Prof. Luciane M. de Oliveira Disciplina: Educação e Sociedade B Curso: Artes Visuais Jean Piaget (1896-1980) Lev S. Vygotsky (1896-1934) Henri Wallon (1879-1962) LA TAILLE, Y.; OLIVEIRA, M.K. e DANTAS, H. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1993. p.11-44 Piaget considera que o desenvolvimento intelectual é, simultaneamente, obra da sociedade e do indivíduo, portanto é necessário: Definir o que se entende por “ser social” Verificar como os fatores sociais estão presentes no desenvolvimento intelectual. O HOMEM COMO SER SOCIAL O homem normal não é social da mesma maneira aos seis meses ou aos vinte anos de idade, e, por conseguinte, sua individualidade não pode ser da mesma qualidade nesses dois diferentes níveis. p.12 (Ra + As’) (As’ = Ta’) (Ta’ = Va) (Ra = Va) Não diria que é a mais importante de todas, porque não aborda todas as facetas do comportamento humano. Mas eu não estava pensando neste aspecto quando falei da Psicanálise; estava apenas pensando no fato de que a obra de Freud Na minha opinião, a obra de Freud é a mais importante em psicologia. Admito que seja importante, todavia... O equilíbrio na “troca intelectual” supõe: 1. sistema comum de signos e definições 2. conservação de proposições válidas (reconhecimento) 3. reciprocidade de pensamento entre os interlocutores Definição de “ser social” para Piaget significa o indivíduo que consegue relacionar-se com seus semelhantes de forma equilibrada. Sensório-motor (até 2 anos) inteligência essencialmente individual, aplica-se a situações e ações concretas e não depende de trocas sociais. ações de diferenciação entre o próprio corpo e os objetos. ... a partir da aquisição da linguagem, inicia-se uma socialização efetiva da inteligência. p. 15 Pré-operatório (dos 2 aos 6/7 anos) Ler exemplo na p. 15 Ainda há limitações para trocas intelectuais equilibradas: falta de escala comum de referências. Não há a conservação de definições, há a presença de contradições. ... a criança pequena tem extrema dificuldade em se colocar no ponto de vista do outro, fato que a impede de estabelecer relações de reciprocidade. (p.15) PENSAMENTO EGOCÊNTRICO A criança Ler exemplo na p. 15 não tem domínio do seu “eu”, não é autônoma e sim heterônoma nos modos de pensar e agir. As noções EU e do OUTRO são construídas conjuntamente, num longo processo de diferenciação. Estágio operatório concreto (dos 6/7 anos aos 11/12 anos) capaz de aceitar o ponto de vista do outro capaz de levar em conta mais de uma perspectiva (relatividade) capacidade de classificação, agrupamento, reversibilidade consegue realizar atividades concretas que não exigem abstração surgimento da personalidade em oposição ao egocentrismo A personalidade não é o “eu” enquanto diferente dos outros “eus” e refratário à socialização, mas é o indivíduo se submetendo voluntariamente às normas de reciprocidade e de universalidade. [...] a personalidade constitui o produto mais refinado da socialização [...] é, pois, uma coordenação da individualidade com o universal. p.16-17 Estágio das operações formais (dos 11/12 anos até a vida adulta) raciocínio sobre hipóteses e idéias abstratas a linguagem serve de suporte conceitual As operações mentais se compõem de maneira associativa, permitindo ao indivíduo conhecer e interpretar o mundo. Sem título (1986), tela de Jean-Michel Basquiat A lógica como forma final do equilíbrio entre as ações nos estágios: sensório-motor - construção de uma lógica das ações concretas; pré-operatório - interiorização das ações, coerência; operatório concreto e formal - reversibilidade das ações; Se tudo parece estar na relação sujeito-objeto qual é o papel dos fatores interindividuais no desenvolvimento cognitivo? Para Piaget há dois tipos de relação social: Coação e Cooperação COAÇÃO SOCIAL Presente em toda relação entre dois ou n indivíduos na qual intervém um elemento de autoridade ou de prestígio. elementos de autoridade/prestígio individuais ou culturais o coagido tem pouca participação racional na