PRONUNCIAMENTO DO DEPUTADO FEDERAL ROBERTO DE

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PRONUNCIAMENTO DO DEPUTADO FEDERAL ROBERTO DE LUCENA
Pronunciamento do Exmo. Sr.
Deputado Federal Roberto de
Lucena
em
23/05/2013
sobre
indicadores da economia brasileira.
Sr. Presidente, venho à tribuna nesta manhã, de forma zelosa,
para alertar esta Casa e a sociedade brasileira sobre alguns
indicadores da economia brasileira, divulgados pelo Banco Central,
nesta última quinta-feira, dia 16 de maio e publicados em matéria do
jornal Folha de S. Paulo.
Digo, de forma zelosa, porque me preocupa, em especial, o
poder de compra e o endividamento das famílias brasileiras. É com
o povo brasileiro que me preocupo.
Antes de apresentar alguns dos dados divulgados pelo Banco
Central, faço, de forma responsável, a ressalva no sentido de que a
Economia é a ciência das escolhas, quando optamos, por exemplo,
por determinada taxa de juros ou de câmbio, é preciso analisarmos
os “trade off”, ou seja, do que estamos abrindo mão para termos
mais de determinadas outras coisas. É assim que funciona. Os
dados abaixo dão uma visão monetária da situação, mas é certo
que precisaríamos também analisar toda a situação em conjunto
como, por exemplo, dados históricos sobre a produção, o consumo,
o emprego.
Nesse sentido, este discurso é uma contribuição para o tema,
com o objetivo de provocar a nossa reflexão em busca da verdade.
Muitas vezes é complicado falar da floresta olhando apenas para
uma árvore.
Pois bem, muito se tem falado sobre a fragilidade da
economia, em face da dificuldade de se encontrar um caminho que
promova a sua recuperação mais sólida, a fim de alavancar o tão
almejado crescimento econômico. Isso ocorre não só no Brasil, mas
em vários países no mundo.
No caso brasileiro, segundo o Índice de Atividade Econômica
do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB (Produto
Interno Bruto) a atividade econômica acelerou no primeiro trimestre
deste ano, registrando expansão de 1,05% sobre o período de
outubro a dezembro de 2012, quando o crescimento foi de 0,63%.
De acordo com as expectativas do mercado, em março, por
exemplo, o índice registrou a alta de 0,72%, conforme os dados
dessazonalizados do Banco Central. A previsão de 24 analistas
consultados pela agência Reuters era que o IBC-Br subisse 0,7%
em março. De fato, em março, o indicador -- considerado uma
prévia do PIB (Produto Interno Bruto) -- registrou alta de 0,72%
sobre fevereiro, praticamente em linha com as expectativas do
mercado. Na comparação com março de 2012, o IBC-Br avançou
3,61% e acumula em 12 meses alta de 1,2%. O indicador do Banco
Central leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como
bons indicadores para o desempenho dos setores da economia
(agropecuária indústria e serviços). A estimativa do IBC-Br agrega a
produção estimada para os três setores acrescida dos impostos
sobre produtos.
A previsão é de que novos dados oficiais sobre a economia
brasileira sejam divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) no dia 29 deste mês.
Já a produção industrial brasileira, com uma alta de 0,7%, pontuou
uma retomada. Todavia, esse índice ficou aquém do esperado, em
razão da queda de 2,4% em fevereiro. O desânimo de investidores
em relação ao Brasil está entre as principais barreiras à
recuperação da economia. Conta feita pelo Itaú Unibanco com base
em dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra um quadro de
estagnação da confiança dos empresários em nível baixo em razão
de o índice de confiança ter voltado para os níveis mais baixos de
2012. O índice atingiu média de 92,7 pontos nos primeiros quatro
meses de 2013, resultado 4,4% inferior à média registrada desde
julho de 2010. Na comparação com o pico da série, em agosto de
2010, a confiança está 10% menor. A maior preocupação é
realmente com a atividade industrial.
