Aula02-Top2-AngMedTrigonometria (Link ) ÂNGULO, MEDIDAS DE ÂNGULO E TRIGONOMETRIA ÂNGULO E MEDIDAS DE ÂNGULO A definição de ângulo é dada como a seguir. Num plano P considere duas semiretas r1 e r2 com a mesma origem O, então as semi-retas dividem esse plano em duas partes P1 e P2 chamadas de semi-planos, assim (admitindo que retas e planos são conjuntos de pontos) P é a reunião de P1, P2, r1 e r2, além disso P1 e P2 são disjuntos. r2 P P P2 P1 P2 r1 O r1 O r2 P1 Os semi-planos estão ilustrados nas cores “azul e laranja”, na figura à direita, as semi-retas são opostas. Cada um dos semi-planos obtidos através de duas semi-retas com a mesma origem é chamado de ângulo. As semi-retas são ditas os lados do ãngulo e a origem comum é denominada de vértice do ângulo. Se as semi-retas não são opostas (como na primeira figura acima), um dos ângulos tem a propriedade que dois pontos quaisquer podem ser ligados por um segmento de reta contido no ângulo, este é chamado de ângulo convexo; o outro não possui tal propriedade e é dito o ângulo côncavo. Se as semi-retas são opostas, os dois ângulos são convexos e cada um é chamado de ângulo raso. Sejam uma circunferência de centro em O e dois pontos A e B dessa circunferência, então os segmentos de retas que contém os raios OA e OB da circunferência, determinam dois ângulos, cada um dos ângulos é chamado de ângulo central. Os pontos A e B dividem a circunferência em dois arcos contidos nos ângulos, cada um deles é dito um arco subtendido pelo ângulo. Assim dada uma circunferência de centro no vértice de um ângulo, o ângulo determina um arco (subtendido) e vice-versa. Aula02-Top2-AngMedTrigonometria(Link ) 2 B Os ângulos centrais são as regiôes nas cores “azul” e “laranja”. A O As unidades para medir ângulo são as seguintes: (a) Grau. Uma das formas de medir ângulo é considerando o ângulo como central, ou seja, usando uma circunferência de centro no vértice do ângulo. A circunferência é dividida em 360 arcos de mesmo comprimento, com o primeiro arco iniciando num lado do ângulo, cada arco subtende um ângulo de um grau(1). A medida do ângulo de q graus é indicada por qo. Para medir ângulos menores que um grau, são usadas as subunidades 1' = o (601 ) e (601 )' , respectivamente. 4550o o o 5 13 85 o 80 o 75 o 70 o 65 o 60 o 55 o 90o 1" = minuto e segundo, que são indicadas e definidas por o 40 5o o 3 0o 35 2 0o 2 o 15 o 10o 5o 180o o 0 360 o O ângulo convexo (de cor laranja) indicado na figura, tem medida maior que trinta graus e menor que trinta e cinco graus. 270o o 5 22 5 31 (b) Radiano. A outra forma de medir ângulo, usa uma unidade chamada radiano, de acordo como segue. Foi provado por Arquimedes(2) que a razão entre o comprimento (ou perímetro) C da circunferência de raio r e o seu diâmetro (isto é, 2r) é constante; essa constante é C = p . Sabe-se que arcos de circunferências indicada pela letra graga pi (3) “ p ”, assim 2r que subtendem o mesmo ângulo central (ou seja, circunferências que têm o mesmo centro (1) A divisão do círculo em 360 partes, supostamente foi adotada inicialmente pelo astronomo grego Hipsicles (viveu em torno de 180 A.C.) em sua obra “De ascensionibus”. (2) Arquimedes de Siracusa (287-212 a.C.), matemático grego. (3) A letra “ p ” é a inicial da palavra “perímetro” em grego e foi adotada pelo matemático suiço Leonhard