produção, conservação ou divulgação das idéias não há diálogo e descentralização, apenas isolamentos freio no desenvolvimento da inteligência nível baixo de socialização e empobrecimento das relações sociais COOPERAÇÃO Relações que pressupõe a coordenação das operações de dois ou mais sujeitos. não há assimetria, imposição, repetição, crença etc. há discussão, troca de pontos de vista, controle mútuo dos argumentos e das provas alto nível de socialização Meninos Brincando (1955), tela de Candido Portinari. Coação é uma etapa obrigatória e necessária na socialização da criança, mas para o desenvolvimento das operações mentais são necessárias relações de Cooperação, primeiro entre as crianças, e a valorização das noções de igualdade e respeito mútuo Piaget pensa o social e as suas influências sobre os indivíduos pela perspectiva da ética! p.21 Crianças Brincando, c.1957, desenho a grafite/papel, 29 x 42cm Candido Portinari “A cultura torna-se parte da natureza humana num processo histórico que, ao longo do desenvolvimento da espécie e do indivíduo, molda o funcionamento psicológico do homem.” “Suas proposições contemplam, assim, a dupla natureza do ser humano, membro de uma espécie biológica que só se desenvolve no interior de um grupo social.” p.24 Quadrado Vermelho: realismo pictórico da camponesa em duas dimensões (1915), de Malevitch. SUBSTRATO BIOLÓGICO E CONSTRUÇÃO CULTURAL NO DESENVOLVIMENTO HUMANO Alexander R. Luria irá aprofundar as teorias sobre a base biológica do fundamento psicológico, estruturando uma teoria neuropsicológica a partir de dados empíricos. É na sua obra que teremos as concepções de Vygotsky sobre a base biológica do desenvolvimento psicológico. Rejeita a idéia de funções mentais fixas e imutáveis e trabalha com a noção de cérebro como um sistema aberto, de grande plasticidade, cuja estrutura e modos de funcionamento são moldados ao longo da história da espécie e do desenvolvimento social. As funções mentais estão organizadas a partir da ação de diversos elementos que atuam de forma articulada, cada um desempenha um papel em um sistema funcional complexo, esses elementos podem estar localizados em áreas diferentes do cérebro e freqüentemente distantes umas das outras e sistema podem utilizar-se de componentes diferentes, dependendo da situação. Exemplo: A tarefa de respiração e o seu resultado pode ser atingido de diversas maneiras, o que mostra que até mesmo uma tarefa básica “... é possibilitada por sistemas complexos, que podem se utilizar de rotas diversos e de diferentes combinações de seus componentes” (op. cit. Oliveira, 1993, p.25) supõe uma organização básica do cérebro humano resultante da evolução da espécie e que a estrutura dos processos mentais e as relações entre os vários sistemas funcionais transformam-se ao longo do desenvolvimento individual. A diferença genética na atividade mental tem uma correspondência na organização cortical. Na criança pequena as regiões do cérebro responsáveis por processos mais elementares são mais fundamentais para o seu funcionamento psicológico, no adulto a importância maior é das áreas ligadas a processamentos mais complexos. Elementares (ou naturais) têm origem no funcionamento biológico e foram também chamadas de naturais por nascerem conosco e se desenvolverem conforme nosso organismo vai crescendo e se tornando mais complexo. Exemplos: o reflexo, a percepção, a atenção e a memória imediata. Estas funções surgem da influência direta de estímulos externos e não utilizam signos como mediadores. Características: a ausência de realização consciente e o não uso de mediadores. Superiores (ou culturais) são características tipicamente humanas, são reguladas de maneira consciente pelo indivíduo. Exemplo: atenção dirigida e voluntária, memorização mediada, pensamento, ou qualquer comportamento que seja intencional e controlado. As funções psicológicas superiores têm origem fundamentalmente nas relações sociais e aí se desenvolvem e apresentam como característica fundamental o fato