Várias teorias enfocam o tema aprendizagem, no

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Capítulo 16 - COLOCANDO A APRENDIZAGEM COMO O
FOCO: A CONTRIBUIÇÃO DA VISÃO BEHAVIORISTA
Objetivos:
Reconhecer o papel da aprendizagem para os sujeitos humanos, e o fato
de que ela ocorre além da escola.
Identificar diferentes processos que levam à aprendizagem.
Reconhecer a contribuição do behaviorismo para o estudo da
aprendizagem
Identificar aprendizagem por condicionamento respondente, operante e
aprendizagem social.
Várias teorias enfocam o tema aprendizagem, no entanto, nenhuma
delas consegue explicar completamente este fenômeno. Assim, lidamos
com algumas destas teorias, na busca de uma visão mais abrangente.
Assim, é plausível que a corrente empirista em Psicologia, que valoriza a
experiência, ou empiria, tenha se dedicado a estudar com muito afinco
este fenômeno, seu tema central de estudo.
A corrente Behaviorista ou Comportamentalista é uma corrente que se
definiu por ser ambientalista e empirista, pensando o sujeito humano
como uma tabula rasa.
Esta corrente, nascida no começo do século XX, postula que se pode
explicar comportamento em geral, descrevendo a relação entre os
estímulos – características do ambiente – e as respostas – características
do comportamento.
Behaviorismo vem de behavior, que significa comportamento, conduta.
Um psicólogo dos EUA, John B. Watson, defendeu em 1913, através do
Manifesto Behaviorista, do qual você pode ler alguns fragmentos, que o
objeto de estudo da Psicologia deveria ser o comportamento, portanto,
nem a psique, nem a consciência: algo passível de ser observado,
1
comprovado, documentado, portanto através de métodos objetivos, como
a observação e de preferência a experimentação.
Vários psicólogos dos EUA se dedicaram ao estudo da aprendizagem
além de Watson, trabalhando dentro da proposta de estudar
comportamento, ainda que eles possam ser diferenciados em
behavioristas metodológicos, concordam em termos dos métodos, e os
radicais, negavam o estudo do que não fosse de fato observável, como
mente.
Deu-se um papel capital ao ambiente e, portanto às aquisições
determinadas pelas propriedades deste ambiente. Todas as atividades
humanas tornam-se zonas de aprendizagem potencial ligadas fortemente
às propriedades dos estímulos que as suscitam. A escolha epistemológica
desta corrente é importante.
Ela foi dominante nos meios acadêmicos durante um bom tempo, desde
em torno de 1915 até lá por 1950-60. Usando a aprendizagem como
explicação dos fenômenos psicológicos, esta era entendida
principalmente como resultante de associação de eventos. As raízes do
behaviorismo, podem ser encontradas no associacionismo, que também
pode ser chamado de coneccionismo.
A aprendizagem por associação, é uma das formas mais comuns de
aprender. Você poderá com certeza, identificar alguns exemplos de
aprendizagem por associação que ocorrem no dia-a-dia, bem como
reconhecer sua importância.
A aprendizagem por associação é conhecida no ser humano e nos
animais desde há muito tempo, inclusive foi apontada já em Aristóteles.
Sua versão moderna, mais sofisticada, agora sob o olhar da Ciência,
remete ao fenômeno dos condicionamentos.
Vamos olhar com mais detalhe alguns tipos de aprendizagem que foram
estudados principalmente por psicólogos desta corrente, iniciando pelo
2
condicionamento: aprendizagem em que há uma associação de eventos,
e que ocorre apenas sob certa condição_uma relação temporal entre estes
dosi eventos.
Como você verá, existem duas formas de condicionamentos: o
condicionamento respondente (também chamado de: clássico, de Pavlov
ou tipo I) e o condicionamento operante (também chamado de:
instrumental, de Skinner ou tipo II).
CONDICIONAMENTO RESPONDENTE
Fig. 5 - Experimento de Pavlov sobre o condicionamento reflexo
Ivan Pavlov (1849-1936) estudava salivação em animais (cães) no
laboratório, quando descobriu que, à medida em que eram submetidos
ao experimento e que este se desenvolvia, seus animais experimentais
passavam a salivar antes mesmo de receberem a comida apenas com
sons dos passos do tratador.