Euler (1707-1783); porém foi o matemático suiço Johann Heinrich Lambert (1728-1777), quem primeiro apresentou a prova de que p é irracional, na Academia de Berlin em 1761. O conceito de p data da época dos antigos babilônios e egípcios, embora fosse usado de forma bastante imprecisa. Aula02-Top2-AngMedTrigonometria(Link ) 3 no vértice do ângulo) são semelhantes e a razão de semelhança é a razão entre os raios. s1 r1 O s2 Considerando a figura, o enunciado afirma que s1 r1 s2 = r2 r2 = s2 s1 r1 = r2 . Assim, para qualquer cincunferência de centro na origem do ângulo, a razão entre o comprimento do arco subtendido pelo ângulo e o comprimento do raio da circunferência é constante, isto permite definir a medida do ângulo em radianos como sendo essa razão. Portanto, se uma circunferência tem raio igual a r e s é o comprimento do arco da circunferncia determinado por um ângulo central de medida q radianos (abrevia-se, q rd ), então q= sr rd. Se s = r então q = 1rd, ou seja, um radiano é a medida de um ângulo que subtende um arco de comprimento igual ao raio da circunferência. A equivalência entre as medidas de ângulo são efetuadas da seguinte forma: uma semi-circunferência é subtendida por um ângulo de medida igual a 180o e o tem comprimento igual a p r, assim 180o Û prr = p rd que é comum se escrever 180o = p rd. 1o = p 180 Como conseqüências: 360o = 2p rd, o 1 rd = (180 @57o17' p ) e rd @ 0, 0174 rd. Dois ângulos são congruentes quando têm a mesma medida. A bissetriz de um ângulo é a semi-reta que divide o ângulo em dois ângulos congruentes. Um ângulo interno de um polígono é aquele determinado por dois lados adjacentes do polígono, assim (por exemplo) um triângulo tem três ângulos internos. Teorema (da Bissetriz) 2. A bissetriz de um ângulo de um triângulo, divide o terceiro lado em segmentos proporcionais aos lados do triângulo contidos nos lados do ângulo. a d Bi sse t c ri z Considerando a figura, o enunciado afirma que a b. c =d b Dois triângulos são semelhantes se eles têm dois ângulos congruentes. Os lados opostos aos vértices dos ângulos congruentes de dois triângulos semelhantes, são chamados de lados homólogos. Aula02-Top2-AngMedTrigonometria(Link ) 4 Teorema 3. Se dois triângulos são semelhantes, então são iguais as razões entre os lados homólogos. A D B C E F São homólogos os lados AB e DE, AC e DF, e BC e EF; assim o enunciado afirma que . AB AC BC = = DE DF EF . A trigonometria(1) é o estudo das relações entre os lados de um triângulo, e entre arcos de circunferências e as cordas subtendidas. O objetivo deste parágrafo é apresentar as razões trigonométricas nos dois aspectos em que são estudadas, ou seja, relativamente ao triângulo retângulo e ao círculo trigonométrico; sob o ponto de vista funcional, a trigonometria será tratada no Cálculo. TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO As razões trigonométricas de um ângulo agudo (isto é, um ângulo de medida maior que zero e menor que noventa graus), são definidas como segue. Considere um ângulo agudo de vértice A e medida q (isto é, 0 < q< 90o) , sejam B e D pontos quaisquer num lado do ângulo, C e F pontos no outro lado de forma que os segmentos BC e DF sejam perpendiculares ao lado que contém B e D, formando assim os triângulos retângulos ABC e ADF. F Os triângulos ABC e ADF são retângulos, onde