Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares FÍSICA II Aula 3 Impulso Prof. Cláudio Soares [email protected] ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares ASSUNTOS ABORDADOS Impulso Quantidade de Movimento Teorema do Impulso Sistema Isolado de Forças Princípio da Conservação da Quantidade de Movimento Colisões Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Impulso É a grandeza física vetorial relacionada com a força aplicada em um corpo durante um intervalo de tempo. O impulso é dado pela expressão: I F.t I = impulso (N.s); F = força (N); t = tempo de atuação da força F (s). Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Impulso Ao empurrarmos um carro, por exemplo, quanto maior a intensidade da força e o tempo de atuação dessa força, maior será o impulso aplicado no carro. v O Impulso é uma grandeza vetorial que possui a mesma direção e sentido da força aplicada. I F.t Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Impulso Canhões de longo alcance possuem canos compridos. Quanto mais longo este for, maior a velocidade emergente da bala. Isso ocorre porque a força gerada pela explosão da pólvora atua no cano longo do canhão por um tempo mais prolongado. Isso aumenta o impulso aplicado na bala do canhão. O mesmo ocorre revólveres. com os rifles em relação aos Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Impulso Quando a força aplicada não for constante ao longo do tempo, a intensidade do impulso pode ser calculada através da Área do gráfico F x t com o eixo do tempo, conforme a seguir. I = Área |F| I F .dt A t1 t2 t Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Quantidade de Movimento Todos nós sabemos que é muito mais difícil parar um caminhão pesado do que um carro que esteja se movendo com a mesma rapidez. Isso se deve ao fato do caminhão ter mais inércia em movimento, quantidade de movimento. ou seja, Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Quantidade de Movimento É a grandeza física vetorial relacionada com a massa de um corpo e sua velocidade. A quantidade de movimento, ou momento linear, é dada pela expressão: Q m.v Q = quantidade de movimento (kg.m/s); m = massa (kg); v = velocidade (m/s). Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Quantidade de Movimento A quantidade de movimento é uma grandeza vetorial que possui a mesma direção e sentido da velocidade. As unidades (dimensões) de Impulso e Quantidade de Movimento são equivalentes: m [ I ] N .s kg. 2 .s kg.m / s [Q] s Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Teorema do Impulso Considere um corpo de massa m que se desloca em uma superfície horizontal com uma velocidade vo. Em um certo instante passa a atuar nele uma força resultante de intensidade F, durante um intervalo de tempo t. O impulso produzido pela força F é igual a: I F.t V Vo a t I m.V m.Vo I m.a.t F m.a V Vo I m. t .t Q m.v I m.V Vo I Q Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Teorema do Impulso I Q Para o impulso mesmo da intervalo força de resultante é tempo, o igual à variação da quantidade de movimento. Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Sistema Isolado de Forças Considere um sistema formado por dois corpos A e B que se colidem. No sistema, as forças decorrentes de agentes externos ao sistema são chamadas de forças externas, como, por exemplo o peso P e a normal N. No sistema, a resultante dessas forças externas é nula. Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Sistema Isolado de Forças Durante a interação, o corpo A exerce uma força F no corpo B e este exerce no corpo B uma força -F, de mesmo módulo e sentido oposto. As forças F e -F correspondem ao par Ação e Reação. Denomina-se sistema isolado de forças externas o sistema cuja resultante dessas forças é nula, atuando nele somente as forças internas. Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Princípio da Conservação da Quantidade de Movimento Considerando externas: um FR 0 sistema isolado I FR .t Pelo Teorema do Impulso Como I 0 de forças I 0 I QF QI QI QF A quantidade de movimento de um sistema de corpos, isolado de forças externas, é constante. QI QF Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Observações A quantidade de movimento pode permanecer constante ainda que a energia mecânica varie. Isto é, os princípios da conservação de energia e da quantidade de movimento são independentes. A quantidade de movimento dos corpos que constituem o sistema mecanicamente isolado não é necessariamente constante. O que permanece constante é a quantidade de movimento total dos sistema. Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Observações Durante uma desfragmentação ou explosão o centro de massa do sistema não altera o seu comportamento. Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Colisões As colisões podem ocorrer de duas maneiras distintas, dependendo do que ocorre com a energia cinética do sistema antes e depois da colisão. 1 - Colisão Elástica 2 - Colisão Inelástica Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Colisão Elástica Suponha que duas esferas, A e B, colidissem de tal modo que suas energias cinéticas, antes e depois da colisão, tivessem os valores mostrados na figura a seguir. Colisão Elástica Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Observe que, se calcularmos a energia cinética total do sistema, encontraremos: Antes da Colisão: EcA + EcB = 8+4 = 12j Após a Colisão: EcA + EcB = 5+7 = 12j Neste caso, a energia cinética total dos corpos que colidiram se conservou. Esse tipo de colisão, na qual, além da conservação de movimento (que sempre ocorre), há também a conservação da energia cinética, é denominada colisão elástica. Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Colisão Elástica Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Colisão Inelástica (ou Plástica) É aquela onde a energia cinética não se conserva. Isso ocorre porque parte da energia cinética das partículas envolvidas no choque se transforma em energia térmica, sonora etc. Não se esqueça, mesmo a energia cinética não se conservando, a quantidade de movimento do sistema se conserva durante a colisão. A maioria das colisões natureza é inelástica. que ocorrem na Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Colisão Inelástica (ou Plástica) Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Colisão Perfeitamente Inelástica É aquela que, após o choque, os corpos passam a ter a mesma velocidade (movem-se juntos), tendo a maior perda possível de energia cinética do sistema. A figura a seguir exemplifica perfeitamente inelástica. um colisão Obs.: na colisão perfeitamente inelástica não se perde, necessariamente, toda a energia cinética. Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Colisão Perfeitamente Inelástica Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Coeficiente de Restituição O coeficiente de restituição é definido como sendo a razão entre a velocidade de afastamento e a de aproximação. e Vafast. Vaprox. Se um corpo for abandonado de uma altura H e após o choque com o chão o corpo atingir a altura h, temos: h e H Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Coeficiente de Restituição O coeficiente de restituição é um número puro (grandeza adimensional), extremamente útil na classificação e equacionamento de uma colisão: Colisão Elástica vafast. = vaprox. e=1 Colisão Inelástica vafast. < vaprox 0<e<1 Colisão Perf. Inelástica vafast. = 0 e=0 Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares LEMBRE-SE QUE O impulso é uma grandeza vetorial relacionada com uma força e o tempo de atuação da mesma. Quantidade de movimento é uma grandeza vetorial que possui mesma direção e sentido do vetor velocidade. O impulso corresponde à variação da quantidade de movimento. Durante uma colisão (ou explosão) a quantidade de movimento do sistema permanece constante. A quantidade de movimento pode permanecer constante ainda que a energia mecânica varie. Após a colisão perfeitamente corpos saem juntos. inelástica os Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Exemplos Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares A figura mostra dois blocos, A e B, em repouso, encostados em uma mola comprimida, de massa desprezível. Os blocos estão apoiados em uma superfície sem atrito e sua massas são 5,0kg e 7,0kg, respectivamente. Supondo que o bloco B adquira uma velocidade de 2,0m/s, qual a velocidade adquirida pelo bloco A? Qantes Qdepois 0 mA .vA mB .vB 0 5.vA 7.