Anos 1990: Desestabilização e crise Situação no final de 1980s • Vulnerabilidade externa • Crise fiscal • Pressão inflacionária Desestabilização macroeconômica • • • • • Inflação Finanças públicas Contas externas Crescimento Investimento Inflação Estrutural: choques de oferta (gargalos; petróleo; quebra de safra agrícola; cambial; tarifas públicas; conflito distributivo) Estrutural : demanda reprimida Institucional: indexação (regras) Controle da inflação: Causas e políticas Visão Causas Políticas Estruturalista balanço de pagamentos; gargalos; quebra de safra; rigidez no orçamento; juros altos; público) excesso de moeda; déficit público; expectativas ajuste externo; ajuste estrutural (investimento) Excesso de gastos; hiato do produto (produto efetivo vs produto potencial) Regras de ajuste de preços políticas macroeconômicas restritivas; abertura da economia Desindexação; reforma monetária; controle de preços; política cambial Controle de mark-up; política salarial; regras de indexação Monetarista Keynesiana Inercial Conflito distributivo Recessão provoca aumento de mark-up; poder sindical políticas monetária e fiscal restritivas Finanças públicas • • • • Estatização da dívida externa Dolarização da dívida interna Esterilização Ajuste externo: juros altos aumento de despesa • Ajuste externo: recessão queda de receita • Controle da inflação: contenção de tarifas fragiliza empresas estatais Finanças públicas: Ajuste fiscal • • • • • Aumento da carga tributária (receita) Aumento da renda (receita) Aumento da progressividade (renda receita) Corte dos gastos (custeio e capital) Aumento das tarifas públicas (empresas estatais) • Redução dos juros • Redução do estoque da dívida Contas externas Desequilíbrio de estoque (dívida) e fluxos (serviços e capital) Ajuste externos: Mecanismos • Automático: preço interno; preço externo; renda • Induzido: nível dos gastos; composição dos gastos; controles diretos Mecanismos automáticos • Preço interno: padrão-ouro; dolarização • Preço externo: regime de câmbio flutuante • Renda: multiplicador de comércio exterior Mecanismos induzidos • Mudança no nível de gastos: políticas monetária, creditícia, fiscal, salarial • Mudança na composição dos gastos: políticas cambial e comercial • Controles diretos: medidas não-tarifárias sobre bens e serviços; controle do movimento internacional de capitais Contexto internacional: 1990s • • • • 1989-1992: quadro recessivo 1993-2000: crescimento extraordinário 1996-2000: Nova Economia Crises financeiras, principalmente, em países em desenvolvimento • 2001... desaceleração Foco da política econômica: 1990s • 1990-1998: inflação • 1999... Contas externas • 1994.......restrição fiscal crônica e crescente Indicadores macroeconômicos: Anos 1990 em perspectiva histórica PIB PIB per capita PIB: Taxa de crescimento Produção Industrial Taxa de investimento Taxa de desemprego (RMs trimestral) Inflação (IPCA mensal) Déficit público Balanço de pagamentos Conta corrente BOP/PIB (%) Reservas internacionais Dívida externa Pagamento de Juros Externos Dívida externa, reservas e exportação 5 4 3 2 1 Dívida líq/Exp Reservas/Exp 89 19 88 19 87 19 86 19 