Câncer de ovário 2 - Ginecologia e Obstetrícia - jbrazilssa

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Aula 3
Câncer De Ovário
Dr. Renata Gontijo
O câncer de ovário pode ocorrer em qualquer faixa etária, acometendo principalmente mulheres acima de
50 anos( na pós menopausa). É o mais letal dos tumores ginecológicos, isso deve-se ao fato do diagnostico tardio e
crescimento insidioso. É mais raro e perigoso porque a mulher demora muito a ter sintoma pois o ovário é muito
pequeno mede em torno de 3cm.
Epidemiologia:
- O primeiro câncer mais comum na mulher é o de mama depois o de colo do útero e depois vem o de ovário é o 3º
ou 4º. No Brasil traduz apenas 2% de todos os cânceres sendo a 8ª causa de morte e representando 25% das
malignidades. Está mais relacionado com mulheres mais velhas principalmente na pós menopausa.
Fatores de risco:
-História familiar: É muito relacionado a historia familiar pois tem a ver com mutação genética semelhante ao câncer
de mama.
-Idade: 60-65 anos, mais prevalente em mulheres na pós menopausa.
-Nuliparidade ou Oligoparidade: Mulheres que tiveram poucos filhos ou não tiveram filhos pois a cada vez que a
mulher entra em um ciclo menstrual estimulam vários folículos e apenas 1 vai ovular, e nessas constante
estimulações o ovário vai trabalhando muito e pega o caminho errado através de mutações .
OBS: O uso de pílulas anticoncepcionais constitui um fator de proteção.
-Raça: Mais comum na raça branca.
-Uso de drogas estimuladoras ovarianas: São aquelas mulheres que não conseguem engravidar e vão fazer
tratamento e usam FSH em altas doses e começam a super ovular ai as células ficam muito estimuladas. Quando
elas chegam na menopausa estão com risco aumentado de CA de ovário.
-Fatores ambientais: Exposição ao asbesto e carbonato de cálcio(talco), irradiação previa por diversos motivos.
-Fatores genéticos: 1) câncer de ovário isolado= translocação do gen BRCA1 do cromossomo 17q21. 2)Síndrome
de câncer de mama e ovario= Sindrome de Lynch1 relacionado também a translocação do gen
BRCA1. 3)Síndrome câncer de ovário, mama e colon= Síndrome de Lynch II (então é o que perguntamos de tem
historia de câncer de mama, ovario ou colon na família porque é o que nos interessa). 4)Sindrome de Li-Fraumeni.
Fatores protetores:
-Paridade e Multiparidade: Pois é um período onde existir um descanso para o ovário.
-Amamentação: anovulação durante este período.
-Uso de anovulatórios: Que é o uso de pílulas que reduz o risco em 60% em usuárias com mais de 5 anos , mas por
outro lado atrapalha porque tem mais chance de ter câncer de colo de útero.
-Ooforectomia profilática: Na existência de mioma muito grande e realização de histerectomia vamos aproveitar e
retirar o ovário, principalmente em mulheres mais velhas. Em mulheres mais novas deve-se avaliar por conta da
indução de menopausa precoce.
-Fatores nutricionais: Dietas pobres em gordura.
Quadro clinico:
-Assintomática: A grande maioria das mulheres são assintomáticas ou possuem manifestações vagas e
inespecíficas, pois tem que esperar este ovário crescer muito e quando aprecem os sintomas geralmente são
intestinas, gástricos.
-Pressão ou dor abdominal: A paciente relata distensão abdominal( a barriga está grande), dispareunia( dor na
relação sexual quando encosta no ovário), dispepsia( azia, plenitude).
-Polaciuria e constipação: em casos de compressão da bexiga ou reto respectivamente.
-Mudança de habito intestinal.
-Ascite: na presença de doença avançada com metástase para o omento ou para o intestino.
-Perda de peso e apetite: a mulher torna-se caquética pois apresentam muitos sintomas gastrointestinais e algumas
ate procuram endoscopia.
-Dispnéia: pela compressão.
-Exame físico: O sinal mais importante é a massa pélvica.
