Sobre o Consenso 2017 - Sociedade Brasileira de Arritmias

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SOBRAC REPRESENTA O BRASIL NA ELABORAÇÃO DE CONSENSO
MUNDIAL PARA O TRATAMENTO DA FIBRILAÇÃO ATRIAL
Documento oficial, apresentado no início de maio, durante o
Hearth Rhythm Society Anual Meeting 2017 (EUA), contou com a
participação de especialistas de outras dez entidades mundiais
A Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC) participou da elaboração do
"Consenso Mundial de Especialistas no Tratamento Cirúrgico e Ablação por Cateter de
Fibrilação Atrial". Ao todo, participaram 11 entidades internacionais de cardiologia,
sendo a SOBRAC e a Sociedade Latinoamericana de Estimulação Cardíaca e
Eletrofisiologia (SOLAECE) as sociedades representantes da América Latina. Por estas
entidades, os indicados foram os cardiologistas brasileiros Eduardo Saad, Guilherme
Fenelon e Mauricio Scanavacca. O documento foi apresentado no início do mês de maio,
durante o Hearth Rhythm Society Anual Meeting, realizado em Chicago (EUA), e servirá
como base para a prática médica em todo o mundo.
Os demais especialistas indicados a participar do Consenso de 2017 são integrantes da
Heart Rhythm Society (HRS), European Heart Rhythm Association (EHRA), European
Cardiac Arrhythmia Society (ECAS), Asian Pacific Heart Rhythm Society (APHRS), Society
of Thoracic Surgeons (STS), American College of Cardiology (ACC), American Heart
Association (AHA), Canadian Heart Rhythm Society (CHRS) e Japanese Heart Rhythm
Society (JHRS).
Sobre o Consenso 2017
Durante as últimas três décadas, o procedimento de ablação com cateter para o
tratamento da Fibrilação Atrial (FA) tem sido uma opção de tratamento bastante eficaz.
Devido aos muitos avanços tecnológicos que ocorreram neste período e,
consequentemente, melhores resultados da ablação, o Consenso foi reescrito e
atualizado, contando com a participação de um grupo composto por 60 especialistas,
representantes de 11 organizações/entidades internacionais.
O Consenso tem relevância mundial, visto a crescente incidência da Fibrilação Atrial e a
necessidade de atualizações na prática médica. A Fibrilação Atrial é um subtipo de
arritmia cardíaca muito comum, caracterizada por um ritmo de batimentos irregulares
dos átrios, com incidência de 2% na população mundial. É a segunda maior causa de
mortes em tudo mundo. No Brasil, estima-se que a doença tenha um significativo
aumento, em torno de 5 a 10 % nos próximos anos.
Por muitas razões, a Fibrilação Atrial desperta atenção especial de cardiologistas,
entidades médicas e serviços de saúde em vários países. Somente nos Estados Unidos,
acomete entre 3 e 5 milhões de pessoas e, até 2050, prevê-se que esse número
ultrapassará os 8 milhões. Também ganha relevância por levar a um potencial aumento
do risco de Acidente Vascular Cerebral.
A FA também está associada ao desenvolvimento de insuficiência cardíaca, demência
provocada por micro AVCs e por uma infinidade de sintomas, como palpitações, fadiga
e tolerância reduzida ao exercício, com evidente e significativo prejuízo na qualidade de
vida de seus portadores. Os principais preditores de risco são a progressão idade,
hipertensão, isquemia prévia, doença pulmonar obstrutiva crônica e outras
comorbidades associadas, como Diabetes Mellitus, apneia do sono e obesidade.
A hereditariedade é outro fator importante e destacado no Consenso. Indivíduos com
um parente de primeiro grau com FA têm aproximadamente 40% maior risco para o seu
desenvolvimento. Estudos em genética serão cada vez mais importantes para a
estratificação da doença, assim como para determinar estratégias, alternativas ou
tratamentos complementares aos pacientes com maior risco para adquirir FA, prever
acidente vascular cerebral e definir quais as terapias serão mais indicadas.
Tudo isso envolve e impacta em recursos de cuidados com a saúde. Nos Estados Unidos,
por exemplo, os custos anuais são de US$ 8,700 por paciente, representando mais de
450.000 internações por ano e mais de 99.000 mortes.