Ivan Petrovich Pavlov (1849–1936), fisiologista
russo que descobriu o condicionamento
respondente, razão porque este também é
chamado de condicionamento de Pavlov. Ele
recebeu o prêmio Nobel de fisiologia em 1904
por seus trabalhos
3
No início do experimento, os cães ouviam a sineta, um estímulo
neutro1, e não salivavam. A seguir o alimento era apresentado e ao
mesmo tempo em que isto ocorria, era produzido o estímulo neutro, no
caso foi usado o som de uma sineta.
A saliva aumentava muito quando o alimento era posto na boca dos
animais, isto é: a resposta reflexa, salivar, acontecia na presença do
alimento.
O experimento de Pavlov consistiu em inovar e apresentar os dois
estímulos ao mesmo tempo, ou seja, emparelhar alimento (o estímulo
incondicionado) e sineta (estímulo neutro) para os cães após várias
repetições do procedimento, de forma a garantir sua aprendizagem.
O passo seguinte foi retirar a comida e apresentar somente a sineta aos
animais para ver se eles salivavam e quanto. Ao final do experimento, os
animais salivavam apenas ao som da sineta (na ausência do alimento).
A esta aprendizagem foi dado o nome de condicionamento respondente
ou reflexo: a sineta só eliciava a resposta de salivar, se a condição ser
associada à comida ocorresse; e respondente ou reflexo, porque as
respostas e os comportamentos que podem ser aprendidos assim, são
aqueles que já temos no rol das respostas automáticas e involuntárias,
que defendem nossa sobrevivência.
Respostas automáticas ou involuntárias podem ocorrer na presença de
uma ameaça, e outros, como o salivar na presença da comida; o reflexo
patelar_ sua perna salta quando o médico bate nela com um martelinho,
testando seus reflexos durante o exame para carteira de motorista; a
1
estímulo neutro - que não tem significado para o sujeito: não é um estímulo que desencadeie
respostas típicas da éspecie, ou seja, estabelecidas filogenéticamente; nem tampouco um estímulo
cujo significado particular tenha sido aprendido pelo sujeito, assim, não está associado a
nenhuma resposta.
4
aceleração dos batimentos cardíacos quando explodem um trovão perto
de você, e outras situações semelhantes.
Através da associação ou condicionamento uma resposta que foi
aprendida em uma dada situação pode ser transferida de uma situação
para outra: um certo pavor que ocorre ao som de uma trovoada pode ser
transferido para a simples visão de um relâmpago: ao ver o relâmpago
você pode se apavorar, porque aprendeu a ter medo do trovão, passa
apresentar este medo diante do raio, já que aprendeu que este
normalmente precede à trovoada.
De modo geral estas associações ou condicionamentos ocorrem à
revelia da nossa consciência: dois eventos que ocorrem no mundo real
“se juntam” em seu significado, independente de você tomar consciência
de que está “juntando” ou aprendendo esta associação, ela acontece.
Digamos assim: a parte do cérebro que aprende assim, não nos pergunta
se queremos ou não aprender_ ela aprende o que aconteceu e pronto!
Muito do que aprendemos acontece por causo do nosso interesse, nossa
vontade, bem como, pelas nossas atitudes e ações. Nem tudo se passa
desta forma, como é o caso das associassões que ocorrem ao acaso, como
nos condicionamentos. Mesmo que você como professor possa não usar
os condicionamentos como metodologia de ensino, é importante
conhecer sua contribuição na vida das pessoas. Medo, pavor e fobias
podem ter muito a ver com estes processos de aprendizagem.
O Psicólogo muitas vezes é chamado para ajudar na “dessensibilização”
em relação ao estímulos que desencadeiam estas reações, e isto consiste
basicamente em “desaprender” estas associações.
“Aprendizagens erradas” são o riscos deste tipo de aprendizagem a que
estamos sujeitos pelo simples fato de estarmos vivos: se por um lado
esta aprendizagem pode ser fundamental para nossa sobrevivência_
uma única queimadura pode nos levar a nem chegar mais perto da chama
(um condicionamento operante importante.
5
por outro lado, podemos estar aprendendo “bobagens” como quando
alguém relata sobre gatos pretos e sextas-feiras 13, ou mesmo, vivermos
sob o domínio do medo_ um acontecimento muito negativo que ocorreu
no nosso primeiro dia de aula (um condicionamento reflexo), pode nos
levar a ter horror de freqüentar a escola!
