A atual prevalência de asma em obesos tem

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Disciplina EFP5745-2
ASMA E ATIVIDADE MOTORA
Prof. Dr. Luzimar R. Teixeira
OBESIDADE E ASMA
A atual prevalência de asma em obesos tem sugerido uma
possível relação entre essas duas patologias. São vários os mecanismos
pelos
quais
a
obesidade
pode
causar
sintomas
respiratórios
ou
alterações adicionais nas vias aéreas. Os mecanismos envolvidos nessa
associação ainda não são claros, no entanto, algumas hipóteses têm
sido investigadas.
HIPÓTESES

Fatores ambientais

Fatores genéticos

Hormônios femininos

Efeitos mecânicos

Leptina
Fatores ambientais
Assim como a obesidade, a asma sofre influências ambientais. O
aumento da prevalência de ambos (obesidade e asma) nos países em
desenvolvimento pode ser explicada por alterações no estilo de vida,
como inatividade física e a maior oferta de alimentos hipercalóricos
(PLATTS-MILLS et al, 2000).
Fatores genéticos
É possível que genes “candidatos” a obesidade, se localizem em
regiões
cromossômicas
relacionadas
a
asma.
Há
também
a
possibilidade desses genes produzirem proteínas que influenciariam
diretamente o estado da asma, tais como as citocinas. As citocinas são
proteínas que atuam no processo inflamatório e incluem as interleucinas
pró – inflamatórias 4 e 13 responsáveis pelo aumento da suscetibilidade
à alergia.
Hormônios femininos
A obesidade acelera a secreção de hormônios femininos, sendo que
alguns destes hormônios favorecem a produção de citocinas.
A
secreção
de
hormônios
femininos,
também
aumenta
a
disponibilidade de estrógenos, podendo alterar a resposta de receptores

adrenérgicos, o que favoreceria a broncoconstrição (CASTRO-
RODRIGUEZ et al, 2001).
Efeitos mecânicos da obesidade sobre a função
respiratória
O efeito da obesidade sobre o volume pulmonar e as variáveis
espirométricas é complexo e depende do grau de obesidade, idade e
tipo de distribuição de gordura (central ou periférica). As alterações
anatômicas
decorrentes
da
obesidade,
podem
ter
efeitos
no
procedimento mecânico do sistema respiratório, alterando o volume
pulmonar, o calibre das vias aéreas ou a força dos músculos
respiratórios;
resultando em sintomas como respiração asmática
(respiração difícil) e falta de ar, sem alterar a ação das vias aéreas.
Leptina
Leptina (grego) - leptos = magro
É uma proteína secretada por adipócitos, responsável pela
regulação de diferentes vias endócrinas, com ações centrais e periféricas
e desempenha funções nos sistemas:
Hematopoiético
Imune
Reprodutor
Cardiovascular
Recentes trabalhos demonstram ainda que a leptina possui ações no
sistema Respiratório.
Mulheres secretam duas vezes mais leptina que os homens para
uma mesma quantidade de gordura corporal (queda nos níveis de
leptina após a menopausa – pode contribuir para a obesidade feminina).
Considerações interessantes sobre a leptina ....

Estimula a liberação do hormônio corticotrófico*, responsável
padrões respiratórios curtos e rápidos, como os encontrados em
grande parte nos indivíduos obesos que apresentam níveis de
leptina até 5 vezes mais altos quando comparados com pessoas
com peso normal (SAARESRANTA e POLO, 2002).

Age no sistema imune, podendo dessa forma estar relacionada ao
desenvolvimento da asma em obesos. A asma é uma doença
inflamatória crônica de grande complexidade e envolve a ativação
de várias células brancas e liberação de mediadores próinflamatórios e inflamatórios.

É considerada uma interleucina e parece possuir importante ação
pró-inflamatória, estimulando a diferenciação de monócitos e
linfócitos, e intensificando a produção de citocinas, tipo TNF, IL-1
e IL-6. Assim, vários estudos têm correlacionado os altos níveis de
leptina plasmática em obesos com a prevalência de asma nessa
população.

Durante a infância, os meninos são mais acometidos pela asma,
apresentando maior freqüência e maior gravidade nos sintomas.
Nessa fase, eles apresentam níveis mais elevados de leptina em
relação às meninas. Após a puberdade, os níveis de leptina são
mais elevados nas mulheres, que por sua vez, apresentam
aumento no índice de massa corporal (IMC) e aumento na
incidência de asma (GUERRA et al, 2002). Assim, é provável que a
leptina sofra ação de hormônios sexuais, sendo inibida pela ação
da testosterona.
EXERCÍCIO
Diversos estudos avaliaram os efeitos da redução de peso sobre os
volumes, fluxos expiratórios e sintomas de asma em obesos. Foram
observadas melhoras significativas em parâmetros como:
- pico de fluxo expiratório (PFE);
- capacidade vital forçada (CVF);
- volume expiratório forçado em um segundo (VEF1);
- sintomas de asma: número e intensidade de crises; uso de
medicamentos;
Considerando que a redução e a manutenção de peso é mais
efetiva quando associam mudanças nos padrões alimentares à prática
regular de exercícios físicos, destaca-se a importância de sua prática,
não somente na prevenção e no tratamento, mas também na
investigação de patologias decorrentes do excesso de peso, como a
asma.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CASTRO-RODRIGUEZ, J. A.; HOLBERG, J.; MORGAN, W. J.; WRIGHT,
A.L.; MARTINEZ, F. D. Increased incidence of asthmalike symptons in
girls who become overweight or obese during school years. American
Journal of Respiratory and Critical Care Medical, v. 163, p. 1344-1349,
2001.
GUERRA, S.; SHERRILL, D. L.; BOBADILLA, A.; MARTINEZ, F. D.;
BARBEE, R.A. The relation of body mass index to asthma, chronic
bronchitis, and emphysema. Chest, v. 122, n. 4, p. 1256-1263, 2002.
PLATTS-MILLS T.A.; CARTER, M.C.; HEYMANN, P.W. Specific and
nonspecific obstructive lung disease in childhood: causes of changes in
the prevalence of asthma. Environmental Health Perspective, v. 108, n.
4, p. 725-731, 2000.
SAARESRANTA, T.; POLO, O. Hormones and breathing. Chest, v. 122, n.
6, p. 2165-82, 2002.
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