Rastreio:
Não possui um screening ou rastreio especifico, o exame mais aceito para câncer de ovário é o USG, então
toda mulher na menopausa é rotina fazer USG transvaginal de ano em ano. Então você vai examinar e na
presença de cisto ou numa lesão que desconfie ai você pode pedir:
-Dosagem de CA 125: é considerado um marcador de câncer de ovário.
-Dopplerfluxometria colorida: para observar a presença de neovascularização.
-Videolaparoscopia diagnostica.
-Laparotomia exploradora.
Diagnostico:
-No momento do diagnostico 75% dos casos são encontrados tumores avançados. No começo quando o tumor está
confinado ao ovário a detecção de tumor anexial é feita pelo USG rotina ( lesão sólida cística de 3cm no ovário
esquerdo).
- Nas fases avançadas ela já tem caquexia um pouco de ascite, abdome volumoso, massa pélvica palpável e
dispneia.
-Imagem: USG de abdome total, dopplerfluxometria,TC, RNM, laparoscopia,laparotomia que são solicitados de
acordo com a evolução.
-USG: Na ultrassonografia as imagens sugestivas de malignidade são: cistos grandes maiores que 8 cm, cistos que
apresentam septo espesso maiores que 3cm, papilas,espessamento da parede do cisto,nodularidade e
multiloculações, presença de componente solido, massa solida.
-Dopplerfluxometria colorida: no USG mesmo, se desconfiou de alguma coisa, passa o doppler:
-> Neovascularização
-> Fluxo sanguíneo com velocidade aumentada e resistência diminuída, dentro do cisto
Tumores malignos:
- Bilateral
- Cápsula rota
- Superfície irregular
- Heterogênea (necrose)
- Sólido ou misto
- Aderente
- Mais duro, mais firme
- Muitas papilas na superfície ou dentro
- Ascite
- Implantes peritoneais (? 13:51)
Tumor benigno: é móvel, cístico, regular, não tem nada dentro dele, soltinho.
No exame físico de ovário não vou ver nada, o ovário é impalpável. Na mulher normal, a gente pede o
USG, se tiver alguma imagem sugestiva, pede um Doppler.
Marcadores Tumorais:
- CA-125:
Exame de sangue faz a dosagem . Marcador de tumor epitelial. Dosagem elevada cerca de 60% dos
casos. Então ele é importante, porém ele é inespecífico, nem tudo quanto é câncer vai dar positivo. Se a mulher tiver
endometriose o CA-125 pode dar positivo e aumentado. Ele tem baixa sensibilidade, mais associado ao US ele é
importante. Ele é importante no seguimento pós tratamento. Se vc tratou a mulher com câncer tirou tudo, ela está
em controle de 6-6meses, eu vou dosar o CA-125, pq ele tem que estar cada dia mais baixo.
Outros marcadores:
- CEA: para tumor embrionário e tumor mucinoso.
- Alfa HCG: coriocarcinoma.
- Alfa Feto proteína(AFP)
- CA 19.9
- CA15.3
- Estradiol: pode estar aumentado no tumor da célula da granulosa, são células do ovário que produzem estradiol.
-Testosterona: células de Sertoli-Leydig vão produzir mais testosterona.
- DHL
Tipos de Tumor de Ovário:
Histogênese: Epitelial (50-60%) é o mais comum. São tumores que produzem o CA-125. Pode ser:
- Seroso: mais comum (75%), sólido, cístico, sólido-cístico, até 20 cm, com faixa etária mais alta.
- Mucinoso: são maiores e mais volumosos (5-10%), podendo ocupar toda a cavidade abdominal. Obs: o
epitélio neoplásico pode secretar grande quantidade de material mucoso levando a rotura da cápsula
ovariana e extravasamento do conteúdo para a cavidade peritoneal (pseudomixoma peritoneal). Fazem
implantes dentro do peritônio e podem causar ascite.
- Endometrioide: 6-8%, tem associação com casos de endometriose em 10% dos casos.
- Células Claras: apresenta como manifestações clínico-laboratoriais, hipercalcemia e hiperpirexia, de forma
geral associada a doença metastática. Extremamente agressiva, mesmo que ainda limitada aos ovários.