Uma criança que está iniciando na escola. Estudar matemática é um
estímulo neutro (Sn). Durante a aula o professor grita (Si), levando o
sujeito a uma resposta de batimentos cardíacos acelerados e mal-estar
(Ri). O acontecimento de repetidas aulas associando a matemática aos
gritos do professor (Rc), transforma o estímulo neutro em condicionado,
há uma contaminação: assim a aula de matemática passa a produzir os
batimentos cardíacos acelerados emal-estar.
O que são respostas reflexas? São aquelas atividades que também não
precisam da nossa decisão consciente para ocorrer. Um bom exemplo
relaciona-se aos batimentos cardíacos_ serão acelerados a medida em
que corro ou em que levo um susto; retardados se me acalmo com uma
música suave, o relaxamento, etc. As respostas reflexas ocorrem no
nosso corpo através de músculos involuntários, como é o caso do
músculo cardíaco, e de glândulas endócrinas, como as que produzem
adrenalina, acetilcolina, etc. Estas respostas reflexas podem ser ou
motoras, glandulares ou emocionais.
Edward Lee Thorndike (1874-1949), cientista dos EUA, que trabalhava
com um gato faminto dentro de uma gaiola, observou que os gatos
emitiam vários comportamentos na tentativa de conseguir a comida e
também que seu desempenho melhorava com as tentativas que fazia.
Edward Lee Thorndike (1874-1949), cientista dos
EUA, observou principalmente gatos famintos
para descobrir como os animais aprendiam. Os
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animais eram colocados em locais que exigiam
que encontrassem uma solução para sair ou
encontrar a comida, assim chegou a Lei do Efeito.
Concluiu que os animais e inclusive o homem, resolvem os seus
problemas através da aprendizagem por ensaio-e-erro. Assim ele propôs
a lei do efeito: as conseqüências resultantes aos comportamentos são
determinantes para que estes se repitam ou não. Para osujeito do
experimento, conseguir abrir a porta da gaiola levava a obtenção da
comida, e portanto, aí está a lei do efeito!
A aprendizagem por tentativas ou ensaio-e-erro é muito importante para
os animais em geral e o homem em particular. A exploração e também a
curiosidade por si só já contribuem para que se busque conhecer as
coisas e ao lado disto às conseqüências positivas que nossas ações têm_
podem nos manter como pessoas que buscam ativamente o
conhecimento_ se formos felizes nisto, além da satisfação de descobertas
interessantes, podemos receber reconhecimento do nosso grupo social já
as conseqüências negativas, como pode acontecer se colocarmos o nariz
num frasco de amoníaco, ou o professor dando nota baixa porque você
fez uma pesquisa por conta própria!
CONDICIONAMENTO OPERANTE
O condicionamento operante ocorre quando as conseqüências que se
seguem a um comportamento (operante) aumentam ou reduzem a
probabilidade de que este seja realizado. As ações, gestos realizados
através da musculatura voluntária e que repercutem no ambiente,
recebem o nome de operante ou instrumental, exatamente pela
qualidade de alterar o ambiente. Se uma criança faz a lição de casa e
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recebe parabéns toda vez que isto ocorre, a conseqüência positiva
aumenta a probabilidade de que ela continue fazendo os deveres de casa:
podemos falar que estamos diante de um condicionamento operante.
Burrhus Frederic Skinner (1904-1990), também era psicólogo dos
EUA. Ele continuou o trabalho de Thorndike no estudo da
aprendizagem.
Burrhus Frederic Skinner (1904-1990), nasceu na
Pennsylvania, EUA. Concluiu o segundo grau e
ingressou na universidade, graduando-se em
literatura inglesa e línguas românicas, em 1926.
Depois de formado, Skinner pensou em seguir a
carreira de escritor, mas decidiu-se pelo curso de
pós-graduação em Psicologia Experimental, na
Harvard University. Aí obteve os títulos de Master e
PhD. É o fundador da Análise Experimental do
Comportamento e do Behaviorismo Radical,
eminente psicólogo, é um dos mais importantes
pensadores e cientistas do século XX.
