Psicologia, Análise do Comportamento e Economia: Conceitos básicos. Seminário em Ciências do Comportamento Profª Drª Elenice Seixas Hanna Andréa Droguett Bruna Tavares Albuquerque Daiane Kachuba Introdução a Economia Comportamental Estudo das influências cognitivas, sociais e emocionais que influem no comportamento econômico das pessoas. Comportamento Econômico no sentido das decisões a respeito de maximização de benefícios O método mais utilizado para estudar dito comportamento e a experimentação. Introdução a Economia Comportamental As implicações da EC são abrangentes e suas ideias vêm sendo aplicadas em várias esferas no setor privado e em políticas públicas, incluindo finanças, saúde, energia, desenvolvimento, educação e marketing de consumo. Os economistas comportamentais, em essência, usam a Psicologia para estudar problemas econômicos e sua abordagem geralmente se alicerça no casamento da experimentação com o pensamento econômico tradicional, por exemplo, no conceito de utilidade. Entretanto, como a EC é uma disciplina na intersecção da Psicologia com a Economia, nem sempre suas fronteiras são claramente definidas. Introdução a Economia Comportamental Escolha Racional? No livro The Economic Approach to Human Behavior, do economista Gary S. Becker, publicado em 1976, o autor apresentou uma célebre série de ideias conhecidas como os pilares da chamada teoria da “escolha racional”. A teoria supõe que os agentes humanos têm preferências estáveis e procuram maximizar o comportamento. Surgem estudos com outras abordagens: ex Teoria da Perspectiva (Teoria dos Prospectos)(Kahneman e Tversky, 1979) Introdução a Economia Comportamental Informação Limitada: A Importância do Feedback Tomada de Decisão “Irracional”: o exemplo da Psicologia do Preço Introdução a Economia Comportamental Previsivelmente Irracional e Nudge alertaram o público para uma nova estirpe de economistas influenciados pelo estudo da tomada de decisão comportamental cujos pioneiros foram os trabalhos de Kahneman e Tversky (às vezes citados como “escolha sob incerteza”). A psicologia do homo economicus — um indivíduo racional e egoísta com preferências relativamente estáveis — foi contestada, assim como a tradicional ideia de que a mudança comportamental deve ser obtida fornecendo informações, convencendo, incentivando ou penalizando as pessoas (Thaler e Sunstein, 2008) Introdução a Economia Comportamental Contexto Interdisciplinar O campo da EC situa-se em uma paisagem mais abrangente das ciências sociais e comportamentais: Psicologia Cognitiva e Social, Antropologia e outras. História da Economia do Comportamento Desde o trabalho pioneiro de Adam Smith, os economistas vêm examinando as influências psicológicas e sociais sobre a tomada de decisão humana. É o pai da economia moderna, e é considerado o mais importante teórico do liberalismo econômico. Em grande parte do século XX, graças ao trabalho de Paul Samuelson e muitos outros, houve “uma tendência contínua no sentido da rejeição de elementos hedonísticos, introspectivos e psicológicos” (Samuelson 1938, 344). Houve uma tendência de colocar a área em modelos econômicos padronizados bem como, cálculos perfeitos e fixos. Na década de 70 houve a publicação de dois trabalhos importantes que são considerados grandes marcos para a Economia Comportamental. -Teoria da Perspectiva (Prospect Theory), Kahneman e Amos Tversky, -Toward a Positive Theory of Consumer Choice, Richard Thaler Teoria da Perspectiva Imagine um jogo de cara ou coroa: se der cara, você perde R$100, caso dê coroa, você ganha R$150. E se os valores fossem: se der cara, você perde R$100, caso dê coroa, você ganha R$250? Em diversos experimentos sobre esse tema, observa-se que somos 2 vezes mais impactados pela perda do que pelo ganho. Desta forma, a satisfação de se obter determinado ganho é menor do que sofrimento da perda equivalente. Neste momento, alguns economistas passam a aceitar que as anomalias verificadas por diversos autores não podem ser ignoradas e se apoiam na psicologia para buscar respostas. Slovic (1972) argumenta fortemente que fatores psicológicos afetam o processo decisório, principalmente pela inviabilidade de processar tanta informação disponível. As preferências dependem do contexto em que se originam e das instituições sociais que formaram as estruturas interpretativas por meio das quais os indivíduos vêem o mundo (Basu 2010; Fehr e Hoff 2011). Mas desta vez fundamenta-se em um grande conjunto de evidências empíricas – evidências provenientes das ciências sociais e do comportamento. Considerando fatores psicológicos das pessoas e analisando as contingências envolvidas nas situações como redes de incentivos que interferem nas decisões. Análise do Comportamento e Economia Kagel e Winkler (1972): artigo publicado no Journal of Applied Behavior Analysis; Combinação de princípios econômicos com procedimentos da análise experimental do comportamento (utilização de animais e de esquemas de reforçamento); Battalio, Hursh, Lea, Bickel, Green, entre outros; Os princípios são utilizados para uma maior compreensão da interação entre comportamento e o contexto econômico em que ocorrem. Conceitos Básicos Teoria da Demanda: quantidade consumida de um reforçador/bem em função do preço, ceteris paribus. (Bickel & Vuchinich, 2000) Elasticidade da Demanda: sensibilidade no consumo em função da variação no preço. (Bickel & Vuchinich, 2000) Fontes de reforços: Comportamentos, normalmente, ocorrem em contextos em que múltiplas fontes de reforço estão simultaneamente disponíveis. (Bickel & Vuchinich, 2000) Substitutos: reforçadores que compartilham importantes propriedades estruturais e funcionais. Ex: Sacarina e açúcar, alumínio e cobre. Complementos: quando a introdução de um reforçador alternativo aumenta o consumo e os recursos alocados para a obtenção de outro reforçador. Ex: Alimento e água, computador e programas de computadores. Sistema econômico: em estudos de comportamento de consumo, o sistema pode determinar os resultados. (Hursh, 1980) Economia aberta: o consumo não é resultado da interação do sujeito com o ambiente durante as sessões somente, ou seja, recebe reforço/bem fora do experimento. Economia fechada: o consumo é determinado pela interação do sujeito com o esquema de reforçamento, ou seja, só recebe reforço/bem no experimento. Conceitos econômicos são importantes para a psicologia comportamental porque: Possuem validade empírica quando testados em laboratório com sujeitos individuais; São úteis quando comparados com conceitos comportamentais estabelecidos.