Um dos termômetros do setor é o índice de gerente de compras
(PMI), que tenta antecipar o movimento da indústria com dados
sobre estoques, contratações e exportações e é calculado pelo
HSBC e pela consultoria Markit. O PMI do Brasil se recuperou em
janeiro. Desde então, embora ainda aponte expansão, perdeu
fôlego. O índice de abril foi o mais baixo desde outubro de 2012. As
constantes projeções para baixo e os dados ainda fracos de
confiança dos empresários e do ritmo de atividade da indústria
estão por trás de uma rodada recente de revisões para baixo nas
projeções de crescimento do PIB em 2013. O Itaú Unibanco, por
exemplo, reduziu sua projeção recentemente de 3% para 2,8%.
Fernando Montero, economista-chefe da corretora Tullett Prebon,
também revisou sua projeção de crescimento de 3,3% para 3,1%
neste ano. Esses números são considerados os mais otimistas,
porque consideram forte expansão da safra agrícola e o fato de que
o período de abril a dezembro terá cinco dias úteis a mais do que
em 2012.
No varejo, que sempre foi considerado um bom balizador do
crescimento
econômico
no
Brasil,
as
vendas
tiveram
um
decréscimo de 0,1% em comparação com o mês de fevereiro. Logo,
a queda no trimestre em relação ao índice de crescimento no varejo
foi de 0,2%. Segundo o IBGE, esse foi o primeiro recuo desde o
quarto trimestre de 2008, em especial devido ao aumento no preço
de alimentos, que inibiu o consumo. O comércio geral também teve
duas quedas seguidas na comparação mensal livre de influências
sazonais. Outro setor que pesou no resultado negativo do varejo de
fevereiro para março foi o de eletrônicos, equipamentos de
informática e comunicação (retração de 5,2%). Do outro lado, o
setor de tecidos, vestuário e calçados mostrou o maior crescimento
mensal em março, de 3,9%, em grande parte devido às liquidações
de troca de estação.
Contudo, se analisarmos esses dados de forma macro, o
comércio ainda acumula ganhos nos 12 meses encerrados em
março: as vendas subiram 6,8%. Na comparação do primeiro
trimestre com o mesmo período de 2012, a alta foi de 3,5% -a
menor, porém, desde o quarto trimestre de 2003.
O poder de compra das famílias, por sua vez, tem sido
afetado pela inflação, tanto que o Banco Central implementou
medidas de aperto monetário ao elevar a taxa Selic para 7,5 ao
ano. A pesquisa Focus do Banco Central demostra que a
expectativa dos analistas econômicos é de que, em 2013, haja a
expansão de 3% do PIB e que a Selic alcance o patamar de 8,25%.
Em suma, precisamos estar atentos a esses indicadores que
demonstram análises pontuais e servem de alerta para necessárias
correções de rumo na nossa economia, mas é importante também,
sob o ponto de vista macroeconômico, termos noção da série
histórica em relação a esses números. Eles não demostram, como
disse no início deste discurso, toda a nossa conjuntura econômica,
são somente uma parte da floresta. Dados do Fundo Monetário
Internacional, por exemplo, indicam uma tendência de melhora da
economia mundial em 2014. De modo geral, todas as economias,
Estados
Unidos,
China
e
Europa
demonstram
sinais
de
recuperação, após as recentes crises, porém com patamares de
crescimento mais baixos. Um ponto positivo para o Brasil foi a
diminuição da taxa de juros em 2012 que, normalmente, tem um
efeito positivo defasado de 9 a 12 meses.
Devemos proporcionar ao povo brasileiro o crescimento
econômico que o País merece. Precisamos sempre trabalhar
arduamente para isso. Pesquisa da Pricewaterhouse Coopers, por
exemplo, realizada com 1.330 líderes empresariais, mostra que o
Brasil é o terceiro País mais citado onde os empresários planejam
ampliar seus negócios nos próximos 12 meses. São essas
oportunidades que queremos garantir. É para elas que almejamos
estar cada vez mais preparados. Trabalhamos para a felicidade das
famílias brasileiras, para a diminuição da violência, a valorização da
vida, e, sem dúvida, depende de uma economia sólida a
oportunidade de educação e emprego para nossos jovens.
Seja olhando apenas para a árvore seja analisando a floresta
o que não podemos é perder o rumo do crescimento econômico
neste País.
Que Deus abençoe o Brasil!
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