Cultura, identidade e surdez Ana Paula Santana Abordagens para a surdez • Ciências biológicas ▫ Visão - Deficiente ▫ Buscam a normalidade através da fala ▫ Representantes: Profissionais da saúde • Ciências humanas ▫ Visão – Diferente ▫ Buscam a aceitação social da diferença – diminuir estigmas ▫ Representantes: Pedagogos Normal x Anormal • Questões biológicas e sociais • Avaliador – define quem foge da norma • Procedimentos fechados de avaliação Racionalismo Greco-romano • Retórica • Perda ou escândalo. alteração da • Linguagem: expressão racionalizante da mente. linguagem do = poder Distanciamento • A dificuldade de lidar com outro tipo de linguagem leva o ouvinte a uma situação de conflito, preferindo se afastar do surdo. • Medo do desconhecido. Pais ouvintes – filho surdo • Decisão: modalidade de língua que o filho usará ▫ Audioverbal ▫ Visuomanual • Escolha política: ▫ Sociedade vê surdez como privação ▫ Integração social é medida pela adesão à fala e pelo afastamento da cultura surda e da linguagem de sinais ▫ Optar pela lingua de sinais implica na adesão e aceitação das famílias Implante coclear • Não amplifica os sons, possibilita ouvir apenas os ruídos ambientais • Surdos: ▫ Tentativa fracassada de tornar o surdo um ouvinte ▫ Privação do convívio com a comunidade surda e não possibilitaria a participação no mundo dos ouvintes • Profissionais da saúde ▫ Sensação de audição ▫ Diminuição da sensação de isolamento ▫ Reconhece vozes familiares, aperfeiçoa leitura labial, controla melhor a entonação e intensidade da voz Implante coclear • A maioria dos pais que optam é ouvinte e deseja tornar o filho normal • É mais eficiente nos que ficaram surdos no período pós-lingual • A sociedade atrela ao implante a obrigação de audição e fala, o que na verdade é apenas uma possibilidade. Exclusão social • A exclusão social e profissional do surdo confirma o fato de que a linguagem pode ser fonte de discriminação e de organização social restrita. • Nova proposta: de patologia a fenômeno social ▫ Atribuir à língua de sinais o estatuto de língua, legitimando o surdo como sujeito de linguagem. Diferentes opiniões dos surdos • Diversas posturas: ▫ Não tem o desejo de ouvir ▫ Optam pela língua de sinais ▫ Preferência pela oralidade • Reflexo da forma que cada um lida com sua condição ▫ Discussão presente também em ambientes acadêmicos Busca da identidade • Defensores da língua de sinais: ▫ Só por meio dela o sujeito constituirá uma identidade surda ▫ Sua utilização proporciona novas possibilidades de compreensão, diálogo e aprendizagem Busca da identidade • Críticas: ▫ Não existe uma identidade exclusiva e única como a surda, pois é constituída por papéis sociais diferentes ▫ A identidade surda é aceitar ser surdo ▫ A constituição de identidade não está relacionada à língua de sinais, mas a qualquer língua que lhe dê a possibilidade de se constituir como “falante” Cultura surda • Em geral, o termo se refere à língua de sinais, às estratégias sociais e aos mecanismos compensatórios • O termo é produto dos surdos, demais grupos não adotam o termo Cultura surda - Críticas • A língua por si não determina a cultura • Surdos e ouvintes crescem na mesma cultura por participarem da mesma realidade Cultura surda - Defensores • A defesa da existência da cultura surda atualiza os mecanismos de reprodução da própria desigualdade e da segregação • Esforço unilateral para interagir ▫ Visibilidade à segregação ▫ Constituição de um grupo diferente que também acredita ter uma cultura diferente (ouvintes)