seus ângulos retos estão nos vértices B e D. C B D A Os triângulos ABC e ADF têm os ângulos internos correspondentes congruentes, logo são semelhantes e assim (por um teorema da Geometria Plana – clique para acesar) BC = DF (i) ; isto significa que a razão tem sempre o mesmo valor, qualquer que seja o AC AF triângulo retângulo considerado e só depende de q, esse valor é chamado de seno de q e é indicado por sen q. (1) A palavra “trigonometria” deriva das palavras gregas trigono (três ângulos) e metron (medida), o termo foi criado pelo alemão Bartholomäus ou Bartholomeus Pitiscus (1561-1613) em seu livro “Trigonometriae Sive de Solutione Triangulorum Tractaus Brevis et Perspicuus” publicado em 1595. Aula02-Top2-AngMedTrigonometria(Link ) 5 Considerando ainda os triângulos mencionados anteriormente, também do teorema AB = AD (ii) e AB = AD (iii), que também só mencionado por último, tem-se AC AF BC DF dependem de q. As razões (ii) e (iii) são chamadas de co-seno de q e tangente de q , e abreviadas por cos q e tg q, respectivamente. Tomando o inverso das razões (i), (ii) e (iii), as novas razões são chamadas de secante de q, co-secante de q e co-tangente de q, abreviadas por sec q, csec q e ctg q, respectivamente. As seis razões trigonométricas definidas podem ser vistas a partir de qualquer triângulo retângulo, assim considerando o triângulo ABC da figura anterior e chamando e AC = a de hipotenusa, BC = b AB = c de catetos, obtém-se as relações trigonométricas no triângulo retângulo (1), dadas por: (a) sen ba ; (b) cos ac ; (c) tg bc ; (e) sec q= a; c (d) ctg bc ; (f) csec ab . a b c Então, pode-se enunciar que: (a) O sen é o cateto oposto ao vértice do ângulo dividido pela hipotenusa; (b) O cos é o cateto adjacente ao vértice do ângulo dividido pela hipotenusa; (c) A tg é o cateto oposto ao vértice do ângulo dividido pelo cateto adjacente; (d) A ctg é o cateto adjacente ao vértice do ângulo dividido pelo cateto oposto, ou seja, a co-tangente é o inverso da tangente; (e) A sec q é a hipotenusa divida pelo cateto adjacente ao vértice do ângulo, ou ainda, a secante é o inverso do co-seno; (f) A csec é a hipotenusa dividida pelo cateto oposto ao vértice do ângulo, isto é, a cosecante é o inverso do seno. As propriedades do seno e co-seno podem ser enunciadas: (a) cos q+ sen 2q= 1 onde (por exemplo) cos2 q indica (cos q)2; 2 (b) sen a = cos b se a + b = 90o; (c) sen 2q= 2sen qcos q se 0 < q< 45o; (d) sen 2 q = 1 (1- cos 2q) se 45o < q< 90o. 2 2 Usando um triângulo eqüilátero de lados iguais a um, pode-se calcular o seno e coseno de 30o e 60o. (1) O Papiro Rhind é um documento egípcio comprado em 1858 pelo antiquário escocês Henry Rhind, medindo 0,32 m de altura por 5,5 m de comprimento, copiado por um escriba chamado Ahmes em 1650 A.C. aproximadamente (o escriba relata que o seu conteúdo vem de documentos de cerca de 2000 a 1800 A.C.); o Papiro contém 85 problemas com soluções sobre aritmética, álgebra e geometria, quatro problemas fazem referência ao “seqt”, palavra egípcia que significa o afastamento horizontal de uma reta oblíqua em relação ao eixo vertical para cada variação de unidade na altura, trata-se de um conceito equivalente ao de co-tangente da medida de um ângulo; esta seria a primeira evidência do uso de uma razão trigonométrica. Aula02-Top2-AngMedTrigonometria(Link ) 6 C O segmento CD é a mediana do lado AB, de forma que o triângulo ACD é retângulo, assim CD tem comprimento igual a 3 2 . o 30o 30 1 1 3 2 60o 1 1 60o 2 2 A B D Do triângulo acima, tem-se sen 30o = cos 60o = 1 2 e sen 60o = cos 30o = 3 . 