Rara.
- Brenner: menos de 1%.
- Mesotelioma: múltiplas massas intraperitoneais e pode desenvolver-se após histerectomia e anexectomias
bilaterais. Raro tb.
Obs: tem que saber que o epitelial é a maioria dos tumores de ovário, e a maioria dos epitelias são os serosos. O
mucinoso cresce muito e que vem depois. Esses tipos histológicos são dados pela histopatologia, a gente tira o
tumor e vê qual tipo que é.
Histogênese: Cél. Germinativas (15-20%): estas células germinativas estão dentro do nosso ovário que dão
origem aos folículos, elas produzem embriões e elas podem diferenciar para o caminho errado. São eles:
- Disgerminoma: mais comum em pct jovens ( pct estão começando a ovular) , 2% dos tumores malignos,
embora seja o mais comum das células germinativas. (30-40%).
- Teratoma imaturo ou Teratocarcinoma: 2° mais comum. Frequente em mulheres jovens( 10-20 anos). O
teratoma é aquele tumor que pode se diferenciar em um monte de coisas, então no tumor tem cabelo, dente.
- Tumores do seio Endodérmico: 3º mais frequente, tb comum em jovens abaixo de 20 anos. Obs:
Corpúsculo de Schiller-Duval, achado histológico típico.
- Carcinoma Embrionário: extremamente agressivo e raro, que incide em pct muito jovens, em média 14
anos. Pode secretar estrogênio levando a uma pseudopuberdade precoce. Produz o marcador tumoral CEA.
Pct jovem com puberdade precoce investigar tumor de ovário.
- Coriocarcinoma: muito agressivo e raro. Tb mulheres jovens( <20 anos). Prognóstico é sombrio, pois a
maioria das pct já apresentam metástase no momento do diagnóstico. Produz alfa HCG.
Histogênese: Estroma Especializado (5-10%): tumor das próprias células do ovário como células da teca, célula
da granulosa:
Tumores dos cordões sexuais:
- Tumores da Teca-Granulosa: geralmente de baixo grau e em 2/3 dos casos após a menopausa. 98% das
vezes são unilaterais. Tem capacidade de secretar estrogênio, aumentando o risco de puberdade precoce
em jovens e hiperplasia endometrial, doença cística da mama e CA de endométrio em adultas.
- Tumores de Sertoli-Leydig (arrenoblastoma): são extremamente raros e geralmente unilaterais. Sua
principal carcterística é a produção de androgênio, o que causa virilização em mais de 70% das mulheres
acometidas.
- Tecoma
- Ginandroblastoma
Os tumores de menor importância clínica são os tecomas e os fibromas.
Tumores metastáticos: não são originados do ovário, podem ser do trato gastrointestinal e invadem o ovário:
- Tumor de Krukenberg: 30-40% dos casos, 80% bilateral, cresce no estroma ovariano e tem características
células em anel de sinete. Tumor primário está frequentemente localizado no estômago.
Tumores Especializados:
- Struma Ovarii: éuma variante do teratoma cístico maduro com predomínio de mais de 50% de tecido
tireoidiano. E a mulher faz hipertireoidismo, enoftalmia, como se ela tivesse problema de tiroide e na verdade é um
tumor ovariano.
- Tumor Carcinóide
Tumores Boderline: tumores que podem ser benignos ou malignos.
São tumores que apresentam características intermediárias entre as modalidades benignas e malignas, ou
seja, com atividade proliferativa e com atipias mais intensas do que seus correspondentes benignos, porém sem
invasão estromal (então a mulher pode ser curada). Acomete mulheres de 30-50 anos. Sinonímia: de
comportamento intermediário; pré malignos; com proliferação atípica; proliferação com baixo potencial de
malignidade; tumores fronteiriços; limítrofes; carcinoma de baixo grau de malignidade; tumores de baixo potencial de
malignidade.
Fatores prognósticos:o que ajuda e piora
- Tipo histológico: pior é o carcinoma de células claras.
- Grau de diferenciação celular: indiferenciado é o de pior prognóstico.
- Ploidia- aneuploidia é indicativo de mau prognóstico.