de serem realizadas consciente e voluntariamente pelo homem; e serem mediadas por ferramentas psicológicas (signos), ou por outra pessoa na interação social. As funções psicológicas superiores são construídas ao longo da história social do homem: o ser humano cria as formas de ação que o distinguem de outros animais. O homem tem acesso aos objetos de forma mediada, feita através dos recortes do real operados pelos sistemas simbólicos de que dispõe: Representação mental – capacidade de lidar com sistemas simbólicos que substituem o real e que possibilita fazer relações mentais na ausência dos referentes concretos. Por exemplo: imaginar coisas não vivenciadas, fazer planos para um tempo futuro, transcender no espaço e no tempo, libertar-se dos limites do mundo físico. Sistemas simbólicos que se interpõem entre sujeito e objeto de conhecimento têm origem social. É a cultura que fornece ao indivíduo os sistemas simbólicos de representação da realidade e o universo de significações que permite construir uma ordenação, uma interpretação, dos dados do mundo real, ocorre uma internalização de formas culturais de comportamento, em atividades internas e intrapsicológicas. A idéia de que o homem é capaz de operar mentalmente sobre o mundo supõe, necessariamente, a existência de algum tipo de conteúdo mental de natureza simbólica. Funções básicas da linguagem humana: - intercâmbio social - pensamento generalizante Além da comunicação (intercâmbio social) a linguagem generaliza a experiência, ordenando as instâncias do mundo real em categorias conceituais cujo significado é compartilhado pelos usuários dessa linguagem. cadeira triângulo cachorro A linguagem favorece os processos de abstração e generalização , sendo as palavras os signos mediadores da relação do homem com o mundo. O pensamento verbal não é uma forma de comportamento natural e inata, mas determinada por um processo histórico-cultural e tem propriedades e leis específicas que não podem ser encontradas nas formas naturais de pensamento e fala. 1. a criança forma conjuntos sincréticos, agrupando objetos com base em nexos vagos, subjetivos e de base perceptual, como a proximidade espacial. 2. pensamento por complexo - os agrupamentos possuem ligações concretas e factuais e não abstratas e lógicas. Os objetos são combinados com base em sua similaridade. 3. pensamento conceitual – agrupa os objetos de acordo com um único atributo, sendo capaz de abstrair características isoladas da totalidade da experiência concreta. ... o indivíduo humano, dotado de um aparato biológico que estabelece limites e possibilidades para seu funcionamento psicológico, interage simultaneamente com o mundo real em que vive e com as formas de formação desse real dadas pela cultura. p.30 Formas culturais serão internalizadas e se constituirão no material simbólico que fará a mediação entre o sujeito e o objeto de conhecimento. Os conceitos discutidos são os “cotidianos” ou “espontâneos”, os que são desenvolvidos no decorrer da atividade prática da criança, de suas interações sociais imediatas, e que são diferentes dos chamados “conceitos científicos”, que são adquiridos por meio do ensino. A criança adquire consciência dos seus conceitos espontâneos relativamente tarde: a capacidade de defini-lo por meio de palavras, de operar com eles à vontade, aparece muito tempo depois de ter adquirido os conceitos. Ela possui o conceito (isto é, conhece o objeto ao qual o conceito se refere), mas não esta consciente do seu próprio ato de pensamento. O desenvolvimento de um conceito científico, por outro lado, geralmente começa por sua definição verbal e com sua aplicação em operações não-espontâneas – ao se operar com o próprio conceito, cuja existência na mente da criança tem início a um nível que só posteriormente será atingido pelos conceitos espontâneos. p.31 ... o desenvolvimento dos conceitos espontâneos da criança é ascendente, enquanto o desenvolvimento dos seus conceitos científicos é descendente, para um nível mais elementar