Ele salientou que as conseqüências que se seguem ao comportamento
determinam sua parendizagem. Introduziu a noção de comportamento
operante: aqueles que resultam do trabalho de músculos esqueléticos
(voluntários) e que causam alteração (ões) no meio ambiente. Como esta
alteração é notável, o comportamento que a provoca é chamado de
operante ou tamém, de comportamento instrumental. Além disto,
também estabeleceu o conceito de estímulo reforçador ou reforço: à
medida que um determinado comportamento é emitido, ele produz uma
conseqüência_ quando esta consequência aumenta a probabilidade de
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um comportamento ocorrer, ele é chamado de reforço ou reforçador
positivo.
Um exemplo: um rato é privado de água. Os comportamentos que
permitem a ele ganhar a água podem são comportamentos operantes com
uma consequência positiva _ ganhar água; ou seja, serão mantidos
(enquanto durar a sede) e á água é um reforço positivo para estes
comportamentos.
Um rato pode ser privado 48 horas de água. Estando com
sede, ele fica “motivado” para beber. Numa caixa de Skinner, pode ser
observado e também pode aprender a bater uma barra para receber água.
Caixa de Skinner: pode
ser uma caixa composta em laterais de alumínio, pintada com tinta
eletrostática epóxi, teto e frente confeccionado em acrílico transparente,
fecho magnético na porta, barras de aço inox com sistema de
acionamento pelo animal, com bebedouro na parte inferior, luz de 40
watts e com 5 intensidades. Relógio digital com mostragem de 5 dígitos,
sendo: horas, minutos, segundos e décimos de segundos, com chave para
início e parada da contagem do tempo de experimento e ainda chave de
pressão para reset do relógio. Piso em barras de aço inox. Gerador de
estímulo sonoro de 1Khz até 90 db. Sensor de infravermelho. As caixas
de Skinner são projetadas para serem operadas, tanto no modo autônomo
quanto no modo automático.
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Através da modelagem o sujeito aprende de forma fácil e rápida o
comportamento alvo: bater na barra, pois foi reforçado ao londo de uma
série de aproximações em relação a este.
Como a barra está acoplada a um mecanismo que abaixa uma concha
num reservatório e traz água para o sujeito ele aprende a bater na barra
para rceber água. Está feito o condicionamento operante.
Outro fato importante é que através do uso do reforço, é possível ensinar
comportamentos ou colocá-los em extinção.
Há muitas maneira de se reforçar os comportamentos, de acordo como o
modo de organizar as consequências a ele. Esta organização é chamada
de esquema de reforço: reforço contínuo ou intermitente.
Alterando-se o número de respostas que são exigidas do sujeito para
receber o reforço, pode-se estabelecer reforço com razão fixa ou razão
variável.
Outro aspecto a considerar é o tempo que “damos” ao sujeito até ele
responder, ou seja, o intervalo de tempo: ele pode ser reforço com
intervalo fixo ou com intervalo variável.
A organização como o reforço é oferecido é importante para definir o
padrão de respostas que o sujeito vai dar. Do ponto de vista didático, a
caixa de Skinner é um instrumento importante para entender como isto
se passa. No entanto nas condições de trabalho do ser humano
encontramos muitas situações semelhantes a esta organização, como a
existência de comissões em função de vendas realizadas; os períodos
das avaliações escolares, etc. Reflita sobre isto.
Entre outras aprendizagem que são importantes para o organismo no seu
meio estão discriminação e generalização. Na caixa de Skinner, onde o
10
rato aprendeu a beber água batendo na barra, passamos a libera á água
apenas na presença de luz e não liberamos no escuro. Rapidamente o
animal aprende a discriminação a situação: a partir daí só trabalha, ou
seja, só bate na barra, se a luz estiver acesa. Depois disto, podemos
ensinar uma generalização, como, luz _ como condiçao para receber o
reforço_ pode ser qualquer das intensidade de luz disponíveis_ existem
várias intensidades desde uma bem fraca passando por outras e por fim,
uma mais forte.
Um exemplo de punição na situação na caixa de Skinner seria se ao
tocar a barra o animal ao invés de água, ganhasse um choque, ou seja um
estímulo muito negativo, que causa dor e desconforto.
Como, o que determina se algo é um estímulo reforço ou punitivo, é a
consequência para o organismo, e isto também é resultado de sua
história: o que é bom, agradável e desejável para alguém, pode não ser
para outrém. Muitas vezes o que era para ser uma punição, vira um
reforço positivo e também muitas vezes ela não resolve os problemas
que as pessoas buscam resolver e até, ao contrário, criam outros
problemas.Por isto, é muito questionável do ponto de vista ético usar
punição (para os animais também), por isto ela é desaconselhada!
