ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PROF. GLAUBER MARINHO Prezado concursando, Para dialogarmos a respeito de Ética no Serviço Público, anteriormente, torna-se necessário identificar a origem e significado dessa palavra – chamamos isso de etimologia. Além disso, devemos diferenciar ética de moral por meio da filosofia. Assim, podemos compreender o porquê de estudar a ciência ética para, de maneira prática, por meio da moral, aplicá-la na esfera pública. Pensando nos objetivos citados, compilei alguns textos (com a devida indicação da fonte) para facilitar nossa caminhada. Na intenção de vincular a leitura às questões de concursos públicos anexei algumas dessas questões ao final dos assuntos trabalhados. Espero contribuir com sua aprovação. Bons estudos! Glauber Marinho. Ética e moral Internet: <www.espacoacademico.com.br> (com adaptações). Ética tem origem no grego ethos, que significa modo de ser. A palavra moral vem do latim mos ou mores, ou seja, costume ou costumes. A primeira é uma ciência sobre o comportamento moral dos homens em sociedade e está relacionada à Filosofia. Sua função é a mesma de qualquer teoria: explicar, esclarecer ou investigar determinada realidade, elaborando os conceitos correspondentes. A segunda, como define o filósofo Vázquez, expressa “um conjunto de normas, aceitas livre e conscientemente, que regulam o comportamento individual dos homens”. Ao campo da ética, diferente do da moral, não cabe formular juízo valorativo, mas, sim, explicar as razões da existência de determinada realidade e proporcionar a reflexão acerca dela. A moral é normativa e se manifesta concretamente nas diferentes sociedades como resposta a necessidades sociais; sua função consiste em regulamentar as relações entre os indivíduos e entre estes e a comunidade, contribuindo para a estabilidade da ordem social. Conceito de ética http://www.unitins.br/elearning/arquivos/salavirtual/documento/632941094452169792_ap ostila_etica_adobe.pdf (com adaptações) A ética pode ser definida sob seu aspecto etimológico, isto é, observando a origem da palavra, ou sob o aspecto real, definindo-a. A palavra “ética” vem do grego “ethos”, que significa “costume”, “uso” ou “forma de conduzir-se”. Duas palavras gregas, parecidas, explicam o sentido etimológico de Ética: ethos e éthos. • Ethos pode ser entendido como costume. Refere-se aos usos e costumes de um grupo. Praticamente com o mesmo significado, em latim “costume” corresponde a “mos” e “moris”, originando a palavra “moral”. • Éthos pode ser entendido como domicílio, moradia, a morada habitual de alguém. Passou a designar a maneira de ser habitual, o caráter, a disposição da alma. Caráter é marca, sigilo, timbre ou disposição interna da vontade que a inclina a agir habitualmente de determinada maneira. É o hábito, para o bem ou para o mal, virtuoso ou vicioso. Hábito é efeito de atos, pois a repetição de atos causa o hábito; mas uma vez adquirido, o hábito toma-se causa de atos. 1 Bittar (2005, p.28) afirma ainda que: Todas as éticas, sejam quais forem suas orientações, premissas, engajamentos e preocupações, sempre elegem ‘o melhor’ como sendo a finalidade do comportamento humano. Toda postura ética assume uma espécie do que seja ‘o melhor’ para o direcionamento da ação humana e, uma vez eleita, segue a trilha e a orientação traçada para a sua realização, assumindo os riscos do caminho e das conseqüências. Para alguns filósofos, agir com ética significa alcançar a felicidade plena do ser humano. Esse é, segundo eles, o único meio de alcançar a felicidade, uma vez que a ética mostra o caminho para alcançar uma vida moralmente boa. “Ser feliz, é o resultado do bem agir” (ALONSO; LOPEZ; CASTRUCCI, 2006, p. 4). Moral A moral é o conjunto de princípios e regras de conduta existentes em um determinado grupo social, de acordo com os valores ali estabelecidos e com o momento histórico vivido. Para Vasquez (1998) a Moral