(2) vA 2,8m / s Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Despreze todas as formas de atrito e considere que: a - inicialmente, o conjunto se encontra em repouso; b - m2 = 4 m1; c - o corpo de massa m1 é lançado horizontalmente para a esquerda, com velocidade de 12m/s. Tendo em vista o que foi apresentado, qual será a velocidade de lançamento do bloco m2? Qantes Qdepois 0 m1.v1 m2 .v2 0 m1.(12) 4m1.v2 v2 3,0m / s Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Um automóvel de 1,0 tonelada colidiu frontalmente com um caminhão de 9,0 toneladas. A velocidade do automóvel era de 80km/h para a direita e a do caminhão, de 40km/h para a esquerda. Após a colisão, os dois veículos permaneceram juntos. 1 - DETERMINE a velocidade do conjunto caminhão e automóvel logo após a colisão. V = 28 km/h, para a esquerda 2 - RESPONDA se, em módulo, a força devido à colisão que atuou sobre o automóvel é maior, menor ou igual à aquela que atuou sobre o caminhão. JUSTIFIQUE sua resposta. IGUAL Qantes Qdepois m1.v1 m2 .v2 m1.v´1 m2 .v´2 1.80 9.(40) (1 9).V V 28km/ h Ação e Reação Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Uma bala de massa m e velocidade Vo atravessa, quase instantaneamente, um bloco de massa M, que se encontrava em repouso, pendurado por um fio flexível, de massa desprezível. Nessa colisão a bala perde ¾ de sua energia cinética inicial. Determine a altura h, alcançada pelo pêndulo. vo m M h v m Física Geral e Experimental Conservação da II Energia Prof. Cláudio Mecânica doSoares bloco M ao vo M m B h A Considerando a bala: 1 Ec d ep o is Ec a ntes 4 mover de A até B VM v m Ec A E pg Ec B E pg A Conservação da Quantidade de Movimento: Qantes Qdepois 1 1 1 vo 2 2 m.v . m.vo m.vo M .VM m. 2 4 2 2 vo v 2 EM A EM B m.vo VM 2M Ec A E pg B 1 2 M .VM M .g.h 2 2 1 m.vo g .h 2 2M 1 m.vo h 8g M 2 B Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Exercícios 01 - Um corpo de 80kg cai da altura de 80m e, após bater no solo, retorna, atingindo a altura máxima de 20m. Qual o valor do coeficiente de restituição entre o corpo e o solo? h e H 20 e 80 1 e 4 e 0,50 Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares 02 - Na figura representada, um homem de massa M está de pé sobre uma tábua de comprimento L, que se encontra em repouso numa superfície sem atrito. O homem caminha de um extremo a outro da tábua. Que distância percorreu a tábua em relação ao solo se sua massa é M/4 ? Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Ex. 02 ANTES L DEPOIS L-D Qantes Qdepois 0 mhomem .vhomem mtábua .vtábua mhomem .vhomem mtábua .vtábua M .vhomem M .vtábua 4 D vtábua 4.vhomem D LD 4. t t D 4L 4D 4L D 5 Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares 03 - No esquema a seguir, mA=1,0kg e mB=2,0kg. Não há atrito entre os corpos e o plano de apoio. A mola tem massa desprezível. Estando a mola comprimida entre os blocos, o sistema é abandonado em repouso. A mola distende-se e cai por não estar presa a nenhum deles. O corpo B adquire velocidade de 0,5m/s. Determine a energia potencial da mola no instante em que o sistema é abandonado livremente. Qantes Qdepois 0 mA .vA mB .vB 0 1.vA 2.0,5 v A 1,0 m s E p Ec A Ec B 1 1 2 2 E p m A .v A mB .vB 2 2 1 1 2 E p .1.(1) 2.0,52 2 2 E p 0,75 j Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares 04 - Um móvel A de massa M move-se com velocidade constante V ao longo de um plano horizontal sem atrito. Quando o corpo B, de massa M/3, é solto, este se encaixa perfeitamente na abertura do móvel A. Qual será a nova velocidade do conjunto após as duas massas se encaixarem perfeitamente? Qantes Qdepois mA .vA mA mB .vAB M M .V M 3 4 V v AB 3 v AB v AB 3 V 4 Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares 05 - Um trenó, com massa total de 250kg, desliza no gelo à velocidade de 10m/s. Se o seu condutor atirar para trás 50kg de carga à velocidade de 10m/s, qual será a nova velocidade do trenó? Qantes Qdepois mtrenó .vtrenó mcarga .vcarga mtrenofinal .vtrenofinal 250.10 50.