85 19 84 19 83 19 82 19 81 19 80 19 79 19 75 19 19 70 0 Dívida externa e dívida interna Balança comercial, saldo Exportações e Importações Ajuste da balança comercial 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 7 9 1 0 7 9 1 5 7 9 1 9 8 9 1 0 Exp/PIB 8 9 1 1 8 9 1 2 8 9 1 3 8 9 1 4 8 9 1 5 8 9 1 6 8 9 1 7 Imp/PIB 8 9 1 8 8 9 1 9 Indicadores macroeconômicos: síntese Indicador/Ano 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 Média 19952000 PIB real, variação Indústria Ind. de transformação Agropecuária Serviços PIB per capita, variação Taxa de investimento (preços 1980) Taxa de desemprego Inflação (IGP-DI) Total de salários reais (índice FIESP) Necessidade de financiamento do setor público (% do PIB) Dívida líquida do setor público (R$ milhões) Saldo de transações correntes com o exterior (US$ bilhões) Saldo de transações correntes/PIB Dívida externa total (US$ bilhões) 1,03 0,3 -2,4 1,4 0,3 -0,6 15,2 -0,54 -4,2 -4,1 4,9 0,3 -2,1 14,0 4,92 7,0 8,1 -0,1 1,8 3,4 14,4 5,85 6,7 7,8 5,5 1,8 4,3 15,3 4,22 1,9 1,7 4,1 1,3 2,8 16,7 2,66 3,3 1,1 3,1 2,3 1,3 16,5 3,27 4,7 3,6 -0,8 2,6 1,9 18,1 0,22 -1,4 -3,3 1,9 1,1 -1,1 17,7 0,79 -1,6 -1,6 7,4 1,9 -0,5 16,2 4,46 4,8 5,9 2,9 3,6 3,1 15,7 2,60 1,9 1,2 3,1 2,1 1,3 16,8 5,7 5,3 5,1 991,4 2103,4 2406,9 nd 92,5 98,4 4,6 67,5 105,5 5,4 11,1 101,6 5,7 7,9 102,9 7,6 3,9 102,0 7,6 20,0 94,8 7,1 9,8 98,3 6,3 20,0 100,9 4,8 414,8 nd nd nd nd nd 7,18 5,87 5,03 8,03 9,50 4,57 6,7 nd nd nd nd 208 269 308 386 517 563 375 -1,4 6,1 -0,6 -1,7 -18,0 -24,3 -33,1 -33,6 -25,1 -24,6 26,5 -1,2 0,9 -0,8 -0,9 -2,8 -3,2 -4,4 -5,0 -4,5 -4,4 -4.1 124 136 146 148 159 180 200 241 241 231 209 Planos de estabilização macroeconômica: Principais • • • • • • Plano Collor I (mar. 1990) Plano Collor II (jan. 1991) Plano Real: Fase I (jan. 1993) Plano Real: Fase II (mar. 1994) Plano Real: Fase I (jul. 1994) Plano Real: Fase IV (jan. 1999) Plano Collor I (mar. 1990) Principais medidas • reforma monetária (cruzeiro) • redução da liquidez: bloqueio parcial de depósitos e aplicações financeiras (bloqueio de 70% M4) (confisco) • ajuste fiscal (corte de gastos, suspensão de incentivos e subsídios, IOF sobre ativos financeiros) • reforma administrativa (fechamento de empresas e órgãos públicos) • privatizacão (Plano Nacional de Desestatização)pL • desindexação: congelamento de preços e salários • novas regras de indexação de preços e salários • regime cambial flutuante • liberalização comercial Plano Collor II (jan. 1991) Principais medidas • congelamento de preços e salários • unificação das datas-base de reajustes salariais • política monetária restritiva • política fiscal restritiva (corte de gastos) Taxa de desemprego Ano 1989 1990 1991 1992 1993 1994 Brasil (aberto) 3,4 4,3 4,8 5,7 5,3 5,1 RMSP (total) 8,7 10,0 11,7 15,2 14,7 14,2 Seguro-desemprego Ano 1989 Requerentes (mil) 1912 Segurados (mil) 1621 1990 3100 2807 1991 3725 3498 1992 4015 3895 1993 3826 3756 1994 4091 4030 Tarifa nominal: Média Ano 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 Tarifa 39,5 32,2 25,3 20,8 16,5 13,5 13,0 98 19 97 19 96 19 95 19 94 19 93 19 92 19 91 19 90 19 89 19 88 19 87 60 50 40 30 20 10 0 