representa um “sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a comunidade e não de uma maneira mecânica, externa ou impessoal”. Esses valores são os princípios e as regras de conduta eleitos pelos indivíduos em uma dada sociedade, de acordo com o tempo. Os valores estão intimamente relacionados às necessidades humanas, ou seja, é uma necessidade do homem que faz surgir um valor. O valor não possui uma definição concreta, material. Está associado à idéia que fazemos de bem e de mal. Ele remonta à moral, uma vez que esta é, justamente, a prática do bem pelo indivíduo. http://www.unitins.br/elearning/arquivos/salavirtual/documento/633256444149202500_sociabilidade_e_cultura_judiric a.pdf Os valores é o que desejamos alcançar enquanto grupo, e englobam tanto os fins pretendidos, como as características aprovadas (as virtudes). Funcionam como orientadores nas escolhas do grupo, assim como os princípios (muitas vezes eles são entendidos como sinônimos), que também são os fundamentos éticos daquela coletividade. O conjunto de valores constitui o ideal do grupo, aquilo que se apresenta como o bem, o bom a ser alcançado. A adoção desses ideais possibilita a criação de uma identidade grupal. Por fim, adotam-se regras para reger situações e problemas vividos por aquela coletividadade a fim de dar maior visibilidade e eficácia aos valores por ela professados. A virtude (do latim virtus) é uma qualidade moral particular. Virtude é uma disposição estável em ordem a praticar o bem; revela mais do que uma simples característica ou uma aptidão para uma determinada ação boa: trata-se de uma verdadeira inclinação. Virtudes são todos os hábitos constantes que levam o homem para o bem, quer como indivíduo, quer como espécie, quer pessoalmente, quer coletivamente. A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Segundo Aristóteles, é uma disposição adquirida de fazer o bem,e elas se aperfeiçoam com o hábito. A Ética no Serviço Público: Tema Relevante em Concurso Público Artigo publicado na Revista Concurso em Foco Ano III 2010- 09 de Fevereiro Professora Andréia Ribas (Ética no Serviço Publico] 2 Os Conceito de Ética, Moral e Direito: Ética: Grego (ethos) disciplina filosófica que estuda o valor das condutas humanas, seus motivos e finalidades. Reflexão sobre os valores e justificativas morais, aquilo que se considera o bem. Análise da capacidade humana de escolher, ser livre e responsável por sua conduta entre os demais, enfim, a ética é a ciência que estuda a moral ou aquela que estuda o comportamento dos homens na sociedade. Moral: Latim (mores) conjunto dos costumes, hábitos, valores (fins) e procedimentos (meios) que regem as relações humanas, considerados válidos e apreciados, individual e coletivamente. Direito: O direito também tem muito a ver com a moral e com a ética. A relação do Direito com a moral existe fortemente porque o Direito surge pela sistematização da lei, e a lei, por sua vez, surge justamente pela concretização normativa de um costume, que é um princípio moral aceito pela sociedade. Porém, a grande diferença que sempre existiu entre os dois é que o Direito se impunha coercitivamente, havendo instrumentos de força à sua disposição. A moral, entretanto, não se impunha coercitivamente, porque a moral só está presente onde há consciência individual. HISTÓRIA DA ÉTICA Vásquez (1997, p.228) acrescenta que “as doutrinas éticas fundamentais nascem e se desenvolvem pelas relações entre os homens, e, em particular, pelo seu comportamento moral efetivo.” Desta forma, existe uma inter-relação entre a doutrina ética que vigora em uma determinada época na história e os padrões de conduta, valores e normas que prevalecem e estabelecem a moral predominante. Devido ao processo dinâmico de mudanças verificado nas sociedades, os padrões de conduta vão sendo (re)visados, valores vão sendo (re)pensados e as normas alteradas, gerando consequentemente, uma nova moral que será objeto de estudo de uma nova doutrina ética. Segundo o autor “as doutrinas éticas não podem ser consideradas isoladamente, mas dentro de um processo de mudança e de sucessão que constitui propriamente a sua história.