e concreto. p.31 Conceito espontâneo origem no confronto com uma situação concreta. Conceito científico origem em uma situação mediada em relação a seu objeto. São processos intimamente relacionados: conceitos de antes e depois e de aqui e agora conceitos históricos e geográficos Os conceitos científicos implicam em uma atitude metacognitiva, que é de consciência e controle deliberado por parte do indivíduo, que domina seu conteúdo no nível de sua definição e de sua relação com outros conceitos. Vygotsky aponta dois caminhos complementares de investigação: o conhecimento do cérebro como substrato material da atividade psicológica, a cultura como parte essencial da constituição do ser humano, num processo em que o biológico transforma-se no sóciohistórico. A questão epistemológica central é a construção de uma concepção que constitua uma síntese entre o homem enquanto corpo e o homem enquanto mente. A descrição das primeiras etapas do desenvolvimento psicomotor (estágios impulsivo, emocional, sensório-motor e projetivo) e das síndromes psicomotoras tem como ponto de partida o Patológico. A extração da pedra da loucura, óleo sobre painel de Hieronymus Bosch, séc. XV e XVI. Utilização da doença como um (dos muitos) elementos necessário à compreensão da normalidade. Não atua como médico apenas para curar, mas como investigador que considera a doença uma experiência natural e a forma de experimentação mais apropriada à psicologia. É necessário compreender que: O genético abrange a dimensão da espécie e incorpora a “psicologia histórica”; Ser humano é organicamente social, significa que sua estrutura orgânica supõe a intervenção da cultura para se atualizar. Ciência híbrida, situada na intersecção de dois mundos, o da natureza e o da cultura, a psicologia é a dimensão nova que resultado do encontro, e mantém a tensão permanente do seu jogo de forças. p.37 Duas funções na atividade muscular: 1. Cinética ou Clônica – responde pelo movimento visível, pela mudança de posição do corpo ou de segmentos do corpo no espaço. Músculo em movimento. 2. Postural ou Tônica – responde pela manutenção da posição assumida (atitude) e pela mímica. Músculo parado. No antagonismo entre motor e mental, ao longo do processo de fortalecimento deste último, por ocasião da aquisição crescente do domínio dos signos culturais, a motricidade em sua dimensão cinética tende a se reduzir, a se virtualizar em ato mental. p.38 Sensório-motricidade, presente até o segundo ano de vida, tende a diminuir e dar lugar a períodos cada vez maiores de imobilidade: o enfraquecimento da função cinética é proporcional ao fortalecimento do processo ideativo: ...o ato mental – que se desenvolve a partir do ato motor – passa em seguida a inibi-lo, sem deixar de ser atividade corpórea. p.38 No O Pensador, de Rodin, embora imobilizada pelo esforço mental, a musculatura permanece envolvida em atividade tônica intensa, retesada pelo esforço, ele pensa com o corpo em sentido duplo: com o cérebro e com os músculos. É pela expressividade que o indivíduo humano atua sobre o outro, e é isto que lhe permite sobreviver, durante o seu prolongado período de dependência. A motricidade humana começa pela atuação no meio social, antes de poder modificar o meio físico. Na espécie humana o contato com o meio físico nunca é direto, é sempre intermediado pelo social. Tipologia do Movimento Involuntários ou Automáticos Reflexos Voluntários ou Praxis Imediatamente após o nascimento, a motricidade consiste, além dos reflexos, apenas em movimentos impulsivos e não coordenados, que serão ignorados por serem ineficazes. Mas a partir deles evoluirão os movimentos expressivos, que dura aproximadamente três meses, e daí até o final do primeiro ano ocorrerá a etapa expressivo-emocional. A maior parte das manifestações motoras são gestos dirigidos às pessoas (apelo): manifestações de alegria, surpresa, tristeza, desapontamento, expectativa, etc. Após o seis meses irá predominar os gestos instrumentais, práxicos e que irão