- Volume da ascite.
- Extensão da doença residual após a cirurgia.
- Aumento do CA-125 durante o tratamento.
- Expressão do Her-2/neu: relacionado a mau prognóstico- alteração genética.
Disseminação:
- Transcelômica: modo mais comum. Ocorre esfoliação das células do ovário que se implantam na cavidade
peritoneal.
- Continuidade: invasão direta de tecidos vizinhos como: trompas, útero , ovário contralateral, e peritônio pélvico.
- Linfática: ocorre mais tardiamente. Acomete LN paraórticos, pélvico, cadeia obturadora, cadeias ilíacas interna e
externa e menos comum LN inguinais.
- Hematogênica: rara, ocorrendo geralmente no final da doença em estágios avançados. Fígado (+ comum), pulmão
e cérebro.
Estadiamento: NÃO VAI COBRAR!!! O estadiamento de tumor de ovário é cirúrgico.
Estágio I: limitado aos ovários.
Ia: tu limitado a 1 ovário, sem ascite, cápsula íntegra( é bom pq se romper pode disseminar para o peritôneo),
sem tu na superfície externa.
Ib: Tu limitado a 2 ovários, sem ascite, cápsula íntegra, sem tu na superfície externa.
Ic: Tu limitado a 1 a 2 ovários, com ascite ou cápsula rota ou com tu na superfície externa ou lavado da
cavidade contendo células malignas ( se tem células malignas no lavado é sinal de que já está no peritônio).
Estágio II: Tu envolvendo 1 ou ambos ovários com extensão a pelve.
IIa: extensão e/ou metástase para útero e/ou trompas.
IIb: extensão para outros tecidos pélvicos.
IIC: Tu IIa ou IIb, com tu na superfície externa ou com a cápsula rota ou com tu na superfície externa ou
lavado da cavidade contendo células malignas.
Estágio III:
IIIa: tu macroscopicamente limitado á pelve verdadeira com gânglios(-), mas com disseminação histológica
peritoneal abdominal.
IIIb: tu em 1 ou 2 ovários com confirmação histológica de implante peritoneal ( < 2 cm de diâmetro médio)
abdominal comprovada microscopicamente.
IIIC: implantes peritoneais > 2 cm de diâmetro e/ou LN inguinais retroperitoneais (+).
Estágio IV: tu envolvendo 1 ou 2ovários com metástase a distância.
Tratamento: é cirúrgico sempre no começo da doença. A gente vai tirar o ovário, útero etc.
 Estágio Ia e Ib grau I: cirurgia fundamental( HTA+ anexectomia bilateral + omectomia+
apendicectomia). HTA: histerectomia. A gente tira tb o omento pq o ovário fica em contato com o peritônio
e o omento está li, então tirar o omento faz parte da cirurgia de ovário. E tira tb o apêndice.
-Estadiamento é cirúrgico.
-Tumor Boderline e pct no estágio Ia grau I, que desejem getar: anexectomia unilateral. Tira só o ovário
comprometido e fica acompanhando.
 Estágio Ia, Ib e Ic, grau II e III: cirurgia fundamental (a mesma cirurgia descrita acima) + terapia
adjuvante( quimioterapia combinada). Não faz radioterapia para tumor de ovário.

Estágio II, III e IV: estágios avançados. Cirurgia citoredutora + poliquimioterapia. Acompanhamento
CA-125, imagem, cirurgia de revisão. Dça recidivante: quimioterapia paliativa + cirurgia para
obstrução intestinal + citoredução secundária. Vc vai tirar de doença o que vc conseguir.
Arquivo da conta:
jbrazilssa
Outros arquivos desta pasta:
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MED RESUMOS - OBSTETRÍCIA - COMPLETA.pdf (4293 KB)
02 - Contratilidade Uterina e Mecanismo do Parto (1).ppt (2637 KB)
 02 - Contratilidade Uterina e Mecanismo do Parto.ppt (2639 KB)
 05 - Propedêutica da gravidez - Antonio (1).ppt (3877 KB)
 05 - Propedêutica da gravidez - Antonio.ppt (3874 KB)
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