19 (%) Brasil - Tarifa Média Ponderada pelo Valor Adicionado - 1987-1998 Plano Real: Fase I (âncora fiscal: dez. 1993-fev. 1994) • • • • • • Ajuste fiscal: redução dos gastos e aumento da receita maior eficiência dos gastos controle dos bancos estaduais saneamento dos bancos federais aperfeiçoamento e ampliação do programa de privatização criação do Fundo Social de Emergência: redução das das transferências para estados e municípios , mais flexibilidade e maiores cortes • criação do IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira) (0,25%) Plano Real: Fase II (mar-jun 1994) • • • • • • • • Criação da Unidade de Referência do Valor (URV) URV: superindexador URV: variação amarrada à variação do dólar Mecanismo de passagem de todos os preços de Cruzeiro real para URV Fixação de preços, tarifas e contrtos em URV Generalização do uso da URV como unidade de conta e reserva de valor Alinhamento de preços realtivos Apagar a memória inflacionária: eliminar o componente inercial da inflação Regra de conversão: Salários Salário médio (real) em URV: média aritmética dos salários em URV Salários calculados em URV: salário nominais de nov. 93, dez.93, jan.94 e fev.94 foram divididos pelo valor da URV no final de cada mês Preços relativos, aceleração inflacionária e o superindexador (URV) “aceleração dos preços na moeda até então existente (o cruzeiro real) e, no seu final, pouco antes do surgimento da nova moeda, um comportamento defensivo por parte das empresas - que implicou preços em URV excessivamente elevados e desalinhados“ “manteve o poder aquisitivo dos salários relativamente constante” Plano Real: Fase III (jul. 1994-dez. 1998) • • • • • • • • • • Reforma monetária (Real) (CR$ 2750,00 = R$ 1) Transformação da URV em Real (1 URV = R$ 1) Metas monetárias Política monetária restritiva (juros altos) maior abertura comercial âncora cambial (US$ 1 = R$ 1) Bacengarantia venda de dólares (US$ 1 = R$ 1) câmbio flutuante apreciação cambial sinalização de reformas: administrativa, fiscal e previdenciária Plano Real e suas âncoras • âncora fiscal: fracassou desde o início • descontrole das finanças públicas (recorde histórico) • âncora monetária (metas monetárias de jul 1994): desapareceu nos primeiros meses • âncora cambial: crises cambiais recorrentes e ruptura (jan. 1999) Elementos fundamentais: Plano Real Fase III • Abertura comercial • Nível de reservas • Apreciação cambial Inflação, importação, câmbio e reservas internacionais Mês/ano Janeiro 1994 Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro 1995 Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho IGP-DI 42.20 42.04 44.80 42.50 41.0 46.6 24.7 3.34 1.55 2.55 2.47 0.57 1.36 1.15 1.81 2.30 0.40 2.62 2.24 Importação 1769 2030 2249 2152 2625 2499 2514 2776 2641 3186 4115 4523 3284 4013 4721 2864 4897 4897 4003 Reservas 29138 30525 32295 35082 38270 40131 40317 40204 40873 40441 39531 36471 35929 35750 31530 29918 31664 31492 39780 Taxa de câmbio 0,142121 0,200286 0,279312 0,403471 0,576529 0,832607 0,9248 0,8966 0,8632 0,8440 0,8398 0,8481 0,8451 0,8388 0,8874 0,9055 0,8954 0,9120 0,9268 Síntese 1994-2002 Primeiro período 1994-1998 Controle