Valorização cambial

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Fundamentos de Economia
Marco Antonio S. Vasconcellos
Manuel Enriquez Garcia
4º Edição | 2012 |
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Capítulo 12
O Setor Externo
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12.1 Introdução
O mundo se encontra crescentemente interligado, seja por fluxos
comerciais ou financeiros. Costuma-se dividir as questões teóricas da
Economia internacional em: aspectos microeconômicos e os aspectos
macroeconômicos.
12.2 Fundamentos do comércio internacional: a teoria das
vantagens comparativas
Princípio das vantagens comparativas: sugere que cada país deva
se especializar na produção da mercadoria em que é relativamente
mais eficiente. Ele deve importar bens cuja produção implicar custos
relativamente maior. Assim, os países podem concretizar trocas.
Limitações: relativamente estática, não levando em consideração a
evolução das estruturas da oferta e da demanda, ou das relações 3de
preço entre produtos negociados no mercado internacional.
12.3 Determinação da taxa de câmbio
12.3.1 Conceito: medida de conversão da moeda nacional em moeda
de outros países. Sua determinação pode ser:
• institucional: pela decisão de autoridades econômicas com taxas
fixas de câmbio.
• funcionamento do mercado: taxas de flutuantes em decorrência das
pressões de oferta e demanda de divisas estrangeiras.
Demanda de divisas: constituída pelos importadores, que precisam
delas para pagar suas compras no exterior.
Oferta de divisas: realizada pelos exportadores, que recebem moeda
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estrangeira, como pela entrada de capitais financeiros internacionais
(turistas, etc.).
Desvalorização cambial: aumento da taxa de câmbio;
Valorização cambial: queda na taxa de câmbio.
Taxa de câmbio é interligada aos preços dos produtos exportados e
importados e também a balança comercial.
12.3.2 Taxa de câmbio e inflação
Valorização cambial e inflação: a primeira permite ancorar os
preços internos e reduzir a taxa de inflação.
Desvalorização cambial e inflação: efeito contrário ao anterior.
Efeito da elevação da inflação interna sobre a taxa de câmbio:
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pode gerar um círculo vicioso.
Valorização real e valorização nominal do câmbio: o primeiro é
igual à valorização nominal, menos a taxa de inflação do período.
Competitividade no comércio exterior: deve ser avaliados a partir do
câmbio real.
12.4 Políticas externas
12.4.1 Política cambial: dependem do tipo de regime cambial
adotado pelo país.
Regime de taxas fixas de câmbio: foi adotado por países com
elevadas taxas de inflação, nos anos 80 e 90, para não haver elevação
dos produtos importados de acordo com as variações cambiais.
Regime de taxas flutuantes ou flexíveis de câmbio: determinada
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pelo mercado de divisas, permitindo a defesa das reservas cambiais.
Flutuação suja: mesmo dentro do regime flutuante o Banco Central
interfere indiretamente na determinação da taxa de câmbio, por meio
da compra e venda de divisas no mercado.
12.4 Política comercial:
• alterações das tarifas sobre importações;
• regulamentação do comércio exterior.
12.5
Fatores
determinantes
exportações e importações
do
comportamento
12.5.1 Exportações: são influenciadas por diversas variáveis.
• preços externos em dólares;
• preços internos em reais;
• taxa de câmbio;
• renda mundial;
• subsídios e incentivos às exportações.
das
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12.5.2 Importações: principais fatores determinantes.
•
•
•
•
•
preços externos em dólares;
preços internos em reais;
taxa de câmbio;
renda e produto nacional;
tarifas e barreiras às importações.
12.6 A estrutura do balanço de pagamentos: registro estatísticocontábil de todas as transações econômicas realizadas entre os
residentes de um país com os residentes dos demais países.
Transações da conta Haveres e Obrigações no Exterior:
• divisas;
• ouro monetário;
• direitos especiais de saque.
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Divisões do balanço de pagamentos:
• balança comercial;
• balanço de serviços e rendas;
• transferências unilaterais correntes;
• balanço de transações correntes;
• conta capital e financeira: contrapartidas financeiras das exportações
e importações de mercados e serviços, exceto de transferências
unilaterais; e transações financeiras puras.
Erros e omissões: diferença entre saldo do balanço de pagamentos e o
financiamento do resultado.
12.7 O balanço de pagamentos no Brasil: o país apresentava
balança comercial superavitária, historicamente, mas um balanço de
serviços e rendas deficitário, devido ao pagamento de juros da dívida
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externa e à remessa de lucros e pagamentos de fretes, seguros e
royalties.
Após 2003, houve grande aumento de exportações principalmente de
commodities para o Sudeste da Ásia e houve a entrada de capital
financeiro associado à elevada taxa de juros do país, gerando saldo
positivo na Balança Comercial e Transferências Unilaterais Correntes,
superando o saldo negativo da Conta de Serviços e Rendas.
12.8 Organismos internacionais
12.8.1 Fundo Monetário Internacional (FMI): criado para evitar
possíveis instabilidades cambiais e garantir estabilidade financeira; e
socorrer os países a ele associados quando da ocorrência de
desequilíbrios transitórios em seus balanços de pagamento.
12.8.2 Banco Mundial (Bird): criado com intuito de auxiliar a
reconstrução de países devastados pela guerra e para promover
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crescimento dos países em desenvolvimento.
12.8.3 Organização Mundial do Comércio: primeiramente,
conhecido por Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), criado
para buscar redução das restrições de comércio internacional e
liberalização do comércio multilateral.
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