E em situações de sala de aula por exemplo, recomenda-se o uso de
outras estratégias, como o reforço de comportamentos incompatíveis
(ficar responsável pela lousa, pela organiozação da sala, etc.) com
aqueles indesejáveis (sair do lugar, não fazer a tarefa, etc.).
Descrito de modo atualizado, como aparece em Mattana (2004), dizemos
que para estudar o comportamento seguindo esta abordagem, é preciso
entender a relação entre o que o organismo faz, a situação que
antecede (e acompanha) este comportamento e a situação que se segue
a ele.
11
SITUAÇÃO
AÇÃO
CONSEQUÊNCI
A
O que ocorre antes ou Aquilo que o O que acontece
junto à ação do organismo faz depois da ação do
organismo
organismo
Skinner, defendia, o rigor científico, trabalhava preferencialmente no
laboratório, e fez grande parte dos seus experimentos com animais.
Ainda assim, aplicou os príncipios psicológicos que construiu à
educação, tendo proposto uma máquina de ensinar e por isto é
considerado o pai da instrução programada, que aplica estes princípois.
Na perspectiva comportamentalista ou behaviorista, o homem é um
produto do meio em que vive, e ele está sujeito às contingências do
meio. Ao nascer o homem ingressa em um mundo já construído e que
possui padrões de comportamentos aceitáveis; caso os indivíduos emitam
comportamentos indesejáveis estes poderão ser modificados se as
condições do meio forem modificadas, e cabe à escola e à sociedade
ensinar os comportamentos adequados.
A educação sob esta orientação pedagógica se fundamenta na
transmissão do conhecimento e de comportamentos adequados, éticos,
para se viver em sociedade, e tem por finalidade promover mudanças nos
indivíduos. Mudanças desejáveis são conseguidas através do reforço.
A escola aqui é vista como uma agência de controle social e está
diretamente ligada a outras agências de controle social como: governo,
igreja, política e economia. Nesta abordagem, o professor é um usuário
das tecnologias de ensino: planeja aulas e controla os estímulos
reforçadores, reforçando somente quando os alunos emitirem
comportamentos adequados com o objetivo de que os alunos tenham um
desempenho máximo.
Assim, a ênfase é dada à produção individual dos alunos e no programa
planejado pelo professor, que avalia o discente no processo de
12
aprendizagem e dá o retorno (retroalimentatação) ou feedback
prontamente às suas ações. O tempo entre a ação do sujeito e o resultado
dela, é um dos elementos para definir um estímulo como reforçador ou
não, assim, provas e avaliações realizadas devem ser corrigidas
rapidamente e os resultados conhecidos pelos alunos.
A escola pode se servir de conceitos trazidos pela corrente Behaviorista,
com destaque a que devemos dar sempre preferência a criar ambiente
agradável de ensino e isto inclui usar sempre que possível o elogio (ou
reforço positivo) para os comportamentos adequados (em substituição a
chamar a atenção para os inadequados).
Se esta orientação não parece garantir como lidar com conceitos
complexos, ou com muitas formas de ensino-aprendizagem, ela pode ser
bastante útil para modelar certos procedimentos. Caso você precise
treinar um padrão motor complexo como aquele exigido para escovar os
dentes, talvez um discurso sobre a saúde e a higiene não seja tão efetivo
como você ir passo a passo com o sujeito, ensinando cada um dos gestos
exigidos, e dando reforço a cada padrão novo conseguido!
Situações como esta do exemplo acima existem na sala de aula, com as
pessoas ditas “normais”, mas pode ser mais importante ainda, no caso
com os sujeitos que têm necessidades especiais. Pense uma situação em
sala “normal” em que este sistema pode ser a diferença de qualidade!
Pense um exemplo em sala com a “situação especial”.
O rigor com a organização do ambiente, e de como se lida com ele
contribui muito também em situações do cotidiano ou em casos de
tratamento terapêutico com certos tipos de problemas, como autismo,
pessoas com TOC, e outros problemas, em que um tratamento cognitivo
pode ser complicado. Às vezes as condições do sujeito são em si
impeditivas de uma reinterpretarão e resignificação de fatos, como são os
tratamentos cognitivos, posto que algumas das dificuldades destas
pessoas pode incluir também déficits cognitivos.
