Diretiva Antecipada de Vontade

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Diretiva Antecipada de
Vontade
Como pode acontecer, na prática?
Resolução CFM 1995/2012
 Publicada no DOU em 31/agosto de 2012.
 Dispõe sobre Diretivas Antecipadas de Vontade do Paciente.
 O que significa uma resolução do CFM?
O Que diz a resolução?
 Define DAV como o conjunto de desejos, prévia e
expressamente manifestados pelo paciente, sobre cuidados
e tratamentos que quer, ou não, receber no momento em
que estiver incapacitado de expressar, livre e
autonomamente, sua vontade.
 Nas decisões sobre cuidados e tratamentos de pacientes
que se encontram incapazes de comunicar-se, ou de
expressar, de maneira livre e independente suas vontades, o
médico levará em consideração suas diretivas antecipadas
de vontade.
E diz mais:
 Caso o paciente tenha designado um representante para tal
fim, suas informações serão levadas em consideração pelo
médico.
 O médico registrará, no prontuário, as diretivas antecipadas
de vontade que lhes foram diretamente comunicadas pelo
paciente.
 As diretivas antecipadas do paciente prevalecerão sobre
qualquer outro parecer não médico, inclusive sobre os
desejos dos familiares.
No entanto…
 O médico deixará de levar em consideração as diretivas
antecipadas de vontade do paciente ou representante que,
em sua análise, estiverem em desacordo com os preceitos
ditados pelo Código de Ética Médica.
 O atual código de Ética Médica rejeita a eutanásia ou
qualquer forma de abreviação da vida, mas, também rejeita
o prolongamento desnecessário do processo de morrer e
propõe o Cuidado Paliativo apropriado nas situações de
terminalidade.
Cuidado Paliativo
Abordagem que promove qualidade de vida para o paciente e sua família,
quando diante de uma doença ameaçadora da continuidade da vida.
OMS 2002
Tratamento Modificador da
Doença: intenção cura,
prolong de vida,
paliativa
Cuidado Paliativo
Diagnóstico
Curso da Doença
Morte
Luto
Fonte: OMS – 2007
Algo a ser construído dentro de uma relação de confiança entre o
paciente e seu médico e compartilhada com a família e com a equipe
profissional envolvida no atendimento ao doente.
Diretiva Antecipada de Vontade
Na prática:
Primeira História
Paulo, 46 anos
 Engenheiro, casado, 3 filhos adolescentes, morador de
Santos. Fanático por futebol, jogava bola com amigos.
 Melanoma metastático, vários focos (ossos, fígado, pulmão,
SNC)
 Paraplégico por lesão medular ocasionada pelas metástases
ósseas.
 Interna para iniciar Radioterapia de SNC.
 Evento: Alteração de temperatura de MMII – cianose de pés
– trombo vascular em aorta terminal.
 Proposta: Amputação dos dois membros inferiores, na raiz
da coxa.
Processo de decisão:
 Comunicação adequada:
 O que acontece
 Quais as possibilidades de tratamento
 Quais as consequências do tratamento
 Dar tempo para o paciente pensar, absorver a situação,
decidir.
 Estar disponível para tirar as dúvidas.
 Acolher o paciente, qualquer que seja a consequência da
decisão.
A decisão:
 “Toda a minha vida matei um Leão por dia. O meu leão de
hoje são as minhas pernas Pode amputar”.
 Pedido para realizar a cirurgia após o dia dos pais.
 Desejo de informar pessoalmente aos filhos – uma
oportunidade para ensinar valores de vida.
 Desafio das novas adaptações. Alta uma semana após a
cirurgia
A doença, o enfrentamento do processo de morrer e a morte
devem ter a identidade da pessoa.
Aprendizado
Usando o que aprendemos…
Segunda História
Maria Sueli, 54 anos
 Dona de casa, casada com um Pastor, em cidade do Interior,
com grande liderança espiritual no lugar. Dois filhos, 3 netos e
uma comunidade de amigos.
 Neoplasia de ovário há 5 anos. Vários tratamentos e
enfrentamentos.
 Dor crônica por artrose de quadril, que a encaminhou ao
Cuidado Paliativo, ha dois anos. Controle da dor.
 Metástase óssea + compressão medular. Paraplegia há 3
meses, acamada, dependente.
 Internou para investigar vômitos de difícil controle + perda de
força e movimentos braço E. Metástase de SNC, 3 lesões.
Uma delas sem acesso cirúrgico.
Proposta de intervenção cirúrgica
Pediu um tempo para pensar!
 Conversou com o marido;
 Pediu maior informação para o cirurgião e foi realizada uma
reunião com toda a família, médicos das duas equipes e
explicado para ela e todos os detalhes da cirurgia;
 Continuou pensando.
 Confessou à capelã: “De vez em quando, eu acho que sou
humana.”
 Trabalhado o conflito pessoal, pediu minha opinião.
 Depois de mais dois dias decidiu que não iria operar.
 Recebeu alta e está bem em casa. Até…
Eu pensei que fosse mais forte..
Mas, não sou!
“Eu tenho uma vida tão boa, sou tão feliz. Na hora que Deus
quiser me levar estou pronta. Nunca tive medo de morrer. Eu
me sinto bem. Porque é que vou estragar o tempo que eu
tenho assim bem com um tratamento que não vai me curar?”
Maria Benedicta, 75 anos, em
07/06/2013.
[email protected]
Me calo!
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