se impor no final do primeiro ano: a marcha (andar) , a preensão (pegar), a investigação ocular sistemática (olhar). A exploração da realidade exterior só será possível quando o olho e a mão adquirirem a capacidade de pegar e olhar praxicamente. p.40 A competência no uso das mãos está completa, por volta do final do primeiro ano, quando se forma a bilateralidade: as duas mãos adotam uma ação complementar, com a iniciativa para a dominante e à não dominante em uma atividade auxiliar. A competência visual é lenta, depois dos reflexos das pupilas há o aparecimento da capacidade de fixar e acompanhar voluntariamente um objeto móvel, a partir da trajetória horizontal, depois vertical e próximo do final do primeiro ano, as circulares. As práxis especiais, próprias de cada cultura, não são consideradas produtos do amadurecimento cortical, mas esse aliado a influência ambiental dará lugar à fase simbólica ou semiótica. Ao lado dos movimentos instrumentais surgem os movimentos simbólicos, aqueles que contêm idéias. Imobilizar uma criança de dois anos que fala e gesticula é atrofiar o seu fluxo mental, pois o movimento, a princípio, desencadeia e conduz o pensamento, é só depois que ocorrerá o inverso: o controle do gesto pela idéia. Exemplo: o gesto gráfico, dificuldade da criança saber o que desenha se ainda não terminou (3 ou 4 anos). No 1º ano de vida domina as relações emocionais com o ambiente e o cognitivo está latente e ainda indiferenciado da atividade afetiva. É a preparação das condições sensório-motoras (olhar, pegar, andar) que permitirão a exploração intensa e sistemática do ambiente. No 2º ano de vida ocorre a inteligência prática ou das situações, conhecida com o nome de sensório-motora. De forma simultânea a função simbólica, influenciada pelo meio humano, desponta e confirma uma nova forma de relação com o real, onde a fala e as condutas representativas emanciparão a inteligência da percepção imediata. Com a função simbólica e a linguagem surge o pensamento discursivo, com as características de sincretismo. Sincretismo em Psicologia significa um fenômeno que caracteriza uma fase do desenvolvimento da criança durante a qual ela percebe os objetos no seu conjunto, sem os individualizar, só conseguindo distinguir os elementos do todo num período mais avançado do seu desenvolvimento mental.” “Sol é o céu, mas não são a mesma coisa.” Necessidade de superação do sincretismo, no plano do pensamento, do discurso e do objeto. A função da inteligência, para o adulto como para a criança, reside na explicação da realidade. Explicar supõe definir, atribuir qualidades específicas de um objeto, resultando em integrá-lo a uma classe maior e diferenciá-lo das vizinhas. Diferenciação e Integração são os processos básicos envolvidos. Para Wallon, explicar é determinar condições de existência, entendimento que abarca os mais variados tipos de relações (...) tudo está ligado a tudo, além de estar em permanente devir. p.43 Entre os 5 e os 9 anos há uma redução do sincretismo, que permite o aparecimento de uma forma de pensamento chamado de “categorial”: contém a qualidade diferenciada da coisa em que se apresenta e ao permitir atribuir qualidades específicas de um objeto, torna-o distinto de outros. Se no plano do pensamento ocorre a indiferença inicial entre inteligência e afetividade, o sincretismo não significa egocentração (explicações autocentradas). ... em relação com sincretismo: é preciso ser capaz de preservá-lo, tanto quanto discipliná-lo, uma vez que dele depende a possibilidade de combinações inteiramente novas e originais de idéias. Nele está a raiz do pensamento criador. p.44 No início o pensamento é conduzido pela linguagem em seus níveis mais primitivos: musicalidade, rimas, automatismos. A linguagem, capaz de conduzir o pensamento, é também capaz de nutri-lo e alimentá-lo; estruturam-se reciprocamente: produto da razão humana, ela acaba, no curso da história, por se tornar sua fabricante. Razão constituinte é razão constituída... p.44