2 Usando um triângulo retângulo de catetos iguais a um, pode-se calcular o seno e co-seno de 45o. C 45o 2 A hipotenusa AC tem compri mento igual 2 , decorrente do teorema de Pitágoras. 1 45o A B 1 Do triângulo acima, obtém-se sen 45o = cos 45o = 1 2 = 2. 2 As relações entre os lados de um triângulo qualquer são dadas das seguintes formas. Se a, b e c são os lados de um triângulo qualquer opostos aos vértices dos ângulos de medidas , e , respectivamente, então: sen ; (a) Área do triângulo, A ab 2 a sen (b) Lei dos senos, senb senc ; 2 2 c 2 (c) Lei dos co-senos, a = b + c - 2bc cos a . b a Para demonstrar a fórmula para a área do triângulo, observe os triângulos seguintes, onde o ângulo de medida q é agudo, reto e obtuso, respectivamente. A A c B b h a h=b c c b A C B 2 a C B a C h Aula02-Top2-AngMedTrigonometria(Link ) 7 Da primeira figura, sendo o ângulo de medida q agudo, tem-se h = b sen q; da segunda figura, obtém-se h = bsen p2 ; da terceira figura, acha-se q+ g = p e assim também h = b sen g = b sen(p - q) = b sen q. A área de qualquer triângulo é a metade do produto da base pela altura, portanto A ah absen ab sen . 2 2 2 A lei dos senos é demonstrada usando a fórmula para calcular a área de um triângulo. Multiplicando os dois lados da última igualdade por c, obtém-se cA abc sen c abc ; 2 sen 2A calculando a área do triângulo em termos das medidas a triângulo ou por analogia a fórmula anterior, acha-se e b dos outros ângulos do A bc sen e A ac sen , 2 2 multiplicando ambos os lados das duas últimas igualdades por a e b, respectivamente, tem-se aA abc sen e bA abc sen , 2 2 logo b abc . a abc e sen 2A sen 2A Portanto, igualando o valor de da lei dos senos. abc 2A obtidos nas três formas, está concluída a demonstração Para demonstrar a lei dos co-senos, considere os triângulos seguintes, onde o ângulo de medida q é agudo, reto e obtuso, respectivamente. A c h=b c b h c b H a h B A A d C B 2 a C C B d H a Na primeira figura, o triângulo ABH é retângulo de hipotenusa c e catetos a - d e h, assim (pelo teorema de Pitágoras), tem-se: Aula02-Top2-AngMedTrigonometria(Link ) 8 c2 = h 2 + (a - d)2 Û c2 = h 2 + a 2 - 2ad + d2 ; mas (agora do triângulo retângulo ACH) b2 = h 2 + d 2 ou h 2 = b2 - d2 , logo substituindo h 2 no resultado anterior, obtém-se c2 = b2 - d2 + a 2 - 2ad + d2 Û c2 = a 2 + b2 - 2ad; como d = b cos q, substituindo d na última igualdade, acha-se c2 = a 2 + b2 - 2ab cos q. Se o ângulo de medida q é reto, o triângulo é retângulo de hipotenusa c e catetos a e b, logo p c2 = a 2 + b2 = a 2 + b2 - 2ab cos . 2 Considere finalmente o ângulo de medida q obtuso, como na última figura, sendo o triângulo ABH é retângulo, tem-se: c2 = h 2 + (a + d)2 Û c2 = h 2 + a 2 + 2ad + d2 ; mas (do triângulo retângulo ACH) b2 = h 2 + d 2 ou h 2 = b2 - d2 , logo substituindo h 2 no resultado anterior, obtém-se c2 = b2 - d2 + a 2 + 2ad + d2 Û c2 = a 2 + b2 + 2ad; como d = b cos g = b cos(p - q) = - b cos q, substituindo d na última igualdade, acha-se c2 = a 2 + b2 - 2ab cos q. Por analogia a fórmula anterior, as leis dos co-senos relativas aos