“ (VÁSQUEZ, 1997, p.228) A partir disso, torna-se menos complexo a compreensão de como historicamente a ética vem se definindo. É comum dividir a história da ética em : grega, medieval, moderna e contemporânea. Ética Grega – até 146 AC Gregos e romanos: inventaram a política, a vontade coletiva se sobressai em relação à vontade particular. Homem é social e não pode levar vida moral como indivíduo isolado. Atividade humana deve gerar o bem supremo. As virtudes é que conduzem ao bem- escolhido por inteligência e convicção. A Ética de Aristóteles - assim como a de Platão está unida à sua filosofia política, já que para ele a comunidade social e política é o meio necessário para o exercício da moral. Somente nela pode realizar-se o ideal da vida teórica na qual se baseia a felicidade. O homem moral só pode viver na cidade e é portanto um animal político, ou seja social. Apenas deuses e animais selvagens não tem necessidade da comunidade política para viver. O homem deve necessariamente viver em sociedade e não pode levar uma vida moral como indivíduo isolado e sim no seio de uma comunidade. Para Vásquez (1997), a ética socrática é racionalista, sendo composta por três elementos: Ética Cristã Medieval - 476 – 1500 DC Cristianismo: existe a esfera do poder, mas não da política, ética do governante poder teológico-político. A Ética é a Ética da pessoa do governante. É ele quem tem de ser educado para as virtudes. É ele quem não pode ter vícios. É ele quem tem que cumprir o dever porque das qualidades dele dependem as virtudes ou os vícios. O Cristianismo se eleva sobre o que restou do mundo greco-romano e no século IV torna-se a religião oficial de Roma. Com o fim do "mundo antigo" o regime de servidão substitui o da escravidão e sobre estas bases se constrói a sociedade feudal, extremamente estratificada e hierarquizada. Nessa sociedade fragmentada econômica e politicamente, verdadeiro mosaico de feudos, a religião garantia uma certa unidade social.Por este motivo, a política fica dependente dela e a Igreja Católica passa a exercer, além de poder espiritual, o poder temporal e a 3 uma concepção do bem e do bom; a tese da virtude (areté) como conhecimento, e do vício como ignorância e a tese segundo a qual a virtude pode ser transmitida ou ensinada. De acordo com o autor: Resumindo, para Sócrates, bondade, conhecimento e felicidade se entrelaçam estreitamente. O homem age retamente quando conhece o bem e, conhecendo-o, não pode deixar de praticá-lo; por outro lado, aspirando ao bem, sente-se dono de si mesmo e, por conseguinte, é feliz. (VÁSQUEZ, 1997,p.231) O autor ainda complementa a respeito da ética aristotélica: A ética de Aristóteles – como a de Platão – está unida à sua filosofia política, já que para ele – como para o seu mestre – a comunidade social e política é o meio necessário da moral. O homem enquanto tal só pode viver na cidade ou polis; é, por natureza, um animal político, ou seja, social. Por conseguinte, não pode levar uma vida moral como indivíduo isolado, mas como membro da comunidade. Por sua vez, a vida moral não é um fim em si mesmo, mas condição ou meio para uma vida verdadeiramente humana: a vida teórica na qual consiste a felicidade. (VÁSQUEZ, 1997, p.234) monopolizar também a vida intelectual. A ética cristã é uma ética subordinada à religião num contexto em que a filosofia é "serva" da teologia. Temos então uma ética limitada por parâmetros religiosos e dogmáticos. Como principais pensadores desta época, Vásquez (1997) cita Santo Agostinho (354-430) e Santo Tomás de Aquino (1226-1274). A ética agostiniana é bastante influenciada pelo pensamento de Platão, mas, se contrapõe ao racionalismo ético dos gregos, quando valoriza a