Ablação por Cateter para Fibrilação Atrial
A Ablação por cateter é considerada como terapia de “Primeira Linha”, indicada para
pacientes com sintomas paroxísticos (em crises) ou persistentes. Consiste em um
procedimento eletrofisiológico intervencionista, com baixíssimo índice de complicações
maiores e mortalidade hospitalar. Vale ressaltar que a taxa de sucesso do procedimento
é elevada e, por isso, adotada como procedimento padrão para muitos casos de FA, pois
há indícios de que promove a manutenção do ritmo sinusal de forma mais eficiente do
que o tratamento medicamentoso.
A ablação por cateter exige treinamento específico na área de atuação em
Eletrofisiologia. Os especialistas devem seguir princípios fundamentais, como a seleção
adequada de pacientes, ter conhecimento profundo da anatomia dos átrios e estruturas
adjacentes, conhecer os conceitos das estratégias de ablação e devem ter competência
técnica para prevenção e gestão de complicações.
Dada a evolução de técnicas e tecnologias, além da radiofrequência, outras alterativas
têm sido adotadas na ablação da FA. Nos últimos anos, a crioablação foi introduzida
como uma das alternativas eficientes. Trata-se de um procedimento no qual a
cauterização dos focos é feito por meio de um balão à temperatura de -50o C. O
procedimento pode ser mais rápido do que a ablação por radiofrequência convencional.
Fatores de Risco
Os principais fatores de risco associados à ocorrência de Fibrilação Atrial são a obesidade
(aumento do índice de massa corporal - IMC), presente em um quinto de todos os casos;
a apneia do sono, que afeta aproximadamente 24% dos homens e 9% das mulheres
entre 30 e 60 anos de idade – em pacientes com FA, a prevalência de apneia do sono
varia de 32% a 39%; a hipertensão, um fator de risco independente e bem estabelecido;
o diabetes e o consumo de bebida alcoólica, que eleva o risco de eventos
tromboembólicos e recidivas.
A prática de exercício físico é sempre benéfica para muitos portadores de FA, sobretudo
para pacientes sedentários e inativos. No entanto, existe um paradoxo: uma metaanálise com 655 atletas de alta performance apontou um risco 5 vezes maior de
ocorrência de FA quando a atividade física é realizada durante período de tempo
prolongado e com alta intensidade, pois aumenta a condição de inflamação sistêmica e
crônica do coração.
O futuro
Espera-se para os próximos anos a adoção maior de abordagens interdisciplinares e
colaborativas para o tratamento da Fibrilação Atrial, visando melhores resultados para
os pacientes. O Consenso de 2017 aponta ainda que a prevenção e tratamento da
Fibrilação Atrial dependem de mais ensaios clínicos e de um equilíbrio entre os avanços
tecnológicos e a cooperação entre cardiologistas, eletrofisiologistas e cirurgiões, para
assegurar uma adequada seleção de pacientes e para cada tipo de procedimento.
A SOBRAC foi convidada e também participará da elaboração dos próximos Consensos
Mundiais de Especialistas sobre “Diagnóstico e Tratamento de Arritmias nas Doenças
Neuromusculares”, na “Displasia Arritmogênica do Ventrículo Direito e na Diretriz de
Ressonância Magnética em Portadores de Dispositivos Implantáveis”. Também está
participando do documento sobre as “Alterações Cognitivas na Fibrilação Atrial”, em
elaboração.
Em 2015, a SOBRAC participou do “Consenso de Especialistas em Síndromes
Disautonômicas e Taquicardia Sinusal Inapropriada” e, em 2016, do “Consenso de
Arritmias em Atletas”, estes já publicados.
No hiperlink, acesso ao documento oficial do “Consenso Mundial de Especialistas no
Tratamento Cirúrgico e Ablação por Cateter de Fibrilação Atrial”:
Consensus Statement on Catheter and Surgical Ablation of Atrial Fibrillation
Sobre a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas – SOBRAC
Criada oficialmente em 1984, a SOBRAC, antigo Departamento de Arritmias e Eletrofisiologia
Clínica (DAEC), é uma entidade médica sem fins lucrativos, afiliada à Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC). Seus objetivos são normatizar as atividades relacionadas às arritmias
cardíacas no Brasil, promover o desenvolvimento científico e a valorização profissional da
especialidade, além de orientar a população leiga a respeito dos problemas mais comuns ligados
à arritmia cardíaca e morte súbita por meio de campanhas educativas.
Site SOBRAC: www.sobrac.org
Redes Sociais SOBRAC:
Informações para a Imprensa:
Baruco Comunicação Estratégica - Telefone: 11 3539-9901
Ricardo Berlitz: (11) 99645-2067 | [email protected]
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