um conjunto de sujeitos reunidos em um grupo ou organização; Planejamento Primeira Semana de Março: Textos: Intervenção psicossocial, métodos clínico de pesquisa e de construção teórica; O posicionamento clínico; Exposição, debate, construção e entrega de resenha, valor 10 pts Segunda semana de Março 7 à 9: Encomenda e demanda: exposição, debate, estudo dirigido, entrega;10 pontos Terceira semana de Março 12 à 16: Intervenção Psicossocial em Família, exposição Quarta semana de Março: 19 à 23: Intervenção Psicossocial em Família: atividade avaliativa. 30 pontos Quinta semana de Março (26 à 30): intervenção institucional, roteiro de análise institucional; exposição e debate; Primeira semana de Abril: fechamento análise institucional; Segunda semana de Abril: 11 à 13: Proposta de Intervenção: construção do projeto por fases; Terceira semana de Abril: 18 à 20: Propostas de Intervenção prática e avaliação; Quarta semana de abril: apresentação do projeto de intervenção; Maio: parte prática da disciplina, aplicação do projeto de intervenção previamente proposto pelo grupo; Atendimento para supervisão da parte prática na clínica em horário a combinar; Junho: apresentação dos projetos; Valor da etapa: 50 pontos