outros ângulos do triângulo de medidas a e b, são dadas por a 2 = b2 + c2 - 2bc cos a e b2 = a 2 + c2 - 2accos b. TRIGONOMETRIA NA CIRCUNFERÊNCIA UNITÁRIA Considere S uma circunferência e um ponto A dessa circunferência, o percurso de S a partir de A pode ser realizado no mesmo sentido do movimento do ponteiro de um relógio ou no sentido contrário (isto é, no sentido horário ou anti-horário), ao percorrer a circunferência é determinada uma orientação para circunferência, assim diz-se que a circunferência está: orientada positivamente, se é percorrida no sentido anti-horário; e orientada negativamente, quando é percorrida no sentido horário. Um arco de uma Aula02-Top2-AngMedTrigonometria(Link ) 9 circunferência orientada positivamente ou negativamente é dito um arco orientado positivamente ou negativamente, respectivamente. Um arco orientado que inicia no ponto A e termina no ponto P, é indicado por AP. Considere uma circunferência (orientada) num sistema de coordenadas cartesianas ortogonais num plano, de centro na origem e raio unitário, onde qualquer arco inicia no ponto A(1, 0). A circunferência é chamada de circunferência trigonométrica e o ponto A é dito a origem dos arcos. A circunferência trigonométrica com a origem dos arcos no ponto A, será a partir de agora indicada por S1. U P(t,u) 1 O A(1,0) T Seja agora o ângulo subtendido pelo arco AP de S1, neste caso (conforme a definição de radiano) a medida do ângulo em radianos é igual ao comprimento do arco; define-se a medida algébrica do ângulo subtendido pelo arco AP (ou do arco AP), como o comprimento do arco se ele está orientado positivamente e menos o seu comprimento se ele está orientado negativamente. Isto significa que a medida algébrica de um ângulo pode ser negativa, nula ou positiva. A medida algébrica do arco AP é indicada por m(AP). Por exemplo, se A e P coincidem, então m(AP) = 0 ou m(AP) = - 2p . U U B(0,1) Os arcos de T O A(1,0) T O A(1,0) cor “laranja” têm medidas m(AB)= 2 e m(AC)= 2 . C(0,-1) Dado um número real qualquer r, existe um número q tal que r = q± 2kp onde k Î N e 0 £ q< 2p ou - 2p < q£ 0; por outro lado, o arco AP de S1 tal que m(AP) = q, tem o mesmo ponto final P do de medida r = q± 2kp , pois este último é Aula02-Top2-AngMedTrigonometria(Link ) 10 obtido do primeiro através de um número k de voltas. Dois arcos de S1 são ditos côngruos (ou congruentes) se têm os mesmos pontos extremos e os seus comprimentos diferem de um múltiplo inteiro de 2p . Diz-se ainda que q± 2kp são as várias determinações do arco AP e que q é a primeira determinação (negativa ou positiva, conforme o sinal da medida algébrica de AP). Resumindo, isto significa que todo número real pode ser a medida algébrica de algum ângulo e é evidente que um ângulo tem uma infinidade de medidas algébricas. Sejam P um ponto qualquer de S1 e m(AP) = x, então a ordenada de P é chamada de seno de x e a abscissa de P é dita o co-seno de x, e são indicados por sen x e cos x, respectivamente. U P(t,u) sen x 1 x O cos x A(1,0) T Na figura, o ponto P tem ordenada igual a u, assim sen x = u; e abscissa igual a t, logo cos x = t. São também definidas a tangente, co-tangente, secante e co-secante de x, e indicadas e dadas respectivamente por: sen x cos x (a) tg x = se cos x ¹ 0; (b) ctg x = 1 = se sen x ¹ 0; cos x tg x sen x (c) sec x = 1 se cos