24 de julho de 2014 Nosso dia começou com um encontro com a enfermeira Clarice, da ESF Piravevê, a mesma que nos acompanhou na visita ao Centro de Convivência do Idoso, ela nos acompanhou em visitas domiciliares. Começamos com a ida à casa da senhora Isalina, de 77 anos, que é hipertensa e diabética. Ela esta morando na casa de sua filha, pois a doença Mal de Parkinson lhe prejudicou a andar. Antes ela morava com seu filho, e este voltava tarde para casa e era alcoolista, isso a deixava ansiosa e causando insônia. Eu concordei com a enfermeira quando ela disse que, para um idoso, sair do lar de costume é muito ruim para qualquer recuperação e tratamento. A enfermeira fez perguntas de rotina para suas doenças e aferiu a pressão arterial da dona Isalina. Era recomendado que a senhora fizesse fisioterapia, porém o médico recomendou a ida à um ortopedista, orientação que a enfermeira descorda. Clarice também conferiu como estão as doses e os remédios da senhora. Gostei da maneira com que ela tratou a dona Isalina, pois ela aconselhou que deixassem que ela tentasse fazer algumas das coisas que antes ela fazia, pois os idosos nao gostam de se sentir inválidos. O outro paciente que visitamos foi o senhor Manuel, de 85 anos, que é hipertenso e há algum tempo havia parado de tomar seus remédios por simplesmente nao achar que precisava. Ele ja sofreu um AVC bastante leve que deixou seu andar um pouco lento e suas pernas mais fracas. Ele sofre por ter a dona Rosa, de 85 anos, sua esposa, com Alzheimer. Ela agora é como um bebê, necessita da ajuda do filho e das noras para prepararem sua refeição pois ela é diabética e hipertensa, e ambos os pacientes tiveram suas pressões aferidas durante a visita e o senhor Manuel apresentou uma pressão de 180/100. Isso deixou a enfermeira bastante preocupada com a alimentação deles, e por isso passou de novo instruções sobre dietas balanceadas, apesar de a nutricionista ter passado as recomendações. Ainda de manhã, fomos até um local onde o Projeto da Nova Jerusalém esta em funcionamento desde 2001. O diácono José Maria e sua família foram os responsáveis pela fundação dessa instituição que abriga e cuida de andarilhos, moradores de rua, alcoolista, dependentes químicos e até pessoas com problemas mentais. É uma instituição que se mantem através de convênios com o município e com uma festa realizada uma vez por ano para arrecadar fundos. Eles conseguem manter ordem e tem vários relatos de pessoas que se curaram por estarem nesse projeto, apesar de ainda ser necessário e deles insistirem em pedir por psicólogas e assistente sociais. Jose Maria compartilhou que é preciso que alguém saiba a maneira de falar com eles e descobrir um pouco sobre a família deles. Houve uma reclamação bastante triste de que o município não daria mais nenhum incentivo ou maior apoio em outros setores para que a instituição se mantenha. Ele defendia que as coisas não são difíceis, mas que as pessoas e gestores complicam tudo ao não refletirem sobre o que é o certo a ser feito e então por em execução. Uma questão que chamou a atenção foi a de que se qualquer lugar não conseguir curar e tratar algum paciente, eles são a última esperança e abrigo. Então são atualmente 12 pessoas abrigadas nesse lugar, onde uma doutora vinha todo mês para assegurar que eles estariam com saúde, porem isso não ocorre mais, pois ela não tem tempo. No período da tarde nós fomos conhecer a UBS Piraveve e Guiraí, onde a população flutuante da região, as pessoas que trabalham nas usinas, geraram casos de sífilis e AIDS. E a área de abrangência do Piraveve inclui locais como muitos bares, prostibulo, cadeia. Há também muitas gestantes jovens na região o que faz com que exige que a unidade promova campanhas e incentive o uso de camisinha e divulguem o exame preventivo. A cada 15 dias há a visita a delegacia, e hoje o doutor Fabio e sua equipe e nós fomos até lá observar o trabalho. Achei muito interessante pois eles precisam muito, por serem presidiários muitos deixam de tomar os remédios por não poderem pegá-los em casa. o doutor foi bastante atencioso e não se intimidava por medo deles, apesar de eu e meus amigos ficarmos inseguros de estar na mesma sala que os presidiários. De noite fizemos dinâmicas que me ajudaram a refletir sobre o SUS ao nos questionarem como funcionam as convocações das Conferências Nacionais da Saúde e também sobre a possibilidade de construção de um CAPS aqui na cidade. Falamos também sobre os atendimentos primários, secundários e terciários e o uso intenso de tecnologias. Foi excelente pois exigiu da nossa cognição e capacidade de reflexão sobre as reais necessidades para cada atendimento.