experiência pessoal, a interioridade, a vontade e o amor. Já a ética tomista recebe a influência de Aristóteles, colocando Deus como fim último que vai levar o homem ao atingimento da felicidade. Para tanto, assim como no pensamento aristotélico, uma vida contemplativa é o caminho para chegar a este fim. Teocentrismo Ética Moderna 1453-1789 - Não é fácil sistematizar as diversas doutrinas éticas que surgiram neste período, tamanha sua diversidade, mas podemos encontrar talvez como reação à ética cristã teológica uma tendência antropocêntrica. A forma de organização social que sucedeu à feudal, traz em sua estrutura mudanças em todas as ordens. O homem recupera valor pessoal por dotar razão. A economia, por exemplo, viu crescer de forma muito intensa o relacionamento de suas forças produtivas com o desenvolvimento científico que começara a fundamentar a ciência moderna e desse relacionamento se desenvolvem as relações capitalistas de produção. Essa nova forma de produção fortalece uma nova classe social - a burguesia - que luta para se impor política e economicamente. É uma época de grandes revoluções políticas (Holanda, França e Inglaterra) e no plano estatal assistimos o desaparecimento da fragmentada sociedade feudal e o fortalecimento dos grandes Estados Modernos, únicos e centralizados.Nessa nova ordem vemos a razão se separando da fé (a filosofia separa-se da religião), as ciências naturais dos pressupostos teológicos, o Estado da Igreja e o homem de Deus. Para estudo da ética moderna precisamos observar que ela pode ser analisada a partir de duas vertentes – conforme o esquema abaixo: ÉTICA DEONTOLÓGICA Deontológica: baseada em princípios universais baseada em interesses coletivos os fins não justificam os meios TELEOLÓGICA Teleológica: egoísta e altruísta baseada em interesses próprios os fins justificam os meios 4 DEONTOLÓGICA TELEOLÓGICA A preocupação maior da ética de Kant era estabelecer a regra da conduta na substância racional do homem. Ele fez do conceito de dever ponto central da moralidade. Hoje em dia chamamos a ética centrada no dever de deontologia. John Stuart Mill apresenta como princípio da utilidade o princípio da maior felicidade. A ética utilitarista denominada "consequencialista" assenta na idéia que cada pessoa deve articular os seus interesses particulares com os interesses mais comuns, de maneira que a sua ação seja boa, isto é, proporcione a máxima utilidade a todas as pessoas envolvidas nos resultados da ação. Ética Empírica, relativista. É REPUDIADA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, POIS VIOLA O PRINCÍPIO DA MORALIDADE. O conhecimento do dever seria consequência da percepção, pelo homem, de que é um ser racional e como tal está obrigado a obedecer o que Kant chamava de "imperativo categórico", que é a necessidade de respeitar todos os seres racionais na qualidade de "fins em si mesmo". É o reconhecimento da existência de outros homens (seres racionais) e a exigência de comportar-se diante deles a partir desse reconhecimento. Deve-se então tratar a humanidade na própria pessoa como na do próximo sempre como um fim e nunca só como um meio. "Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal." (KANT, 1984, p.129) Ética formal, absoluta. David Hume (1711-1776) seguindo essa linha nos coloca que o fundamento da moral é a utilidade, ou seja, é boa ação aquela que proporciona "felicidade e satisfação" à sociedade. Ao invés de limitar os desejos humanos àqueles determinados apenas pelo interesse pessoal (comida, dinheiro, glória, etc), Hume percebeu que muitas das nossas paixões estão baseadas no que ele chamava de simpatia. Essa visão do ser humano como criatura simpática tornava impossível traçar, à maneira de Hobbes, uma nítida linha divisória entre o interesse pessoal e o interesse alheio, uma vez que agora é possível encarar o interesse alheio como se ele fosse um interesse pessoal. Hume estava propondo uma espécie de