13
A teoria behaviorista radical – que exclui variáveis intervenientes entre o
estímulo (do ambiente) e a resposta (do sujeito) deixou de ser muito
popular.
Alguns psicólogos oriundos desta corrente integraram-se com outras
correntes de Psicologia, especialmente o cognitivismo. Por outro lado,
muitas das descobertas realizadas por psicólogos desta corrente
behaviorista continuam validadas e ainda podem ser utilizadas em
diversas áreas, não só a educação.
A força desta corrente advém da atenção dada ao ambiente (externo)
bem como ao rigor da sua organização. Assim, psicólogos orientados
nesta corrente tem tido sucesso em lidar com pacientes refratários a
procedimentos orientados por outras correntes e alguns distúrbios podem
ilustrar isto, com o TOC, e o autismo.
Tratamentos complexos, muitas vezes podem ser inviáveis, e ao invés
disto, vale mais organizar o ambiente em torno, de modo a tornar suas
vidas a melhor possível, a mais produtiva e mais feliz.
Para pessoas portadoras de deficiência mental, autismo, ou de alguns
outros distúrbios, a organização do ambiente e a manutenção de uma
rotina são fundamentais e necessárias.
A abordagem comportamentalista pode ser bastante adequada nestes
casos, exatamente pela atenção que dá às contingências do ambiente. Ao
lado das medidas de organização da rotina e do ambiente, cabíveis a cada
caso, o psicólogo deve estar atento também ao envolvimento dos demais
membros da comunidade nesta tarefa.
16. 3 APRENDIZAGEM SOCIAL
Imitar, aproveitar a experiência dos outros...os mecanismos
sociais de aprendizagem...
14
A teoria da aprendizagem social aceita vários princípios da teoria
behaviorista, mas destaca outros aspectos tais como atitude, crenças, etc.,
ou seja, as influências sociais na aprendizagem, e pode ser situada como
uma articulação entre o behaviorismo e o cognitivismo.
O papel da imitação no desenvolvimento já é bem conhecido. Albert
Bandura, psicólogo que estuda nos EUA a aprendizagem social, destaca
também o papel da aprendizagem por observação, a também chamada
aprendizagem vicária.
Albert Bandura nasceu no Canadá. Recebeu seu
grau de bacharel em Psicologia na Universidade da
Columbia Britânica em 1949. Foi presidente da
APA (American Psychological Association), e em
1973, e recebeu prêmio desta por Contribuições
Científicas em 1980. Ele continua a trabalhar em
Stanford.
O sujeito que emite um comportamento funciona como um modelo para
os outros: o status deste sujeito, bem como, as conseqüências do
comportamento contribuem para que o modelo seja seguido. Os modelos
podem ser os adultos; as crianças ou os jovens da mesma idade, seus coetâneos; o personagem do filme; da novela, etc.
Nossa compreensão sobre a importância desta forma de aprendizagem
tornou-se melhor a partir da descoberta de que existem neurôniosespelhos: eles acham-se espalhados nas partes fundamentais do cérebro:
córtex pré-motor, centros da linguagem, empatia e da dor e disparam não
só no momento em que realizamos uma ação, mas também quando
observamos alguém realizar esta ação.
15
Em certas situações é fácil observar que um gesto de uma pessoa logo é
seguido por outras pessoas, como se houvesse um contágio social.
Pensa-se que estes contágios podem contribuir para os entrosamentos do
grupo. Um exemplo interessante deste tipo de fenômeno ocorre por
exemplo com o bocejo.
REFERÊNCIAS
DAVIDOFF, L. Introdução à Psicologia. São Paulo: McGraw-Hill
Ltda., 1983.
DOBBS, D. Reflexo revelador: neurônios-espelhos in Revista Viver
Mente&Cérebro. Rio de Janeiro: Ediouro; São Paulo: SegmentoDuett0, n.161, jun/2006.
GAONAC’H, D. et GOLDER, C. Profession enseignant, Paris:
Hachette, 1995.
http://www.psicologiacomanda.hpg.ig.com.br/pavlov.htm acesso em
07/07/2005.
MATTANA, P. E. Comportamentos profissionais do terapeuta
comportamental como objetivos para sua formação. Florianópolis,
dissertação de mestrado, Pós-graduação em Psicologia/UFSC, 2004.