(10) 200.v v 15m / s Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares 06 - Um bloco, viajando com uma determinada velocidade, choca-se plasticamente com outro bloco de mesma massa, inicialmente em repouso. Determine a razão entre a energia cinética do sistema antes e depois do choque. Vo A V repouso B A ANTES DEPOIS Qantes Qdepois Ecantes mA .Vo mA mB .V Ecdepois m.Vo 2m.V Vo V 2 B Ecan tes Ecdepois 1 2 m.Vo 2 2 1 Vo (2m). 2 2 1 1 2. 4 Eca ntes Ecd ep ois 2 Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares 07 - O bloco I, de massa m e velocidade Vo, choca-se elasticamente com o bloco II, de mesma massa. Sendo g a gravidade local e desprezando-se os atritos, determine, em função de Vo e g, a altura h atingida pelo bloco II. Física Geral e Experimental II Conservação Energia Prof. Cláudioda Soares Ex. 07 Mecânica do bloco II ao mover de A até B A Vo B EM A EM B Ec A E pg Ec B E pg A Ec A E pg Para esse caso, a velocidade do bloco II após a colisão será a mesma do bloco I antes da colisão. A colisão foi elástica, havendo troca de velocidades. B 1 2 m.Vo m.g .h 2 vo h 2g 2 B Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares 08 - Um pequeno vagão, de massa 90kg, rola à velocidade de 10m/s, sobre um trilho horizontal. Num determinado instante cai verticalmente, de uma correia transportadora, sobre o vagão, um saco de areia de 60kg. Determine a velocidade do vagão carregado. Qantes Qdepois 90.10 (90 60).v v 6,0m / s Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares 09 - A quantidade de movimento de uma partícula de massa 0,4kg tem módulo 1,2kg.m/s. Neste instante, qual a energia cinética da partícula é, em joules? 1 Ec m.v 2 2 Q m.v Q v m 1 Q Ec m. 2 m 2 2 Q Ec 2m 2 1,2 Ec 2.0,4 Ec 1,8 j Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares 10 - Um carro de corrida de massa 800kg entra numa curva com velocidade 30m/s e sai com velocidade de igual módulo, porém numa direção perpendicular à inicial, tendo sua velocidade sofrido uma rotação de 90°. Determine a intensidade do impulso recebido pelo carro. I Q vo v I m.v v 2 vo v 2 2 v v 2 30 2 30 2 v 30 2 m I m.v I 800.30 2 I 3,39.104 N .s s Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares 11 - Uma esfera de massa m e velocidade v colidiu frontalmente com um obstáculo fixo, retornando com a mesma velocidade em módulo. Qual foi a variação da quantidade de movimento da esfera? m v v ANTES Q m.v Q m.v Q m.(v (v)) m DEPOIS Q 2m.v Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares 12 - Uma bala de 0,20kg tem velocidade horizontal de 300m/s; bate e fica presa num bloco de madeira de massa 1,0kg, que estão em repouso num plano horizontal, sem atrito. Determine a velocidade com que o conjunto (bloco e bala) começa a deslocar-se. Qantes Qdepois 0,2.300 1,2.v v 50m / s Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares 13 - Em um plano horizontal sem atrito, duas partículas, A e B, realizam uma colisão unidimensional. Não considere o efeito do ar. A partícula A tem massa m e a partícula B tem massa M. Antes da colisão a partícula B estava em repouso e após a colisão a partícula A fica em repouso. Qual o coeficiente de restituição nesta colisão? Qantes Qapós mA.vA mB .vB m.vaprox. M .vafast. e vafast. vaprox. m e M Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares 14 - Um pêndulo balístico de massa 2kg, atingido por um projétil de massa 10g com velocidade 402m/s, colide frontal e elasticamente com um bloco de massa 2,01kg. Após a colisão, o bloco desliza, sobre uma mesa, parando em 1,0s. Considerando g = 10m/s², determine o coeficiente de atrito entre a mesa e o bloco. Considere que o projétil se aloja no pêndulo. Física Geral e Experimental II Prof. Cláudio Soares Ex. 14 Colisão entre a bala e o bloco vo Fat No choque frontal e elástico entre corpos de mesma massa há troca de velocidades. Logo a velocidade inicial do bloco que se encontra sobre a mesa é: Vo 2,0m / s Qantes Qapós mbala.vbala (mbala mbloco ).V 0,01.402 (0,01 2).V V 2,0m / s MRUV Fat .N V Vo a.t Fat FR 0 2 a.1 .N m.a .m.g m.a .10 2 a 2,0m / s 2 a 2,0m / s 2 0,2