razão emocional para o comportamento altruísta. Teoria perfeccionista - Também conhecida como ética das virtudes, define a virtude como um traço de caráter manifestado no agir habitual; A virtude moral é uma característica do caráter que é bom uma pessoa possuir. Várias podem ser apresentadas: benevolência, compaixão, coragem, equidade, afabilidade, generosidade, honestidade, justiça, paciência, sensatez, lealdade, tolerância etc. As virtudes são consideradas importantes pelo fato de que a pessoa virtuosa terá uma vida melhor e, consequentemente para a organização como um todo. Pese embora todas as vantagens que esta ética possa oferecer levanta, no entanto, algumas questões ao nível da sua fundamentação, que pode oscilar entre o egoísmo ético e o utilitarismo por um lado ou o contratualismo por outro. Tem como um dos pilares o 5 princípio da confiança. É A TEORIA PREDOMINANTE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA!! A ética da convicção, de caráter deontológico, apresenta a virtude como estando submetida ao respeito pelo imperativo categórico da lei moral. Regula-se por normas e valores já estabelecidos que pretende aplicar na prática,independentemente das circunstâncias ou das consequências daí resultantes. Trata-se, portanto, de uma ética do dever, atendendo que os seus princípios se traduzem em obrigações ou imperativos aos quais se deve obedecer. É uma ética do absoluto, sem dúvidas, formal, na qual os seus princípios se traduzem em imperativos incondicionais. O que define o bem ou o mal mais não é do que a tradução ou concordância de valores ou princípios em práticas adequadas. A ética da responsabilidade, de caráter teleológico, apresenta um pendor mais utilitarista atendendo que orienta a sua ação a partir da análise das consequências daí resultantes. Esta análise levará em linha de conta o bem que pode ser feito a um número maior de pessoas assim como evitar o maior mal possível. Espera-se, portanto que uma ação se traduza na maior felicidade possível para o maior número de pessoas possível. A ética da responsabilidade pode apresentar também um vertente que difere do utilitarismo e que se prende com a finalidade, ou seja, a bondade dos fins apresenta-se como justificativa para que se tomem as medidas necessárias à sua realização. Tratase, assim, de uma ética centrada na eficácia de resultados, na análise dos riscos, na eficiência dos meios e procura conciliar uma postura pragmática com o altruísmo SISTEMAS ÉTICOS NAS ORGANIZAÇÕES Grande parte dos dilemas éticos envolve os conflitos entre as necessidades do indivíduo em relação ao grupo.Muitos gerentes ao enfrentar esse tipo de escolha ética difícil se valem de uma abordagem normativa ,baseada em normas e valores importantes para a empresa, como forma de orientar sua tomada de decisão. As éticas normativas/aplicadas utilizam quatro abordagens principais para descrever os valores e direcionar a tomada de decisão ética: Abordagem utilitária( explicada anteriormente) – teleológica altruísta; Abordagem individualista :as ações são consideradas morais quando promovem os interesses individuais ao longo do tempo À ética do individualismo se contrapõe a ética do consenso e consiste em um conjunto de práticas de conduta que o indivíduo exerce tendo como fim unicamente sua realização pessoal. Quando a ética individualista se sobrepõem à ética do consenso deixa-se de optar pelo que é comum, público, coletivo e de interesse geral, fazendo-se com que a esfera pessoal se sobreponha a todo e qualquer mecanismo de conscientização social- teleológica egoísta; Abordagem da moral e dos direitos: “decisões éticas são as que não interfiram nos direitos fundamentais alheios” - deontológica; e Abordagem da justiça:“o conceito ético de que as decisões morais precisam ser baseadas nos padrões de equidade, justiça e imparcialidade”- deontológica. Ética Contemporânea - 1789 aos dias atuais Na ética contemporânea, o