NUNES DA CUNHA, R. e VERNEQUE, L. P. S. Notícia: Centenário
de B. F. Skinner (1904-1990): uma ciência do comportamento humano
para o futuro do mundo e da humanidade1 (Psic.: Teor. e Pesq. vol.20
no.1
Brasília
Jan./Apr.
2004)
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010237722004000100014&script=sci_arttext&tlng=pt
WOOLFOLK, A. Psicologia da Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
SUGESTÃO DE LEITURA:
16
A
INFLUÊNCIA
COMPORTAMENTO
DE
FILMES
VIOLENTOS
EM
AGRESSIVO...
A MORTE DE SKINNER
AUTO-EFICÁCIA E BOURNOUT
BEHAVIORISMO
COLETÂNEA DOS ARTIGOS PUBLICADOS NO JORNAL
FOLHA
DE
SÃO PAULO DE 25/08/90 SOBRE A MORTE DE SKINNER
SKINNER E A MÁQUINA DE ENSINAR
manter ou trocar?
DEFINIÇÕES DO HUMANO EM SKINNER E RORTY
PSICOLOGIA PODE SER UMA CIÊNCIA DA MENTE? B. F.
SKINNER
TEORIA MORAL DE SKINNER E DESENVOLVIMENTO
HUMANO
SUGESTÃO DE FILME:
LARANJA MECÂNICA
Título Original: A Clockwork Orange
17
Gênero: Ficção Científica, Tempo de Duração: 138 minutos
Ano de Lançamento (Inglaterra): 1971
No futuro, Alex (Malcolm McDowell), líder de uma gangue de
delinquentes que matam, roubam e estupram, cai nas mãos da polícia.
Preso, ele é usado em experimento de condicionamento reflexo
destinado a refrear os impulsos destrutivos, mas acaba se tornando
impotente para lidar com a violência que o cerca. Recebeu 4 indicações
ao Oscar.
CÃO DE BRIGA
Título Original: Danny the Dog
Gênero: Ação
Tempo de Duração: 102 minutos
Ano de Lançamento (EUA / França / Inglaterra): 2005
Direção: Louis Leterrier
Elenco: Jet Li (Danny); Morgan Freeman (Sam); Bob Hoskins (Bart )
Com roteiro de Luc Besson, Cão de Briga é um filme eletrizante com
cenas de lutas de tirar o fôlego. Danny é um garoto órfão que foi criado
pelo gângster Bart para ser uma potente arma de guerra. Quando é
retirada sua coleira ele parte para o combate, esmagando quem estiver na
frente.
Melhor É Impossível (As Good As It Gets)
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1997 - Comédia
Atores: Jack Nicholson, Helen Hunt, Greg Kinnear, Cuba Gooding Jr.,
Skeet Ulrich, Shirley Knight, Jesse James, Yeardley Smith, Lupe
Ontiveros, Bibi Osterwald, Randall Batinkoff, Brian Doyle-Murray,
Diretor: James L Brooks, Duração: 138 minutos, Origem: EUA
Escritor neurótico, sarcástico e mal-humorado não mede esforços para
humilhar quem quer que cruze seu caminho. Mas sua vida muda quando
um golpe do destino o força a conviver com uma simpática garçonete e
com seu vizinho, um artista gay. Oscars de melhor ator e atriz para
Nicholson e Hunt.
O AVIADOR
Título original: The Aviator
Gênero: Drama
Ano: 2004
País de origem: Japão, Estados Unidos
Distribuidora: Warner
Duração: 169 min.
Dirigido por Martin Scorsese. Com: Leonardo DiCaprio, Cate
Blanchett, John C. Reilly, Alec Baldwin, Alan Alda, Kate Beckinsale,
Ian Holm, Danny Huston, Gwen Stefani, Jude Law, Frances Conroy, etc.
O Aviador ("The Aviator") conta a história de um dos
personagens mais fascinantes dos Estados Unidos no século 20. Antes do
final da Primeira Guerra (1914-1918), um jovem órfão herda uma
próspera empresa texana que produzia caríssimas brocas para perfuração
de poços de petróleo. Seu nome era Howard Hughes e ele mostraria ser
uma mistura de cineasta, mecânico, gênio e louco.
ATIVIDADES DE REVISÃO:
19
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