Fibrilação Atrial A Fibrilação Atrial é a arritmia cardíaca sustentada mais comum em toda a população mundial. Seu aparecimento tem sido cada vez maior em decorrência dos hábitos diários da população, das doenças associadas e do aumento da longevidade. Estima-se que hoje entre 1 a 2% de toda a população do mundo tenha essa arritmia cardíaca o que confere a ela um caráter de epidemia. Os sintomas atribuídos pelos pacientes podem ser desde inespecíficos como mal estar, adnamia e prostração até aqueles que tornam incapacitante a vida diária do paciente ou que o levem a atendimento em unidades de urgência e emergência. Muitas vezes existem relatos de palpitações e sensação de coração acelerado batendo de forma descompassada. As queixas dos pacientes podem ser variadas e devem ser indidualizadas pois muitas pessoas não apresentam quaisquer queixas quando a fibrilação atrial é diagnosticada. A fibrilação atrial como o próprio nome indica, compromete os átrios que são as cavidades superiores do coração os quais, durante a arritmia podem chegar a bater com frequência acima de 500 vezes por minuto. Nesta frequência, os átrios apenas tremem, ou fibrilam, e não são capazes de bombear de forma adequada o sangue aos ventrículos. Além disso o fluxo sanguíneo lento nessas cavidades provoca a mais preocuante complicação dessa arritmia que é a formação de coágulos dentro do coração. Estes por sua vez podem se desprender e obstruir vasos importantes, podendo provocar os conhecidos e temidos derrames (AVC). Devido a isto, a fibrilação atrial passou a ser considerada uma arritmia de risco, pois pode provocar complicações muito graves quando não tratada, principalmente nas pessoas com predisposição, como as que sofrem de hipertensão arterial, idosos, as mulheres que usam anticoncepcionais, os que apresentam o coração dilatado, os diabéticos e aquelas pessoas que já foram acomentidas por um AVC previamente. O tratamento da fibrilação atrial depende muito da condição do coração do paciente e podm variar entre a manutenção da arritmia mas com controle da frequência cardíaca e uso dos anticoagulants (para aquelas pessoas com necessidade) ou a reversão da arritmia para retorno do ritmo normal do coração. Quando optamos para retornarmos ao ritmo normal do coração podemos seguir três tipos de tratamento, incluindo o tratamento medicamentoso, a cardioversão elétrica e ablação por cateter. Quando o paciente não apresenta bons resultados ao tratamento com medicamentos, ou quando prefere um tratamento mais definitivo, a ablação por cateter é o procedimento mais indicado (variando de caso a caso). Este procedimento já está muito desenvolvido para o tratamento das arritmias cardíacas em geral e hoje para o tratamento da fibrilação atrial temos encontrado excelentes resultados. Para este procedimento, a estrutura do laboratório de eletrofisiologia tem que ser diferenciada. Uma série de equipamentos adicionais e de última geração permite o mapeamento apurado da localização da arritmia. O átrio esquerdo é a cavidade do coração que nos concentramos a trabalhar para resolução da arritmia durante o procedimento. Os centros montados pela equipe médica do CEAC possuem aparelhos de ecocardiografia intracardíaca (equipamento de ultrassonografia que faz o ecocardiograma através de uma sonda – cateter – localizado dentro do coração) o que nos fornece uma imagem em tempo real das cavidades cardíacas, além dos sistemas de mapeamento eletroanatômico (Sistema Carto 3 e EnSite/NAVX) que são computadores especializados usados na ablação que são capazes de reconstruir tridimensionalmente uma ou mais cavidades do coração e que auxiliam a localização das estruturas, da origem da arritmia e a marcação dos pontos onde já foram realizados os tratamentos.