sujeito não é mais um sujeito substancial, soberano e absolutamente livre, nem um sujeito empírico puramente natural. Ele é simultaneamente os dois, na medida em que é um sujeito históricosocial. Assim, a ética adquire um dimensionamento político, uma vez que a ação do sujeito não pode mais ser vista e avaliada 6 fora da relação social coletiva. Desse modo, a ética se entrelaça, necessariamente, com a política, entendida esta como a área de avaliação dos valores que atravessam as relações sociais e que interliga os indivíduos entre si. SEVERINO, A. J. Filosofia. São Paulo: Cortez, 1992 (adaptado). Na ética contemporânea, a ética passa a ser uma relação entre as pessoas, há reciprocidade; diferentemente das anteriores, ela não vem de Deus, da religião ou do homem isolado. Ela vem de grandes acertos, em formas de discursos, diálogos, consentimentos; daí os acordos, tratados, fóruns de discussão entre nações serem cada vez mais frequentes. Deve-se encontrar, através dos diálogos, um princípio de universalização de comportamento. Provocada pelas violentas mudanças ocorridas em toda a humanidade, com o desenvolvimento das ciências que chegaram ao paradoxo de criar condições cada vez mais eficientes de destruição, até mesmo da própria humanidade. Ocorreu então uma reação: a) Contra o formalismo e o universalismo abstrato e em favor do homem concreto. b) Contra o racionalismo absoluto e em favor do reconhecimento do irracional no comportamento humano. c) Contra a fundamentação transcendente da ética e em favor da procura da sua origem no próprio homem. As principais correntes desta Ética Contemporânea são: o Existencialismo, o Pragmatismo, a Psicanálise, o Marxismo, o Neopositivismo e a Filosofia Analítica. O pragmatismo, como doutrina ética, tem como expoentes são o filósofo e psicólogo William James e o filósofo educador John Dewey. Procura identificar a verdade com o útil, como aquilo que melhor ajuda a viver e conviver. O Bom é algo que conduz a obtenção eficaz de uma finalidade, fim esse que nos conduz a um êxito. Dessa forma os valores, princípios e normas perdem seu conteúdo objetivo e o bem passa a ser aquilo que ajuda o homem em suas atividades práticas, variando conforme cada situação. Para essa corrente, eticamente quando se diz que algo é bom, significa que leva eficazmente à obtenção de um fim, que leva ao êxito. Assim, torna-se essencialmente egoísta. No Marxismo, a visão do Homem é de ser produtor, transformador, criador, social e histórico. Dentro desta visão, são estabelecidas as premissas de uma ética marxista, dando especial valor às classes e destas, especialmente ao proletariado cujo destino histórico é abolir a si próprio dando origem a uma sociedade verdadeiramente humana. Em nosso século, o Capitalismo Financeiro substitui o Capitalismo Industrial, dando origem aos trustes e aos cartéis. Somando-se à exploração do Homem pelo Homem, vem a exploração dos Países pobres pelos Países ricos. Daqueles são retirados, por esses, as matérias-primas e até os alimentos, sem haver, contudo, qualquer contrapartida sócioeconômica. A política, a arte e a ciência vão adquirindo uma autonomia cada vez maior, e a ética, tanto quanto a religião, perde a hegemonia que exercia sobre a sociedade tradicional. E, num segundo tempo, a economia assume o papel dominante ficando até mesmo a ética a ela subordinada. A Consciência passa a ser considerada como uma forma de censura e de cerceamento da liberdade, enquanto essa adquire foros de plenitude sem limites http://eticanotrabalho.no.comunidades.net/index.php?pagina=1129203526 http://www.eticaempresarial.com.br/imagens_arquivos/artigos/File/Monografias/cdigo%20de %20etica.pdf http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/filosofia/0038.html http://www.eticus.com/teoriaseticas.php?sp=7 http://pt.scribd.com/doc/73085886/53/Resultado#page=51 http://veja.abril.com.br/educacao/enem-provas-gabaritos/2010/humanas/Q44.pdf 7