da inflação e crescente desequilíbrios (contas externas, lado real) Segundo período 1999-2002 Vulnerabilidade externa e crescentes desequilíbrios (lado real, finanças públicas, retorno da pressão inflacionária) Vulnerabilidade externa: 1994-98 Item / Ano 1994 1995 1996 1997 1998* Passivo externo total Dívida externa de longo prazo Dívida externa de curto prazo Investimento externo direto (IED) Investimento de portfólio Anexos I a IV (Bolsas) Anexo V (ADR) Fundo de renda fixa -CE Fundo de privatização Ativos externos Reservas internacionais Investimento brasileiro no exterior Créditos brasileiros no exterior Haveres externos nos bancos comerciais Passivo externo líquido (PEL) 213.4 119.7 28.8 39.9 25.2 21.0 0.0 4.2 0.0 63.9 38.5 4.1 6.3 15.0 227.9 128.7 30.5 44.5 24.2 18.9 0.0 4.1 1.2 70.8 51.5 4.3 6.1 8.9 275.5 142.1 37.8 54.4 41.2 27.1 8.0 5.0 1.1 83.2 59.7 4.2 7.6 11.7 320.9 158.5 35.2 71.5 55.6 32.4 17.7 4.0 1.5 74.5 51.7 5.8 7.3 9.6 347.2 174.2 38.3 74.1 60.6 34.7 19.1 5.2 1.6 91.0 68.1 6.0 7.3 9.6 149.5 157.1 192.3 246.4 256.1 PEL/PIB (%) PEL/Exportações (%) 27.5 3.4 22.3 3.4 24.8 4.0 30.6 4.6 31.9 4.7 IED/PEL IED/PIB 26,7 7,3 28,3 6,3 28,3 7,0 29,0 8,9 28,9 9,2 Memorando: Vulnerabilidade externa Indicadores macroeconômicos: 1995-2002 1995 1996 1997 1998 1995-1998 1999 2000 2001 2002 1999-2002 1995-2002 PIB (variação anual em %)* 4,2 2,7 3,3 0,1 2,6 0,8 4,4 1,4 1,5 1,7 2,1 Desemprego aberto (média anual em %)** 5,0 5,8 6,1 8,3 6,3 8,3 7,8 6,8 7,9 7,7 7,0 10,6 7,4 2,0 -0,5 4,8 -5,5 -1,2 -3,4 -4,0 -3,1 1,6 22,4 9,6 5,2 1,7 9,4 8,9 6,0 7,7 12,5 8,8 9,1 -0,3 0,1 1,0 0,0 0,8 -3,2 -3,5 -3,6 -4,0 -14,3 -13,5 29,3 32,0 33,2 37,8 6,0 49,1 49,3 51,6 56,9 19,0 25,0 -2,6 -3,0 -3,8 -4,2 -3,4 -4,7 -4,0 -4,5 -1,7 -3,7 3,6 Passivo Ext. Liquido/Exportações** 3,4 4,0 4,9 5,9 4,6 7,5 6,2 5,6 4,9 6,0 5,3 PEL curto prazo/Reservas líquidas** Fonte: IBGE, BCB, SOBEET 1,1 1,3 1,6 1,8 1,5 3,1 2,1 2,0 2,5 2,4 1,9 Rendimento médio real (variação anual em %)* Inflação (IPCA anual em %)* Saldo primário em % do PIB*** Dívida líquida do setor Público (% do PIB)**** Saldo em Transações Correntes (% do PIB)** * Taxas de crescimento médias para os períodos ** Dados dos períodos são médias dos anos *** Dados de períodos referem-se aos acumulados nos anos ****Dados de períodos referem-se as variações entre os anos extremos VULNERABILIDADE EXTERNA E HERANÇA TRÁGICA DO GOVERNO FHC A) Desestabilização macroeconômica - acúmulo de distorções de política macroeconômica - economia travada - incapacidade de geração de emprego - desequilíbrio crônico das contas externas B) Desmantelamento do aparelho produtivo - ineficiência dinâmica - desmantelamento do aparelho produtivo privado - degradação do sistema nacional de inovações - deterioração da infra-estrutura econômica-social C) Degradação do tecido social - negligência com a questão social - desigualdade na distribuição de renda e riqueza - pobreza, exclusão e tensão social D) Deterioração político-institucional - aumento da concentração do poder econômico - agravamento da fragilidade do setor público - reformas predatórias e falta de reformas efetivas - deterioração das instituições