x ¹ 0; (d) csec x = 1 se sen x ¹ 0. cos x sen x Observe que se 0 < x < p2 , então seno, co-seno e as razões (a) até (d), coincidem com as razões trigonométricas correspondentes definidas no triângulo retângulo; as extensões têm a vantagem de serem definidas para todo número real no caso do seno e co-seno, em todo número real x tal que x ¹ p2 ± kp no caso da tangente e secante e em todo número real x tal que x ¹ ± kp no caso da co-tangente e co-secante, onde k Î N. As seguintes propriedades do seno e co-seno são imediatas: (a) sen(x ± 2kp ) = sen x e cos(x ± 2kp ) = cos x para k Î N; (b) - 1 £ sen x £ 1 e - 1 £ cos x £ 1 para todo x Î R; (c) sen(- x) = - sen x e cos(- x) = cos x para todo x Î R; (d) sen 0 = sen p = sen 2p = 0, sen p = 1, sen 3p = - 1, cos 0 = cos 2p = 1, cos p = - 1 2 2 e cos p = cos 3p = 0; 2 2 (e) sen p = cos p = 1 , sen p = cos p = 3 e sen p = cos p = 2 . 3 6 2 6 3 2 4 4 2 Aula02-Top2-AngMedTrigonometria(Link ) 11 Conhecendo-se o seno e co-seno de valores de x com 0 < x < p2 (isto é, se x é medida do arco AP com P no primeiro quadrante), é possível determinar o seno e coseno de x com: (a) p < x < p , isto é, se P está no segundo quadrante; (b) p < x < 3p , 2 2 3 p ou seja, se P está no terceiro quadrante; e (c) < x < 2p , ou seja, se P está no quarto 2 quadrante. U U Q P x B U -x T O Q Q A x B T O T A A x P P As figuras ilustram as posições do ponto P nos casos (a), (b) e (c). O ponto Q é simétrico a P em relação ao eixo U, origem e eixo T, respectivamente. Na primeira figura, observe que m(AQ) = m(PB) = p - x e se P(t, u) então Q(- t, u), como as ordenadas de P e Q são iguais, tem-se que sen x = sen(p - x); analogamente, obtém-se cos x = - cos(p - x). Na segunda figura, veja que m(AQ) = m(BP) = x - p e se P(t, u) então Q(- t, - u), como as ordenadas de P e Q são simétricas, tem-se que sen x = - sen(x - p ); analogamente, tem-se cos x = - cos(x - p ). Na terceira figura, veja que m(AQ) = m(PA) = 2p - x e se P(t, u) então Q(t, - u), como as ordenadas de P e sen x = - sen(2p - x); analogamente, tem-se Q são simétricas, tem-se que cos x = cos(2p - x). Resumindo, tem-se as reduções ao primeiro quadrante, se: (a) 2 x então sen x sen ( x) e cos x cos ( x); (b) x 32 então sen x sen (x ) e cos x cos (x ); (c) 3 2 x 2 então sen x sen (2 x) e cos x cos (2 x). Com os resultados obtidos, é possível construir uma tabela de seno e co-seno, por exemplo, a seguinte: x 0 6 4 3 2 2 3 3 4 5 6 sen x 0 1 2 2 2 3 2 1 3 2 2 2 1 2 0 cos x 1 3 2 2 2 1 2 0 12 2 2 3 2 1 Algumas das identidades mais usadas são: cos2 sen 2 1, 1 tg 2 sec2 e 1+ ctg2q= csec2 q, Aula02-Top2-AngMedTrigonometria(Link ) 12 onde (por exemplo) cos2 q significa (cos q)2. As fórmulas para o seno, co-seno e tangente da adição de medidas de ângulos são dadas por: sen(q± b) = sen q cos b ± sen b cos q; cos(q± b) = cos q cos b m sen qsen b; tg a + tg b tg a - tg b tg(q+ b) = ; tg(q- b) = . 1- tg a tg b 1 + tg a tg b As fórmulas para o seno e co-seno do arco duplo e metade são dadas por: sen 2 2 sen cos ; sen 2 sen 2 cos 2 ; cos 2 cos2 sen 2 ; cos cos2 sen 2 1 (1 cos 2); 2 sen 2 2 12 (1 cos ); cos2 12 (1 cos 2); cos2 2 12 (1 cos ). 2 sen 2 2 ; As fórmulas para a adição de seno e co-seno de medidas de ângulos são dadas por: cos 2 ; 2 cos cos 2 cos 2 cos 2 ; sen sen 2sen sen 2 ; 2 cos cos 2sen 2 sen 2 . sen sen 2 cos